Campeonato Mundial de Clubes – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Quais foram as melhores jogadoras de 2019? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/27/quais-foram-as-melhores-jogadoras-de-2019/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/27/quais-foram-as-melhores-jogadoras-de-2019/#respond Fri, 27 Dec 2019 09:00:26 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19584

Às vésperas da Olimpíada de Tóquio, o Saída de Rede aponta quais atletas se destacaram no ano (Fotos: Divulgação/FIVB)

Com a Olimpíada de Tóquio logo ali, 2019 foi um período de incertezas para algumas jogadoras – especialmente em função das lesões e, ainda, do baixo rendimento nos clubes e/ou nas seleções – e de consolidação para outras. Na escolha das melhores, o Saída de Rede levou em consideração a incrível regularidade e o momento de afirmação destas atletas que vêm, ano a ano, dominando as competições que disputam no cenário mundial. Na opinião do blog, ninguém jogou tanto quanto ou mais do que elas neste ano. Confira:

Paola Egonu

Egonu foi um dos grandes nomes do vôlei neste ano de 2019 (Fotos: Divulgação/FIVB)

Um dos maiores fenômenos do vôlei mundial, a italiana Paola Egonu já teve um 2018 espetacular. Para quem não lembra, a jogadora se sagrou vice-campeã mundial com a Azzurra, levou o prêmio de melhor oposta do campeonato e, com os 45 pontos marcados na semifinal contra a campeã olímpica China, se tornou a maior pontuadora de todos os tempos nas competições da Federação Internacional de Vôlei (FIVB).

Em 2019, Egonu não deixou por menos. Com a camisa do italiano Novara, ganhou a Champions League na temporada 2018/2019, batendo na final o Conegliano, seu atual clube. Ela marcou 27 pontos e terminou como a MVP do torneio. Já na seleção, exerceu papel decisivo na classificação italiana para a Olimpíada do ano que vem, sendo, novamente, a maior pontuadora em todas as partidas do Pré-Olímpico – ela pontuou 25 vezes somente contra a Holanda.

Com os seus 21 anos recém-completados, voltou a brilhar no final do ano, sendo o maior destaque na conquista do título inédito de campeão mundial de clubes do Conegliano. Além de ter anotado 38 pontos na semifinal contra o tricampeão VakifBank, ela também teve uma atuação de gala na decisão diante do Eczacibasi, outra potência turca, ao colocar 33 bolas no chão. Terminou o campeonato como MVP e, seguramente, deverá ser uma das grandes estrelas dos Jogos de Tóquio.

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Para o bem e para o mal: os fatos que marcaram o vôlei em 2019

O ano ruim do vôlei feminino brasileiro no Mundial de Clubes

Tijana Boskovic

Boskovic é o maior nome da seleção sérvia na atualidade

Considerada uma das melhores jogadoras do planeta, a oposta Tijana Boskovic também não tem do que reclamar neste ano. Vice-campeã olímpica em 2016 e campeã mundial no ano passado, a atleta, que assustou o mundo ao desbancar, aos 17 anos, a talentosa Jovana Brakosevic na seleção sérvia, é outra que não cansa de derrubar recordes e acumular prêmios individuais.

Aos 22 anos, Boskovic é mais do que uma realidade. Eleita a melhor jogadora do campeonato turco na temporada 2018/2019, segue como uma peça indispensável no esquema do técnico Zoran Terzic. Com rendimento excepcional tanto no ataque quanto no saque, foi determinante no Pré-Olímpico para que sua equipe se garantisse nos Jogos, e ainda ajudou o time dos Bálcãs a se sagrar tricampeão europeu (bi consecutivo), vencendo a aguerrida Turquia na decisão.

Boskovic anotou 23 pontos na final, levou o troféu de MVP da competição pela segunda vez (já havia conquistado em 2017) e silenciou a multidão que empurrava a seleção da casa na capital Ancara. Já no Mundial de Clubes, o seu Eczacibasi terminou com o vice-campeonato, mas, ainda assim, ela pontuou 27 vezes contra o Conegliano. Como a rival Egonu, a oposta tem tudo para se consagrar na Olimpíada do Japão.

