Sheilla Castro – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O ano ruim do vôlei feminino brasileiro no Mundial de Clubes http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/22/o-ano-ruim-do-volei-feminino-brasileiro-no-mundial-de-clubes/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/22/o-ano-ruim-do-volei-feminino-brasileiro-no-mundial-de-clubes/#respond Sun, 22 Dec 2019 09:00:58 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19550

Vice-campeão na temporada passada, o Minas terminou este Mundial na 5a colocação (Fotos: Divulgação/FIVB)

Com boas recordações e algumas frustrações, 2019 está chegando ao fim. Por isso, o Saída de Rede realizará, a partir deste domingo (22), a tradicional retrospectiva dos principais fatos que marcaram o mundo do vôlei no ano.

Para começar, analisaremos a participação do Itambé Minas e do Dentil Praia Clube, representantes brasileiros no Campeonato Mundial de Clubes feminino. O atual campeão nacional e o vice terminaram o torneio em 5º e 6º, respectivamente. A competição foi realizada em Shaoxing, na China, e deu o primeiro título de sua história ao italiano Conegliano.

A quinta posição do time de Belo Horizonte, contudo, não chegou a ser uma surpresa. Depois de passar várias temporadas como uma equipe de meio de tabela na Superliga feminina, o tradicional clube mineiro fez um dos maiores investimentos para 2018/2019 ao contratar Natália e Gabi, a dupla titular na entrada de rede da seleção brasileira.

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O investimento não poderia ter sido mais acertado. Sob a batuta do talentoso treinador italiano Stefano Lavarini, o Minas viveu uma temporada gloriosa, ganhando todos os campeonatos de que participou (exceto o próprio Mundial, em que foi vice-campeão).

Neste ano, no entanto, o cenário se alterou drasticamente. O time perdeu a poderosa dupla de ponteiras para os gigantes turcos Eczacibasi e VakifBank (segundo e terceiro colocados neste Mundial) e, ainda, o técnico italiano para o Busto Arsizio. Para a delicada reposição, o clube apostou no compatriota Nicola Negro como comandante e nas atacantes Roslandy Acosta (venezuelana) e Deja McClendon (norte-americana).

O conjunto, contudo, ficou desequilibrado. Com performances bastante inseguras na recepção, ou seja, na construção do jogo, e, ainda, na virada de bola, as estrangeiras, que buscavam uma adaptação ao estilo imprevisível da levantadora Macris, pouco fizeram.

Minas apresentou muitas dificuldades na recepção durante o Mundial

Por outro lado, a veterana bicampeã olímpica Thaísa, recém-chegada para esta temporada, se mostrou muito decisiva pelo meio de rede ao lado de Carol Gattaz, um dos principais nomes do plantel, que acabou se machucando na reta final do torneio. Já a também experiente Sheilla, contratada para dividir a saída de rede com Bruna Honório, voltou a jogar neste ano depois de um longo período de inatividade, mas ainda luta para recuperar o voleibol que a consagrou.

Com isso, em outro patamar técnico e tático, a equipe precisou lidar esta imensa reformulação interna. Some-se a isto o nível desta edição do Campeonato Mundial. Com oito equipes em busca do troféu, o torneio, o mais forte dos últimos anos, reuniu alguns dos maiores times do mundo, verdadeiras seleções mundiais que, com enorme aporte financeiro, montaram seus elencos com as melhores jogadoras da atualidade. Assim, com adversários desta categoria, as chances de pódio ficaram ainda mais reduzidas.

Não podemos esquecer, entretanto, que o Minas não enfrentou apenas pedreiras. As derrotas na fase classificatória para o chinês Guandong Evergrande, um dos mais fracos times do campeonato, e para as reservas do Conegliano, equipes que o grupo minastenista, em tese, teria plenas condições de vencer, acabaram sendo um demonstrativo da fragilidade do campeão brasileiro na competição.

Com grande potencial ofensivo, time do Praia Clube não conseguiu render o esperado

Se a posição do Minas não causou tanta estranheza, do seu rival regional se esperava mais. Além de não ter vivido uma reconstrução tão radical – é verdade que perdeu a central bicampeã olímpica Fabiana, um dos pilares do time, e a levantadora norte-americana Lloyd, que não teve uma passagem muito feliz por Uberlândia –, o clube ainda preservou atletas, como a oposta Nicole Fawcett e a ponteira campeã olímpica Fernanda Garay.

Sem falar que o Praia assinou com a dominicana Brayelin Martínez, jogadora que não teve problemas para se adaptar ao vôlei brasileiro e que vem sendo o grande destaque ofensivo da equipe. Trouxe, ainda, a meio de rede Walewska, central campeã olímpica bastante regular que foi uma das figuras mais importantes para o título inédito da Superliga na temporada 2017/2018.

Desta maneira, a equipe teve um começo de temporada bem menos conturbado, batendo, inclusive, o grande rival em duas competições domésticas, o Campeonato Mineiro e a Supercopa. Claro que a expectativa não era que o conjunto aurinegro ganhasse o ouro no Mundial, mas que oferecesse mais resistência aos rivais em função de seu poder de fogo e, quem sabe, até pudesse beliscar um lugar no pódio.

Fernanda Garay sofreu uma fratura no torneio e só voltará a jogar no ano que vem

O grupo comandado pelo técnico Paulo Coco, contudo, não fluiu bem. Ao contrário, enfrentou dificuldades na linha de passe, no sistema defensivo e, especialmente, no ataque. Jogadoras tarimbadas como Garay e Fawcett renderam bem menos do que podiam, sobrecarregando Martínez pelas pontas.

A hesitação da equipe para “matar” os jogos nos momentos-chave em que teve a oportunidade – a partida decisiva contra o chinês Tianjin, ainda na primeira fase, é um exemplo disso – foi outro entrave na difícil campanha do vice-campeão brasileiro na competição. A levantadora Claudinha também passou por instantes de desequilíbrio, fazendo escolhas equivocadas durante as partidas e cometendo erros técnicos que comprometeram a virada de bola.

Neste sentido, o desempenho – e não exatamente a colocação final – tanto do Minas, que esboçou uma melhora no fim da competição, quanto do Praia Clube, acabou sendo mais frustrante, dando uma ideia da posição atual do voleibol feminino brasileiro de clubes no cenário internacional.

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Deficientes no ataque, Praia e Minas estreiam com derrota no Mundial http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/03/deficientes-no-ataque-praia-e-minas-estreiam-com-derrota-no-mundial/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/03/deficientes-no-ataque-praia-e-minas-estreiam-com-derrota-no-mundial/#respond Tue, 03 Dec 2019 11:18:02 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19236

A oposta Brayelin Martínez foi o destaque ofensivo em um Praia Clube que pouco produziu na estreia do Mundial (Fotos: Divulgação/FIVB)

Na madrugada desta terça-feira (3), o Dentil Praia Clube não teve uma estreia feliz no Mundial de Clubes feminino 2019. Em sua segunda participação na história da competição, o time de Uberlândia (MG) enfrentou, em partida válida pelo grupo B, em Shaoxing (China), o tricampeão (atual bi consecutivo) VakifBank, da Turquia.

E, apesar do espírito de luta, a equipe não conseguiu se encontrar para fazer frente ao poderio ofensivo do time mais vitorioso do vôlei feminino nos últimos anos. Assim, acabou batido em sets diretos, com parciais de 27-25, 25-20 e 25-20. Na outra chave, o Itambé Minas, com os mesmos problemas no ataque, também acabou superado pelo chinês Guandong Evergrande por 3 sets 1 (25-22, 28-26, 23-25 e 25-22).

Apesar da primeira parcial apertada, o time de Uberlândia, na verdade, fez um jogo de recuperação no começo do confronto. Quarto lugar no Mundial passado, o representante brasileiro começou muito mal a partida. Teve imensa dificuldade no ataque – para se ter uma ideia, praticamente só a oposta dominicana Brayelin Martínez virou bolas, tanto que fez 11 pontos no set de abertura -, e também demonstrou fragilidade na recepção do saque turco.

Tudo começou a mudar, no entanto, a partir da metade do set. Com um serviço mais agressivo, as brasileiras passaram a testar a linha de passe do atual campeão mundial. E foi através do fundamento que o conjunto mineiro desfez a diferença imposta pelo adversário desde o começo da partida. Na reta final da parcial, porém, um erro da arbitragem, assinalando uma condução inexistente da levantadora Claudinha, e o excesso de erros do Praia – 9 ao total, especialmente de saque – acabaram dando a vitória ao esquadrão europeu.

