seleção argentina – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Voleicast: Seleção masculina sofre para manter supremacia regional http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/17/voleicast-selecao-masculina-sofre-para-manter-supremacia-regional/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/17/voleicast-selecao-masculina-sofre-para-manter-supremacia-regional/#respond Tue, 17 Sep 2019 09:00:44 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18391

Brasil foi campeão de todos os Campeonatos Sul-americanos dos quais participou (Foto: Maurício Palma/Fevochi)

Faltou pouco, mas muito pouco para a seleção brasileira masculina de vôlei perder um Campeonato Sul-americano pela primeira vez. Com um time mesclado, mas ainda assim com nomes importantes como Yoandy Leal, Douglas Souza e Isac, o Brasil esteve perto de tomar um 3 a 0 da Argentina, que também jogou sem suas principais estrelas, na edição 2019 do torneio regional. No fim, deu tudo certo e a equipe nacional voltou para casa com mais um título na bagagem.

Este é o principal assunto do sétimo episódio do Voleicast, podcast de vôlei comandado pelas jornalistas Carolina Canossa e Janaina Faustino, do Saída de Rede. Mas não foi o único tema do programa, que também abordou os primeiros jogos da Copa do Mundo feminina, que tem a participação do Brasil, além dos Campeonatos Europeus dos dois naipes. Para conferir, é só apertar o play!

Também é possível ouvir o Voleicast no seu celular através dos principais agregadores de podcasts, caso do Spotify, Google Podcasts, Podcasts da AppleBreakerPocketCasts.

Ouça mais:

Voleicast, episódio 06: Brasil mantém a hegemonia no Sul-americano feminino de vôlei

Voleicast, episódio 05: Brasil passa sufoco nos Pré-Olímpicos e o nível fraco do Pan

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Brasil vence a Argentina de virada e ganha o Sul-Americano pela 32ª vez http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/14/brasil-vence-a-argentina-de-virada-e-ganha-o-sul-americano-pela-32a-vez/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/14/brasil-vence-a-argentina-de-virada-e-ganha-o-sul-americano-pela-32a-vez/#respond Sun, 15 Sep 2019 00:18:57 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18335

Seleção masculina sofreu muito, mas conseguiu a virada diante dos argentinos (Foto: Divulgação/CSV)

A seleção brasileira masculina de vôlei derrotou a equipe de Marcelo Mendez em uma virada histórica por 3 sets a 2 (parciais de 24-26, 22-25, 31-29, 25-20 e 15-13) na noite deste sábado (14), em Santiago, capital chilena, faturando o 32º troféu do Campeonato Sul-Americano. Foi a 18ª vez na história do torneio que Brasil e Argentina participaram da decisão.

É importante salientar, contudo, que por muito pouco os atuais campeões olímpicos não protagonizaram um vexame na capital chilena. Atuando contra o time B da Argentina, a seleção brasileira, com alguns titulares e atletas bem mais credenciados, como os ponteiros Leal e Douglas Souza, e o meio de rede Isac, sofreu um bocado e viu os rivais abrirem 2 a 0 no placar com tranquilidade.

Lembrando o jogo decisivo contra a Bulgária no Pré-Olímpico, em que também buscou uma grande virada para conquistar a classificação para a Olimpíada de Tóquio, o Brasil enfrentou muitas dificuldades tanto no bloqueio quanto na recepção e não conseguiu impor seu ritmo de jogo, desperdiçando, inclusive, diversos contra-ataques em momentos críticos da partida. A fragilidade do sistema defensivo brasileiro também merece ser destacada.

Por outro lado, a perda da confiança e o excesso de falhas do rival acabaram sendo fundamentais para a virada verde e amarela. Não se pode negar, no entanto, o poder de reação da equipe de Renan, que, na marra, soube se agigantar nos momentos-chave para mudar o rumo do confronto a partir do terceiro set.

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Ouça no Voleicast: Seleção feminina mantém supremacia no Campeonato Sul-Americano

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Com o triunfo, o Brasil manteve a hegemonia local, tendo perdido apenas o título de 1964, quando não participou da competição em função do conturbado momento político por que passava naquele período.

As seleções já haviam se enfrentado em quatro jogos amistosos nesta temporada – dois em El Calafate, na Patagônia, e outros dois em Campinas, São Paulo –, com os campeões olímpicos levando a melhor em três oportunidades. As equipes também se encontraram na primeira fase do Sul-Americano, na cidade de Temuco, e os brasileiros venceram pelo placar de 3 a 1.

No duelo pelo bronze, melhor para o Chile, que bateu a Venezuela em sets diretos (25-21, 25-18 e 25-13), completando o pódio sul-americano. Com os resultados da competição, Chile, Venezuela, Peru e Colômbia garantiram presença na repescagem continental de janeiro que dará uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

A seleção masculina embarca em breve para Tóquio, no Japão, onde disputará a Copa do Mundo, o último compromisso do ano entre os dias 30 de setembro e 15 de outubro.

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Marcelo Mendez quase complica, mas Brasil bate Argentina e segue invicto http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/06/09/marcelo-mendez-quase-complica-mas-brasil-bate-argentina-e-segue-invicto/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/06/09/marcelo-mendez-quase-complica-mas-brasil-bate-argentina-e-segue-invicto/#respond Sun, 09 Jun 2019 09:14:57 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=17120

Das seis vitórias do Brasil até agora na Liga das Nações, três foram no tie-break (Fotos: Divulgação/FIVB)

No primeiro encontro da seleção brasileira masculina de vôlei com Marcelo Mendez como treinador da seleção argentina, o técnico do Sada Cruzeiro impôs um duelo duríssimo para os comandados de Renan Dal Zotto, mas não pôde evitar a derrota por 3 sets a 2, parciais de 25-20, 21-25, 26-28, 25-23 e 15-12. O duelo foi válido pelo encerramento da segunda semana da Liga das Nações.

Iniciando seu trabalho à frente da Argentina, Mendez conseguiu colocar em quadra uma linha de passe bastante equilibrada, com destaque para o líbero Santiago Danani. Assim, o experiente levantador Maximiliano Cavanna pôde trabalhar com tranquilidade, o que se refletiu na diferença no total de pontos de ataque: 67 contra 58. Com 28 pontos, o oposto Federico Pereyra era a grande válvula de escape ofensiva da equipe.

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O problema é que, na mesma medida, a Argentina também cedeu pontos demais para o Brasil: 42, recebendo apenas 31 “em troca”. Com dificuldades na recepção, o ponteiro Yoandy Leal precisou ser substituído por Lucas Loh em alguns momentos, mas compensou no ataque, marcando 18 pontos, três a mais que Wallace, que não esteve em um dia inspirado.

Outro ponto chave na partida foi a troca da dupla brasileira de centrais a partir do quarto set, com Flavio e Isac substituindo Lucão e Maurício Souza. A partir daí, o bloqueio, que andava sumido, passou a tocar mais bolas e fazer pontos importantes, especialmente no tie-break, inclusive com o levantador Fernando Cachopa, “baixinho” de 1,85m.

O resultado deste domingo (9) não só manteve o Brasil invicto na Liga das Nações como também é mais uma vitória do técnico Renan Dal Zotto sobre Mendez – na Superliga, o brasileiro já havia sido o responsável por acabar com a hegemonia do Sada Cruzeiro, eliminando o time mineiro na semifinal e posteriormente conquistando o título com a EMS Taubaté Funvic, onde, curiosamente, contou com um titular da seleção argentina, o ponteiro Facundo Conte (19 pontos hoje).

Na próxima semana, a seleção masculina terá, teoricamente, confrontos mais tranquilos, exceção feita ao duelo de sexta (14) contra a Sérvia: China no sábado (15) e Portugal, dono da casa, no domingo (16).

Ouça o Voleicast, podcast de vôlei do Saída de Rede

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Velasco: “Me incomoda muito que o Brasil possa utilizar o Leal” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/05/07/velasco-me-incomoda-muito-que-o-brasil-possa-utilizar-o-leal/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/05/07/velasco-me-incomoda-muito-que-o-brasil-possa-utilizar-o-leal/#respond Mon, 07 May 2018 16:00:40 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=13287

O argentino criticou o fato de um atleta como Leal, que defendeu uma seleção, poder jogar por outra (fotos: FIVB)

Considerado um dos grandes nomes da história do vôlei, o técnico da seleção masculina da Argentina, Julio Velasco, não gosta de ver atletas que defenderam um país jogando por outro. Ele criticou, ao citar alguns nomes, a possibilidade do ponta Yoandy Leal atuar pela seleção brasileira. De acordo com as regras da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), cada seleção pode contar com um jogador naturalizado.

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“Me incomoda muito que o Brasil possa utilizar o Leal, que já jogou por Cuba; que a Polônia tenha o León; ou o Juantorena no caso da Itália. Isso me parece antidesportivo. Não digo nada sobre jogadores como Zaytsev, Travica ou Lasko, que são culturalmente italianos, estudaram lá e não jogaram por outro país”, disse o treinador, em entrevista ao canal de TV argentino TyC Sports. “Em geral, isso (mudança de nacionalidade) se dá com jogadores de seleções mais pobres para mais ricas, nunca acontece o contrário”, completou Velasco.

