Destinee Hooker – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em grande jogo, Praia peca nos detalhes e perde a segunda no Mundial http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/05/em-grande-jogo-praia-peca-nos-detalhes-e-perde-a-segunda-no-mundial/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/05/em-grande-jogo-praia-peca-nos-detalhes-e-perde-a-segunda-no-mundial/#respond Thu, 05 Dec 2019 14:36:35 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19299

Nesta quinta-feira (5), o Praia Clube voltou a perder no Mundial de Clubes (Fotos: Divulgação/FIVB)

Foi um grande duelo. O primeiro set contra o chinês Tianjin deu a impressão de que o Dentil Praia Clube construiria uma história diferente daquela escrita pelo compatriota e rival regional Itambé Minas no Mundial de Clubes feminino. Contudo, mesmo sem a estrela Ting Zhu, que sentiu uma lesão no punho e deixou a quadra na terceira parcial, o time asiático impediu a primeira vitória do time brasileiro na competição.

Para tanto, se valeu da eficiência da ótima Yingying Li, uma jovem ponteira em ascensão, que ajudou a equipe a superar o Praia de virada no tie-break (parciais de 25-21, 25-19, 22-25, 16-25 e 16-14) na manhã desta quinta-feira (5), no Centro Olímpico de Shaoxing (China).

Com o segundo resultado negativo, a equipe mineira acabou eliminada do Mundial, já que o seu próximo adversário, o italiano Novara, já está garantido nas semifinais, com dois triunfos – sobre o mesmo Tianjin e o VakifBank. Já a equipe chinesa ainda tem chances de classificação.

O time de Paulo Coco fez uma primeira parcial muito boa, jogando de igual para igual contra o Tianjin. Com volume e aproveitamento satisfatório nos contra-ataques, a equipe mostrou evolução também na virada de bola, fundamento em que ficou muito aquém no confronto de estreia contra o turco VakifBank. Destaque para a dominicana Martínez, improvisada na entrada, e para a norte-americana Fawcett.

Lesionada, Zhu deixou a partida no final do terceiro set

Contudo, algumas escolhas equivocadas da levantadora Claudinha e os erros cometidos pela equipe na reta final do set favoreceram o adversário que ainda contou com o excelente trabalho de Ting Zhu tanto no ataque quanto no bloqueio (a estrela chinesa marcou 9 pontos somente nesta parcial, mostrando serviço no ataque, no bloqueio, no passe e na defesa).

Mas o jogo do Praia começou a desandar a partir da segunda etapa. Além de continuar falhando em momentos decisivos, a equipe apresentou um baixo aproveitamento no bloqueio. Mais desatento no sistema defensivo, o conjunto uberlandense não resistiu por muito tempo. Já adversário, com o seu habitual volume, jogou solto e sem pressão em casa.

Vale ressaltar, ainda, a eficiência do bloqueio chinês, do ataque e o saque que castigou a linha de passe brasileira, impedindo uma distribuição equilibrada da levantadora Claudinha. Já o serviço praiano, por outro lado, se mostrou inofensivo e pouco incomodou a recepção rival.

As comandadas de Paulo Coco reagiram e ganharam a primeira parcial no Mundial a partir da retomada do bom nível mostrado no começo do duelo. Mais ligado no sistema defensivo e com inspirado desempenho de Martinez e Fawcett no sideout – vale pontuar, ainda, o crescimento da ponteira Fernanda Garay -, a equipe passou a errar menos e sacar melhor.

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Contudo, é importante mencionar que a saída da ponta Ting Zhu na reta final do set acabou sendo determinante também para a queda de rendimento do adversário de modo geral, uma vez que a campeã olímpica estava desequilibrando a partida em todos os fundamentos.

Assim, com Ting Zhu fora, o Tianjin ficou mais frágil (somente no ataque, a queda foi expressiva, com o rival vencendo por 15 a 8). Sem ter nada com isso, o time mineiro melhorou significativamente e manteve o padrão da parcial anterior. Quanto colocado no Mundial passado, o grupo ainda cresceu no bloqueio, amortecendo a maioria das bolas do ataque adversário. A linha de passe também esteve menos vulnerável e mais organizada.

As equipes seguiram trocando pontos no tie-break. Instável no ataque, a norte-americana Destinee Hooker também acabou substituída no começo do set decisivo. O Praia, entretanto, não conseguiu aproveitar as oportunidades que teve no sideout, e acabou pecando nos detalhes, permitiu a virada chinesa. A reviravolta na partida também passou pelo rendimento da jovem ponteira Li, de 19 anos, que assumiu a responsabilidade e virou bolas muito importantes na reta final.

Braylein Martinez foi a maior pontuadora do jogo com 24 pontos, seguida por Fernanda Garay, que fez 20. Fawcett marcou 16. No lado chinês, Li, Zhu e Hooker marcaram 23, 19 e 17 vezes, respectivamente.

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Macris, sobre a seleção: “Me firmar será uma consequência desse trabalho” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/04/08/macris-sobre-a-selecao-me-firmar-sera-uma-consequencia-desse-trabalho/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/04/08/macris-sobre-a-selecao-me-firmar-sera-uma-consequencia-desse-trabalho/#respond Mon, 08 Apr 2019 09:00:39 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16387

Cinco vezes eleita a melhor levantadora da Superliga, Macris acredita que sua afirmação na seleção brasileira será consequência do trabalho que vem fazendo (Foto: Orlando Bento/MTC)

Muito se comenta sobre a ótima fase vivida pelo Itambé Minas. Afinal, o tradicional clube de Belo Horizonte vem empilhando títulos ao longo da temporada. E, como se não bastasse, a equipe, apontada por muitos como aquela que joga o melhor voleibol feminino na atualidade, segue firme no propósito de levantar a taça da Superliga pela terceira vez.

Uma das grandes responsáveis por todo esse sucesso é justamente a levantadora Macris, eleita a melhor jogadora em quadra no triunfo do time em casa contra o Osasco Audax no primeiro jogo da semi.

Para a armadora, apesar de fundamental, a vitória diante do adversário na abertura da série melhor-de-três não é garantia de nada. A épica virada da equipe de Luizomar de Moura sobre o Hinode Barueri nas quartas de final do torneio, serve de alerta sobre aquilo que o rival é capaz de fazer, ainda mais jogando no José Liberatti, em Osasco (SP), local do segundo confronto da semi, nesta segunda-feira (8).

“Com certeza a primeira vitória foi muito importante, mas sabemos pelo histórico não só dos playoffs, mas também dos jogos que tivemos contra Osasco, que vai ser difícil. Nosso técnico [Stefano Lavarini] falou sobre o quanto elas dão esse bom exemplo, de lutar pelo jogo independente do que estiver acontecendo, dessa força de reação delas”, avisa a levantadora.

Segundo Macris, é preciso cautela e preparo para enfrentar as dificuldades que poderão aparecer na casa do rival. “Sabendo que elas têm essa capacidade, ainda mais jogando em casa, diante da torcida que sempre empurra o time, nós entendemos as dificuldades que podem surgir e precisamos saber bem o que deve ser feito para não deixar o jogo ‘incendiar'”.

Apesar de ter feito a melhor campanha do campeonato na fase classificatória e continuar como um dos favoritos ao título, ao lado do adversário regional Dentil Praia Clube, o Minas tem oscilado na recepção e vem cometendo erros bobos em alguns jogos. Para a jogadora, no entanto, o mais importante é não permitir que estas falhas se avolumem e determinem negativamente os rumos da equipe na competição.

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“(…) A gente sabe da importância de ter aprendido com os erros e oscilações durante o torneio. Agora tudo tem que ser colocado em prática da melhor maneira possível. Não somos máquinas e temos a possibilidade de cometer falhas, erros, mas quanto mais a gente puder minimizar isso, mais fácil será nossa caminhada nessa fase decisiva”, analisa a atleta que passou por São Bernardo, Pinheiros e Brasília antes de chegar ao Minas, onde está em sua segunda temporada.

Com cinco prêmios de melhor levantadora da competição no currículo, Macris vem sendo novamente elogiada como a principal jogadora de sua posição nesta 25ª edição da Superliga.

“Eu sempre busco a evolução a cada temporada. É uma maneira de me fortalecer como atleta e pessoa. E tento estar o mais preparada possível para as oportunidades que aparecerem. Apesar desse crescimento ao longo das temporadas, nesse ano ficou mais evidente principalmente por conta dos bons resultados, e o que o grupo pôde apresentar e me proporcionar. Sempre foco no presente e nos passos seguintes que estou fazendo para crescer”, comenta.

Diante de tal performance, muitos fãs torcem para que a talentosa levantadora seja convocada pelo técnico Zé Roberto Guimarães e possa ter mais espaço para se firmar na seleção brasileira. Concentrada, a jogadora, que acaba de renovar seu contrato com o Minas por mais um temporada, acredita que um lugar na seleção será resultado do trabalho que vem realizando.

“Nesse momento, meu foco está no próximo jogo, para tentar chegar à final da Superliga. Sobre a seleção, sempre vou dar meu melhor, ficando preparada para contribuir da melhor maneira. Me firmar será uma consequência desse trabalho”, conclui.

Minas e Osasco Audax voltam a se enfrentar nesta segunda-feira (8), às 21h30, no José Liberatti, em Osasco. Mais cedo, às 19h, o Dentil Praia Clube receberá, em Uberlândia, o Sesi Bauru, buscando também vencer para encerrar a série e chegar à grande decisão pela segunda vez consecutiva.