As comandadas de Paulo Coco iniciaram o segundo set novamente tendo que correr atrás no placar, pecando na recepção e no sideout. Destaque bastante negativo para as ponteiras Pri Daroit e Fernanda Garay, que somaram apenas 3 e 2 pontos de ataque, respectivamente, nas duas primeiras parciais.

Sem ter com quem dividir a responsabilidade no ataque, a oposta Martínez seguiu sendo o desafogo da levantadora Claudinha. Já do lado turco quem brilhou foi a jovem sueca Isabelle Haak, que contou com o auxílio da ponta brasileira Gabi e da meio de rede sérvia Rasic para abrir 2 a 0 com tranquilidade.

O jogo do tetracampeão europeu seguiu bem mais distribuído do que o do rival brasileiro na terceira e última etapa. Tranquila e com ótima leitura do adversário para a armação, a levantadora Ognjenovic forçou bolas de primeiro tempo mesmo quando não tinha o passe A nas mãos. O VakifBank também se sobressaiu nos bloqueios, marcando 9 pontos neste fundamento contra 5 do oponente.

Do outro lado, identificando a deficiência no sideout, o técnico Paulo Coco deslocou Martínez para a entrada de rede e lançou a americana Fawcett à quadra. Entretanto, a estratégia não surtiu o efeito esperado, e o VakifBank fechou o duelo em 3 a 0.

As opostas Haak e Martínez foram os destaques com 22 pontos cada. Pelo lado europeu, Gabi somou 12 e as centrais Rasic e Gunes anotaram 11 cada. Já no time brasileiro, a oposta Fawcett, que entrou somente no terceiro set, colaborou com 8 bolas no chão. A meio de rede Carol teve 7 acertos.

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O Minas também foi derrotado pela Guandong Evergrande nesta terça-feira (3)

No grupo A, jogando no Centro Olímpico de Shaoxing, o Minas também teve uma estreia muito difícil contra o Guangdong Evergrande. Mostrando a mesma insegurança na recepção – especialmente com as pontas McClendon e Acosta – que vem apresentando neste começo de temporada no Brasil, o time ainda ficou devendo demais na virada de bola.

Assim, quem acabou fazendo a diferença no sideout na primeira parcial foi a oposta Bruna Honório, que se virou bem nas bolas altas quando acionada pela levantadora Macris na saída de rede. Ela também teve um papel importante no saque, recolocando a equipe belo-horizontina – que via o rival disparar no marcador – na disputa do set.

Do outro lado da quadra, a russa Kosheleva, que viveu uma temporada 2018/2019 bem abaixo enquanto esteve no Sesc-RJ por conta dos problemas físicos, exibiu ótima forma e foi a responsável pela vantagem aberta pelo Evergrande. A ponteira virou a maioria das bolas do selecionado chinês – 10 no total somente na primeira etapa.

O time liderado pelo italiano Nicola Negro ensaiou uma reação na segunda parcial. Mais regular no sideout, também passou a conjugar melhor a relação bloqueio-defesa. Ao total, foram 10 pontos marcados neste fundamento. Contudo, o time da casa rapidamente se recuperou, contando com a excepcional atuação de Kosheleva.

O confronto, no entanto, mudou a partir do terceiro set. A inversão 5-1 com a levantadora Bruninha e a oposta Sheilla – campeã mundial também em 2012 – fez o Minas mudar a forma de atuar. A equipe reverteu uma vantagem de 15 a 9 a favor do adversário e apresentou mais consistência ofensiva e tática.

A atacante bicampeã olímpica colocou 9 bolas no chão somente nesta parcial, comandando a vitória mineira. A líbero Leia, que se machucou enquanto buscava uma bola nas placas de publicidade, permaneceu em quadra e fez defesas importantes. Com o triunfo, a equipe brasileira “respirou”, evitando o triunfo chinês em sets diretos.

Com as titulares de volta à quadra na quarta parcial, o time, contudo, não conseguiu manter a mesma continuidade e voltou a pecar na virada de bola em momentos decisivos. Apesar de não ter deixado o rival desgarrar no placar, a equipe minastenista ainda cometeu erros (26 em todo o confronto), especialmente no sistema defensivo, que acabaram favorecendo o triunfo chinês.

Como imaginado, a maior pontuadora no duelo foi Kosheleva, com 28 acertos. Rabadzhieva apareceu logo em seguida com 15 acertos. No time brasileiro, destaque para Bruna Honório, com 15 e Sheilla, que marcou 14. Thaísa e Carol Gattaz, que têm sido bolas de segurança da levantadora Macris nos jogos da Superliga, apareceram com 10 e 6 acertos, respectivamente.

Com as derrotas, as duas equipes farão jogos de vida ou morte na segunda rodada. Nesta quarta-feira (4), o Minas encara o Eczacibasi, de Natália, que foi derrotado pelo o Conegliano por 3 a 1 (25-20, 25-22, 22-25 e 25-21) na estreia. Já o Praia Clube enfrenta, na quinta (5), o chinês Tianjin, de Ting Zhu.

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Saque desequilibra e seleção feminina vence as dominicanas na Copa do Mundo http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/23/saque-desequilibra-e-selecao-feminina-vence-as-dominicanas-na-copa-do-mundo/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/23/saque-desequilibra-e-selecao-feminina-vence-as-dominicanas-na-copa-do-mundo/#respond Mon, 23 Sep 2019 05:40:55 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18450

As brasileiras enfrentaram as dominicanas na madrugada desta segunda-feira (Fotos: Divulgação/FIVB)

Sem chances de título e vindo de dois revezes consecutivos para Estados Unidos e China na Copa do Mundo do Japão, a seleção brasileira feminina de vôlei passou por um teste de fogo na madrugada desta segunda-feira (23), na cidade de Sapporo. Em um duelo direto por posições na tabela, o time de José Roberto Guimarães, então sexto colocado, enfrentou a República Dominicana, equipe que entrou em quadra ocupando o sétimo lugar.

E, assim como no jogo da Liga das Nações, em que derrotou o Brasil pela primeira vez em competições oficiais por 3 a 1, e no confronto no torneio Pré-Olímpico, quando quase conseguiu a classificação para os Jogos de Tóquio em pleno Sabiazinho, em Uberlândia (MG), as dominicanas voltaram a dar trabalho. Desta vez, contudo, as brasileiras mantiveram o mesmo nível de atuação apresentado contra as chinesas e venceram por 3 sets a 1 (16-25, 25-23, 19-25 e 22-25), tirando proveito principalmente da fragilidade rival no passe. Foi o quarto triunfo verde e amarelo nesta Copa do Mundo.

Depois de um início de partida equilibrado, a seleção brasileira conseguiu abrir ampla vantagem no primeiro set a partir da inversão 5-1 com a entrada da levantadora Roberta e da oposta Sheilla (ambas substituíram Macris e Lorenne). Com bom volume de jogo e uma estratégia de saque variado, o time causou sérios problemas à inconstante recepção caribenha, que não funcionou da forma mais adequada com a ponta Priscila Rivera e a líbero Larysmer Martinez, que está atuando na competição no lugar de Brenda Castillo. Assim, em dificuldades no passe, as atuais campeãs pan-americanas também cometeram erros de ataque e saque que colaboraram para a vitória brasileira na primeira etapa.

Com 21 acertos, Gabi foi a maior pontuadora do jogo

A partida, no entanto, mudou de figura a partir da segunda parcial. Mais concentradas, as dominicanas endureceram o jogo, atuando de igual para igual até o final do set. Lideradas pelo brasileiro Marcos Kwiek, elas usaram a mesma estratégia de saque das rivais, incomodando a linha de passe brasileira, que apresentou falhas importantes com Gabi e Amanda. Em um set disputado, com ralis eletrizantes – a líbero Leia novamente se sobressaiu com ótimas defesas -, e decidido no detalhe, acabou vencendo quem aproveitou melhor os contra-ataques.

Já a terceira parcial foi novamente marcada pelo desequilíbrio dominicano. A equipe voltou a pecar no passe (ao total, foram 4 aces do Brasil contra apenas 1 do rival) e cometeu falhas significativas, principalmente no serviço e no sideout. A seleção brasileira, em contrapartida, permaneceu aguerrida em quadra, arrumou a recepção e manteve a virada de bola regular – ainda que concentrada nas extremidades com Gabi na entrada e Lorenne pela saída.