O ponta Leal foi liberado pela FIVB para defender a seleção brasileira a partir de 2019

Restrições
Yoandy Leal, assim como os ponteiros Wilfredo León e Osmany Juantorena, a exemplo de outros astros cubanos, vide o central Robertlandy Simon, deixaram o país por causa de pesadas restrições que sofriam. Entre as limitações estava a impossibilidade de defender clubes estrangeiros e assim fazer valer seu peso no mercado.

O técnico argentino se equivocou ao mencionar Ivan Zaytsev entre atletas nascidos no estrangeiro – ainda que não reclame de sua presença na Azzurra por considerá-lo “culturalmente italiano”. O ponta/oposto, embora tenha pais russos, nasceu em Espoleto, na Itália – é filho do ex-levantador Viatcheslav Zaytsev, campeão olímpico e bicampeão mundial pela antiga União Soviética. A seleção italiana é, entre as potências do esporte, a que mais recorreu a atletas naturalizados no naipe masculino – no feminino já contou com Taismary Aguero, que veio de Cuba, e Carolina Costagrande, da Argentina.

Velasco não está sozinho em sua posição refratária à presença de jogadores naturalizados em seleções. Comentários assim são comuns nos bastidores dos grandes torneios, longe de gravadores e câmeras. No entanto, é raro que alguém, especialmente com a importância de Velasco na modalidade, diga algo publicamente.

O ponteiro em ação pela seleção cubana, contra o Brasil, no Mundial 2010

Laços
Ignorar os laços de Yoandy Leal com seu novo país parece estranho. Ele jogou pela seleção cubana até 2010 – foi vice-campeão mundial naquele ano, perdendo a final para os brasileiros. Deixou Cuba e veio morar em Belo Horizonte em 2011. No ano seguinte, cumpridos dois anos de afastamento das quadras desde o último jogo pela seleção, período imposto pela FIVB por ter desertado, fez sua estreia pelo Sada Cruzeiro.

Quem acompanhou Leal em ação pela seleção cubana no Mundial 2010 enxergava um atacante nato, mas via lacunas nos demais fundamentos. No time mineiro, o ponta deslanchou de vez. Ao longo dos anos, burilou seu jogo, melhorando ainda mais no ataque e tornando-se um grande sacador e bloqueador. Portanto, foi no Brasil que ele se desenvolveu até chegar ao nível que tem agora.

O mesmo ocorreu com Juantorena na Itália, que chegou por lá no final da década passada. Já León naturalizou-se polonês sem jamais ter jogado por nenhum clube do país – casou-se com uma polonesa, com quem tem uma filha. Simon, ídolo no Sada Cruzeiro, já procurou, sem sucesso, a Itália (desistiu quando soube que o processo de Juantorena estava mais avançado), o Canadá e a Argentina.

Wilfredo León jogou dos 14 aos 18 anos pela seleção adulta de Cuba

Seleção
Naturalizado brasileiro desde dezembro de 2015, Leal viu a Federação Cubana demorar a liberá-lo para a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Como a data de transferência foi 30 de abril de 2017, só poderá jogar pela seleção do Brasil a partir de 30 de abril de 2019, cumprindo dois anos de prazo exigidos pela FIVB após a mudança de federação.

Na próxima temporada, o jogador de 29 anos e 2,02m vai defender o Lube Civitanova, da Itália, que neste domingo (6) ficou com o vice-campeonato nacional. Pelo Sada Cruzeiro, ele se despediu conquistando seu quinto título da Superliga – no clube mineiro, foi tricampeão mundial e tetra sul-americano.

León também só poderá defender a Polônia a partir de 2019. Liberado desde 2013 para jogar pela seleção italiana, Juantorena foi convocado apenas em 2015, sendo peça fundamental nos vice-campeonatos na Copa do Mundo, naquele mesmo ano, e na Rio 2016.

Osmany Juantorena na seleção italiana durante a Rio 2016

Comparação
Durante a entrevista, concedida na semana passada, Velasco fez uma comparação com o futebol, esporte no qual o atleta que atuou em qualquer partida oficial por uma seleção fica impedido de integrar outra. O atacante Diego Costa, por exemplo, que defendeu a Espanha na Copa do Mundo 2014, havia jogado pelo Brasil apenas em amistosos. A Fifa, entidade que rege o futebol, diz que um jogador só pode defender um país em jogos oficiais pela seleção principal. Não são considerados neste caso amistosos nem jogos pelas categorias de base (times olímpicos, sub-20 ou sub-17).

O Saída de Rede procurou Julio Velasco, para que comentasse de forma mais detalhada suas restrições e explicasse a referência às seleções “pobres” e “ricas”, mas não foi atendido. Também fomos atrás da FIVB, responsável pela liberação de atletas naturalizados para atuar por seleções de outros países, porém a entidade não se manifestou sobre a posição do treinador, apenas reiterou que esses jogadores têm seu aval, desde que todos os trâmites tenham sido cumpridos. A CBV preferiu o silêncio. Yoandy Leal não quis comentar as afirmações do técnico da seleção argentina.

Julio Velasco orientando a seleção argentina durante pedido de tempo

Perfil
Velasco ganhou notoriedade ao conduzir ao estrelato a seleção masculina da Itália nos anos 1990, a chamada Generazione di Fenomeni, com a qual venceu dois Mundiais (1990 e 1994) e conquistou uma prata olímpica (Atlanta 1996). Também foi treinador da seleção feminina italiana, depois voltou ao voleibol masculino, passando por clubes da liga daquele país. Dirigiu outras seleções europeias e mais recentemente foi ao Oriente Médio, onde teve destaque no comando do Irã, antes de realizar o antigo sonho de comandar a Albiceleste – sua trajetória com o time argentino começou em 2014. Foi finalista na eleição da FIVB de melhor técnico de equipes masculinas do século XX – o prêmio ficou com o japonês Yasutaka Matsuidara.

A Argentina, tendo Julio Velasco à frente, mostrou que é capaz de incomodar qualquer time do mundo, mas também pode descer ao fundo do poço, como na semifinal do Sul-Americano 2017, quando cometeu a façanha de perder para a bisonha seleção da Venezuela.

Renan sobre Leal na seleção: “Tenho certeza de que será muito bem-vindo”

Reações anteriores
Por aqui, com diferentes argumentos, os jogadores Murilo e Lipe, além da ex-atleta Ana Moser, já disseram que não concordam com estrangeiros representando o Brasil. Mas quem convoca, no caso o técnico Renan Dal Zotto, demonstrou animação quando a FIVB anunciou no ano passado que Yoandy Leal estaria liberado em 2018 – na verdade uma gafe, esclarecida no dia seguinte.

“Foi uma surpresa bastante positiva para todos nós. A partir deste momento ele é forte candidato a uma convocação. Ele é um grande ponteiro, isso é inegável. Eu tive a oportunidade de bater um papo rápido com ele. Tenho certeza de que será muito bem-vindo. É um ótimo garoto, está aqui há muitos anos. Se naturalizou por serviços prestados ao Brasil. Então está tudo certo, não tem problema nenhum. É um grande jogador, um grande caráter”, afirmou Renan à época. Foi o próprio treinador da seleção quem ligou para dar a notícia a Leal – o atleta ficou abatido quando a FIVB explicou depois que ele deveria aguardar mais um ano.

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De Cecco cita Ricardinho, William e afirma: “Aprendi com os melhores” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/21/de-cecco-cita-ricardinho-william-e-afirma-aprendi-com-os-melhores/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/21/de-cecco-cita-ricardinho-william-e-afirma-aprendi-com-os-melhores/#respond Wed, 21 Feb 2018 09:00:54 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=12068

Luciano De Cecco: ascensão rápida na seleção e carreira consolidada na liga italiana (foto: FIVB)

O pai, treinador de basquete, sonhava em ver o filho seguir caminho em seu esporte. Desde menino, Luciano De Cecco passava horas num clube em Santa Fé, cidade onde nasceu, 500 quilômetros ao norte de Buenos Aires. O voleibol dividia espaço com o basquete, a ginástica e a natação. A presença paterna o inibia, até que aos 15 anos decidiu: queria mesmo ser jogador de vôlei.

A ascensão foi rápida. Dois meses antes de completar 18 anos já estava na seleção adulta da Argentina e naquela mesma temporada, 2006, disputava o primeiro de três Mundiais. Esteve em duas Olimpíadas, um de seus maiores orgulhos, e já faz algum tempo que ele, um dos astros do time italiano Perugia, é saudado como um dos melhores levantadores do mundo. Acumula prêmios individuais na seleção e no clube, mas mantém o foco no coletivo.

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Na época de infantojuvenil, chegou a jogar brevemente como central, apesar da pouca altura para a posição. Tentou também a entrada de rede, mas voltou para onde havia começado. O garoto tinha mesmo que ser levantador. Não demorou a ser considerado um virtuose – em um país que havia revelado craques da posição como Waldo Kantor e Javier Weber.

“Eu cresci vendo vídeos do Lloy Ball, tive a chance de jogar contra o Ricardinho, tive o Javier Weber como treinador, fui colega de time e treinei com o William Arjona, então posso dizer que aprendi com os melhores”, afirma De Cecco em entrevista ao Saída de Rede.