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O ano ruim do vôlei feminino brasileiro no Mundial de Clubes http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/22/o-ano-ruim-do-volei-feminino-brasileiro-no-mundial-de-clubes/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/22/o-ano-ruim-do-volei-feminino-brasileiro-no-mundial-de-clubes/#respond Sun, 22 Dec 2019 09:00:58 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19550

Vice-campeão na temporada passada, o Minas terminou este Mundial na 5a colocação (Fotos: Divulgação/FIVB)

Com boas recordações e algumas frustrações, 2019 está chegando ao fim. Por isso, o Saída de Rede realizará, a partir deste domingo (22), a tradicional retrospectiva dos principais fatos que marcaram o mundo do vôlei no ano.

Para começar, analisaremos a participação do Itambé Minas e do Dentil Praia Clube, representantes brasileiros no Campeonato Mundial de Clubes feminino. O atual campeão nacional e o vice terminaram o torneio em 5º e 6º, respectivamente. A competição foi realizada em Shaoxing, na China, e deu o primeiro título de sua história ao italiano Conegliano.

A quinta posição do time de Belo Horizonte, contudo, não chegou a ser uma surpresa. Depois de passar várias temporadas como uma equipe de meio de tabela na Superliga feminina, o tradicional clube mineiro fez um dos maiores investimentos para 2018/2019 ao contratar Natália e Gabi, a dupla titular na entrada de rede da seleção brasileira.

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O investimento não poderia ter sido mais acertado. Sob a batuta do talentoso treinador italiano Stefano Lavarini, o Minas viveu uma temporada gloriosa, ganhando todos os campeonatos de que participou (exceto o próprio Mundial, em que foi vice-campeão).

Neste ano, no entanto, o cenário se alterou drasticamente. O time perdeu a poderosa dupla de ponteiras para os gigantes turcos Eczacibasi e VakifBank (segundo e terceiro colocados neste Mundial) e, ainda, o técnico italiano para o Busto Arsizio. Para a delicada reposição, o clube apostou no compatriota Nicola Negro como comandante e nas atacantes Roslandy Acosta (venezuelana) e Deja McClendon (norte-americana).

O conjunto, contudo, ficou desequilibrado. Com performances bastante inseguras na recepção, ou seja, na construção do jogo, e, ainda, na virada de bola, as estrangeiras, que buscavam uma adaptação ao estilo imprevisível da levantadora Macris, pouco fizeram.

Minas apresentou muitas dificuldades na recepção durante o Mundial

Por outro lado, a veterana bicampeã olímpica Thaísa, recém-chegada para esta temporada, se mostrou muito decisiva pelo meio de rede ao lado de Carol Gattaz, um dos principais nomes do plantel, que acabou se machucando na reta final do torneio. Já a também experiente Sheilla, contratada para dividir a saída de rede com Bruna Honório, voltou a jogar neste ano depois de um longo período de inatividade, mas ainda luta para recuperar o voleibol que a consagrou.

Com isso, em outro patamar técnico e tático, a equipe precisou lidar esta imensa reformulação interna. Some-se a isto o nível desta edição do Campeonato Mundial. Com oito equipes em busca do troféu, o torneio, o mais forte dos últimos anos, reuniu alguns dos maiores times do mundo, verdadeiras seleções mundiais que, com enorme aporte financeiro, montaram seus elencos com as melhores jogadoras da atualidade. Assim, com adversários desta categoria, as chances de pódio ficaram ainda mais reduzidas.

Não podemos esquecer, entretanto, que o Minas não enfrentou apenas pedreiras. As derrotas na fase classificatória para o chinês Guandong Evergrande, um dos mais fracos times do campeonato, e para as reservas do Conegliano, equipes que o grupo minastenista, em tese, teria plenas condições de vencer, acabaram sendo um demonstrativo da fragilidade do campeão brasileiro na competição.

Com grande potencial ofensivo, time do Praia Clube não conseguiu render o esperado

Se a posição do Minas não causou tanta estranheza, do seu rival regional se esperava mais. Além de não ter vivido uma reconstrução tão radical – é verdade que perdeu a central bicampeã olímpica Fabiana, um dos pilares do time, e a levantadora norte-americana Lloyd, que não teve uma passagem muito feliz por Uberlândia –, o clube ainda preservou atletas, como a oposta Nicole Fawcett e a ponteira campeã olímpica Fernanda Garay.

Sem falar que o Praia assinou com a dominicana Brayelin Martínez, jogadora que não teve problemas para se adaptar ao vôlei brasileiro e que vem sendo o grande destaque ofensivo da equipe. Trouxe, ainda, a meio de rede Walewska, central campeã olímpica bastante regular que foi uma das figuras mais importantes para o título inédito da Superliga na temporada 2017/2018.