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Na última parcial, novamente parelha, ambos os times demonstraram alguma fragilidade na recepção, mas os erros das comandadas de Kwiek – tanto no saque quanto na virada de bola – acabaram pesando bastante para o desfecho da partida a favor do Brasil. No total, foram 26 pontos dados em falhas contra 17 das brasileiras.

A maior pontuadora do jogo foi a ponteira Gabi com 21 acertos, seguida por Lorenne, que fez 18. No lado adversário, Brayelin Martinez e Bethania De La Cruz se destacaram com 19 e 18 bolas no chão, respectivamente.

Com o triunfo, a seleção somou 12 pontos e, com os demais resultados do dia, permaneceu na sexta posição. O próximo compromisso das brasileiras será contra as donas da casa nesta terça-feira (24), às 7h20. As japonesas ocupam agora a sétima colocação na competição, contabilizando três vitórias e quatro derrotas.

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Mundial de Clubes 2019 terá reencontro entre Minas e Natália na 1ª fase http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/26/mundial-de-clubes-2019-tera-reencontro-entre-minas-e-natalia-na-1a-fase/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/26/mundial-de-clubes-2019-tera-reencontro-entre-minas-e-natalia-na-1a-fase/#respond Mon, 26 Aug 2019 22:22:07 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18172

Jogadora fundamental para o Itambé Minas tanto na conquista da Superliga quanto na campanha do vice-campeonato mundial recente, a ponteira Natália estará do outro lado da quadra na próxima temporada (Foto: Orlando Bento/MTC)

O próximo Campeonato Mundial de Clubes feminino, que será realizado entre os dias 3 e 8 de dezembro, em Shaoxing (China), promete ser um dos mais equilibrados torneios dos últimos anos. Pelo menos, é o que sugerem os grupos divulgados nesta segunda-feira (26) pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB).

A competição, que não terá a participação do Osasco Audax em função da falta de recursos financeiros para custear a indicação da entidade, não deixará de ter um atrativo especial para outro tradicional clube brasileiro. Logo na primeira fase, pela chave A, o Itambé Minas, atual campeão da Superliga e vice-campeão mundial no ano passado, reencontrará a ponteira Natália, uma das mais importantes atletas da vitoriosa campanha mineira.

A atleta será um dos reforços do poderoso turco Eczacibasi para a temporada de clubes 2019/2020. Cabe ressaltar que o Minas chegou àquela decisão batendo justamente a equipe europeia de virada em uma semifinal histórica por 3 a 2 com uma atuação primorosa da ponteira, que marcou 31 pontos.

O time liderado pelo brasileiro Marco Aurélio Motta contratou a atacante para o lugar da norte-americana Jordan Larson, mas manteve sua base com jogadoras, como a ponta sul-coreana Yeon Koung Kim, a oposta sérvia Tijana Boskovic – apontada por muitos como uma das melhores atacantes da atualidade ao lado da italiana Paola Egonu –, a central Lauren Gibbmeyer e a líbero Simge Aköz.

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O clube mineiro, por outro lado, passou por uma grande reestruturação, já que além de Natália e do técnico Stefano Lavarini, hoje treinador da Coreia do Sul e do italiano Busto Arsizio, também perdeu a ponta Gabi, contratação do tricampeão (bi consecutivo) VakifBank. Assim, sob o comando de Nicola Negro, o representante brasileiro buscará um lugar no pódio com as experientes bicampeãs olímpicas Sheilla e Thaísa, que regressaram ao clube depois de muitos anos, a levantadora Macris e a meio de rede Carol Gattaz, entre outras.

Além do vice-campeão e do medalhista de bronze, o grupo A ainda terá o chinês Guangdong Evergrande, nova equipe da russa Tatiana Kosheleva (ex-Sesc-RJ) que conquistou o terceiro lugar em 2013, e o fortíssimo Conegliano, atual campeão italiano e vice da Champions League. Com nomes para lá de reconhecidos no mundo do vôlei, entre eles, a ponta norte-americana Kimberly Hill e a líbero Monica De Gennaro, o Conegliano assinou com oposta Egonu.

No grupo B, o Dentil Praia Clube, vice-campeão brasileiro e quarto colocado no Mundial passado, também terá novidades para encarar o chinês Tianjin Bohai Bank Volleyball Club, o italiano Novara e o VakifBank. A principal delas será a ponteira dominicana Brayelin Martínez, que poderá compor uma dupla de força na entrada de rede uberlandense ao lado da campeã olímpica Fernanda Garay.

Outra arma ofensiva do time de Paulo Coco na busca por uma medalha será a oposta Nicole Fawcett, que seguirá para a sua terceira temporada no interior mineiro. A central Walewska, campeã da Superliga com as praianas em 2017/2018, retornou à equipe e tem condições de se destacar pelo meio de rede ao lado de Carol.

Atual bicampeão mundial de clubes, o turco VakifBank terá várias caras novas a partir desta temporada (Foto: Divulgação/FIVB)

Também reformulado com a saída de Egonu para o Conegliano, o Novara, atual campeão da Champions League e vice italiano, preservou a central Cristina Chirichella e investiu na ponteira búlgara Elitsa Vasileva, na armadora americana Micha Hancock e nas experientes Jovana Brakosevic (oposta sérvia que perdeu espaço na seleção para Boskovic) e Valentina Arrighetti (meio de rede).

Já o VakifBank, de Giovanni Guidetti, também teve baixas significativas para a temporada. Além da chinesa Ting Zhu, grande estrela do time que jogará na liga local pré-olímpica, perdeu a oposta holandesa Lonneke Sloetjes e a ponta americana Kelsey Robinson. Mas, para defender o bi no Mundial, contará com a eficiência da brasileira Gabi, da jovem revelação sueca Isabelle Haak e da ótima levantadora sérvia Maja Ognjenovic, comandante da seleção europeia, que deverá travar uma disputa interessante com Cansu Ozbay, titular da equipe turca.

Diferentemente da competição no naipe masculino, que deverá sofrer mudanças a partir de 2020, com a possibilidade de ser decidida em confronto único entre campeão europeu e o sul-americano, o regulamento do Mundial de Clubes feminino segue os moldes da edição anterior. Com as oito equipes divididas em dois grupos de quatro, todas se enfrentarão dentro de suas respectivas chaves e os dois primeiros colocados de cada grupo avançam para as semifinais e a consecutiva final.

Ouça o Voleicast, o podcast de vôlei do Saída de Rede

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Como os principais times estão se montando para a próxima temporada? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/06/26/como-os-principais-times-estao-se-montando-para-a-proxima-temporada/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/06/26/como-os-principais-times-estao-se-montando-para-a-proxima-temporada/#respond Wed, 26 Jun 2019 09:00:57 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=17363

De volta ao Itambé Minas, clube que a revelou, Sheilla promete ser uma das atrações da temporada 2019/2020 de clubes no Brasil (Foto: Divulgação/MTC)

Enquanto a temporada feminina de seleções segue a pleno vapor com a Liga das Nações, a primeira competição do ano, o mercado permanece agitado entre os principais elencos femininos do país com anúncios oficiais de contratações e manutenção de peças importantes para a temporada 2019/2020. Entre mudanças drásticas e surpresas, a disputa pelo troféu da Superliga promete ser acirrada.

O Itambé Minas, campeão depois de 17 anos, foi um dos clubes que mais precisou se reestruturar após a ótima temporada 2018/2019. De cara, perdeu o técnico italiano Stefano Lavarini, grande responsável pela conquista de quatro dos cinco torneios disputados pelo time de Belo Horizonte. Depois de 2 anos no Brasil, ele optou por retornar à sua terra natal para comandar o Busto Arsizio. Para o seu lugar, o Minas aposta em seu compatriota Nicola Negro, que treinava o Trentino Rosa, equipe da série A2 do vôlei italiano.

Pretendendo repetir o feito da temporada passada, o Minas também investiu nas bicampeãs olímpicas Sheilla e Thaisa. A oposta, que deu uma pausa na carreira após a Rio-2016 para, no ano passado, se tornar mãe de gêmeas, retorna ao vôlei no clube que a revelou. A jogadora ainda manifestou o desejo de voltar a vestir a camisa da seleção brasileira. Entretanto, apesar do talento inquestionável, será necessário observar em quais condições físicas e técnicas a atacante, de 35 anos, voltará às quadras depois de tanto tempo de inatividade.