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Praia Clube mina ataque de Bauru e Minas oscila na estreia das semifinais http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/04/02/praia-clube-mina-ataque-de-bauru-e-minas-oscila-na-estreia-das-semifinais/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/04/02/praia-clube-mina-ataque-de-bauru-e-minas-oscila-na-estreia-das-semifinais/#respond Tue, 02 Apr 2019 09:00:19 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16338

Praia Clube fez um de seus melhores jogos na temporada diante do Sesi Bauru (Foto: Marcelo Ferrazolli/Sesi Bauru)

Confirmando as expectativas, Itambé Minas e Dentil Praia Clube saíram na frente rumo à grande final da Superliga feminina de vôlei. No primeiro duelo da semi, nesta segunda-feira (1), o Sesi Bauru foi facilmente superado pelo campeão da competição por 3 sets a 0 (15-25, 15-25 e 20-25). A equipe minastenista também derrotou o rival Osasco Audax por 3 a 1 (24-26, 25-15, 25-17 e 25-13), mas enfrentou dificuldades.

Em busca do bicampeonato na competição, o Praia Clube foi até o ginásio Panela de Pressão, em Bauru (SP), e fez uma de suas melhores partidas na temporada, mostrando todas as suas credenciais no primeiro jogo da série. Em sua quarta participação consecutiva nas semifinais da Superliga, o time de Paulo Coco dominou o rival do início ao fim, investindo em um serviço forçado que desmontou completamente a recepção do campeão paulista.

Com isso, após ter apresentado evolução no último confronto das quartas de final, a linha de passe bauruense voltou a mostrar vulnerabilidade. Para se ter uma ideia, o Praia Clube fez 11 aces no jogo.

Dessa forma, sem o passe nas mãos, a levantadora Fabíola teve enorme dificuldade para armar suas jogadas, recorrendo às bolas altas nas pontas. Aliás, bastante concentrado e equilibrado taticamente, o time mineiro anulou as ações ofensivas do rival com um bloqueio ajustado que, quando não se convertia em pontos diretos, amortecia diversas bolas, gerando contra-ataques importantes.

É necessário enfatizar a performance do ataque praiano (foram 60 pontos contra 36 das rivais), sobretudo com a oposta Nicole Fawcett, que terminou o jogo como a maior pontuadora, com 18 acertos. Também se sobressaíram no confronto as ponteiras Fernanda Garay e Michelle, além das centrais Fabiana e Carol.

As anfitriãs, por outro lado, sentiram a pressão da estreia em uma inédita fase semifinal diante das atuais campeãs do torneio e tiveram um desempenho aquém do que já apresentaram. A ponteira improvisada Tifanny – destaque no ataque de Bauru no último jogo das quartas – foi muito bem marcada pelo eficiente bloqueio mineiro e acabou tendo uma atuação apagada.

Além disso, Tifanny cometeu falhas técnicas importantes tanto no passe quanto no ataque, terminando o jogo com 8 pontos marcados. A oposta italiana Valentina Diouf, outra referência ofensiva de Bauru, também teve um desempenho ruim, colocando apenas 6 bolas no chão.

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Apesar do ótimo desempenho no primeiro jogo, a passadora praiana Michelle fez questão de frisar que espera um jogo difícil na próxima segunda-feira (8), em Uberlândia (MG).

“Nossa equipe está de parabéns porque cumpriu tudo o que foi pedido pelo Paulinho. Nosso sistema de bloqueio e defesa funcionou e o saque entrou durante a partida. O jogo aqui foi muito difícil. Queremos fazer uma grande partida em Uberlândia, mas sabemos que não tem nada definido. Vamos continuar estudando a equipe delas porque será ainda mais complicado na próxima segunda-feira”, analisou Michelle.

A central Valquíria, do Sesi Bauru, reconheceu as dificuldades diante do Praia Clube. “Realmente não conseguimos desenvolver nosso melhor jogo. Agora a gente tem uma semana para analisar o que não deu certo e corrigir os erros para chegar bem na segunda partida”, colocou.

Na abertura da fase semifinal, Minas sofreu no primeiro set, mas virou o jogo e superou Osasco (Foto: Orlando Bento/MTC)

Pela outra chave, Itambé Minas e Osasco Audax, dois dos mais tradicionais clubes brasileiros, iniciaram a disputa na série, buscando reviver momentos áureos. O time de Belo Horizonte não chega à decisão da Superliga desde 2004, quando perdeu o título justamente para o adversário desta semifinal.

Com 7 participações em finais da competição (incluindo a extinta Liga Nacional), a equipe mineira conquistou 2 títulos. O time paulista, por outro lado, chegou 14 vezes à decisão e levantou a taça em 5 oportunidades.

No entanto, apesar da tradição, Minas e Osasco atravessam momentos distintos na temporada. Com grande aporte financeiro, as mineiras chegaram às semifinais sem passar por grandes contratempos, desfrutando do status de favoritas ao título. As paulistas, em oposição, enfrentaram dificuldades com a perda de patrocinadores importantes e, entre altos e baixos, sofreram para conquistar a vaga nos playoffs.

Assim, no duelo das “camisas pesadas”, em Belo Horizonte (MG), as donas da casa levaram a melhor. Vale ressaltar, entretanto, que apesar do resultado positivo e dos placares elásticos a partir da segunda parcial, a equipe minastenista apresentou falhas, sobretudo no primeiro set, que deixaram a torcida apreensiva na Arena Minas.

Em um começo bastante agressivo, Osasco equilibrou a partida e jogou de igual para igual com as vice-campeãs mundiais, utilizando um sistema defensivo eficiente e uma estratégia de saque que pressionou e expôs a recepção mineira em diversos momentos. A ponteira Natália, por exemplo, que se sobressaiu positivamente no ataque, com 15 acertos, cometeu várias falhas no passe.

A partir do segundo set, contudo, o jogo mudou totalmente. O conjunto osasquense não manteve o mesmo nível de atuação e concentração, e permitiu que o time da casa deslanchasse. Acuadas, as paulistas começaram a cometer erros na recepção e no ataque, facilitando o trabalho do adversário que passou a demonstrar agressividade e confiança em todas as ações.

A superioridade mineira se refletiu em todos os fundamentos (somente no ataque foram 59 pontos das anfitriãs contra 39 das visitantes). A oposta Destinee Hooker e a meio de rede Walewska, referências ofensivas de Osasco nas quartas de final, anotaram apenas 12 e 8 pontos na partida, respectivamente.

Pelo lado vencedor, todas as atacantes foram bastante acionadas pela levantadora Macris, que teve novamente ótimo desempenho. Entre os destaques, as ponteiras Gabi, maior pontuadora do confronto, com 17 acertos, e Natália, além das centrais Mara e Carol Gattaz. Para a armadora minastenista, o “susto” no primeiro set deve servir de alerta no decorrer da série.

“Foi um começo muito bom, mas temos que manter a atenção porque a série é longa. Agora precisamos descansar e seguir treinando forte porque sabemos do poder de reação do Osasco. É hora de seguirmos concentradas e focadas no nosso jogo”, destacou Macris.

A meio de rede Walewska analisou as falhas da equipe paulista e convocou a torcida para lotar o José Liberatti na próxima segunda-feira (8).

“Não conseguimos jogar bem taticamente, com falhas de saque, bloqueio e defesa. A nossa defesa tem que funcionar. O Minas é um time que joga com muita velocidade. Mas agora vamos jogar em casa e convoco toda a torcida de Osasco para lotar o ginásio e nos ajudar a buscar essa vitória dentro de casa”, disse.

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Semifinais da Superliga feminina começam com favoritismo dos mineiros http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/04/01/semifinais-da-superliga-feminina-comecam-com-favoritismo-dos-mineiros/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/04/01/semifinais-da-superliga-feminina-comecam-com-favoritismo-dos-mineiros/#respond Mon, 01 Apr 2019 09:00:33 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16323

Atual campeão, Praia Clube terá que superar o forte ataque bauruense para chegar à final (Foto: Divulgação/Dentil Praia Clube)

Sem a presença de Bernardinho e José Roberto Guimarães, considerados os dois mais importantes treinadores do Brasil, a fase semifinal da Superliga feminina de vôlei terá início nesta segunda-feira (1). Sem dúvida, o que se desenha é um cenário com uma nova configuração de forças.

Entretanto, apesar da (surpreendente para alguns, verossímil para outros) ausência do multicampeão Sesc-RJ entre os quatro semifinalistas, Itambé Minas e Dentil Praia Clube confirmam o favoritismo de toda a temporada e chegam à reta final como os grandes candidatos ao título do campeonato. O Saída de Rede fez uma análise dos duelos definidos, colocando quais são as possibilidades dos adversários diante dos mineiros na série que será decidida em melhor de três partidas.

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Praia Clube x Sesi Bauru

Não há dúvida de que a equipe do interior paulista chega com a moral elevada à semifinal do principal torneio do país. Isto porque o Sesi Bauru foi o responsável pela eliminação do poderoso Sesc-RJ nas quartas de final em pleno Ginásio do Tijuca, no Rio. Obviamente, o instável time carioca fez uma campanha muito abaixo do esperado, com um rendimento muito ruim tanto no passe quanto no ataque.