Desta maneira, a equipe teve um começo de temporada bem menos conturbado, batendo, inclusive, o grande rival em duas competições domésticas, o Campeonato Mineiro e a Supercopa. Claro que a expectativa não era que o conjunto aurinegro ganhasse o ouro no Mundial, mas que oferecesse mais resistência aos rivais em função de seu poder de fogo e, quem sabe, até pudesse beliscar um lugar no pódio.

Fernanda Garay sofreu uma fratura no torneio e só voltará a jogar no ano que vem

O grupo comandado pelo técnico Paulo Coco, contudo, não fluiu bem. Ao contrário, enfrentou dificuldades na linha de passe, no sistema defensivo e, especialmente, no ataque. Jogadoras tarimbadas como Garay e Fawcett renderam bem menos do que podiam, sobrecarregando Martínez pelas pontas.

A hesitação da equipe para “matar” os jogos nos momentos-chave em que teve a oportunidade – a partida decisiva contra o chinês Tianjin, ainda na primeira fase, é um exemplo disso – foi outro entrave na difícil campanha do vice-campeão brasileiro na competição. A levantadora Claudinha também passou por instantes de desequilíbrio, fazendo escolhas equivocadas durante as partidas e cometendo erros técnicos que comprometeram a virada de bola.

Neste sentido, o desempenho – e não exatamente a colocação final – tanto do Minas, que esboçou uma melhora no fim da competição, quanto do Praia Clube, acabou sendo mais frustrante, dando uma ideia da posição atual do voleibol feminino brasileiro de clubes no cenário internacional.

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Praia Clube repete na Superliga falhas que mostrou no Mundial de Clubes http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/20/praia-clube-repete-na-superliga-falhas-que-mostrou-no-mundial-de-clubes/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/20/praia-clube-repete-na-superliga-falhas-que-mostrou-no-mundial-de-clubes/#respond Fri, 20 Dec 2019 09:00:09 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19521

Equipe de Paulo Coco teve um desempenho oscilante no Mundial de Clubes (Foto: Divulgação/FIVB)

O placar de 3 a 0 (parciais de 25-21, 25-14 e 26-24) decepcionou o torcedor que esteve presente na Arena Praia, em Uberlândia (MG), para acompanhar o clássico entre Dentil Praia Clube, o time da casa, e Sesc-RJ nesta semana. O confronto, válido ainda pela sétima rodada da Superliga feminina de vôlei em função da participação mineira no Mundial de Clubes, acabou decretando o primeiro revés da equipe de Paulo Coco na competição.

Com o resultado, o grupo, que começou a temporada de forma assertiva, ganhando a Supercopa e o Campeonato Mineiro 2019, caiu para a quarta colocação na tabela da Superliga, somando 18 pontos em sete partidas disputadas (seis vitórias e uma derrota).

No primeiro duelo pós-Mundial, a equipe de Paulo Coco chegou a vencer com desenvoltura o Sesi Bauru em sets diretos. A dominicana Brayelin Martínez, recém-chegada, e a norte-americana Nicole Fawcett foram as maiores pontuadoras com 16 e 15 acertos, respectivamente. Contudo, a vulnerabilidade, a quantidade de erros (21 contra apenas 12 do Praia) e as falhas na recepção bauruense acabaram colaborando para o resultado.

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Já contra o Sesc, um adversário que tem apresentado campanha bem mais sólida do que Bauru, o que surpreendeu os torcedores do Praia não foi exatamente a derrota, algo natural diante de uma equipe que, apesar das mudanças para este ano, permanece entre os candidatos ao título. O que causou espanto foi a maneira como o time foi derrotado em casa.

Obviamente, esperava-se que o Sesc jogasse a partida em Uberlândia com “a faca entre os dentes”, uma vez que o grupo vinha de uma derrota também dolorosa em sets diretos para o Itambé Minas dentro da casa do rival. Apesar desta expectativa, o Praia, sem continuidade e poder de reação, pouco produziu e foi facilmente batido pelas cariocas.

Um dos aspectos que mais evidenciaram a fragilidade mineira no jogo foi o rendimento na virada de bola. Enquanto o time vice-campeão brasileiro anotou apenas 34 pontos no ataque, a equipe de Bernardinho fez 47. A maior pontuadora do duelo foi a oposta Tandara Caixeta com 17 acertos. Pelo lado praiano, Fawcett anotou 14.