Vale mencionar que os dirigentes resolveram buscar uma nova opção na saída de rede depois que Bruna Honório, que fez uma ótima temporada com o time azul e branco, precisou se submeter a uma cirurgia para retirada de um tumor benigno no coração. Ainda que esteja tendo uma ótima recuperação, por enquanto não há previsão de volta às quadras.

Thaisa será um dos reforços do Minas para a temporada (Foto: Divulgação/MTC)

Outra revelação do clube, a meio de rede Thaisa também regressa depois de 14 anos. A jogadora, ex-Hinode Barueri, mostrou estar recuperada da grave lesão que sofreu no joelho esquerdo em 2017. Tanto que ultrapassou, na última Superliga, a incrível marca dos mil bloqueios marcados na história da competição. A atleta fará dupla com Carol Gattaz, que teve o contrato renovado. Já as centrais Mara e Mayany, peças igualmente fundamentais na engrenagem ofensiva do Minas, vestirão as camisas de Osasco Audax e Barueri, respectivamente.

Além disso, a equipe teve outras baixas de difícil reposição: a dupla Natália e Gabi, titular na entrada de rede da seleção brasileira e na exitosa temporada minastenista, também deixou a capital mineira. Nesta terça-feira (25), Gabi foi oficialmente anunciada como reforço do multicampeão turco VakifBank, do técnico italiano Giovanni Guidetti, substituindo a chinesa Ting Zhu, que jogará na liga local nesta temporada olímpica.

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Natália também já havia sido confirmada como reforço do Eczacibasi, arquirrival do VakifBank, no lugar da norte-americana Jordan Larson. Para tentar suprir estas carências na entrada, o Minas contratou a venezuelana Roslandy Acosta e a norte-americana Deja McClendon. Por outro lado, de contrato renovado, a levantadora Macris e a líbero Léia continuam no time.

Deste modo, se a equipe campeã nacional teve perdas consideráveis, o vice Dentil Praia Clube conseguiu manter parte significativa de sua base titular, o que pode ser uma vantagem frente ao rival regional em termos de entrosamento e preservação do padrão de jogo.

O clube renovou com o técnico Paulo Coco, as ponteiras Fernanda Garay e Michelle, a central Carol, a oposta norte-americana Nicole Fawcett e a líbero Suelen. Além disso, anunciou a ponteira Pri Daroit, ex-Fluminense, e trouxe de volta a central Walewska e a levantadora Claudinha. Vale lembrar Wal e Claudinha tiveram grande destaque na campanha do primeiro título de Superliga conquistado pelas praianas na temporada 2017/2018.

Walewska retornará ao Dentil Praia Clube, time onde se sagrou campeã nacional na temporada 2017/2018 (Foto: Gisa Alves)

Neste sentido, o time tem muito a ganhar com o retorno da central, uma atleta bastante experiente que ainda pode atuar em alto nível. Já a armadora, ex-Osasco, retorna para a sua sexta passagem pelo Praia no lugar da norte-americana Carli Lloyd, que não rendeu o esperado e defenderá o Eczacibasi ao lado de Natália. Uma perda relevante promete ser a da central bicampeã olímpica Fabiana, que tem proposta do Hisamitsu Springs, do Japão, e não deverá permanecer na equipe aurinegra.

Além disso, a oposta Paula Borgo, atual titular da seleção brasileira na ausência de Tandara, não teve o contrato renovado e assinou com o Fluminense. As ponteiras Ellen e Rosamaria também não ficam em Uberlândia. A primeira atuará em Osasco enquanto que a segunda foi anunciada pelo Perugia, equipe que já viveu tempos áureos na Itália, mas que perdeu espaço e investimentos caindo para a segunda divisão. O time voltou à elite nesta temporada e contratou Rosamaria para jogar como oposta. Esta primeira experiência internacional pode ser uma oportunidade para que ela se firme como jogadora.

Terceiro colocado na última Superliga, o tradicional Osasco também segue o seu processo de montagem do time para a próxima temporada, apostando na reformulação. Sem usufruir do mesmo poderio econômico dos mineiros, investe em peças que lhe conferem razoáveis chances de conquistar uma medalha.

O primeiro anúncio de relevo do time de Luizomar de Moura foi o nome da levantadora Roberta, que está com a seleção brasileira na Liga das Nações. Depois de 9 anos, ela deixou o rival histórico Sesc-RJ para vestir a camisa do time de São Paulo.

Após 9 anos no Sesc, Roberta surpreendeu ao assinar com o arquirrival Osasco (Foto: Reprodução/Twitter)

A equipe ainda renovou com a líbero Camila Brait (será a 12a temporada da jogadora em Osasco) e assinou com as centrais Bia, que também estava no Sesc, e Mara, as ponteiras Ellen e Vanessa Janke, ex-Bauru, além da ponteira/oposta Fernanda Tomé. Com passagem por Balneário Camboriú na última temporada, a meio de rede Adriani Vilvert também chega para compor o elenco.

Os adversários devem permanecer atentos ao Sesi Vôlei Bauru, equipe liderada por Anderson Rodrigues que venceu o último Campeonato Paulista e alcançou o melhor resultado da sua história ao chegar à semifinal da Superliga deixando o Sesc-RJ, de Bernardinho, fora do grupo dos quatro melhores pela primeira vez em 20 anos.

Além de ter mantido a base titular com as centrais Valquíria e Andressa, a líbero Tássia e as ponteiras Gabi Cândido e Tifanny – que também pode atuar como oposta –, o conjunto do interior paulista contratou a meio de rede Mayhara, que atuava no Sesc, a veterana levantadora campeã olímpica Dani Lins, ex-Barueri, e as estrangeiras Polina Rahimova e Sarah Wilhite.

Tifanny renovou o contrato com o Sesi Bauru (Foto: Erbs Jr.)

Rahimova já passou por clubes importantes da Europa e vem para substituir a italiana Valentina Diouf, que deixou o time em baixa após uma temporada bastante irregular. Com 58 acertos, a atleta azeri chegou a ser recordista no número de pontos anotados em uma partida oficial, quando ainda jogava na liga japonesa. Esta marca, entretanto, foi ultrapassada recentemente por sua compatriota Jana Kulan, que fez 60.

Assim, se tiver uma linha de passe mais eficiente e um conjunto menos instável, o Sesi Bauru, com este poderio de ataque, terá todas as chances de ir longe de novo na próxima temporada.

Desejando recuperar o prestígio de outrora, o Sesc, maior campeão da história da Superliga que não chegou sequer à disputa das semifinais na última temporada, optou por uma reestruturação drástica.

Para começar, duas contratações de peso que podem mudar o time de patamar no próximo ano: para a armação, apostou em Fabíola, ex-Bauru, e surpreendeu ao não renovar com Roberta. O time de Bernardinho ainda fechou com Tandara, a melhor oposta do país na atualidade. Será a primeira vez que a atacante trabalhará com o técnico na Superliga.

Tandara, inclusive, estava nos planos do técnico José Roberto Guimarães para participar da fase final da Liga das Nações, na China, mas um edema no músculo reto abdominal a tirou do torneio.

Impossibilitada de jogar as finais da Liga das Nações por causa de um edema abdominal, Tandara é o principal reforço do Sesc-RJ para a próxima temporada (Foto: Divulgação/FIVB)

A oposta Monique, uma das figuras mais identificadas com o projeto, deixou a equipe depois de 5 anos para jogar no Praia ao lado da irmã gêmea Michelle. Outras novidades do Rio de Janeiro são: a meio de rede Lara, ex-Fluminense, para o lugar de Bia; a ponteira Amanda, que volta a defender o projeto onde esteve durante 10 anos; e a líbero Natinha, que atuou em Barueri na temporada 2018/2019.

A chegada da líbero para o lugar de Gabiru representa uma tentativa de dar mais estabilidade à linha de passe do Sesc, um dos maiores problemas enfrentados por Bernardinho no último ano. O Sesc ainda trouxe a central Milka, ex-Barueri, e renovou com a ponteira dominicana Peña, a meio de rede Juciely – um dos símbolos do time – e Drussyla, ponteira que sofreu com problemas físicos e pouco atuou no último ano.