Contudo, a fragilidade do adversário não diminui o feito do conjunto bauruense liderado por Anderson Rodrigues. Afinal, o treinador conseguiu arrumar a sua vulnerável linha passe com a ponteira Vanessa Janke e a líbero Tássia, liberando a passadora improvisada Tifanny para comandar as ações ofensivas ao lado da oposta italiana Diouf.

Assim, com duas atacantes de força na rede e a levantadora Fabíola em grande fase, a equipe paulista tem potencial para incomodar o atual campeão Praia Clube. Um complicador para Bauru poderá ser a marcação ajustada que certamente o time de Uberlândia fará sobre Tifanny, que precisará variar seus golpes para não se tornar uma presa fácil diante do pesado bloqueio adversário. Para se ter uma ideia da capacidade das mineiras no fundamento, a meio de rede Carol aparece nas estatísticas como a melhor bloqueadora da competição.

O retrospecto na temporada, no entanto, é bastante favorável à equipe de Paulo Coco. Nos três encontros – as duas partidas na fase classificatória e a semifinal da Copa Brasil -, melhor para o Praia Clube, que venceu todos, cedendo três sets ao rival. Além disso, enquanto as paulistas precisaram de três jogos para ganhar a série de quartas de final, se apresentando mal, inclusive, no segundo duelo contra o Sesc, as mineiras “passearam” nos dois confrontos diante de um inofensivo Fluminense.

Vale ressaltar, ainda, que a armadora norte-americana Carli Lloyd dá sinais de que melhora cada vez mais o entrosamento com suas centrais Fabiana e Carol, o que pode ser fundamental para incrementar o poderio de ataque de Uberlândia, que já conta com a oposta Fawcett e a ponteira Fernanda Garay. Por outro lado, a levantadora Fabíola, melhor sacadora do torneio, terá a chance de explorar a recepção aurinegra, que continua demonstrando instabilidade em alguns momentos.

Confrontos:

Segunda-feira (1), às 19h, no ginásio Panela de Pressão, em Bauru (SP) – SPORTV2

Segunda-feira (8), às 19h, no Praia Clube, em Uberlândia (MG) – SPORTV2

Se necessário, o terceiro jogo será na quinta-feira (11), às 20h30, no Praia Clube, em Uberlândia (MG) – SPORTV2

Equipe minastenista terá pela frente um rival que chega embalado e confiante à semifinal do campeonato (Foto: Orlando Bento/MTC)

Itambé Minas x Osasco Audax

Assim como o Sesi Bauru, o tradicional Osasco Audax também sofreu para avançar às semifinais. Após protagonizarem uma virada inesquecível na segunda partida da série de quartas de final, as comandadas de Luizomar de Moura conquistaram a vaga pelo 18º ano seguido, derrotando Hinode Barueri com autoridade.

Para tanto, o time contou com a força da sua camisa e de sua apaixonada torcida. Dentro da quadra, mesmo com uma linha de passe que inspira cuidados, se valeu de uma grande atuação da oposta norte-americana Destinee Hooker, que hoje aparece nas estatísticas como a segunda maior pontuadora do campeonato, com 385 bolas no chão. A jogadora, que retornou ao clube onde foi campeã na temporada 2011/2012, teve um desempenho apenas regular na fase classificatória.

No entanto, assim como todo o grupo, Hooker cresceu muito no momento mais importante do torneio. Somente na última partida das quartas contra Barueri, a atacante pontuou 34 vezes. Outra peça fundamental na engrenagem ofensiva de Osasco é a experiente meio de rede Walewska, responsável por 19 pontos na primeira rodada dos playoffs. Por isso, o crescimento da equipe paulista e a confiança adquirida com os resultados podem dificultar a vida do favorito Minas na série.

Se analisarmos, contudo, o retrospecto dos confrontos entre mineiras e paulistas na fase classificatória, notaremos que a vantagem é da equipe de Belo Horizonte. O time de Stefano Lavarini perdeu apenas um set para Osasco. Com uma campanha impecável ao longo da temporada, o atual campeão mineiro, sul-americano e da Copa Brasil, além de vice-campeão mundial, conta com a habilidade da levantadora Macris e a artilharia pesada no ataque das ponteiras, Natália e Gabi, da oposta Bruna Honório (5ª maior pontuadora da competição, com 323 acertos) e das centrais Carol Gattaz e Mara.

Mas, um aspecto merece atenção: diante do valente Curitiba, a equipe minastenista sofreu bastante no primeiro jogo de quartas de final. Oscilando muito na recepção, no ataque e cometendo erros em excesso, o time mostrou que tem deficiências que podem ser exploradas pelos rivais.

Confrontos:

Segunda-feira (1), às 21h30, na Arena Minas, em Belo Horizonte (MG) – SPORTV2

Segunda-feira (8), às 21h30, no José Liberatti, em Osasco (SP) – SPORTV2

Se necessário, o terceiro jogo será na sexta-feira (12), às 21h30, na Arena Minas, em Belo Horizonte (MG) – SPORTV2

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Paula Pequeno, após virada histórica sobre Barueri: “agora é coração puro” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/23/paula-pequeno-apos-virada-historica-sobre-barueri-agora-e-coracao-puro/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/23/paula-pequeno-apos-virada-historica-sobre-barueri-agora-e-coracao-puro/#respond Sat, 23 Mar 2019 09:00:42 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16235

Paula Pequeno se emociona ao receber o Viva Vôlei das mãos de Hooker (Fotos: João Pires/Fotojump)

A segunda rodada das quartas de final da Superliga feminina reservou para os amantes do vôlei uma partida de tirar o fôlego que, sem dúvida, já entrou para a história da competição. O que se viu no Ginásio José Liberatti, em Osasco (SP), na noite desta sexta-feira (22), foi uma virada épica das donas da casa diante do rival local Hinode Barueri.

Após perder o primeiro set por inacreditáveis 20 pontos de diferença, o tradicional Osasco Audax, capitaneado pela força da sua combativa torcida, virou o jogo e derrotou Barueri por 3 sets a 2, com parciais de 5-25, 17-25, 25-22, 25-20 e 15-11.

Mesmo antes do início, o confronto já significava tudo ou nada para as comandadas de Luizomar de Moura. A equipe precisava da vitória para forçar a terceira partida das quartas de final, uma vez que Barueri detinha a vantagem por ter derrotado o rival na última terça-feira na primeira batalha da série de três. Assim, o massacre da primeira parcial e a queda no set seguinte acabaram dando contornos ainda mais dramáticos ao jogo, deixando o pentacampeão Osasco à beira da eliminação.

Para a bicampeã olímpica Paula Pequeno, uma das protagonistas da equipe na virada, a força mental e a capacidade de superação foram determinantes para o triunfo.

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“A gente começou a noite de uma maneira muito atípica, né? O primeiro set realmente aconteceu de uma maneira que a gente não esperava, mas eu dizia para as minhas companheiras que a gente precisava esquecer. Mas aí perdemos o segundo novamente. Só que enquanto não acaba o resultado não está definido. O que eu mais pedia era que a gente se conectasse e acreditasse. Nós passamos por isso no Paulista. Então eu falava para que a gente trouxesse isso à memória para sair daquela situação”, comentou a ponteira, que substituiu a peruana Angela Leyva, dando mais estabilidade e segurança à linha de passe osasquense.

Segundo a atacante, nesta fase da competição, mais relevante do que qualquer planejamento tático ou técnico será este espírito de luta que a equipe precisará ter para alcançar a classificação para as semifinais.

“Eu acredito que daqui para frente é sangue circulando muito quente na veia. É um momento de tensão. Porém, é o melhor momento do campeonato. É a hora da decisão onde o estômago embrulha e a adrenalina vai lá em cima. É um momento em que o espírito vai ajudar muito. A parte técnica e tática já foi se aperfeiçoando ao longo da competição. Agora é coração puro, controle emocional para os momentos difíceis, muita energia, raça e entrega”, destacou a jogadora.

Para a oposta norte-americana Destinee Hooker, maior pontuadora do confronto, com 25 acertos, o nervosismo foi o grande adversário de Osasco no começo da partida, mas a entrada de Paula Pequeno deu novo ânimo ao time.

Time terá a batalha decisiva contra Barueri na próxima terça-feira (26)

“Eu acho que no começo a equipe estava muito nervosa com a possibilidade de ser eliminada em casa, uma situação que a gente não tinha vivido antes. Mas a Paula, quando entrou, mudou completamente o ritmo do jogo. A energia dela contagiou todo o time e fez com que a gente revertesse a situação”, mencionou a oposta, que entregou o seu troféu Viva Vôlei para a companheira, acrescentando que a ponteira fez toda a diferença para o êxito do grupo.

Osasco já havia superado duas vezes o time de José Roberto Guimarães na fase classificatória. Nos playoffs, o desempate acontecerá na próxima terça-feira (26), no Ginásio José Correa, em Barueri. O vencedor enfrentará o já semifinalista Itambé Minas.

Segundo Luizomar de Moura, o confronto desta sexta-feira não poderia ter tido outro desfecho. “A gente não podia sair do Liberatti fazendo a última partida da temporada. Esse time só existe por causa dessa sinergia. Isso aqui é um exemplo para o esporte brasileiro. Uma cidade que tem o voleibol como a sua grande ferramenta de diversão. E a gente não poderia deixar um ginásio lotado como esse tão triste”, finalizou.