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Aos 29 anos, capitão na seleção e no clube, De Cecco ressalta a maturidade. “Aprendi a me adaptar para alterar o meu jogo dependendo dos companheiros que tenho e do que a equipe precisa”, comenta o levantador de 1,94m.

O atleta está na sua nona temporada na Itália, a sétima consecutiva, tendo jogado também na Rússia, além do seu próprio país. No Perugia, onde atua desde 2014 e tem contrato até 2020, brilha numa constelação que inclui ainda nomes como o oposto sérvio Aleksandar Atanasijevic, o ponta/oposto italiano Ivan Zaytsev e o ponta americano Aaron Russell. O levantador já teve propostas para jogar no Brasil, mas não se interessou, sequer quis saber quais eram os clubes.

Confira a entrevista que Luciano De Cecco concedeu ao SdR:

Agachado (camisa 15), aos 18 anos, no Campeonato Mundial 2006 (FIVB)

Saída de Rede – Você começou a jogar pela seleção adulta quando ainda tinha 17 anos. Hoje, perto dos 30, o que mudou em sua maneira de jogar? Como foi seu amadurecimento?
Luciano De Cecco –
Poxa, é muito tempo no vôlei… Passei por muitas coisas boas, outras ruins, mas sempre tive como meta jogar em alto nível. Eu mudei radicalmente minha maneira de jogar, minha forma de pensar não apenas dentro de quadra, mas até fora dela. Tudo isso para ser mais do que um simples levantador e oferecer algo mais aos times em que jogo. O foco é sempre o coletivo.

Saída de Rede – Quem era sua referência na posição quando decidiu que seria levantador? Algum ídolo na Argentina ou no exterior? Há alguém na função atualmente que você admire?
Luciano De Cecco –
Eu cresci vendo vídeos do (americano) Lloy Ball, tive a chance de jogar contra o Ricardinho, tive o Javier Weber como treinador, fui colega de time e treinei com o William Arjona (no Bolívar), então posso dizer que aprendi com os melhores. Cada levantador tem seu estilo, sua marca registrada e isso faz de cada um deles especial.

O levantador comemora o segundo título da Coppa Italia: ganhou o torneio 2013/2014 no Piacenza e a edição 2017/2018 pelo Perugia (foto: Lega Pallavolo Serie A)

Saída de Rede – Como você avalia o seu jogo? O que de melhor tem a oferecer à Albiceleste e ao Perugia? E quais seriam suas principais deficiências?
Luciano De Cecco –
Com as mudanças que tive na minha maneira de atuar ao longo do tempo, aprendi a me adaptar para alterar o meu jogo dependendo dos companheiros que tenho e do que a equipe precisa. Isso me ajudou a me tornar mais forte mentalmente também. Dois fundamentos em que melhorei bastante foram o saque e a defesa. Não sou muito bom no bloqueio, mas também não sou um buraco (risos). Posso melhorar mais nesse aspecto. Agora, deficiências… Tenho que melhorar minhas decisões táticas em determinados momentos da partida.

Saída de Rede – A seleção argentina já mostrou que é capaz de jogar de igual para igual com qualquer equipe do mundo. No Mundial 2014, eliminou os Estados Unidos. Na Rio 2016, foi a primeira do grupo e fez uma excelente partida contra o Brasil nas quartas de final. Em 2017, derrotou o Brasil na Liga Mundial. Embora, em todos esses momentos, não lidasse com a pressão de ser a favorita. Teve também momentos ruins, como na semifinal do Sul-Americano 2017, quando perdeu para uma frágil Venezuela. Como você explica essas oscilações?
Luciano De Cecco –
Todas as equipes vão vivendo situações distintas, momentos que dependem às vezes de pequenos ajustes, além do estado de ânimo dos atletas. A Argentina é uma seleção que para jogar bem precisa de todos os seus jogadores no melhor nível possível, precisa estar muito bem treinada para poder brigar com as principais equipes. Sim, em 2017 fomos de uma vitória sobre os brasileiros na Liga Mundial a uma derrota para os venezuelanos no Sul-Americano. Esse tipo de coisa, essa oscilação pode acontecer naquelas temporadas imediatamente após um ano olímpico, quando as equipes passam por mudanças ou sentem a ausência de um ou outro jogador. Mas mesmo nesses momentos ruins seguimos lutando para que a equipe saia com uma vitória, não esmorecemos.

“Não sou muito bom no bloqueio, mas também não sou um buraco” (FIVB)

Saída de Rede – O que falta para a Argentina avançar à elite mundial? Do que a equipe sente mais falta: um bloqueio mais ofensivo ou um atacante de definição na saída de rede?
Luciano De Cecco –
Olha, vou te dizer que precisamos de mais defesa, embora já sejamos bons nesse fundamento. Nosso bloqueio, embora não seja tão ofensivo, amortece, vai tocando na bola. No ataque nunca fomos fisicamente muito fortes, mas compensamos com bastante técnica. Então eu gostaria de mais defesa, ampliando o tempo dos ralis, nos dando uma chance a mais de marcar.

Saída de Rede – Durante quatro temporadas você esteve acima do peso, sendo alvo constante de comentários por causa disso. De alguma forma isso te afetou?
Luciano De Cecco –
Não, não… Digo isso de verdade. Eu me sentia bem com meu corpo. Obviamente, eu sabia que precisava melhorar meu físico, sou um atleta. Porém, aquilo era reflexo de alguns problemas particulares que tive. Com o tempo e com a ajuda de algumas pessoas, eu consegui mudar e hoje estou em plena forma física.

Com os pais e a irmã no Maracanãzinho durante a Rio 2016 (FIVB)

Saída de Rede – Mesmo tendo há alguns anos vários jogadores de renome, o Perugia ainda não conquistou o scudetto (título da liga italiana). Como o time lida com essa pressão?
Luciano De Cecco –
Ganhamos duas copas (Supercoppa e Coppa Italia) muito importantes esta temporada, somos uma equipe competitiva, estamos prontos para brigar com qualquer um. Eu espero realmente poder conquistar o scudetto ou até mesmo a Champions League algum dia com o Perugia.

Saída de Rede – Quais os momentos mais importantes da sua carreira, nos clubes e na seleção?
Luciano De Cecco –
Até agora, disputar duas Olimpíadas e três Mundiais representando a Argentina foi a melhor coisa que já me aconteceu. Nos clubes, ganhar títulos, disputar finais, o que sempre quis alcançar.

O levantador em ação na liga italiana pelo Perugia (Lega Pallavolo Serie A)

Saída de Rede – Seu contrato com o Perugia vai até 2020 e você tem muito prestígio no mercado italiano. Ainda assim, não cogita atuar depois fora da Itália?
Luciano De Cecco – Sempre estive muito bem desde que vim para a Itália e não tenho planos de sair daqui.

Saída de Rede – Você já recebeu proposta de algum clube brasileiro nos últimos anos?
Luciano De Cecco – Sim, já recebi algumas propostas do Brasil (por meio de agentes), mas nunca cheguei a avaliar.

Saída de Rede – Que clubes brasileiros te fizeram propostas?
Luciano De Cecco Como não tinha intenção de deixar a Itália, nem perguntei que times estavam interessados em mim.

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Bernardinho: há um ano terminava a era mais vitoriosa do vôlei brasileiro http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/11/bernardinho-ha-um-ano-terminava-a-era-mais-vitoriosa-do-volei-brasileiro/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/11/bernardinho-ha-um-ano-terminava-a-era-mais-vitoriosa-do-volei-brasileiro/#respond Thu, 11 Jan 2018 08:00:49 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11326

Bernardo Rezende na Rio 2016: técnico comandou a seleção masculina em quatro ciclos olímpicos (foto: FIVB)

Não chegou a ser uma surpresa, a espera já se arrastava havia quase cinco meses, até que no dia 11 de janeiro de 2017, há exatamente um ano, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) anunciou que a seleção masculina não seria mais treinada por Bernardo Rezende. Era o fim de uma era iniciada em 2001. Foram 45 torneios oficiais, 28 títulos, incluindo dois ouros olímpicos e três mundiais. Sob seu comando, o Brasil subiu ao pódio 42 vezes. Bernardinho é, em toda a história da modalidade, o técnico mais vencedor. Sua despedida, em grande estilo, foi com um ouro em casa, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Bernardo Rezende chegou ao time masculino credenciado pelo bom trabalho com a seleção feminina (1994-2000), que sob sua batuta evoluiu de coadjuvante para uma das grandes equipes do mundo, conquistando dois bronzes olímpicos (1996 e 2000), um vice-campeonato mundial (1994) e três títulos do Grand Prix (1994, 1996 e 1998).

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O voleibol masculino do Brasil já havia sido campeão olímpico antes dele, pelas mãos de José Roberto Guimarães, na Olimpíada de Barcelona, em 1992. No entanto, foi após a chegada de Bernardinho que a seleção brasileira atingiu um nível de excelência difícil de ser igualado por qualquer equipe no mundo.

A constelação da década passada, com nomes como Giba, Ricardinho, Dante, Gustavo, Serginho, Nalbert, entre outros craques, foi um time esférico, beirando a perfeição, meticulosamente armado pelo treinador. Logo de cara, no primeiro torneio, a Liga Mundial 2001, um ouro. Da conquista do Mundial 2002 até a da Copa do Mundo 2007, o Brasil venceu simplesmente todos os torneios globais que disputou.