Correndo por fora, o Barueri, de Zé Roberto, perdeu inúmeras jogadoras nesta janela de mercado e, sem grandes recursos, está sofrendo para se reconstruir. Entre os principais nomes, além da chegada da meio de rede Mayany, a talentosa levantadora Juma e a ponteira Tainara permanecem.

O que você está achando da montagem dos principais times para a próxima temporada do vôlei feminino no Brasil? Quem se reforçou melhor? Deixe a sua opinião abaixo!

Ouça o Voleicast, o podcast de vôlei do Saída de Rede

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Polêmico e talentoso: conheça a trajetória de Giovanni Guidetti http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/12/17/polemico-e-talentoso-conheca-a-trajetoria-de-giovanni-guidetti/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/12/17/polemico-e-talentoso-conheca-a-trajetoria-de-giovanni-guidetti/#respond Mon, 17 Dec 2018 08:00:53 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=15360

Um dos melhores técnicos da atualidade, Giovanni Guidetti ganhou o terceiro título mundial com o VakifBank, da Turquia (Fotos: Divulgação/FIVB)

Ao final da 12ª edição do Mundial de Clubes feminino, os amantes do vôlei puderam ver, impressionados, mais um triunfo de uma equipe turca montada para vencer. Ao se sagrar campeão mundial pela terceira vez (a segunda consecutiva), o poderosíssimo VakifBank, de Istambul, adicionou mais um troféu à sua extensa coleção que conta, entre outras conquistas, com 10 taças do campeonato local e 4 títulos da Liga dos Campeões da Europa, a mais importante competição de clubes do continente. Maior bicho papão do vôlei feminino recente, o time tem como comandante, há dez anos, o italiano Giovanni Guidetti, um dos mais prestigiados técnicos da atualidade.

Bastante premiado no mundo do vôlei, este italiano de 46 anos nascido em Modena, cidade que abriga um dos mais tradicionais clubes da modalidade, acumula prêmios e alguma polêmica por onde passa. Guidetti começou a carreira como treinador aos 22, no Volley 2000 Spezzano, equipe criada em sua terra natal em 1982, permanecendo à frente do projeto de 1995 a 1998. Em 1997, contudo, ele conseguiu levar o time à elite do campeonato local, ganhando o título de “Treinador do Ano” na Itália. O bom trabalho ainda lhe rendeu o convite da Federação Italiana para trabalhar como assistente técnico na seleção italiana feminina, participando do Mundial do Japão, em 1998 e depois dos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000.

Com uma trajetória ascendente, após este período servindo à sua seleção, o treinador foi passar uma temporada de um ano nos EUA, retornando logo em seguida à Itália para treinar times, como o Vicenza, o Modena e o Chieri. Especificamente com o Chieri – que teve em seu elenco jogadoras importantes, como a passadora brasileira Virna Piovesan, as norte-americanas Danielle Scott (central) e Logan Tom (ponteira), a também passadora russa Elena Godina e a levantadora italiana Francesca Ferretti, entre outras, além de Stefano Lavarini, atual técnico do Minas, como assistente na segunda temporada –, Guidetti obteve bastante sucesso, ganhando a Top Teams Cup (equivalente à Copa CEV, segundo torneio de maior proeminência entre os clubes europeus, perdendo apenas em prestígio para a Liga dos Campeões da Europa), em 2005.

Carol Gattaz: “A superação do Minas para chegar à final foi maravilhosa”

Minas faz história e Praia Clube esbarra na força da nova geração turca 

Depois de uma breve passagem pela seleção feminina da Bulgária, Guidetti aceitou o convite para treinar a equipe nacional da Alemanha, entre 2006 e 2015, quando sua influência no vôlei alcançou novos patamares na mesma medida em que algumas polêmicas surgiram. Com as alemães, ele conquistou o bronze no Grand Prix de 2009, dois vice-campeonatos europeus, em 2011 e 2013 (perdendo as respectivas finais para Sérvia e Rússia), e o ouro em Montreux, em 2014. Esta geração era formada por atletas reconhecidas internacionalmente, como a oposta Margareta Kozuch (que hoje joga na praia), a ponteira Maren Brinker, que se aposentou da seleção neste ano de 2018, e Christiane Furst, lendária central que, em seu auge, chegou a ser considerada por muitos uma das melhores do mundo, tendo atuado no VakifBank, com o treinador, e no grande rival turco Eczacibasi.

Após a aposentadoria da seleção, algumas jogadoras criticaram Guidetti publicamente, entre elas a meio-de-rede Furst. A atleta, que deixou de defender a camisa alemã em 2016, disse que o treinador perdeu a confiança das atletas por causa de sua ausência constante e pela falta de comunicação com o plantel. O próprio presidente da Federação Alemã à época, Thomas Khrone, mencionou, em nota oficial sobre o desligamento do técnico, em 2015, que a confiança entre ele e o time havia sido minada e que a instituição buscaria um profissional que tivesse plena disponibilidade de tempo para a seleção (fazendo referência ao trabalho que ele já desenvolvia desde 2008 no VakifBank). Com a saída de Guidetti, o jovem treinador alemão Felix Koslowski, seu ex-assistente, assumiu o cargo.

À frente da equipe holandesa, Guidetti alcançou o quarto lugar na Rio 2016, um feito inédito para a seleção feminina daquele país

Guidetti, entretanto, logo arrumou outro emprego e foi anunciado, ainda naquele ano, como novo técnico da seleção holandesa, substituindo Guido Vermeulen. É inegável a importância do seu trabalho à frente da equipe dos Países Baixos, já que sob seu comando, a Holanda ganhou a prata no Campeonato Europeu de 2015, perdendo a final para a Rússia, e voltou a disputar uma olimpíada após vinte anos de ausência, alcançando o quarto lugar na Rio 2016 – o melhor resultado de todos os tempos para o time. Além disso, vale ressaltar que as europeias fizeram uma campanha bem consistente na competição, derrotando, por exemplo, as campeãs chinesas e a vice-campeã Sérvia na primeira fase dos Jogos.

Outra polêmica, contudo, surgiu envolvendo seu trabalho na seleção e no VakifBank: na temporada 2015/2016, ao escalar a oposta holandesa Lonneke Slöetjes como titular no clube no lugar da brasileira bicampeã olímpica Sheilla Castro, Guidetti foi acusado de favorecimento à jogadora europeia, que atuava com ele na seleção. No entanto, é preciso relativizar esta acusação uma vez que Slöetjes, que hoje é reconhecida como uma das melhores atacantes em sua posição no mundo, já vinha em uma crescente naquele ano, com atuações extremamente consistentes. Apenas para exemplificar, ela foi eleita a melhor oposta no Campeonato Europeu de 2015, no Campeonato Turco na mesma temporada e, na Rio 2016, foi a segunda maior pontuadora, com o terceiro melhor aproveitamento no ataque.

Ao final de 2016, no entanto, o mundo do vôlei levou um susto. Guidetti, que já havia assinado contrato com a Federação Holandesa até Tóquio 2020, pediu demissão do cargo de técnico, alegando motivos pessoais. O treinador, que é casado com a meio-de-rede turca Bahar Toksoy e havia se tornado pai de uma menina em setembro daquele ano, afirmou que necessitava se dedicar mais à família. Jogadoras como a própria Slöetjes e a ponteira Anne Buijs, ex-Sesc-RJ, se manifestaram demonstrando perplexidade e desapontamento com a decisão, mas compreenderam a necessidade do técnico permanecer mais tempo em Istambul com a família, se dedicando apenas do VakifBank. Ocorre que horas depois, no mesmo dia em que foi anunciado o pedido de desligamento da equipe holandesa, divulgaram a surpreendente notícia de que ele seria o novo comandante da seleção feminina da Turquia.

Como técnico da seleção feminina da Turquia, o treinador italiano tem realizado um trabalho de renovação que poderá render frutos a médio e longo prazo

A notícia caiu como uma bomba na seleção holandesa e, novamente, atletas vieram a público para criticá-lo duramente. A central Robin de Kruijf chegou a declarar que o técnico traiu suas comandadas e que o nascimento da filha foi apenas uma desculpa usada pelo técnico para se justificar, mas que o dinheiro tinha sido a verdadeira motivação para a tumultuada saída. Magoada, a jogadora ainda afirmou que o italiano poderia ter a sua permanência no clube ameaçada caso não aceitasse o convite da Federação Turca para treinar a seleção, uma vez que o VakifBank também era o patrocinador da equipe nacional.