*Colaborou Janaina Faustino

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Em jogo de muitos erros, Hooker brilha e Osasco vence Sesc-RJ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/02/23/em-jogo-de-muitos-erros-hooker-brilha-e-osasco-vence-sesc-rj/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/02/23/em-jogo-de-muitos-erros-hooker-brilha-e-osasco-vence-sesc-rj/#respond Sat, 23 Feb 2019 03:18:48 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=15963

Em jogo tecnicamente abaixo do esperado, equipe de Osasco venceu o rival carioca (Foto:João Pires/Fotojump)

Sesc-RJ e Osasco Audax fizeram nesta sexta-feira (22), no Ginásio José Liberatti, em Osasco (SP), o grande clássico do vôlei feminino brasileiro. E, em jogo válido pela 8a rodada do returno da Superliga, a equipe da casa levou a melhor ao vencer as visitantes de virada por 3 sets a 2, com parciais de 25-23, 22-25, 21-25, 25-23 e 15-9.

É preciso mencionar, contudo, que a partida foi tecnicamente bem fraca e repleta de erros, não fazendo jus à história do clássico. As equipes não desfrutam mais do prestígio e do favoritismo de outros tempos, quando tinham poder econômico suficiente para montar times repletos de estrelas, mas contam com a experiência de seus técnicos e a força das torcidas para seguirem na luta pelas primeiras posições na tabela.

Assim, com o triunfo, o time de Osasco chegou aos 33 pontos, mas se manteve na quinta posição. Já o Sesc-RJ alcançou os 38, permanecendo na terceira colocação.

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As duas equipes cometeram vários erros de recepção e de ataque em um começo de partida tecnicamente fraco. As comandadas de Luizomar de Moura, contudo, levaram a melhor na tentativa de explorar a fragilidade da linha de passe adversária, sacando nas ponteiras Drussyla e Peña. Com isso, as falhas nas ações ofensivas e no sistema defensivo fizeram com que as anfitriãs abrissem 17 a 11 no placar.

As cariocas, entretanto, reagiram e encostaram no marcador, contando com boa participação da central Bia. Esta evolução, contudo, não foi necessária para frear o ímpeto do time de Osasco, que teve contribuição decisiva da oposta Hooker na reta final (maior pontuadora do set, com 7 acertos) para vencer a primeira parcial.

Oposta norte-americana foi a bola de segurança da levantadora Claudinha (Foto: Divulgação/Osasco)

O time de Bernardinho cresceu bastante no decorrer do confronto, chegando aos 18-10 no marcador. Com um saque mais efetivo e direcionado, foi a vez das visitantes testaram a recepção osasquense, que também falhou em momentos importantes, sobretudo com a ponteira Angela Leyva. Empurradas pela torcida, as donas da casa se recuperaram principalmente através do bloqueio, mas não conseguiram minar as ações ofensivas da equipe carioca para ganhar o segundo set.

Em um duelo repleto de altos e baixos, e erros em vários fundamentos por parte das duas equipes, Osasco começou mal o terceiro set, cedendo pontos em demasia ao arquirrival, além de ter desperdiçado contra-ataques. Pelo lado carioca, apesar de ter cometido mais falhas do que a equipe anfitriã na parcial (8 a 5) o time de Bernardinho se saiu melhor no sideout, o que favoreceu a virada no jogo.

Com mais volume de jogo, a equipe da casa construiu uma vantagem de 5 pontos (15 a 10). Destaque para a oposta Hooker, bola de segurança da armadora Claudinha, que assumiu a responsabilidade para pontuar em momentos cruciais do set. E a norte-americana, em grande atuação, foi a maior pontuadora do confronto, com 33 pontos. Osasco ainda se beneficiou das falhas do ataque e da recepção cariocas para levar o confronto para o tie-break.

As paulistas tiveram um início arrasador no set decisivo, abrindo 7 a 1. O sistema defensivo trabalhou bem – destaque para a líbero Camila Brait, que se sobressaiu em toda a partida -, subindo bolas que propiciaram contra-ataques bem aproveitados. Em oposição, o Sesc-RJ, completamente perdido em quadra, voltou a cometer erros em excesso (32 no total contra 20 do adversário), permitindo o triunfo de Osasco.

Além de Hooker, a ponteira Mari Paraíba e a central Walewska se sobressaíram, colocando 13 e 12 bolas no chão, respectivamente. Entre as cariocas, a meio de rede Bia foi a maior pontuadora, com 19 acertos. Monique, Juciely e Peña também colaboraram no ataque com 15 pontos cada.

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Recepção dá a tônica da vitória do Sesc-RJ no clássico contra Osasco http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/12/14/recepcao-da-a-tonica-da-vitoria-do-sesc-rj-no-classico-contra-osasco/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/12/14/recepcao-da-a-tonica-da-vitoria-do-sesc-rj-no-classico-contra-osasco/#respond Fri, 14 Dec 2018 23:38:21 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=15341

Time de Bernardinho demonstrou personalidade na partida contra o grande rival (Foto: Reprodução/Instagram Sesc-RJ)

Sem desfrutar do mesmo favoritismo e poderio financeiro de outras épocas, os tradicionais Sesc-RJ e Osasco Audax entraram em quadra nesta sexta-feira (14), no ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio, dispostos a buscar uma melhor posição na tabela e reverter a campanha irregular que ambas as equipes têm feito neste início de Superliga. Em uma competição que tem se mostrado extremamente equilibrada, os times de Bernardinho e Luizomar de Moura iniciaram o confronto ocupando a quarta e a sexta colocações, respectivamente, na classificação geral. Entretanto, o Sesc se deu melhor em um dos maiores clássicos do voleibol feminino brasileiro, derrotando categoricamente Osasco por 3 sets a 0 (25-19, 25-23 e 25-12). Com o triunfo, as cariocas subiram para o terceiro lugar na classificação, com 15 pontos. A equipe osasquense, por outro lado, permaneceu na mesma posição, com 12.

O treinador Bernardinho escalou a armadora Roberta, as ponteiras Peña e Kosheleva, as centrais Mayhara e Juciely, a oposta Monique e a líbero Gabiru para o jogo. Pelo lado paulista, Luizomar escalou Claudinha no levantamento, Mari Paraíba e Angela Leyva na entrada de rede, Nati Martins e Walewska pelo meio, Hooker na saída e a líbero Camila Brait.

Ambas as equipes iniciaram o duelo procurando construir o jogo em cima de um fundamento em que, curiosamente, os dois times apresentam grande deficiência: o passe. Com um saque forçado principalmente sobre a ponteira peruana Angela Leyva (que até terminou substituída no primeiro set em função dos erros no passe e da hesitação no ataque, voltando no decorrer da partida), as donas da casa desmontaram a recepção adversária, prejudicando bastante a distribuição de jogadas de Claudinha. O time paulista, por outro lado, optou por sacar na oposta Monique, improvisada na recepção carioca, na ponteira Kosheleva e na líbero Gabiru, com o objetivo de minar o passe e, consequentemente, as possibilidades de armação da levantadora Roberta. Com isso, as duas equipes falharam, mas as mandantes se saíram infinitamente melhor nesta estratégia, chegando a abrir 19 a 8 na primeira parcial.

Emergente, Fluminense incomoda favoritos e busca regularidade na Superliga

Promessa de equilíbrio marca a 25a edição da Superliga feminina

Sem dúvida, a efetividade do saque merece então ser destacada, já que produziu vários pontos direitos ao longo do jogo, além de ter quebrado o passe de ambas as equipes, facilitando o trabalho de bloqueio. Apesar de terem aprimorado o desempenho no final da primeira parcial, equilibrando a partida no segundo set, as comandadas de Luizomar de Moura seguiram cedendo muitos pontos em erros ao rival, desperdiçando oportunidades de contra-ataque que poderiam ter construído maior vantagem. Deste modo, com muito volume de jogo, as cariocas tiraram proveito das imperfeições e da inconsistência defensiva adversária, que se perdeu em momentos primordiais.

Em uma partida tecnicamente muito ruim, o Sesc-RJ chegou a abrir 13 a 3 no marcador no terceiro set, contando com uma impressionante insegurança do time osasquense. Uma presa fácil na última parcial, a equipe visitante se perdeu completamente ao cometer erros bobos e elementares que favoreciam o trabalho das cariocas. Assim, após os dolorosos reveses para Fluminense e Hinode Barueri, o Sesc se recuperou, demonstrando uma postura mais aguerrida e determinada no clássico, com mais constância no virada de bola e nos contra-ataques. Destaque para a atuação da russa Tatiana Kosheleva, que, apesar de ainda não estar em sua melhor forma, fez um ótimo jogo, pontuando em todos os fundamentos (ela foi a maior pontuadora do confronto, com 14 pontos).

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Quem leva a melhor nas quartas de final da Superliga feminina? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/03/08/quem-leva-a-melhor-nas-quartas-de-final-da-superliga-feminina/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/03/08/quem-leva-a-melhor-nas-quartas-de-final-da-superliga-feminina/#respond Thu, 08 Mar 2018 09:00:43 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=12278

A partir desta sexta-feira (9) começam as quartas de final da Superliga feminina 2017/2018. O Saída de Rede faz uma avaliação dos prováveis desfechos em cada série, disputada numa melhor de três jogos.