Carismático e brilhante, ele é sinônimo de vôlei de alta qualidade. Em quatro ciclos, o homem marcado pela tensão quase constante e pelos gestos crispados, foi a todas as finais de Mundiais e Jogos Olímpicos, um feito incrível, somando cinco ouros e três pratas.

Histórias contadas em cliques: os fotógrafos do voleibol
Celebridades, times mistos e escândalo: o vôlei já chamou a atenção nos EUA

Seu sucessor, Renan Dal Zotto, teve uma primeira temporada positiva, com dois ouros (Sul-Americano e Copa dos Campeões) e uma prata (Liga Mundial), mas foi pouco exigido em 2017, um ano morno, com a maioria dos adversários competindo com equipes B, como analisamos aqui.

Para lembrar a era Bernardinho, um ano depois do seu fim, o Saída de Rede destaca seis momentos marcantes da passagem do treinador pela seleção masculina.

Nalbert, Maurício, Giovane e Ricardinho no pódio da Liga Mundial 2001 (FIVB)

LIGA MUNDIAL 2001
O próprio Bernardo sempre ressaltou a importância que o primeiro título teve para o grupo. Sua estreia com os homens foi no dia 4 de maio de 2001, em um amistoso contra a frágil Noruega, em Portugal, vencido por 3-0. A partida valia como preparação para a disputa da Liga Mundial daquele ano. O Brasil havia passado quase em branco no ciclo anterior, com Radamés Lattari como treinador, tendo vencido, além de dois Sul-Americanos e de duas Copas América, apenas a desimportante Copa dos Campeões 1997, diante de rivais desfalcados. No Mundial 1998, quarto lugar. Na Olimpíada de Sydney, em 2000, a seleção foi despachada nas quartas de final pela esforçada Argentina.

A expectativa não era muito alta para a Liga Mundial 2001, mas o Brasil deslanchou. Perdeu apenas uma partida na fase de classificação – um apertado 2-3 para os Estados Unidos, como visitante. Na final, em Katowice, na Polônia, num rápido 3-0, atropelou a Itália, melhor time da década anterior e vinda de um tricampeonato mundial. A seleção brasileira mostrava ao mundo seu cartão de visita, agora sob nova direção.

Ocupar o lugar mais alto do pódio seria uma constante para aquela geração. Somente na Liga Mundial viriam mais sete títulos (2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010). Antes, em 1993, com Zé Roberto, a seleção havia obtido seu primeiro ouro na competição. O Brasil, com nove conquistas, foi o maior vencedor do torneio, extinto em 2017 e substituído a partir deste ano pela Liga das Nações.

Treinador abraça Giovane logo após o ace que fechou a decisão e deu ao Brasil o ouro do Mundial 2002 (FIVB)

CAMPEONATO MUNDIAL 2002
A seleção de Bernardinho havia conquistado a Liga Mundial 2001. Naquele mesmo ano, desfalcada de Giba, Gustavo e Serginho, foi vice-campeã na Copa dos Campeões. Veio a temporada 2002 e, em pleno Mineirinho, em Belo Horizonte, o Brasil caiu por 1-3 contra a Rússia. Surgia a dúvida se aquele time seria capaz de trazer o tão esperado título mundial.

Vinte anos antes, em Buenos Aires, na Argentina, a equipe treinada por Bebeto de Freitas, na qual Bernardo Rezende era levantador reserva, havia batido na trave, ficando com a prata ao perder para a União Soviética. A história, em 2002, foi diferente. Na decisão, diante dos russos, herdeiros dos títulos da antiga URSS, o Brasil venceu uma das partidas mais emocionantes de todos os tempos, no mesmo palco de duas décadas atrás, o histórico ginásio Luna Park. O jogo foi decidido apenas no tie break, pela diferença mínima, com um ace inesquecível do ponteiro Giovane Gavio no match point. A seleção brasileira fez uma campanha quase impecável, perdendo apenas uma partida na primeira fase, em cinco sets, contra os EUA – eles outra vez.

No caminho para o título, uma das sequências mais difíceis já encaradas. Nas quartas de final, a tricampeã mundial Itália (vitória por 3-2). Na semifinal, a campeã olímpica Iugoslávia (3-1). Finalmente os russos na final.

A conquista foi o triunfo de um grupo fantástico e deu a Bernardinho um título de primeira grandeza – ele que havia sido barrado do lugar mais alto do pódio em Mundiais e Olimpíadas com a seleção feminina por uma lendária geração cubana.

O bicampeonato viria em 2006 e o tri em 2010. Mas o primeiro ouro em um Mundial teve, é claro, um sabor especial.

Grupo campeão olímpico em Atenas. Bernardinho está à direita na imagem (FIVB)

ATENAS 2004
O Brasil chegou aos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, como favorito absoluto ao ouro e não decepcionou. Ao longo daquele ciclo, o time havia provado que era, de fato, o melhor do mundo. Na Copa do Mundo 2003, uma competição difícil com 12 seleções jogando entre si em duas semanas, a equipe havia cedido apenas quatro sets em 11 partidas. Na Liga Mundial 2004, também de forma invicta, outro título, desta vez superando, em Roma, a arquirrival Itália por 3-1 na final.

A seleção de Bernardinho sobrou em Atenas. Se deu ao luxo de, já classificada para as quartas de final como primeira da chave, colocar reservas em quadra e perder por 1-3 para os EUA na fase de grupos. Reencontrou os americanos na semifinal e aplicou uma surra por 3-0, na sua melhor exibição na capital grega. Na decisão, o aguardado confronto contra a Itália, já derrotada na etapa inicial em cinco sets. Na final, 3-1 para o Brasil e a consagração definitiva daqueles atletas e do treinador e sua comissão técnica.

Ricardinho e Bernardinho fizeram as pazes em 2012 (FIVB)

CORTE DE RICARDINHO
“O Brasil tem um time excepcional, mas Ricardo faz a diferença. Ele consegue sempre, mais do que qualquer outro levantador no mundo, deixar o time em condição de matar a jogada, distribui a bola como ninguém, numa velocidade incrível”. A frase dita em 2004 pelo americano Doug Beal, técnico campeão olímpico com a seleção masculina dos EUA em 1984 e que redefiniu a estrutura dos times de voleibol, demonstra bem a genialidade do levantador Ricardinho. Mas em meados de 2007, o maestro daquela estelar equipe brasileira e o comandante Bernardinho viviam às turras.

Até que antes da estreia do Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio veio a notícia surpreendente: Ricardo Garcia havia sido cortado. O reserva Marcelinho foi elevado à condição de titular e Bruno, então com 21 anos, convocado para a vaga aberta. O SdR relembrou essa história, que você pode conferir aqui. Ricardinho havia sido o MVP da Liga Mundial 2007, mas o desgaste era muito grande. Na campanha do bicampeonato mundial, em 2006, levantador e técnico haviam discutido asperamente diante das câmeras, durante a segunda fase, mas ninguém imaginava que a tensão entre eles pudesse crescer a ponto de Ricardo ser dispensado.

O atleta ainda retornaria, mas somente em 2012. Participou da Liga Mundial daquele ano, porém longe da melhor forma física não conseguiu tirar a titularidade de Bruno, que também permaneceu no sexteto principal no vice-campeonato na Olimpíada de Londres. Com a prata olímpica no peito, entrando pouco em quadra, encerrou de forma discreta sua trajetória na seleção.

O corte de Ricardinho gerou um imenso desgaste para Bernardinho, tanto entre os torcedores quanto na mídia. Principalmente no ano seguinte, quando o time perdeu o ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim para os EUA.

Deslocado para a saída de rede, Muserskiy foi o grande nome da final de Londres 2012 (AFP)

VIRADA INESQUECÍVEL EM LONDRES 2012
O central russo Dmitriy Muserskiy, 2,18m, povoa o imaginário dos fãs brasileiros de vôlei. Numa bela sacada do técnico Vladimir Alekno, o gigante mudou de função após sua seleção estar perdendo por 0-2 para o Brasil na final da Olimpíada de Londres, em 2012. Muserskiy foi deslocado do meio de rede para a saída e se transformou no carrasco da equipe comandada por Bernardinho. Vitória épica russa por 3-2, numa das derrotas mais doloridas para o técnico multicampeão. Os brasileiros chegaram a ter dois match points no terceiro set.

Quatro anos antes, em Pequim 2008, o time perdeu de virada por 1-3 para os EUA, mas os americanos chegaram àquela final em melhor forma física e técnica. A Rússia de 2012 estava no mesmo nível do Brasil. Dmitriy Muserskiy já havia atuado na saída em seu clube, o Belogorie Belgorod, mas nunca na seleção.

Na decisão em Londres, depois de marcar apenas quatro pontos pelo meio de rede nos dois primeiros sets, Muserskiy fez outros 27 nas três parciais seguintes como oposto. O titular da posição, Maxim Mikhaylov, foi para a entrada de rede. Uma contusão no joelho direito do ponteiro brasileiro Dante Amaral agravou-se durante a partida e colaborou para o triunfo russo, mas a atuação de Muserskiy foi excepcional.