Apesar de toda a turbulência, à frente da seleção turca, Guidetti tem implementado um relevante trabalho de renovação, apostando em jovens e promissores valores, como as talentosas Cansu Ozbay (armadora), Hande Baladin e Ebrar Karakurt (opostas) e Zehra Gunes (meio-de-rede), e na manutenção de atletas mais experientes, caso da passadora Meliha Ismailoglu, das líberos Simge Akoz e Hatice Örge e da central Eda Erden. E a equipe começa a colher frutos: apesar do mau resultado no último Campeonato Mundial, onde obtiveram o 10º lugar, as turcas tiveram um ótimo desempenho na 1ª edição da Liga das Nações, com um jogo acelerado e habilidoso. A performance acabou rendendo a prata na competição e o time bateu inclusive o Brasil por contundentes 3 sets 0 no Final Six, conquistando a vaga na final, quando perdeu para os EUA. Com grande potencial de crescimento, vale observar de que modo a seleção europeia chegará nos Jogos Olímpicos, em 2020.

Deste modo, polêmicas e importantes conflitos éticos à parte, Giovanni Guidetti mostra, a cada conquista, ser um treinador diferenciado que sabe montar equipes extremamente competitivas. Com uma carreira sólida e ainda em ascendência, o treinador tem potencial para atingir o ápice em sua trajetória com títulos ainda mais relevantes.

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Sheilla fala sobre futuro no vôlei após o nascimento das filhas http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/08/08/sheilla-fala-sobre-futuro-no-volei-apos-o-nascimento-das-filhas/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/08/08/sheilla-fala-sobre-futuro-no-volei-apos-o-nascimento-das-filhas/#respond Wed, 08 Aug 2018 09:00:18 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=14051

A oposta afirma que para a seleção ela não volta, mas deixa em aberto o retorno para o vôlei (Foto: Divulgação/FIVB)

Por Naiara Araújo

A bicampeã olímpica Sheilla Castro continua afastada das quadras e o motivo é ótimo: a espera das gêmeas Liz e Ninna. Depois de anos dedicados ao vôlei brasileiro, no fim das Olimpíadas do Rio ela tomou a decisão de tirar férias prolongadas para se preparar para a maternidade. A boa notícia para os fãs da oposta é que ela não planeja se despedir definitivamente das quadras. Aos seis meses de gestação, ela confirmou a possiblidade de voltar a jogar vôlei após o nascimentos das filhas.

“Para a seleção eu não volto, mas para o vôlei pode ser que sim”, afirmou Sheilla. Aos 35 anos, a atleta planeja dedicar mais tempo à maternidade antes de voltar às quadras. “Até os seis meses delas eu não jogo em nenhum lugar. Eu não vou fazer nada corrido, quero curtir as minhas filhas”, disse a jogadora.

Sheilla está desde 2016 planejando a gravidez. Após sofrer um aborto espontâneo na primeira tentativa, ela conta que a atual gestação está bem tranquila. Passados os três primeiros meses de gravidez, a atleta fez questão de voltar a praticar atividade física e atualmente faz um treino para gestantes. Yoga, alongamento, musculação e aeróbica fazem parte da rotina dela.

A jogadora conta que não se arrepende de não ter sido mãe antes e acredita que hoje em dia as mulheres estão tendo filhos mais tarde. “Eu acho que é quando chega o momento”, disse Sheilla. “Lógico que com o esporte a gente já programa que tem que ser mais tarde, mas eu, sinceramente, antes dos 32 anos não me via mãe.”

Antes dos 32 anos Sheilla não se imaginava sendo mãe e hoje espera as gêmeas Liz e Ninna (Foto: Divulgação/Instagram)

Belo Horizonte, cidade natal da jogadora, foi o lugar escolhido para o nascimento das gêmeas. Apesar de inicialmente ficar em território mineiro, no futuro ela está disposta a mudar para jogar fora do estado. “O meu marido é de São Paulo, eu escolhi Belo Horizonte para estar próxima da família no início, mas depois ainda não sabemos”, contou a oposta. Um ponto ainda indefinido na carreira da jogadora é a sua aposentadoria, decisão que por enquanto ela prefere não programar.

Sheilla é uma jogadora experiente, coleciona títulos com a camisa da seleção brasileira, além de clubes nacionais e internacionais, e não deixou de opinar sobre a atual equipe feminina. Para a bicampeã olímpica, existe a possibilidade do Brasil vencer o Campeonato Mundial em 2018. “Todas as seleções são muito inconstantes, se o Brasil chegar num melhor momento no Mundial tem condições de ganhar sim”, afirmou Sheilla.

*Colaborou Demetrio Vecchioli

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Apesar da derrota na estreia, Jaqueline avisa: “Podemos surpreender” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/10/18/apesar-da-derrota-na-estreia-jaqueline-avisa-podemos-surpreender/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/10/18/apesar-da-derrota-na-estreia-jaqueline-avisa-podemos-surpreender/#respond Wed, 18 Oct 2017 02:00:08 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=9816

A ponteira acredita em título: “Podemos levar essa equipe muito além” (fotos: Gaspar Nóbrega/Hinode/Inovafoto)

A estreia não foi exatamente como Jaqueline Carvalho Endres queria, mas a Superliga 2017/2018 está apenas começando. Confirmada na segunda-feira (16) como reforço do Hinode Barueri, a veterana ponta de 33 anos, 1,86m, estreou na noite desta terça-feira, na primeira rodada do torneio, em casa, na derrota por 3-1 (25-17, 23-25, 25-20, 25-17) para o Vôlei Nestlé. Apesar do tropeço inicial, ela acredita na possibilidade de título. “Podemos levar essa equipe muito além, podemos surpreender”, disse logo após a partida.

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Com apenas quatro treinos, após seis meses parada, desde a semifinal da Superliga passada, quando jogou pelo Camponesa/Minas, Jaqueline começou entre as reservas, mas foi acionada em três das quatro parciais. “Estou me sentindo bem, não perdi a forma física. Ritmo de jogo é que eu ainda não tenho e o Zé Roberto tem entendido isso. O mais importante foi poder ajudar, mesmo ficando a maior parte do tempo no banco, mas foi bom poder contribuir, seja entrando para sacar ou passar. Eu estou muito feliz só em poder ajudar”, comentou, enfatizando o apoio que tem recebido do técnico tricampeão olímpico.

Jaqueline treinou apenas quatro vezes, após seis meses parada

Sonho
Ainda sobre as chances do time, estreante na divisão principal, depois de ganhar a Superliga B este ano, a ponteira bicampeã olímpica aposta no crescimento com a chegada da oposta polonesa Kasia Skowronska e a eventual entrada da central Thaisa no time. “A gente tem sempre que sonhar. Quando fui para o Minas na última vez, a gente estava em sétimo lugar, mas conseguimos reverter toda aquela situação ruim em coisas boas. A gente acabou acreditando que podia chegar e até ir além. Ganhamos dois jogos do Rio de Janeiro que ninguém acreditava que fôssemos capazes”.

Sobre o acerto com o Hinode Barueri, Jaqueline contou que dialogava com Zé Roberto desde o final da Superliga 2016/2017.  “A gente vinha conversando desde que acabou a Superliga, mas as condições financeiras antes não eram legais. O Zé tinha essa vontade de me trazer para a equipe. Acabou que tudo deu certo”.

Sheilla e Mari foram citadas por Jaqueline ao reclamar do mercado (Reprodução/Internet)

Desabafo
A atleta fez um desabafo sobre o mercado e a dificuldade que ela e outras jogadoras consagradas têm enfrentado. “Infelizmente, esta é a terceira vez que eu entro com a temporada em andamento. Está sendo difícil, não só para mim, mas para outras jogadoras, como a Sheilla e a Mari, que são atletas que podem contribuir muito e estão sem clube. A gente vê tanta gente falando ‘ah, você não aceitou ir pra um canto, não aceitou ir pro outro’, mas falta mesmo opção. Eu prefiro esperar alguma coisa acontecer, achar um patrocinador que abra uma possibilidade. Espero que as outras jogadoras que estão sem clube também possam encontrar espaço. A gente não é valorizada. Quando estamos na seleção, somos ótimas jogadoras, somos craques. Mas quando ficamos sem clube, já começam a nos rotular de coisas nem sempre positivas. Infelizmente, aqui no Brasil a gente é tratada dessa maneira”.