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Vôlei Nestlé vs. Hinode Barueri
Esse é o mais equilibrado dos quatro confrontos, envolvendo o quarto colocado, Vôlei Nestlé, e o quinto, Hinode Barueri. No turno e returno, duas vitórias da equipe de Osasco por 3-1 sobre o time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães. Porém, se a equipe do treinador Luizomar de Moura pouco alterou seu padrão de jogo após deslocar Tandara da entrada para a saída de rede, numa evidente melhora, o Barueri foi recuperando algumas peças gradativamente e subiu de produção com a chegada da levantadora americana Carli Lloyd no segundo turno.

É principalmente pela presença de Lloyd que o cenário pode mudar em favor do Hinode. O Vôlei Nestlé ainda não enfrentou esse adversário com a armadora titular dos Estados Unidos em quadra, o que implica numa mudança da marcação. Some-se a isso a oposta polonesa Kasia Skowronska em melhor forma e ainda a presença da central Thaisa, embora longe do ideal, e o time de Barueri, que conta também com a presença de Jaqueline na linha de passe, cresce.

Do outro lado, Osasco tem Tandara, uma das principais atacantes de bolas altas do mundo. Para que não fique sobrecarregada, a recepção deverá permitir que a levantadora Fabíola utilize as centrais e que a ponta peruana Angela Leyva, que tem oscilado numa frequência preocupante, seja mais efetiva. O Vôlei Nestlé teve seu melhor momento da temporada, até aqui, na Copa Brasil, quando bateu o arquirrival Sesc-RJ e quebrou uma sequência de vitórias do Dentil/Praia Clube. Ainda não rendeu tanto na Superliga. Entra na disputa das quartas de final como favorito diante do Barueri. Se o passe funcionar, tem grandes chances de avançar às semifinais.

Partidas:
Dia 11 (domingo), às 10h30, no ginásio José Liberatti, em Osasco (SP), com SporTV
Dia 17 (sábado), às 17h, no ginásio José Correa, em Barueri (SP), com SporTV
Se necessário, o terceiro jogo será em Osasco, no dia 20 (terça-feira), em horário a definir

No turno e no returno, o Fluminense não conseguiu ganhar um set do Minas (foto: Orlando Bento/MTC)

Camponesa/Minas vs. Fluminense
Uma olhada nos confrontos entre essas duas equipes na Superliga 2017/2018 e o Camponesa/Minas salta como uma parada indigesta para o Fluminense. A tradicional equipe de Belo Horizonte, terceira colocada na fase de classificação, não perdeu sets para o rival carioca (sexto lugar na tabela) no turno e no returno.

O time comandando pelo italiano Stefano Lavarini foi se ajustando ao longo da competição, como disse em entrevista ao SdR a veterana central Carol Gattaz. Recentemente, o Minas derrotou o Sesc na final do Sul-Americano. A oposta americana Destinee Hooker, que estreou com a Superliga em andamento, embora não repita as atuações da temporada passada, tem sido mais consistente nas últimas rodadas. Outra americana, a ponta Sonja Newcombe, ajudou a dar mais estabilidade ao passe, aliviando a carga da líbero Léia. Mas o grande destaque é mesmo Gattaz, que aos 36 anos vive grande fase.

Pelo Fluminense, para piorar a situação, a experiente oposta Renatinha torceu o tornozelo direito durante um treino há duas semanas e não entrará em quadra este fim de semana, segundo a assessoria de imprensa do clube. O time, que teve algumas boas atuações no primeiro turno, caiu de ritmo no segundo. É pouco provável que impeça o Minas de seguir em frente.

Partidas:
Dia 10 (sábado), às 10h30, no ginásio da Hebraica, no Rio de Janeiro, com SporTV
Dia 17 (sábado), às 15h, na Arena Minas, em Belo Horizonte, com RedeTV e GloboEsporte.com
Se necessário, o terceiro jogo será em BH, no dia 20 (terça-feira), em horário a definir

Com o Sesc enfrentando diversos problemas físicos, Bernardinho tenta equilibrar o time (Orlando Bento/MTC)

Sesc-RJ vs. Pinheiros
A equipe carioca tem oscilado como há muito não se via, mas não deve ser nessa fase que vai enfrentar grandes problemas. O duelo repete o confronto dos playoffs da temporada passada, quando esses dois times foram primeiro (Sesc) e oitavo (Pinheiros) colocados – desta vez terminaram o returno como segundo e sétimo na tabela. Nos dois confrontos na atual edição da Superliga, vitórias do Sesc por 3-1 e 3-0.

Apesar da vice-liderança na fase de classificação, o Sesc passou por momentos complicados na Superliga 2017/2018 para estruturar a equipe. Já não podia contar com a ponta Gabriela Guimarães, que se recuperava de uma cirurgia no joelho, e perdeu a outra Gabi, também ponteira, lesionada. A central Juciely ainda tenta recuperar o ritmo após uma artroscopia no joelho. A ponta dominicana Yonkaira Peña foi contratada no primeiro turno, mas suas atuações têm sido irregulares. Gabi Guimarães está de volta desde o final de dezembro, porém, assim como Juciely, aos poucos vai retomando a forma.

A oposta Monique sofreu uma lesão abdominal durante a disputa do Sul-Americano e ainda é dúvida para este fim de semana. Voltou a treinar nesta quarta-feira (7) e viaja com a equipe para São Paulo, mas deve ser poupada pelo técnico Bernardinho.

O Pinheiros cumpriu, mais uma vez, a tarefa de se classificar para o mata-mata. A principal arma do time paulistano é a oposta Bruna Honório. No entanto, falta ao Pinheiros mais consistência para encarar o Sesc, que tem tudo para fechar a série em dois jogos e marcar presença nas semifinais. A equipe carioca busca o 13º título na Superliga.

Partidas:
Dia 9 (sexta-feira), às 21h30, no ginásio Henrique Villaboim, em São Paulo, com SporTV
Dia 16 (sexta-feira), às 21h30, na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro, com SporTV
Se necessário, o terceiro confronto será no Rio, no dia 19 (segunda-feira), em horário a definir

Tifanny em ação contra o Praia no returno: 50% dos ataques do Bauru (Divulgação/Vôlei Bauru)

Dentil/Praia Clube vs. Vôlei Bauru
Na disputa entre o líder da fase classificatória, Praia Clube, e o oitavo colocado, Bauru, é difícil crer que o azarão possa levar a melhor. Fosse apenas um jogo, seria possível apostar numa eventual atuação destacada da oposta Tifanny, principal atacante do time do interior paulista. Porém, com a vaga na semifinal decidida em melhor de três, é improvável que a equipe do Triângulo Mineiro caia – venceu Bauru por 3-0 e 3-2 na competição.

O Praia Clube investiu pesado e fez uma campanha quase irretocável no turno e returno. Sob o comando do técnico Paulo Coco, perdeu apenas para o Sesc e no quinto set – numa partida em que poupou a central Walewska, com inflamação no joelho, e que teve a ponta Fernanda Garay, lesionada na panturrilha, no banco de reservas a maior parte do tempo. O time estará completo nas quartas de final, contando ainda com a oposta americana Nicole Fawcett e a central Fabiana.

O Bauru pode dividir sua campanha em antes e depois de Tifanny. Aliás, foi diante do Praia Clube, no segundo turno, na derrota em casa por 2-3, que ela estabeleceu o novo recorde de pontos numa partida da Superliga, 39 – marca mais tarde igualada por Tandara, do Vôlei Nestlé. Tifanny é a bola de segurança do aguerrido time bauruense e já chegou a receber 75 levantamentos num jogo – no dia em que quebrou o recorde de pontos. Os torcedores de Bauru certamente guardam essa partida na memória. Mas ao quase bater o Praia, além dos 39 pontos de Tifanny, o Vôlei Bauru não encarou Fawcett, que por causa de uma lesão na panturrilha não jogou.

Partidas:
Dia 9 (sexta-feira), às 19h, no ginásio Panela de Pressão, em Bauru (SP), com SporTV
Dia 16 (sexta-feira), às 19h, no ginásio do Praia, em Uberlândia (MG), com SporTV
Se necessário, o terceiro confronto será em Uberlândia, no dia 19 (segunda-feira), em horário a definir

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Uma nova Gattaz: aos 36 anos, ex-central da seleção vive grande fase http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/15/uma-nova-gattaz-aos-36-anos-ex-central-da-selecao-vive-grande-fase/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/15/uma-nova-gattaz-aos-36-anos-ex-central-da-selecao-vive-grande-fase/#respond Thu, 15 Feb 2018 08:00:13 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11857

Carol Gattaz: “Tenho muita gratidão pelo Minas” (foto: Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Sorte do vôlei que o Rio Preto Automóvel Clube não tinha time de basquete feminino naquele ano. Caroline de Oliveira Saad Gattaz ficou mesmo com o voleibol. A menina alta, então com 14 anos, sempre havia praticado esporte em sua cidade natal, São José do Rio Preto (SP). “Na escola eu jogava futebol, basquete, handebol, tudo… O vôlei era o que eu menos jogava, não me interessava muito”, conta a central Carol Gattaz, capitã do Camponesa/Minas, ao Saída de Rede.