Jogadores e comissão técnica jogam Bernardinho para o alto depois da conquista do ouro na Rio 2016 (FIVB)

DESPEDIDA EM GRANDE ESTILO NA RIO 2016
Tendo conquistado seu último grande título no Mundial 2010, Bernardinho chegou aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, sob muita pressão. O único ouro desde então era o da secundária Copa dos Campeões 2013. Ao longo desta década, o Brasil seguia como presença constante nas finais dos grandes torneios, algo extremamente importante, mas agora colecionava medalhas de prata. Havia sido assim na final do Mundial 2014, quando o tetra escapou. Semanas antes da Rio 2016, na decisão da Liga Mundial, mais um vice-campeonato – a exemplo de 2011, 2013 e 2014.

Se a geração anterior, da qual o líbero Serginho então com quase 41 anos era o único remanescente, foi composta de gênios, Bernardinho definia a atual como “um time de operários”. E foi assim, mesmo perdendo duas vezes na fase de grupos, contra Itália e EUA, classificando-se de forma dramática para a etapa seguinte numa vitória por 3-1 em um jogo intenso contra a França, tendo dificuldade nas quartas de final contra uma aguerrida Argentina, que o Brasil foi galgando degraus. Triturou a Rússia em sets diretos na semifinal. Na decisão, mais emocionante do que o placar de 3-0 pode fazer supor, superou a Itália e levou o Maracanãzinho ao delírio.

Após duas pratas seguidas, seu segundo ouro olímpico finalmente havia chegado. Era a hora de sair de cena na seleção. Durante os meses seguintes, Bernardinho dava a entender que poderia deixar o cargo, mas não confirmava. Até que veio o adeus, sem fazer alarde.

Ele deixou o PSDB e filiou-se ao Novo em abril de 2017 (Reprodução/YouTube)

Candidato a governador?
O treinador mais vitorioso da história do voleibol segue à frente da equipe feminina do Sesc, time com o qual venceu 12 vezes a Superliga e alcançou dois vice-campeonatos mundiais.

Filiado desde abril do ano passado ao Partido Novo, fundado em 2015, ele, que já foi do PSDB, admitiu que pode ser candidato a governador do Estado do Rio de Janeiro nas eleições de 2018. Há outra possibilidade. Bernardinho também foi sondado para sair em uma chapa como o vice do banqueiro João Amoêdo, fundador do Novo e pré-candidato à vaga na corrida presidencial este ano. Bernardo Rezende em Brasília? Seu futuro estará na política, seja no Rio ou na capital federal? Mesmo que não ganhe nas urnas, vai deixar de vez o vôlei? Incertezas.

Mas o que quer que venha a fazer, onde quer que esteja, ele será lembrado sempre como um dos maiores nomes da modalidade. Sua presença no Hall da Fama é apenas uma questão de tempo. Porém, o maior reconhecimento, aquele que vem dos fãs do esporte, aqui ou no exterior, ele já tem. Com talento, inteligência e uma dedicação inquebrável, Bernardinho é o cara que tantas vezes transformou em ouro o sonho do torcedor brasileiro.

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Vôlei passa a ter classificatório para os Jogos Pan-Americanos http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/12/27/volei-passa-a-ter-classificatorio-para-os-jogos-pan-americanos/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/12/27/volei-passa-a-ter-classificatorio-para-os-jogos-pan-americanos/#respond Wed, 27 Dec 2017 08:00:35 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11019

Seleção brasileira comemora ponto nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015 (fotos: Divulgação/CBV)

Com as vagas até então preenchidas de acordo com o ranking da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), os torneios da modalidade nos Jogos Pan-Americanos passarão a ter um classificatório a partir da próxima edição, que será realizada em 2019, em Lima, no Peru. O qualificatório será a Copa Pan-Americana. A mudança foi divulgada pela FIVB nesta terça-feira (26).

Torneio anual criado pela Confederação da América do Norte, Central e Caribe (Norceca), a Copa Pan-Americana conta também, como o nome sugere, com seleções da Confederação Sul-Americana (CSV). No masculino, a sede tem sido sempre algum país da Norceca. A mesma coisa no feminino, à exceção de três edições realizadas no Peru. A primeira disputa foi em 2002 entre as mulheres, com a versão masculina começando em 2006. Nunca foi vista como uma competição importante, a não ser pelas seleções femininas da República Dominicana e do Peru. A ideia de torná-la classificatória para os Jogos Pan-Americanos partiu da Norceca e teve apoio da CSV.

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Os Jogos Pan-Americanos são um evento multiesportivo (serão 38 modalidades na próxima edição), realizado a cada quatro anos desde 1951, uma espécie de Olimpíada regional. Tem peso secundário no calendário do voleibol brasileiro. O País conquistou quinze medalhas no masculino e nove no feminino – quatro de ouro em cada. O Pan 2019, em Lima, será realizado de 26 de julho a 11 de agosto. Serão oito participantes por naipe. O Peru tem lugar garantido como país-sede.

Os cinco primeiros da Copa Pan-Americana 2018 irão aos Jogos Pan-Americanos 2019 – Norceca e CSV não optaram pela Copa de 2019 porque ficaria muito próxima do Pan. Se o Peru terminar entre os cinco, o sexto colocado herda a vaga. As duas restantes serão dos vencedores de duas repescagens, uma da Norceca e outra da CSV. As edições de 2018 da Copa Pan-Americana serão disputadas em julho no México (feminina) e em agosto em Porto Rico (masculina) – as datas definitivas ainda serão anunciadas.

Final do Pan 2015: Murilo Radke e Maurício Souza tentam bloquear o argentino Facundo Conte

Programação em aberto
O Saída de Rede procurou nesta terça-feira os dois técnicos das seleções brasileiras. Renan Dal Zotto não foi localizado. José Roberto Guimarães disse que não sabia que a Copa Pan-Americana passaria a valer como classificatório para os Jogos Pan-Americanos e que discutiria o assunto em reunião na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) nos próximos dias, quando será fechada a programação das seleções.

“Nós tínhamos em mente para 2018 o Montreux Volley Masters, a Liga das Nações e o Campeonato Mundial. Mas, diante disso, talvez a seleção tenha mais uma competição”, afirmou Zé Roberto ao SdR. Ele não quis comentar se seria o caso de enviar uma equipe B para garantir a vaga no Pan 2019.

Os Estados Unidos, maiores campeões da Copa Pan-Americana feminina, com cinco títulos, sempre mandam um time B ao torneio. Foi assim este ano, no Peru, quando a equipe americana que depois ficaria em quinto lugar no Grand Prix ganhou com facilidade a competição. O Brasil optou por não participar.

Jogadoras da seleção brasileira com a prata dos Jogos Pan-Americanos 2015

Histórico
A última vez que a seleção brasileira feminina disputou a Copa Pan-Americana com sua equipe principal foi na edição de 2011, quando venceu o terceiro dos três títulos que conquistou. Desde então, tem se ausentado ou então competido com times juvenis ou infantojuvenis. O Brasil participou pela última vez em 2015, ficando em sétimo lugar, representado pela seleção juvenil.

No masculino, o Brasil também tem três títulos, o primeiro com um time B e os outros dois com a seleção sub-23 – o mais recente em 2015. O País não participou nos dois últimos anos. Assim como na competição feminina, os EUA são os maiores vencedores entre os homens, com cinco títulos a exemplo das mulheres. Os americanos enviam equipes universitárias, tendo ganhado pela última vez em 2012. No torneio deste ano, apenas a campeã Argentina mandou sua seleção principal. Até o Canadá, país-sede, colocou em quadra uma mescla de juvenis e jogadores cortados do time A.

Mesmo nos Jogos Pan-Americanos, a CBV às vezes envia equipes B, dependendo do planejamento das comissões técnicas. Foi assim em 2015, em Toronto, no Canadá, quando o Brasil ficou com a medalha de prata nos dois naipes – perdeu para os EUA no feminino e para a Argentina no masculino. Quatro anos antes, em Guadalajara, no México, a seleção feminina foi com seu time principal e o masculino com um B, ambos conquistaram o ouro.

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Quem é quem na luta pelo título do Mundial Masculino 2018? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/11/18/quem-e-quem-na-luta-pelo-titulo-do-mundial-masculino-2018/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/11/18/quem-e-quem-na-luta-pelo-titulo-do-mundial-masculino-2018/#respond Sat, 18 Nov 2017 08:00:30 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=10284

A seleção brasileira, de Bruno e Tiago Brendle, vai em busca do tetracampeonato (foto: FIVB)

Definidas as 24 seleções que participarão do Campeonato Mundial Masculino 2018, o Saída de Rede avalia quem tem reais chances de levar o título, aquelas equipes que podem atrapalhar a vida dos favoritos ou até beliscar uma medalha, além do bloco formado pela turma que faz valer a máxima “o importante é competir”. O torneio será co-sediado por Itália e Bulgária, de 9 a 30 de setembro. O Brasil, vice-campeão na última edição, busca o tetracampeonato.

