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Saque faz a diferença e Minas perde para o Vakifbank na final do Mundial

Carolina Canossa

09/12/2018 11h51

Apoiada pela torcida local, Ting Zhu teve atuação decisiva pelo Vakifbank (Foto: Divulgação/FIVB)

Depois da histórica vitória sobre o Eczacibasi na semifinal do Mundial de clubes femininos de vôlei, o Minas Tênis Clube sabia que teria outro enorme desafio na decisão contra outra equipe turca, o Vakifbank Istambul. Desta vez, porém, não foi possível superar o favoritismo rival: com uma ótima atuação, a equipe comandada por Giovanni Guidetti bateu as brasileiras por 3 sets a 0, parciais de 25-23, 25-21 e 25-19, em partida disputada na cidade chinesa de Shaoxing.

O placar apertado do primeiro set mostrou que a vitória mineira até era possível, mas seria necessário jogar em alto nível constantemente em todos os fundamentos. Só que isso não aconteceu, especialmente no saque: com um serviço fraco, o Minas permitiu à levantadora Cansu Ozbay aproveitar o potencial de sua principal atacante, a chinesa Ting Zhu (21 pontos), para delírio da torcida local. Destaque também para a americana Kelsey Robinson, que não só fez um ótimo trabalho na recepção com a líbero Orge como ainda marcou 13 pontos.

Do outro lado da rede, Macris, que vinha fazendo um ótimo Mundial, sofreu com a inconstância do passe de suas companheiras de equipe, como a líbero Leia e a ponteira Natália. A inconstância, aliás, foi a marca das duas ponteiras da equipe: depois de um primeiro set sensacional, com nove pontos, Gabi passou a ter dificuldades com o novo acerto da marcação do Vakifbank e marcou apenas outros sete pontos nas parciais seguintes. Já Natália, que foi colocar sua primeira bola no chão no 9-9 do segundo set, terminou com nove.

Ficou ainda evidente a falta de um banco de reservas à altura do time titular do Minas, fator que de importância fundamental quando é necessário mudar os rumos de uma partida. Apesar disso, as comandadas do técnico italiano Stefano Lavarini deixam a China com um saldo positivo, uma vez que igualaram o melhor resultado da história do clube, o vice-mundial em 1992. Houve ainda o aparecimento de uma jogadora de potencial, a central Mayany, que, com 22 anos recém-completados, mostrou personalidade quando substituiu Mara e conseguiu bloqueios importantes sobre algumas das principais jogadoras do mundo.

O Vakifbank, por sua vez, segue uma história de sucesso e alcançou seu terceiro título mundial, curiosamente todos em cima de brasileiros (em 2013 e 2017, as vitórias haviam sido sobre o Rio de Janeiro, atual Sesc-RJ, ambas também por 3 a 0). Comandado pela espetacular Zhu, a equipe vem justificando o alto investimento com uma série de títulos: além dos Mundiais, foram conquistados, somente nesta década, quatro Europeus (2011, 2013, 2017 e 2018), quatro Campeonatos Turcos (2013, 2014, 2016 e 2018) e três Copas da Turquia (2013, 2014 e 2018).

Mais cedo, outra equipe brasileira também entrou em quadra na disputa por uma medalha no Mundial, o Dentil/Praia Clube. Mas, assim como aconteceu com o seu rival regional, as atuais campeãs da Superliga foram derrotadas por uma equipe turca, o Eczacibasi. As parciais foram de 25-16, 25-18 e 25-19.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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