Aos 17 anos já disputava sua primeira Superliga, pelo São Caetano (SP). Era o final de 1998, lá se vão quase 20 anos. Chegou à seleção brasileira juvenil. Mais algum tempo e, aos 22, com seu 1,92m, estreava na adulta. Duas vezes vice-campeã mundial, cinco vezes campeã do Grand Prix, três vezes campeã da Superliga, até hoje não superou o trauma de não ter participado de uma Olimpíada e perdido a chance do tão sonhado ouro. A dispensa antes dos Jogos de Pequim, em 2008, é uma ferida que não cicatriza. “O corte de Pequim foi sem dúvida o maior baque da minha vida. Até hoje eu ainda sinto muito por ter sido cortada. Tive grandes conquistas na minha carreira, mas nenhum título supre a falta do ouro olímpico”.

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Hoje, aos 36 anos, Carol Gattaz é um dos grandes nomes da Superliga. O Camponesa/Minas, diz ela, a ajudou a se reinventar. Chegou em 2014, depois de algumas temporadas em baixa, quando tudo indicava que o fim da sua carreira estava próximo. “Fui contratada em setembro quando geralmente em maio você já sabe onde vai jogar na próxima temporada”, relembra a capitã. “Tenho muita gratidão pelo Minas, por todo mundo que me acolheu”, completa.

Gattaz não desistiu da seleção, mas não é sua prioridade. “Claro que se me convocassem para o Mundial, eu aceitaria na hora. Mas também não é uma coisa que eu fique pensando, ‘ah, será que vou ser chamada?’. O meu objetivo é estar bem no clube, fazer uma boa temporada, para que na próxima eu possa fechar um contrato bom e, claro, manter a minha longevidade, que é o que eu mais quero, venho trabalhando para isso”.

Fã de Serginho e Bruno, líbero dos EUA vê Brasil forte em todos os aspectos
Histórias contadas em cliques: os fotógrafos do voleibol

A mudança na rotina inclui mais cuidado com a alimentação. Já vão longe os dias em que, nas suas palavras, “era gordinha” e chegou a ser chamada de “mão de pantufa”, vejam só. “A própria mudança pela qual meu corpo passou, com mais massa magra, ajudou a melhorar minha potência”, comenta.

Gattaz bateu um longo papo com o SdR. Falou ainda sobre Bernardinho, Zé Roberto, Tifanny, seu relacionamento com a também jogadora de vôlei Ariele Ferreira (atualmente no Hinode Barueri). Apontou as melhores centrais do País, comentou sobre as temporadas no exterior, seu jeito de liderar, seu ídolo, se pensa em parar de jogar e o que pretende fazer depois disso.

Confira a entrevista que a central concedeu ao blog:

Gattaz diz que não desistiu da seleção, mas não é sua prioridade (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Como foi o seu começo no voleibol?
Carol Gattaz –
Na escola eu jogava futebol, basquete, handebol, tudo… O vôlei era o que eu menos jogava, não me interessava muito. Eu comecei a jogar basquete pelo Automóvel Clube e também passei a praticar voleibol porque me chamaram. Quando foram inscrever o time de vôlei do clube na Federação Paulista, eu acabei optando por esse esporte porque aí eu já gostava bastante, tinha 14 anos. Também fiquei com o vôlei porque não tinha mais basquete feminino na época no clube. Aos 17 anos estava disputando minha primeira Superliga, na temporada 1998/1999, pelo São Caetano, mas era reserva, entrava pouco. Nossa, faz tanto tempo.

Saída de Rede – Carol, você sempre foi central ou chegou a jogar noutras posições nas categorias de base?
Carol Gattaz –
Joguei como ponteira ainda muito menina, mas foi uma fase bem curta, em São José do Rio Preto, quando eu era infantojuvenil. Meu negócio mesmo era ser central.

Saída de Rede – Quando foi sua primeira convocação para a seleção na base?
Carol Gattaz –
Foi no juvenil, em 1999, para o Mundial daquele ano. Fomos vice-campeãs, perdemos na final para a Rússia (0-3), a (Ekaterina) Gamova era a principal jogadora delas, já jogava bem demais, virava muita bola.
[Nota do SdR: naquela seleção brasileira jogavam também Érika Coimbra, Fernandinha e Paula Pequeno.]

Saída de Rede – No segundo semestre de 2003, quando o Zé Roberto assumiu a seleção feminina, ele te chamou. Como foi sua primeira participação na seleção adulta?
Carol Gattaz –
Eu treinei com o grupo que ia para a Copa do Mundo, mas não fui. No ano seguinte fui para o Grand Prix.

Técnico Zé Roberto conversa com Gattaz durante partida da seleção (FIVB)

Saída de Rede – Em 2005 começava um novo ciclo olímpico e você foi convocada todos os anos. Foi ao Mundial 2006, participou de quase tudo, exceto pelos cortes nas equipes que foram ao Pan, em 2007, e à Olimpíada de Pequim, em 2008. Quase dez anos depois, como é que você analisa o corte antes dos Jogos de Pequim?
Carol Gattaz –
Ainda vejo como um baque, afinal eu participei de todos os anos daquele ciclo olímpico, estive em todos os torneios importantes, só não fui ao Pan do Rio em 2007 porque eu tive um problema de saúde e perdi muito peso. O corte de Pequim foi sem dúvida o maior baque da minha vida, pra ser bem sincera. Até hoje eu ainda sinto muito por ter sido cortada. Tive grandes conquistas na minha carreira, mas nenhum título supre a falta do ouro olímpico. Claro que antes dos Jogos ninguém sabia quem ia ganhar, mas elas ganharam. Não ter esse ouro pesa muito para mim. Eu acho que não merecia ser cortada, mas foi uma decisão da comissão técnica. O grupo foi lá, ganhou o ouro. Então se era para ter feito alguma coisa certa, eles fizeram.

Saída de Rede – O Zé Roberto chegou a conversar contigo logo após o corte?
Carol Gattaz –
Nem houve conversa. Dias depois que nós ganhamos o Grand Prix foi divulgada a lista das 12 jogadoras que iam a Pequim. Eu estava na casa dos meus pais, em São José do Rio Preto. Vi a notícia e fiquei muito mal, arrasada.

Saída de Rede – Você guarda alguma mágoa do Zé Roberto pelo corte de Pequim 2008?
Carol Gattaz –
De jeito nenhum. Tenho um relacionamento muito bom com o Zé, com a família dele. Tenho gratidão pelas oportunidades que ele me deu. Eu acho que a principal qualidade de um ser humano deve ser a gratidão, pois isso faz com que você ande pra frente. Nunca tive raiva dele. Sou grata por tudo que ele me ensinou.

A central ataca durante uma partida contra os EUA no Mundial 2006 (FIVB)

Saída de Rede – No ciclo seguinte, a partir de 2009, lá estava você de novo na seleção. Como foi voltar ao time depois de não ter ido a Pequim?
Carol Gattaz –
Na temporada de clubes 2008/2009 eu fui campeã da Superliga pelo Rexona, fiz um campeonato muito bom e aquela equipe me trouxe alegria. Eu estava muito mal antes do torneio, o corte da Olimpíada tinha sido traumático. O Rexona recuperou minha vontade de vencer, voltei à seleção com bastante pique. Infelizmente, no final de 2009, início de 2010, tive uma lesão que atrapalhou muito a minha carreira, uma fascite plantar no pé direito. Fui ao Mundial 2010, de novo vice-campeã. Depois, ainda no Rexona, fiquei no banco, aí já não fui mais chamada para a seleção naquele ciclo.

Saída de Rede – Voltou à seleção em 2013 para a disputa da Copa dos Campeões, o Zé Roberto chamou veteranas como você e a Walewska. Na época, logo depois do título, você disse que estaria sempre disposta a jogar pela seleção. Aquela foi sua última convocação. Este ano você completa 37. Se vê em condições de defender a seleção, é algo que ainda quer?
Carol Gattaz –
Eu não fico pensando muito nisso porque se eu tivesse que ser chamada, ter uma oportunidade mais recente, já teria tido. Nunca vou dizer não. Eu gostei muito de jogar pela seleção e serviria ao time novamente com certeza. Quem tem que ver se ainda sou útil ou não é o Zé Roberto e a comissão técnica dele. Hoje a seleção está muito bem servida de centrais. As jogadoras dessa posição estão muito bem, se mantêm num nível forte. Claro que se me convocassem para o Mundial, eu aceitaria na hora. Mas também não é uma coisa que eu fique pensando, “ah, será que vou ser chamada?”. O meu objetivo é estar bem no clube, fazer uma boa temporada, para que na próxima eu possa fechar um contrato bom e, claro, manter a minha longevidade, que é o que eu mais quero, venho trabalhando para isso.

Gattaz vira mais uma na Superliga: central é uma das referências no Minas (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Você disse que a seleção está bem servida de centrais. Quem são as melhores da posição hoje no Brasil na sua avaliação?
Carol Gattaz –
Walewska, Fabiana, Thaisa… A Thaisa não está jogando agora, mas vai voltar logo. Sempre que penso nas melhores, nas que mais gosto de ver jogar, são essas três. Tem a Adenizia, ela joga demais. Tem a Juciely, que não está melhor no momento porque se recupera de uma lesão, isso atrapalha. Tem também a Bia e a Carol, que são mais novas e têm bastante potencial, devem se destacar por muito tempo.

Saída de Rede – Entre as centrais estrangeiras, quem chama sua atenção?
Carol Gattaz –
Olha, eu tenho acompanhado muito pouco os campeonatos internacionais, tanto de clubes quanto de seleções.