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FAVORITOS
Brasil, França, Rússia, Estados Unidos
e Itália. Pouco antes do Mundial 2014, realizado na Polônia, o então técnico da seleção brasileira, Bernardinho, chamava a atenção para o equilíbrio no vôlei masculino e que na época pelo menos oito times tinham chance de ficar com o título. Sem dúvida, como ocorre historicamente, o naipe masculino é mais disputado, mas desta vez o universo de seleções com chances reais de título está mais enxuto e, se analisarmos as equipes pelo que apresentaram nesta temporada e pelo potencial de crescimento, não vão além do seleto grupo apontado acima.

Não há como negar o favoritismo da seleção brasileira, que nos últimos quatro Mundiais faturou três títulos e um vice-campeonato, todos na era Bernardinho. O técnico Renan Dal Zotto, que assumiu o time este ano, teve bons resultados na temporada, mas já comentamos as condições em que foram alcançados, enfrentando adversários na maioria das vezes representados por suas equipes B. Em 2018, a parada será mais indigesta. A base é o time campeão olímpico na Rio 2016. Dá para ganhar mais essa? Sem dúvida, porém a equipe terá que atuar melhor do que em 2017.

Desfalcada, a Itália teve um ano desastroso (CEV)

Jogando em casa, diante dos seus apaixonados tifosi, a Itália também tentará o tetracampeonato mundial. Seu último título foi o Europeu 2005. De lá para cá, a Azzurra desceu a ladeira, quase desabou para o segundo escalão, mas se reestruturou a tempo de se manter no pódio, caso das duas últimas Olimpíadas, em que foi bronze e prata, respectivamente. Espera-se que o ponta/oposto Ivan Zaytsev volte ao time depois do imbróglio deste ano, quando foi dispensado por causa de uma disputa, entre seu patrocinador pessoal e o fornecedor de material esportivo da seleção, em relação ao tênis que utilizaria. Sem ele, a equipe fez um papelão no Europeu 2017 – já havia amargado a lanterna na Liga Mundial. Com Zaytsev de volta, mais a presença do ponteiro cubano naturalizado italiano Osmany Juantorena, que teve folga este ano, a Itália sobe de patamar. Além disso, o fator casa deve ser considerado.

O ponta Earvin N’gapeth e cia seguem em busca de um major. A atual geração francesa já conquistou duas vezes a defunta Liga Mundial (2015 e 2017), foi campeã europeia (2015), mas no Mundial e nos Jogos Olímpicos não subiu ao pódio. Em 2014, na Polônia, encantaram os fãs com o jogo mais bonito do torneio, mas na reta final a falta de experiência pesou e o time ficou em quarto lugar. Na Rio 2016, um papelão: sequer passaram da primeira fase, sendo humilhados pelos italianos na estreia. A má preparação levou a um fiasco no Europeu 2017 e o time deu de ombros para a desimportante Copa dos Campeões na sequência. Voleibol para serem campeões do mundo eles têm, resta saber se vão segurar os nervos e se sobrepor aos adversários. O melhor resultado da França na competição foi o bronze no Mundial 2002, com a geração anterior.

Maxim Mikhaylov em ação na final do Europeu 2017 (CEV)

Nunca subestime a Rússia. O vôlei russo tem seus momentos de baixa, mas sempre ressurge. Após um começo de ciclo promissor em 2013, a Rússia derrapou nas mãos do técnico Andrey Voronkov. O treinador campeão olímpico Vladimir Alekno foi chamado às pressas para apagar o incêndio no segundo semestre de 2015, melhorou o desempenho do time, mas não passou de um quarto lugar na Copa do Mundo daquele ano e na Rio 2016. Perdeu espaço. Em seu lugar, o bonachão Sergey Shlyapnikov começou discreto, colocou a molecada para jogar na Liga Mundial 2017 e, mais tarde, no Europeu, com o time principal, venceu o torneio de forma invicta, perdendo apenas dois sets. O veterano oposto Maxim Mikhaylov vem jogando seu melhor voleibol desde 2012 e novos nomes como o ponta Dmitry Volkov e o central Ilia Vlasov vão agregando valor ao time. Sem sombra de dúvida, a seleção russa tem cacife para subir ao lugar mais alto do pódio e conquistar pela sétima vez o Mundial – as seis anteriores herdadas da antiga União Soviética.

Campeões da Copa do Mundo 2015 e bronze na Rio 2016, os Estados Unidos também integram o pelotão de elite. A equipe tem, em tese, tudo para deslanchar neste ciclo, depois de utilizar o primeiro ano para dar experiência aos mais novos. Cinco nomes se destacam: os pontas Aaron Russell e Taylor Sander, o ponta/oposto Matt Anderson, o levantador Micah Christenson e o líbero Eric Shoji. Os ponteiros Russell e Sander, por exemplo, que passaram a integrar o time A no meio do ciclo passado, exibem hoje em seus clubes na liga italiana muito mais segurança e eficiência. Se levarem isso para a seleção, dividindo a carga no ataque com o experiente Anderson, os adversários deverão ter problemas.

A Sérvia, do ponta Uros Kovacevic, teve atuações irregulares em 2017 (FIVB)

PELOTÃO INTERMEDIÁRIO
Numa prova do equilíbrio de forças no voleibol masculino, o bloco com aquelas equipes que podem atrapalhar a vida dos grandes e ainda levar uma medalha, mas com chances remotas de título, reúne pelo menos 10 seleções no Mundial 2018: Sérvia, Eslovênia, Bulgária, Polônia, Holanda, Finlândia, Bélgica, Canadá, Argentina e Irã. Lamenta-se a ausência da Alemanha, do panzer Georg Grozer, bronze em 2014 e vice-campeã europeia em 2017, mas que não conseguiu vaga nesta edição.

Os sérvios… O leitor pode até se perguntar se eles não mereciam ser considerados elite, afinal a atual geração foi vice-campeã da Liga Mundial 2015 e papou o título do torneio no ano seguinte. Vamos com calma. Em 2015, tiveram um grupo fácil nas finais, jogaram no limite na semifinal e foram atropelados pelos franceses na decisão. O título de 2016 veio em condições atípicas. Sem presença na Rio 2016, o time comandado pelo ex-levantador Nikola Grbic tinha nas finais da Liga Mundial o ápice do seu calendário naquele ano, enquanto os demais ainda cumpriam etapas da sua preparação física rumo aos Jogos Olímpicos. Foi uma grande vantagem. A Sérvia, do oposto Aleksandar Atanasijevic, tem uma boa equipe. No entanto, há lacunas que os colocam em ligeira desvantagem diante dos times mais fortes, como a excessiva dependência do saque, a exemplo do que vimos em 2017 nas finais da Liga Mundial e do Europeu. Mesmo assim, se algum favorito vacilar, os sérvios podem muito bem aproveitar a oportunidade.

Jogadores eslovenos comemoram a inédita classificação para o Mundial (FIVB)

A Eslovênia é a única estreante no torneio. Vice-campeã europeia em 2015, quadrifinalista em 2017, a seleção eslovena ascendeu rapidamente no cenário internacional. Este ano, faturou a segunda divisão da Liga Mundial, mas foi esnobada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) na composição da nova Liga das Nações – na verdade um retrofit na desgastada competição anterior, baseando-se na combinação de prestígio e dinheiro das federações incluídas. Tem nada não… A equipe comandada pelo treinador sérvio Slobodan Kovac promete fazer bonito na sua estreia no Campeonato Mundial. Sem a responsabilidade de ter que provar algo e com um time coeso, a Eslovênia pode dar trabalho no ano que vem. Cuidado com eles.

A Bulgária disputa as duas fases iniciais do Mundial em casa, tendo a seu favor uma torcida barulhenta, agressiva, intimidante para os adversários. Não é fácil jogar como visitante contra a Bulgária. Se conseguirem avançar à terceira fase, quando só restarão seis seleções, os búlgaros, liderados pelo oposto Tsvetan Sokolov, podem chegar ao pódio, embora tenham um jogo previsível e a sina de tremer na hora H.

Os poloneses precisam de um oposto, de um ponteiro de bom nível além do baixinho invocado Michal Kubiak e… de um técnico! O italiano Ferdinando De Giorgi só durou uma temporada no cargo. Quem quer que seja o sucessor – rumores apontam para o histriônico belga Vital Heynen, que levou a Alemanha ao bronze em 2014 e hoje dirige a seleção do seu país –, vai ter muito trabalho para reerguer um time que pouco lembra aquele que foi campeão mundial em 2014. Desta vez, eles não terão nomes como Winiarski, Zagumny e Wlazly – os dois primeiros aposentados e o outro abriu mão da seleção. O ponta Mateusz Mika, estrela da final do Mundial passado, sofre desde 2015 com uma lesão no joelho direito, que o afasta constantemente do esporte, e dificilmente deve voltar ao time. Num bom dia, em que o serviço funcione acima da média, a Polônia pode derrubar uma equipe mais forte.

Canadenses celebram a medalha de bronze na Liga Mundial (FIVB)

Os canadenses aproveitaram o esvaziamento da Liga Mundial 2017, repleta de times B, e pegaram uma inédita medalha de bronze, com uma equipe bem estruturada, tendo à frente o técnico francês Stéphane Antiga, que soube aproveitar o legado do competente Glenn Hoag. O Canadá, do oposto juvenil Sharone Vernon-Evans e do líbero Blair Bann, ainda oscila muito, mas quando entra em alta rotação pode ser um time perigoso.