Colaborou Sidrônio Henrique

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Qual é a situação de Sheilla, Mari, Jaqueline e Paula no mercado? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/29/qual-e-a-situacao-de-sheilla-mari-jaqueline-e-paula-no-mercado/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/29/qual-e-a-situacao-de-sheilla-mari-jaqueline-e-paula-no-mercado/#respond Mon, 29 May 2017 09:00:22 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7413

Paula, Sheilla e Jaqueline, bicampeãs olímpicas. Mari, ouro em Pequim 2008 (fotos: FIVB)

Elas estiveram presentes em grandes momentos do voleibol brasileiro, têm lugar cativo na memória do torcedor e ainda animam uma legião de fãs, que constantemente perguntam ao Saída de Rede onde as quatro irão jogar na temporada 2017/2018. A oposta Sheilla Castro, 33 anos, a ponta/oposta Marianne Steinbrecher, 33, e as ponteiras Jaqueline Carvalho, 33, e Paula Pequeno, 35, estão à disposição no mercado e a gente conta para você, sem revelar valores, qual é a situação de cada uma.

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Sheilla Castro
Bicampeã olímpica, Sheilla Castro não jogou na temporada de clubes recém-encerrada. Após a eliminação do Brasil pela China nas quartas de final da Rio 2016, ela deu adeus à seleção e anunciou que tiraria um ano sabático. Nos dois períodos anteriores, havia jogado pelo time turco VakifBank. Foi titular no primeiro ano, mas no segundo ficou como reserva da holandesa Lonneke Sloetjes – às vezes sequer era escalada como suplente pelo técnico Giovanni Guidetti.

Um dos maiores empecilhos à contratação de Sheilla no Brasil é o alto valor pedido pela atleta, fora do alcance mesmo dos clubes de maior orçamento. O Vôlei Nestlé já tem duas opostas, Paula Borgo e Lorenne. O Dentil/Praia Clube busca uma estrangeira para a posição e, de qualquer forma, já conta com o máximo de duas atletas ranqueadas pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) com o teto da pontuação (sete pontos), a central Fabiana Claudino e a ponta Fernanda Garay – Sheilla e outras oito jogadoras estão no topo do ranking. O Sesc RJ (antigo Rexona-Sesc) já renovou com a oposta Monique e não tem espaço para a veterana. O Camponesa/Minas, desde o fim da temporada, tinha a americana Destinee Hooker como prioridade e renovou com ela. O Hinode/Barueri aguarda um co-patrocinador e foca numa estrangeira para a posição – o técnico José Roberto Guimarães tem à disposição uma relação com quatro nomes, todas com custo inferior ao de Sheilla, sendo uma europeia a primeira da lista.

Segundo uma fonte consultada pelo SdR, ainda que fosse reduzido pela metade, o valor pedido por Sheilla Castro “seria considerado irreal”. A mesma fonte comentou que, embora a prioridade dela seja permanecer no país, os mercados italiano e asiático não foram descartados.

Jaqueline entrou em quadra no returno da Superliga 2016/2017 e ajudou o Minas (foto: Orlando Bento/MTC)

Jaqueline Carvalho
Outra do grupo das bicampeãs olímpicas e das ranqueadas com sete pontos pela CBV, a ponta Jaqueline Carvalho não tem pressa. Embora seja considerada uma das principais ponteiras-passadoras do mundo por técnicos do quilate de Bernardinho, Zé Roberto e do americano Karch Kiraly, seu custo comprometeria a maioria dos orçamentos no Brasil e ela não tem interesse em voltar a jogar no exterior agora.

Na temporada passada, a exemplo do período 2014/2015, pegou o bonde andando, mas mesmo assim ajudou o Camponesa/Minas a chegar às semifinais da Superliga. Entre uma e outra, na edição 2015/2016, teve um desempenho abaixo do usual no Sesi. Em entrevista ao Saída de Rede, publicada em fevereiro, ela avisou que não pretende parar e que, inclusive, segue à disposição da seleção. Além de enfatizar que quer acompanhar o dia a dia do filho – Arthur completou 3 anos em dezembro –, Jaqueline dá apoio ao marido, o bicampeão mundial Murilo Endres, que permanece no Sesi, agora como líbero. Ele foi pego no teste antidoping no início deste mês. A contraprova do exame de Murilo confirmou o resultado positivo para furosemida, um diurético que consta na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

Paula Pequeno
MVP de Pequim 2008 e presente na campanha de Londres 2012, a ponteira Paula Pequeno jogou as últimas quatro temporadas no Brasília Vôlei. A veterana despertou a atenção do Bauru, mas assim como o seu atual clube, o time paulista tem limitações orçamentárias. O Bauru perdeu a Genter como patrocinador master e busca outro parceiro – o anterior segue apoiando, mas agora apenas com uma cota. Na capital federal, a equipe de PP4 renovou com o Banco de Brasília (BRB), mas ainda aguarda a confirmação da permanência do co-patrocinador, a Terracap.

Tanto no interior paulista como no Planalto Central, Paula teria ainda a opção de trazer, caso consiga, um patrocinador e jogar pela equipe. Bauru terá certamente um time mais competitivo, mas ela é de Brasília, está bem instalada na cidade e isso também pode pesar. Parar não está nos planos da atacante, que foi peça importante para seu clube na última edição da Superliga. Em janeiro, ela disse ao SdR: “Enquanto meu físico aguentar e eu amar o voleibol do jeito que amo, vou estar aqui dentro”.

Mari durante aquecimento numa partida da Superliga 2016/2017 (foto: Neide Carlos/Vôlei Bauru)

Marianne Steinbrecher
Titular na campanha do ouro olímpico em 2008, Marianne Steinbrecher também não pensa em parar. “Eu acho que fisicamente, apesar dos contratempos, ainda tô super tranquila pra jogar”, disse ao Saída de Rede, numa entrevista veiculada em março. Mari, que não renovou com Bauru, tem outras questões que dependem de ajustes com seu futuro clube. “Eu tenho que ver minha mãe, que agora é uma senhora paraplégica que mora sozinha, eu tenho todo um esquema um pouco diferente”, explicou na época ao blog. A mãe dela vive em Rolândia, no interior do Paraná, cidade onde a paulistana Mari foi criada. Quando a equipe do interior paulista a contratou, o técnico Marcos Kwiek deu seu aval para que ela se ausentasse quando fosse preciso. A ponta/oposta foi reserva de Bruna Honório na Superliga 2016/2017. Seu destino na próxima temporada permanece indefinido.

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Juciely desafia o tempo e segue como referência no esporte http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/29/juciely-desafia-o-tempo-e-segue-como-referencia-no-esporte/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/29/juciely-desafia-o-tempo-e-segue-como-referencia-no-esporte/#respond Sat, 29 Apr 2017 09:00:10 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=6812

Juciely conquistou mais uma Superliga este ano (foto: Guilherme Cirino/Instagram @guilhermectx)

Com velocidade e tempo de bloqueio impressionantes, eficiente no ataque, Juciely Barreto é, aos 36 anos, referência entre as meios de rede brasileiras. Não se surpreenda se o técnico José Roberto Guimarães convocá-la para a seleção neste ciclo. Juciely desafia o tempo. Terá 39 anos em Tóquio 2020. Mesma idade que a também central americana Danielle Scott tinha em Londres 2012. “Eu penso nela, viu”, diz ao Saída de Rede a mineira da cidade de João Monlevade, admitindo que a estrangeira duas vezes vice-campeã olímpica é um exemplo. “Quando reflito sobre quanto chão teremos até lá, pergunto a mim mesma: ‘será que dá?’ Hoje em dia a resposta é ‘não sei’, mas até bem pouco tempo era ‘não’. Se o Zé Roberto me chamar, vamos conversar”.

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Quem acompanhou a decisão da Superliga 2016/2017, domingo passado, com a vitória do Rexona-Sesc por 3-2 sobre o Vôlei Nestlé, a viu fazer a diferença na reta final da partida. Só no tie break foram seis pontos, o último deles marcado quando sua equipe chegou a nove no placar e ela foi para o saque. Ao longo do torneio, a veterana esbanjou regularidade e muitas vezes foi o desafogo da levantadora Roberta Ratzke. “Eu peço bola mesmo, quero ajudar. Ali no tie break era a nossa temporada resumida em 15 pontos”, relembra.