Saída de Rede – Quem foi ou quem é o seu grande modelo enquanto atleta? Há alguém em quem você se espelha, um ídolo?
Carol Gattaz –
A Walewska é a pessoa que mais me inspira, ela é uma motivação pra mim. Vejo a Wal aos 38 anos jogando em alto nível, com um físico muito bom, isso é fantástico. Ela é super disciplinada e realmente me inspira, não só como atleta, mas como pessoa também.

Bloqueando o ídolo, a também central Walewska Oliveira (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Depois daquele problema há alguns anos, a fascite plantar, você chegou a ficar no banco, teve algumas temporadas não tão boas, mas aí foi para o Minas Tênis Clube, na temporada 2014/2015, e voltou a jogar em alto nível, surpreendendo muita gente. O que foi que aconteceu para que você desse uma guinada em sua carreira?
Carol Gattaz –
Mudou tudo praticamente. É até engraçado. Primeiro, o Minas me acolheu. Eu estava sem time e fui contratada em setembro de 2014, quando geralmente em maio você já sabe onde vai jogar na próxima temporada. O time da Amil, de Campinas, tinha acabado e eu estava sem equipe, não tinha para onde ir. Estava treinando no Pinheiros na época, para manter a forma e porque eles abriram as portas para que eu tentasse conseguir um patrocinador. De repente, pintou o convite do Minas. Eu topei e acho que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Saída de Rede – Por quê?
Carol Gattaz –
Aqui no Minas eu me encontrei, não só como atleta, mas houve algo fantástico na minha vida pessoal também e tudo mudou para melhor. Eu me tornei mais madura, me sinto outra pessoa, outra jogadora. Sou muito mais calma em quadra, sei aproveitar minha experiência. Hoje eu gostaria de estar na seleção porque sei que poderia contribuir, por estar bem fisicamente e por tudo que acumulei, tudo que entendo de jogar vôlei. O que pesou muito em todas essas mudanças é que eu encontrei o amor da minha vida, né. Tenho muita gratidão pelo Minas, por todo mundo que me acolheu. Por ter encontrado a Ariele, que me deu tranquilidade. Nós duas temos muita cumplicidade, muito amor uma pela outra, muito respeito. Isso tudo me deixa muito mais calma dentro de quadra. A Ariele me deu uma paz, uma tranquilidade que eu precisava. Eu devo muito a ela… Essa minha maturidade, essa vontade de jogar. Ela me deu um gás a mais.

Carol com a esposa, a ponteira Ariele Ferreira, do Hinode Barueri (Reprodução/Instagram)

Saída de Rede – Mas houve alteração na sua rotina de treinos, no modo de se cuidar para melhorar seu desempenho?
Carol Gattaz –
Fiz mudanças na minha alimentação, no cuidado com o meu corpo, dou mais atenção ao meu descanso. Isso tudo é reflexo do meu amadurecimento. Antes eu gostava muito de sair, ir pra balada… Não que eu não goste mais, mas agora eu saio com uma frequência muito menor. Hoje eu descanso mais, sei que meu corpo precisa. Não que fosse largada antes, sempre ralei, me cuidei, mas acho que se eu tivesse a postura que tenho hoje desde os meus 19 anos, por exemplo, eu teria aprendido algumas coisas mais cedo, coisas que aprendi muito tarde. Eu estou colhendo os frutos somente agora. Só fui tomar suplementos, que são importantes, em 2013 quando eu jogava pelo Amil. São coisas que te ajudam a se recuperar mais rápido. Quanto antes você começa, seu corpo responde melhor. Aí você constrói um corpo melhor.

Saída de Rede – Na época de juvenil você estava acima do peso ideal. O quanto isso te incomodava?
Carol Gattaz –
Muito, muito, muito… Eu pesava 90 quilos, hoje eu peso 78 e minha taxa de gordura é baixíssima. Antes eu pesava 90 e minha taxa de gordura devia ser sei lá quanto. Eu era gordinha, sabe, meu quadril, minhas coxas, minha barriga… Se naquela época eu tivesse a cabeça que tenho agora e o acompanhamento necessário, teria mudado antes, com certeza. Lá pelos 21 anos foi que comecei a emagrecer. Em 2003, quando cheguei à seleção adulta, aos 22 anos, já estava bem mais leve, mas ainda não era o ideal, que é o que tenho hoje.

Com Ariele, as duas irmãs e a mãe, em São José do Rio Preto. As irmãs, ambas mais novas e com 1,81m, nunca tiveram interesse pelo esporte, segundo Carol Gattaz (acervo pessoal)

Saída de Rede – Você jogou duas temporadas no exterior, uma na Itália (2007/2008) pelo Monte Schiavo Jesi e outra, interrompida, no Azerbaijão (2012) pelo Igtisadchi Baku. Por que não seguiu na Itália e o que houve no Azerbaijão?
Carol Gattaz –
Meu ano na Itália não foi bom, acabei não fazendo um bom campeonato. Recebi um convite do Rexona para a temporada seguinte e decidi voltar. O time no Azerbaijão foi o mesmo em que a Fernandinha tinha jogado. Ela havia me avisado que o clube era problemático. Tive alguns problemas burocráticos, mas estava bem fisicamente. Só que eles foram antiprofissionais. Não os processei porque o meu empresário disse que seria difícil ganhar um processo contra eles lá. Recebi o equivalente pelo mês que fiquei e voltei para o Brasil. Depois disso fiquei sem time o restante da temporada. Preferi ficar sem porque já era dezembro quando voltei, e se esperasse acabar a temporada na próxima estaria zerada. Na época eu ainda tinha a pontuação do ranking. No ano seguinte fui contratada pelo Amil.

Saída de Rede – De uns anos para cá, é possível ver que o seu ataque está mais potente. Como é que você melhorou seu desempenho?
Carol Gattaz –
Sempre fui habilidosa, mas não tinha força. Então muitas vezes eu virava bola porque sabia tirar do bloqueio ou então explorava. Diziam que eu tinha mão de pantufa, que não sabia atacar com força. A própria mudança pela qual meu corpo passou, com mais massa magra, ajudou a melhorar minha potência. Claro que eu me valho da minha técnica, nunca vou ser aquela jogadora com muita explosão, mas hoje em dia bato bem mais forte do que quando era mais nova.

Gattaz: “Hoje eu gostaria de estar na seleção porque sei que poderia contribuir” (FIVB)

Saída de Rede – Desde o juvenil você sempre se destacou como bloqueadora, mas no ataque te viam durante muito tempo como alguém que ficava restrita a duas jogadas, o tempo atrás e principalmente a china. Você tinha dificuldade em atacar pelo meio?
Carol Gattaz –
A minha china sempre foi muito melhor do que os ataques pela frente, como o tempo ou a chutada, e essas minhas bolas não eram boas mesmo. Como a china era muito boa e as da frente eram bem medianas, ninguém queria que eu atacasse pela frente. Aí acabava atacando só por trás da levantadora, o tempo atrás e a china. No Rexona eu passei a treinar bastante com o Bernardinho os ataques na frente, batendo pelo meio. Ele acreditava muito em mim, que eu poderia atacar por ali. Então eu comecei a melhorar essa bola. O Bernardo ficava um tempão comigo no caixote, treinando muito. Como naquela época eu fazia rede de 3 (Fabiana fazia a de 2), eu tinha que atacar pela frente. Eu melhorei demais. O meu percentual de aproveitamento nos ataques pelo meio é bem parecido com os feitos por trás. Claro, tem menos marcação, eu não faço tanto.

Saída de Rede – Ao chegar no Minas, para o período 2014/2015, você se alternava com a Walewska nas redes de 2 e de 3. A partir da temporada seguinte, com a saída dela, você tem feito sempre a de 2, quer dizer, tem um trabalho mais pesado como bloqueadora, que é não apenas cobrir a diagonal, mas também ajudar a levantadora a reduzir o espaço da atacante. Com o voleibol cada vez mais rápido, como é fazer a rede de 2?
Carol Gattaz –
O bloqueio da levantadora é bem menor e para ajudá-la é bastante complicado (ela faz apenas uma passagem com a oposta na rede). Imagina, a central tem que chegar, precisa fechar o meio, cobrindo também a diagonal. A gente tenta o máximo, faz muito esforço. Você também combina a marcação com a defesa, “vou fechar um pouco mais lá e vocês defendem mais aqui” ou então “vou deixar esse espaço aberto, fiquem atentas ali”. Tem que combinar o tempo todo com a defesa porque os jogos estão muito rápidos e isso tem tornado cada vez mais difícil bloquear. A defesa tem que trabalhar bastante. Claro que as bloqueadoras devem pelo menos tocar na bola, mas é bem complicado numa rede de 2 chegar montada no bloqueio.

A meio de rede diz que gostaria de ajudar mais o time (Orlando Bento/MTC)

Saída de Rede – Carol, você tem recebido muitos elogios, se mantém há várias rodadas entre as atacantes com melhor aproveitamento na Superliga. Que avaliação faz das suas atuações esta temporada?
Carol Gattaz –
Olha, meu jogo tá fluindo, venho tentando colocar em prática o que a comissão técnica pede. Porém, uma lesão no joelho esquerdo tem me acompanhado e sou muito exigente comigo mesma. Não estou conseguindo cumprir meus objetivos que são treinar todos os dias e ajudar mais a equipe. Muitas vezes tenho que ficar fora de treino para poder jogar. Claro que tenho conseguido dar o meu melhor dentro de quadra, mas ao mesmo tempo essa lesão está me incomodando muito. Se não tivesse esse problema, eu poderia estar melhor do que estou. Estou satisfeita, mas não totalmente porque poderia render ainda mais.