A Argentina, tendo como treinador o incensado Julio Velasco, é capaz de incomodar qualquer time do mundo, mas também pode descer ao fundo do poço e seguir cavando, como na semifinal do Sul-Americano 2017, quando cometeu a façanha de perder para a bisonha seleção da Venezuela. Em 2018, o ponta Facundo Conte, que ganhou folga esta temporada, estará de volta para ajudar a evitar algum vexame. Destaque também para o levantador Luciano De Cecco, um dos mais habilidosos do mundo, em sua quarta temporada no italiano Perugia, e ainda para o central Sebastián Solé, um dos melhores da Superliga, jogando pelo EMS Funvic Taubaté.

Iranianos, belgas, holandeses e finlandeses têm um pouco menos a oferecer, mas podem incomodar, especialmente os dois primeiros. No Irã, segue chamando a atenção o duo formado pelo levantador Saeid Marouf e pelo central Seyed Mousavi – um dos melhores bloqueadores do mundo. O restante da equipe é claramente inferior, apesar de esforçada, o que compromete as chances iranianas. A Bélgica tem um bom conjunto e desde o início da década vem crescendo. Em 2017, foi sétima na Liga Mundial (e, assim como a Eslovênia, esquecida para a Liga das Nações) e quarta colocada no Europeu. Entre seus bons jogadores, vale prestar atenção no ponta Sam Deroo, que vem melhorando no passe e segue consistente no ataque, sendo um dos grandes nomes da liga polonesa, em sua terceira temporada no Zaksa Kedzierzyn-Kozle, bicampeão nacional, adversário do Sada Cruzeiro no Mundial de Clubes, em dezembro.

A Tunísia, do oposto Hamza Nagga, irá ao Mundial pela décima vez (FIVB)

O IMPORTANTE É COMPETIR
Alguns aqui são presença constante nas grandes competições, mas seja por falta de estrutura ou escassez de talentos, mais uma vez vão fazer figuração. Com algum esforço, quem sabe, chegam a coadjuvantes, mas sem estofo mesmo para o pelotão intermediário. O que esperar de Austrália, Porto Rico, Cuba, República Dominicana, Japão, China, Tunísia, Egito e Camarões? Olha, adoraríamos ver uma zebra, mas é quase impossível que isso aconteça. Como esquecer a irreverente seleção camaronesa, beirando a irresponsabilidade com seu saque suicida, levando os EUA do oposto Clayton Stanley ao tie break no Mundial 2010? Ou os tunisianos, na Copa do Mundo 2003, forçando a França, prata no Europeu daquele ano e bronze no Mundial 2002, a ir ao quinto set? Os dois franco-atiradores perderam, mas animaram o público. Seria ótimo para quebrar a monotonia assistir algum desses times aprontar para cima do pelotão intermediário ou mesmo dos favoritos – desde que não seja o Brasil. Mas vamos voltar à realidade.

A nota triste do bloco é ver Cuba e Japão nesse miolo. Os cubanos, que já foram potência, vão ao Mundial 2018 com um time juvenil e ninguém vai se surpreender se em alguns anos vários de seus jogadores deixarem o país, como já fizeram craques do calibre dos pontas Yoandy Leal, Wilfredo León e Osmany Juantorena, que se naturalizaram, respectivamente, brasileiro, polonês e italiano. O Japão era referência nos anos 1960 e 1970. Atualmente, o voleibol masculino japonês é somente uma sombra do que já foi.

A Austrália, dirigida desde maio por Mark Lebedew, técnico do clube polonês Jastrzebski Wegiel, tenta subir ao pelotão intermediário, mas ainda é irregular. Este ano, sem seus principais jogadores, o central Aidan Zingel e o oposto Thomas Edgar, ficou em terceiro na segunda divisão da Liga Mundial. Os dois atletas estarão de volta em 2018. É esperar para ver se o time apresenta evolução.

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Fã de Fê Garay, promessa peruana realiza sonho no Vôlei Nestlé http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/10/22/fa-de-fe-garay-promessa-peruana-realiza-sonho-no-volei-nestle/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/10/22/fa-de-fe-garay-promessa-peruana-realiza-sonho-no-volei-nestle/#respond Sun, 22 Oct 2017 08:00:34 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=9875

Maior ídolo do vôlei peruano na atualidade, Ángela Leyva completará 21 anos em novembro (foto: FIVB)

Principal talento peruano desde a geração que encantou o mundo nos anos 1980, a ponta/oposta Ángela Leyva desembarcou no Brasil na semana passada para realizar um velho sonho: disputar a Superliga. Fã da campeã olímpica Fernanda Garay, a atacante peruana de 20 anos, 1,84m, disse ao Saída de Rede que sente “aquele frio na barriga, que não vê a hora de estrear”, mas além da ansiedade e da vontade de aprender, está disposta a ajudar o Vôlei Nestlé, seu novo clube, a recuperar um título que o time não ganha desde a temporada 2011/2012. “Sei que as coisas não serão fáceis, mas nada é impossível”, afirmou Leyva.

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Conhecida em seu país como Ángel de las alturas (anjo das alturas), apelido criado pelo jornalista argentino Martín De Rose quando ela ainda era infantojuvenil e que rapidamente se espalhou entre os fãs e a imprensa peruana, Leyva mantém os pés no chão quando questionada sobre suas limitações. “Esse período em que estive na seleção com os treinadores brasileiros, o professor Luizomar (de Moura), o Jefferson (Arosti), venho melhorando muito, não apenas na parte técnica, mas também na mental. Tenho muito o que aprender, quero ser completa, não errar muito, não perder oportunidades no ataque”.

A atacante foi apresentada como nova atleta do Vôlei Nestlé (João Pires/Fotojump)

Talento
Versátil, Leyva joga tanto na entrada quanto na saída de rede, embora com Luizomar tenha sido utilizada somente como ponteira na seleção. Com lacunas no passe, defesa, bloqueio e saque, ela ainda está em formação, algo natural na sua idade. No ataque, porém, Ángela Leyva exibe a segurança de algumas veteranas, com uma variedade de golpes que vão desde pancadas certeiras até jogadas de efeito. Não à toa chamou a atenção de Luizomar de Moura, técnico da seleção peruana e do Vôlei Nestlé.

“É a minha primeira experiência em um clube fora do Peru, estou muito ansiosa, mas creio que tudo vai correr bem”, comentou. Veio para Osasco cedida por empréstimo pelo seu clube no Peru, o Universidad San Martín de Porres (USPM). O período de cessão começou a valer nesta sexta-feira (20), quando foi apresentada oficialmente pelo Vôlei Nestlé, até o encerramento da Superliga 2017/2018. Pelas regras da Federação Peruana de Vôlei (FPV), qualquer jogadora só pode assinar contrato com equipes estrangeiras depois de completar 22 anos, mas Luizomar conseguiu que Leyva fosse cedida.

A ponteira brasileira Fê Garay serve como inspiração para Leyva (FIVB)

Fã de Garay
Ela tem a ponta brasileira Fernanda Garay como ídolo. “Gosto muito da forma como ela joga, seu estilo de jogo, bastante agressivo, porém maduro. Costumo fazer aquela diagonal curta, como ela, sempre que posso vejo vídeos da Fê Garay jogando”. Luizomar de Moura vê semelhanças entre o estilo de Leyva e o de Garay. Embora não tenha sido enfático, indicou que deve utilizar a peruana mesmo como ponteira, ao afirmar durante a apresentação da jogadora que ela está treinando passe e que ataca melhor pela entrada de rede – Osasco já tem duas opostas, Paula Borgo e Lorenne.

A possibilidade de enfrentar seu ídolo e outras campeãs olímpicas, além de jogar ao lado de duas delas, como Tandara e Carol Albuquerque, deixa Ángela Leyva animada. “É uma honra para mim. Essa experiência vai me ajudar muito a seguir crescendo, não apenas como atleta, mas como pessoa também”. Como ainda vai se entrosar com sua nova equipe, ela não tem data para estrear, mas Luizomar pretende colocá-la em quadra tão logo seja possível. O Vôlei Nestlé venceu as duas primeiras partidas na Superliga – 3-1 sobre o Hinode Barueri e 3-2 contra o Renata Valinhos/Country – e enfrenta, como visitante, o São Cristóvão Saúde/São Caetano, no dia 31 de outubro, às 20h, pela terceira rodada.

Luizomar de Moura é técnico do Vôlei Nestlé e da seleção peruana (João Pires/Fotojump)

Fama precoce
Leyva conquistou fama em seu país aos 15 anos, quando liderou a seleção peruana que venceu o Sul-Americano infantojuvenil, em Lima, em 2012, diante do Brasil – título que o Peru não ganhava desde 1980. A imprensa peruana fez barulho, acreditando que o fim do jejum de títulos da equipe adulta seria uma questão de tempo. Desde então, a atacante passou a atuar em todas as categorias possíveis, mesmo aumentando o risco de lesões, disputando inúmeros torneios com a camisa do Peru.