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Jucy sabe que a renovação deve ser a tônica na seleção, mas sem deixar de lado a experiência de algumas peças, numa mescla que possa garantir sucesso. Contra si, além do tempo que ela insiste em desafiar, a exigência constante de esforço extra diante dos ataques e bloqueios mais altos no cenário internacional. Se a convocação não vier, segue a vida no clube. Já são sete temporadas no atual Rexona-Sesc – venceu seis Superligas com o time carioca (já havia ganhado uma com o Minas Tênis Clube) e deve permanecer. Parar não está em seus planos.

Vôlei entrou tarde em sua vida
Ser apontada como uma das principais centrais do País parece estranho para alguém com um minguado 1,84m e que descobriu o voleibol tão tarde. Tinha 18 anos quando, em 1999, começou no Usipa, clube de Ipatinga (MG), a pouco mais de 100 quilômetros de João Monlevade, onde vivia com os pais, que moram lá até hoje. “Eu brincava de vôlei na escola, gostava, mas não pensava em ser jogadora. Até que alguém me viu e fui parar no Usipa, achavam que eu tinha que ser central”, conta a atleta.

Zé Roberto chama nove jogadoras em sua 1ª convocação pós-Olimpíada

Em 2000 foi para o Macaé. Chamou a atenção do Minas Tênis Clube e no ano seguinte seguiu para a tradicional equipe de Belo Horizonte – um timaço onde jogavam, entre outras, Fofão, Cristina Pirv, Ângela Moraes, Érika, Elisângela e Ana Maria Volponi, além das juvenis Fabiana e Sheilla, sob o comando do treinador Antônio Rizola. Ganharam a Superliga derrotando o BCN Osasco de José Roberto Guimarães na final.

Ângela Moraes lidera volta olímpica em 2002 no Mineirinho: ídolo de Juciely (foto: CBV)

Pouco experiente, estando apenas na sua terceira temporada na modalidade, treinava mais do que jogava. Encontrou naquele time, na época MRV Minas, seu grande ídolo no vôlei: a central Ângela Moraes, de 1,81m. “Eu parava só para ficar olhando ela treinar. A Ângela me influenciou de todas as formas, eu ficava tentando fazer tudo igualzinho a ela, que atacava uma china linda, incrível na velocidade de perna e de braço. Ela tinha também uma bola de dois tempos que era única: ela quicava no tempo frente e atacava uma chutada. Essa eu tentei fazer muitas vezes e nunca consegui”, conta Juciely.

Oposta?
No segundo ano no MRV Minas não jogou, apenas treinava. “Queriam me transformar em oposta, diziam que eu era baixa demais para ser meio de rede, mas eu não levava jeito para atacar na saída. Tenho todos os cacoetes de atacante de meio, tinha que ser central, apesar de pequena”. A baixa estatura é compensada com velocidade e impulsão. Aliás, a jogadora do Rexona-Sesc diz que não sabe o quanto salta. “Não sei qual é a minha impulsão ou o meu alcance, mas sei que salto bastante”. Os dados no site da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) estão longe da realidade.

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Passou uma temporada em Osasco, depois foram duas no Brasil Telecom, de Brasília. Voltou ao Minas para mais um ano. Então, no período seguinte, 2008/2009, novamente no Brasil Telecom, desta vez em Brusque (SC), ela acredita que explodiu de vez. “A partir daquela temporada em Brusque, comecei a jogar bem mesmo”. A equipe contava com jogadoras como Fabíola e Elisângela. Ao lado de Nati Martins, atualmente no Vôlei Nestlé, Juciely formava a dupla de centrais titulares.

Com o troféu da Superliga 2016/2017 (foto: Guilherme Cirino/Instagram @guilhermectx)

Despertando o interesse de Bernardinho
O Brasil Telecom quase foi responsável por uma das maiores zebras da história da Superliga. Após eliminar o Pinheiros nas quartas de final, o time de Brusque encarou simplesmente na série melhor de três partidas da semifinal a equipe de Bernardinho, na época Rexona-Ades. O primeiro jogo, em Santa Catarina, foi vencido pelo Brasil Telecom por 3-2. No seguinte, em pleno Tijuca Tênis Clube, no Rio, a equipe visitante abriu 2-0, para desespero do técnico multicampeão. O Rexona viraria a partida e venceria o jogo seguinte, mas o adversário impôs respeito. Jucy chamou tanto a atenção que recebeu um convite de Bernardinho para jogar no Rio de Janeiro.

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“Minha pontuação no ranking das atletas não me ajudou e eu não me encaixava no Rexona. Fui jogar na temporada seguinte no São Caetano/Blausiegel, que tinha também a Fofão, a Sheilla, a Mari”, recorda a central.

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Porém, no período 2010/2011, finalmente pôde jogar no Rexona. “Aquele time patrocinado pela Blausiegel acabou e fomos Sheilla, Mari e eu jogar no Rio, treinadas pelo Bernardinho”. Começava para Juciely uma história que segue até hoje. Várias atletas entraram e saíram da equipe, mas a meio de rede mineira segue firme.

Recebendo prêmio de melhor central no GP 2015 (foto: FIVB)

Primeira convocação e cortes
Após sua temporada inicial no Rexona, veio também sua primeira convocação para a seleção adulta – jamais havia sido chamada nas categorias de base. “Com o Bernardo cresci a ponto de me tornar uma atleta da seleção brasileira. O Zé Roberto apontou muitos caminhos, me deu soluções quando comecei a disputar jogos internacionais, onde a realidade é completamente diferente. São grandes técnicos”, elogia Jucy, sem esquecer de afagar os dois.

Dos cortes sofridos na seleção, ela fala com resignação. “É algo doloroso, é um sonho que fica para trás, mas é um risco com o qual o atleta convive”.

Ficar fora da Olimpíada de Londres, em 2012, “doeu demais”, admite a atleta, que no entanto ressalta: “Apesar de ter sofrido, tinha consciência que a Adenízia estava melhor, ela vinha jogando muito bem”. O corte da lista de jogadoras que foi ao Mundial 2014 era esperado, pois Juciely sofria com uma lesão no joelho esquerdo.

Alegria e tristeza na Rio 2016
A participação na Rio 2016, apesar do desfecho triste, com a queda diante da China nas quartas de final, é lembrada com carinho por ser a única em Jogos Olímpicos. “Quando você entra na vila olímpica, percebe que aquele sonho se realizou”. A presença dos pais e dos amigos no Maracanãzinho foi extremamente importante para ela.

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Questionada se a chave muito tranquila da primeira fase na Olimpíada havia preparado suficientemente o time para o duelo nas quartas, ela rebate: “Tínhamos consciência de que o mata-mata seria muito difícil. A (ponteira) Ting Zhu saiu do passe no segundo set, a (técnica) Lang Ping fez umas mudanças e a gente não conseguiu mais acompanhar o ritmo delas”.

Juciely comemora um ponto durante a Rio 2016 (foto: FIVB)

Saque perdido
A central fica com a voz embargada quando relembra o saque desperdiçado no final do tie break diante da China. O Brasil perdia por 11-12 das orientais e Juciely, no serviço, buscou uma paralela, mas a bola foi para fora – a oposta Sheilla Castro erraria outro no rodízio seguinte.

“O meu erro ainda me revolta. Como pude errar aquele saque? Não dormi aquela noite, chorei muito. Nos dias seguintes, sempre que alguém me abordava, falando do jogo, eu caía no choro. Fui pro interior do Rio, um lugar onde ninguém me conhecia, depois fui pra Minas, ficar com meus pais. Nós todas (jogadoras) procuramos respostas para aquela derrota contra a China e não temos. As chinesas jogaram demais”, afirma Jucy.

Mundial de Clubes
O foco agora é o Mundial de Clubes, de 9 a 14 de maio, em Kobe, no Japão. A chave, com o VakifBank da Turquia e o Dínamo Moscou, é complicada, mas ela se mantém otimista, mesmo sabendo o quanto é difícil enfrentar bloqueios mais elevados ou tentar conter atacantes mais altas. “É outro nível, muito puxado, tenho que me desdobrar. No Grand Prix 2015 ganhei o prêmio de melhor central e fiquei me perguntando como poderia ter sido a melhor no meio de tanta mulher alta”. Às vezes não é preciso ser alta para ser grande.

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