Saída de Rede – Qual é a lesão no seu joelho esquerdo?
Carol Gattaz –
Tenho tendinite patelar.

Saída de Rede – Recentemente a ponteira Gabriela Guimarães, do Sesc, passou por isso e se submeteu a uma cirurgia. Isso vai ser necessário no seu caso?
Carol Gattaz –
Não, o meu caso não é cirúrgico, já foi avaliado pelos médicos. Eu vou tentar outro tipo de intervenção, mas isso somente depois do final da temporada porque eu não quero ficar de fora, preciso ajudar o meu time na Superliga. Estamos bem perto dos playoffs e eu não posso ficar parada, não me dou esse direito. Estou jogando à base de remédios, mas vou dar o meu máximo para ir até o final da Superliga. Quando acabar, faço o que tiver de fazer para voltar 100% na próxima temporada.

Carol no ataque na semifinal da Superliga 2016/2017, decidida no último jogo da série (Orlando Bento/MTC)

Saída de Rede – Até onde você acha que o Camponesa/Minas pode chegar nesta Superliga? No ano passado vocês surpreenderam, levaram a série semifinal contra o então Rexona Sesc até o quinto jogo, quase foram à final. O que esperar do time desta vez?
Carol Gattaz –
A gente perdeu a Jaqueline, mas a Pri Daroit vem jogando bem. Por causa de algumas lesões e também porque a Hooker chegou um pouco depois, o time está se encaixando agora. O chato é que perdemos muitos jogos que não poderíamos ter perdido. Mas a equipe tem todas as condições de chegar a uma final e brigar pelo título. Claro que vários adversários são muito fortes, essa tem sido talvez a Superliga mais equilibrada de todas. Não há um favorito disparado. O Praia Clube, que está invicto no torneio, perdeu de 3-0 para o Vôlei Nestlé na Copa Brasil. Não tem nada definido.
[Nota do SdR: o Minas está em terceiro na classificação, com um ponto a mais do que o quarto colocado, Vôlei Nestlé, que tem uma partida a menos.]

Saída de Rede – Você teve a chance de trabalhar com os dois técnicos que são os mais vitoriosos da história do voleibol brasileiro, duas referências no mundo todo, Bernardinho e Zé Roberto. Tem um preferido?
Carol Gattaz –
Eu tenho, mas não vou contar (risos). São dois técnicos espetaculares, perfeccionistas, dois seres humanos incríveis, cada um com suas características, suas qualidades, seus defeitos. Eu tive o privilégio de trabalhar não apenas com eles, mas com outros grandes técnicos, como o Paulo Coco e o Luizomar de Moura, pessoas por quem tenho muito respeito. Fui treinada pelo Hairton Cabral, que é outro profissional sensacional, um cara fantástico. Todos eles ajudaram a criar essa bagagem que eu tenho.

Oposta Tifanny, do Bauru, tira foto com fã após partida contra o Minas (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Você já enfrentou a Tifanny, do Bauru, a primeira transexual da história da Superliga. Como você vê a participação dela?
Carol Gattaz –
Ela foi liberada para jogar. As pessoas discutem se ela pode, se não pode… Isso não cabe a nós jogadoras decidir, mas às entidades que regem o esporte. Claro que isso foi estudado e deve seguir sendo avaliado porque ela é uma pioneira. O importante é que a definição seja boa para o esporte e para as atletas, afinal isso é a nossa vida, nossa carreira. Mas é importante também que a Tifanny não seja prejudicada. Espero que isso possa ser resolvido da melhor maneira.

Saída de Rede – Depois que você expôs na mídia seu relacionamento com a Ariele, em 2016, sentiu alguma mudança de tratamento? Houve alguma hostilidade?
Carol Gattaz –
Nos tratam de uma maneira quase sempre positiva, há até quem nos agradeça por mostrarmos que somos um casal como qualquer outro, duas pessoas que se amam. E nós duas levamos nosso relacionamento adiante de uma forma muito leve, não queremos chocar ninguém, não queremos levantar bandeira nenhuma. O que nós queremos é ser felizes. Não importa se o relacionamento é entre um homem e uma mulher, entre dois homens ou entre duas mulheres, as pessoas têm que ser felizes.

Gattaz salva bola com o pé, observada por Hooker e Mara (Orlando Bento/MTC)

Saída de Rede – Com toda a bagagem que você acumulou e sendo a capitã do Camponesa/Minas, você se preocupa em dividir isso com as jogadoras mais novas?
Carol Gattaz –
Eu gosto de ser líder, mas procuro dar exemplo pelas minhas ações, não sou muito de falar. Não sou aquele tipo de atleta veterana que senta ao lado de uma juvenil e que fica um tempão batendo papo, eu prefiro ir pra quadra e mostrar jogando o que eu quero que ela entenda. Às vezes, na academia, eu quero que elas vejam que eu estou ali ralando, pegando pesado porque isso é importante. Comigo não tem tempo ruim, não faço corpo mole. Eu gostaria de ser mais didática, mas não é o meu perfil.

Saída de Rede – Você já pensou quando vai parar e o que vai fazer depois que deixar de jogar?
Carol Gattaz –
Eu amo jogar vôlei. Fico triste quando penso que não vou poder jogar muitos anos mais, que é o que eu gostaria, pois o corpo vai pedir para parar um dia. Agora que eu estou aprendendo caminhos que me facilitam jogar, eu penso “por que não aprendi isso há dez anos?”. Nunca estabeleci um prazo para parar, quero jogar enquanto eu tiver lugar em um time competitivo, que possa brigar por um lugar na parte de cima da tabela. Ainda não pensei o que vou fazer quando parar de jogar, mas vai ter que ser algo que eu goste.

Saída de Rede – Sem ter didática, seguir a carreira de técnica não é algo que passe pela sua cabeça, certo?
Carol Gattaz –
Deus me livre! Não quero isso pra mim nunca, não é uma coisa que me empolgue (risos). Eu gostaria de aprender a trabalhar nos bastidores, com gestão esportiva, acho que poderia contribuir bastante.

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Tifanny é ofuscada por Hooker e Camponesa/Minas atropela Bauru na Superliga http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/26/tifanny-e-ofuscada-por-hooker-e-camponesaminas-atropela-bauru-na-superliga/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/26/tifanny-e-ofuscada-por-hooker-e-camponesaminas-atropela-bauru-na-superliga/#respond Sat, 27 Jan 2018 00:14:13 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11569

Com má atuação, Tifanny ficou boa parte do jogo contra o Minas no banco de reservas (Fotos: Guilherme Cirino/Minas)

Em seu primeiro duelo contra uma das equipes favoritas ao pódio da Superliga de vôlei, Tifanny Abreu esteve longe de repetir as boas atuações que chamaram a atenção de todo o Brasil e colocaram em dúvida a justiça da permissão para uma jogadora transexual atuar entre as mulheres. Na noite desta sexta-feira (26), o Vôlei Bauru, time que ela defende, foi atropelado pelo Camponesa/Minas por 3 sets a 0, parciais de 25-13, 25-20 e 25-21.

Tifanny, que contra times da parte do meio e de baixo da tabela havia obtido uma média de 23 pontos por jogo (a melhor do campeonato), desta vez marcou apenas cinco. Bem estudada, ela alcançou somente 36% de aproveitamento no ataque e não conseguiu ser o desafogo da equipe do interior de São Paulo, que teve muitas dificuldades com o passe em decorrência do saque agressivo da equipe de Belo Horizonte. A oposta chegou a ser substituída por Helô (oito pontos e 33% de aproveitamento) no começo do segundo set e só deixou o banco de reservas na metade da terceira etapa, mas esteve longe de fazer a diferença como em outras oportunidades.

O brilho da noite ficou por conta de Destinee Hooker, americana que, assim como Tifanny, joga na posição de oposta. Em atuação inspirada, a atacante foi um estorvo para a defesa de Bauru e acabou eleita a melhor em quadra após marcar 23 pontos, quase um set inteiro. Ao término da partida, ao ser questionada sobre a transexual brasileira, fez questão de elogiá-la, dizendo que Tifanny está fazendo história.

Melhor do jogo, Hooker fez questão de elogiar Tifanny

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Em entrevista à rádio “Jovem Pan News Bauru”, o técnico Fernando Bonatto analisou o resultado negativo.

“Nosso primeiro set muito abaixo e o Minas fez exatamente o que a gente estudou. Aconteceu tudo como vínhamos trabalhando a semana toda. Estávamos confiantes, mas elas vieram com muita pressão no saque, o que atrapalhou a nossa agressividade no ataque. Contra uma equipe assim, temos que nos ajustar mais rápido”, comentou o treinador, que elogiou sua oposta reserva. “A gente vinha com a Tifanny fazendo grandes jogos e ela já não teve essa postura nesse jogo, enquanto a Helô, que já vinha treinando bem, conseguiu vir por jogo. Isso foi importante pra gente”, complementou.

Sétimo colocado na classificação geral, o Vôlei Bauru terá outro difícil duelo já na próxima terça (30), quando encara o líder Dentil/Praia Clube em casa.

Apesar da derrota, oposta do Bauru atendeu fãs após a partida

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