Ela jogava basquete na escola, quando, aos 11 anos, foi chamada para tentar o voleibol. “O começo foi muito difícil, eu era descoordenada e queria desistir. Minha mãe me deu muita força para que eu seguisse em frente e só tenho que agradecer a ela pela minha carreira”. Acabou influenciando sua irmã mais nova, a ponta Leslie, 18 anos, 1,75m, jogadora da seleção juvenil e que como Ángela tem contrato com o USPM.

Leyva recebe um saque: ela ressalta que tem muito a aprender (Betto Doloriert/CSV)

Seleção peruana
Ángela Leyva tem o sonho de voltar a ver a seleção peruana como parte da elite mundial. O Peru já teve resultados expressivos no cenário internacional, como uma prata olímpica (Seul 1988) e uma prata e um bronze no Campeonato Mundial (em 1982 e em 1986, respectivamente). Mas isso foi nos anos 1980 e muita água passou por debaixo da ponte. O Peru, que era potência, virou uma seleção sem expressão. Conquistou o último de seus 12 títulos sul-americanos em 1993 – competição disputada na altitude de Cuzco, Peru, e com a seleção brasileira no meio de uma crise entre as atletas e o então técnico Wadson Lima, desfalcada de algumas jogadoras, incluindo sua principal atacante, a ponta Ana Moser.

“Queremos voltar a ser uma grande seleção com uma geração que hoje está em torno dos 20 anos. Não somos melhores do que aquelas dos anos 1980, mas vamos lutando, temos uma responsabilidade muito grande de voltar a se classificar para um Mundial, para os Jogos Olímpicos. Embora os resultados atualmente não sejam bons, temos que ver o lado positivo, a nossa evolução”, analisou a ponteira, que completa 21 anos no dia 22 de novembro. A última participação peruana em um Mundial foi em 2010. Nas Olimpíadas, o Peru não compete desde Sydney 2000.

Este mês, jogando em casa, na cidade de Arequipa, a seleção peruana ficou apenas em terceiro lugar entre quatro equipes na disputa por uma vaga para o Campeonato Mundial 2018, atrás da Argentina (classificada) e da Colômbia. Mas Leyva mantém o otimismo. “Ocorreram muitas coisas nesses cinco meses em que estivemos trabalhando com Luizomar e seus assistentes. Tomamos consciência de que podemos ir mais longe, que nosso time pode conseguir algo bom no futuro”.

Colaborou Carolina Canossa

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Argentina fatura segunda vaga sul-americana para o Mundial 2018 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/10/15/argentina-fatura-segunda-vaga-sul-americana-para-o-mundial-2018/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/10/15/argentina-fatura-segunda-vaga-sul-americana-para-o-mundial-2018/#respond Mon, 16 Oct 2017 01:20:48 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=9780

Las Panteras garantiram presença no Mundial 2018, que será disputado no Japão (Foto: CSV)

É da Argentina a segunda vaga sul-americana para o Campeonato Mundial de vôlei feminino 2018 – a primeira ficou com o Brasil, em agosto. Las Panteras, como são chamadas em seu país, garantiram sua presença ao vencer o qualificatório continental, derrotando as peruanas na última partida, na noite deste domingo (15), por 3-1 (25-22, 25-20, 18-25, 25-16), em Arequipa, no Peru. O Mundial será realizado no Japão, de 29 de setembro a 20 de outubro do próximo ano (veja os participantes no final do texto). Será a sexta participação da Argentina no torneio – competiu em 1960, 1982, 1990, 2002 e 2014.

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Las Panteras entraram em quadra numa situação confortável. Em um qualificatório com apenas quatro seleções, a Argentina já havia vencido Colômbia e Uruguai, ambas por 3-0. Já o Peru, após bater as uruguaias em sets diretos na estreia, caiu pelo mesmo placar diante das colombianas. Com isso, as argentinas poderiam até perder por 0-3 das peruanas, desde que somassem pelo menos 60 pontos nas três parciais. Mas a vitória no primeiro set confirmou a vaga no Mundial.

Luizomar de Moura tem a missão de classificar o Peru para Tóquio 2020 (CSV)

Técnicos brasileiros fora do Mundial
A Colômbia, dirigida pelo técnico brasileiro Antônio Rizola, ficou em segundo lugar, com o Peru, comandado pelo também brasileiro Luizomar de Moura, treinador do Vôlei Nestlé, em terceiro. Ele foi contratado pela Federação Peruana de Vôlei (FPV) com o objetivo principal de classificar a seleção para a Olimpíada de Tóquio, em 2020. A última participação olímpica do Peru foi em Sydney 2000. No Mundial, foi em 2010. A equipe perdeu a vaga no Mundial 2014 e na Rio 2016 justamente para a Argentina. No entanto, este ano, peruanas e argentinas haviam se enfrentado três vezes, com vitórias do Peru em todos os confrontos. Esse retrospecto recente e o fato de jogar em casa deram ânimo ao time de Luizomar.

Há dois meses, no Sul-Americano vencido pela seleção brasileira, a Colômbia, jogando em casa, na cidade de Cali, obteve a melhor classificação da sua história na competição, terminando em segundo, com o Peru em terceiro. As argentinas, treinadas por Guillermo Orduna desde 2013, estavam sem Yas Nizetich e Elina Rodriguez, suas ponteiras titulares, ambas lesionadas, e com a central Mimi Sosa recuperando-se de uma contusão. Ficaram em quarto lugar.

Nizetich: importância no ataque, no saque e excesso nas comemorações (CSV)

Nizetich e Rizzo
A presença de Nizetich, atacante de 28 anos, 1,81m, que esta temporada jogará pelo Volley Pesaro, da Itália, estreante na primeira divisão, foi fundamental para o bom desempenho da Argentina em Arequipa. A ponteira, que atuou nos últimos quatro anos em equipes pequenas ou intermediárias do voleibol turco, teve papel essencial no ataque e no saque. Fora isso, irritou as adversárias com seus gritos nas comemorações – chegou a receber um cartão amarelo. Ela e Rodriguez haviam sido os destaques do time no Montreux Volley Masters, quando Las Panteras surpreenderam e terminaram em quarto lugar, com vitórias sobre as seleções B da China e da Holanda. Nas competições seguintes – Copa Pan-Americana, Grand Prix e Sul-Americano –, com as duas ponteiras contundidas, o nível da equipe caiu.

Outra figura importante na classificação para o Mundial 2018 foi a líbero Tatiana Rizzo, que jogou as duas últimas temporadas de clubes na Superliga, pelo Rio do Sul. Com boas atuações na Rio 2016 e líder nas estatísticas de recepção da Superliga 2016/2017 ao final do returno, ela tem, desde o ciclo olímpico passado, a ingrata tarefa de dar alguma regularidade à caótica linha de passe argentina – nenhuma das ponteiras é boa no fundamento, exceto a reserva Morena Martinez, de apenas 1,64m, que entra às vezes para reforçar o fundo de quadra e que nos clubes atua como líbero. Já estamos em meados de outubro e Rizzo está sem time para a temporada 2017/2018.

Infelizmente, a Confederação Sul-Americana de Vôlei (CSV) não informou as estatísticas das partidas do qualificatório em Arequipa, a exemplo do que havia ocorrido no Sul-Americano em Cali.

A seleção de Trinidad e Tobago se classificou pela primeira vez para o Mundial (FIVB)

África e Norceca
Na sexta-feira (13) foram definidos os dois representantes da África e no sábado (14) as quatro vagas restantes das sete reservadas à Norceca (Confederação da América do Norte, Central e do Caribe) – os Estados Unidos ficaram com uma como atual campeão mundial, enquanto Canadá e Cuba haviam garantido presença no final de setembro.

Na África, as vagas foram disputadas no campeonato continental, que terminou sábado com a vitória inédita de Camarões. Jogando em casa, as camaronesas derrotaram o Quênia na final por 3-0. As duas seleções haviam confirmado presença no Mundial na véspera, ao vencerem as semifinais. Assim, Camarões vai ao torneio pela terceira vez na história, tendo participado em 2006 e em 2014. Quênia volta ao Mundial e será sua sexta participação, depois de competir pela última vez em 2010.

Na Norceca, foram realizados a partir de sexta-feira dois qualificatórios com quatro vagas em disputa e no sábado, um dia antes do encerramento das competições, estava definido quem iria ao Mundial 2018: Trinidad e Tobago, México, República Dominicana e Porto Rico. Os dois primeiros se classificaram jogando em Trinidad e Tobago, em um torneio que contou ainda com as presenças da Costa Rica e de Dominica. Será a estreia de Trinidad e Tobago no Campeonato Mundial. No outro qualificatório, na República Dominicana, as anfitriãs e as porto-riquenhas se classificaram ao superar Guatemala e Jamaica.

Com isso, estão definidos os 24 participantes do Mundial feminino 2018. Brasil e Argentina pela América do Sul; EUA, Canadá, Cuba, Trinidad e Tobago, México, República Dominicana e Porto Rico pela Norceca; Rússia, Sérvia, Turquia, Itália, Azerbaijão, Alemanha, Holanda e Bulgária pela Europa; Japão (sede), China, Cazaquistão, Tailândia e Coreia do Sul pela Ásia; Camarões e Quênia pela África. A data do sorteio das chaves ainda será divulgada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB).

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