Ocorre que a falta de consistência no fundamento e as falhas nas tomadas de decisão em momentos-chave são problemas que já tinham aparecido no Mundial, torneio em que as mineiras terminaram na 6ª posição. Apenas para exemplificar, a ponteira Fernanda Garay anotou 3 pontos no jogo de estreia contra o turco VakifBank. A oposta Fawcett fez 8. O mesmo aconteceu diante do italiano Novara.

Equipe sucumbiu em casa diante do Sesc (Foto: Divulgação/Dentil Praia Clube)

Garay, que vinha recuperando a melhor forma física após lesão, acabou sofrendo uma fratura no nariz durante a competição na China, passou por cirurgia aqui no Brasil e só retornará à equipe no ano que vem. Com isso, sem ter com quem dividir a responsabilidade pela virada de bola, a dominicana Martínez foi – durante o Mundial – e continua sendo a atleta mais decisiva de modo geral, mesmo improvisada na entrada de rede.

Tanto que entre as atacantes de ponta do time, ela é a que tem maior percentual de aproveitamento de ataque nas estatísticas da Superliga (está em 5º lugar com 54%, tendo pontuado 85 vezes em 158 tentativas). A outra representante é a central Carol, que colocou 44 bolas no chão das 74 recebidas e está na 3ª posição.

Apesar da melhora esboçada na reta final do Mundial, quando a chance de pódio já havia escapado, a irregularidade nos fundamentos – o bloqueio, a recepção e a defesa também têm deixado a desejar – segue comprometendo o padrão de jogo da equipe do Triângulo Mineiro. Fato é que o time de Paulo Coco tem enorme potencial a ser desenvolvido no decorrer desta Superliga. A expectativa, portanto, é que o conjunto retome o caminho das boas apresentações, “dê liga” e faça jus ao investimento feito para esta temporada.

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Com racismo crescente, Itália vence Mundiais de Clubes com atletas negros http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/13/com-racismo-crescente-italia-vence-mundiais-de-clubes-com-atletas-negros/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/13/com-racismo-crescente-italia-vence-mundiais-de-clubes-com-atletas-negros/#respond Fri, 13 Dec 2019 09:00:33 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19463

Grande estrela do vôlei na atualidade, Egonu já reconheceu publicamente ter sido vítima de racismo (Fotos: Divulgação/FIVB)

“Estou muito orgulhosa desse time e não queremos parar”. A frase, repetida nos principais jornais italianos, é da jovem oposta Paola Egonu, um dos maiores fenômenos do vôlei mundial na atualidade, em entrevista após a conquista do primeiro troféu do seu time, o Conegliano, no Campeonato Mundial de Clubes, em Shaoxing (China). A atleta de 20 anos não cansa de quebrar recordes e marcou assombrosos 38 pontos na semi contra o tricampeão VakifBank e 33 na final contra o bi Eczacibasi, potências turcas que se tornaram presenças constantes na competição.

E a festa italiana nesta edição não poderia ter sido maior. Afinal, o Lube Civitanova também venceu no naipe masculino, superando o tricampeão Sada Cruzeiro na decisão em Betim (MG). Letais no ataque e no saque, Osmany Juantorena e Yoandy Leal foram os destaques individuais do duelo, anotando 20 pontos cada.

Assim, exultantes, as publicações locais festejaram o fato de o país ter sido recolocado no topo no naipe feminino, uma vez que o último triunfo da Azzurra no Mundial aconteceu no longínquo 1992, quando o Ravenna venceu o brasileiro Minas Tênis Clube. Entre os homens, a última conquista foi a do Trentino, que chegou ao penta no ano passado.

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Curiosamente, entretanto, as equipes triunfaram nesta edição do Mundial tendo atletas negros como protagonistas. Afinal, a italiana Egonu, o cubano naturalizado italiano Osmany Juantorena, o brasileiro naturalizado Yoandy Leal e o cubano Robertlandy Simon são alguns dos maiores craques da liga local de clubes, vista como a mais forte do mundo – Egonu e Juantorena ainda são peças indispensáveis à seleção. Sem falar em outros jogadores, como o polonês naturalizado León, que hoje brilha no Perugia, time que não participou da competição.

E todos eles são destaque justamente neste momento em que a extrema direita avança e as manifestações de racismo, xenofobia e intolerância atingem níveis aterrorizantes e inimagináveis em várias esferas do país, inclusive, no esporte. O que vem acontecendo há tempos no futebol, por exemplo, é uma demonstração evidente de que a situação está completamente fora de controle. A própria Egonu, conforme mostrado aqui no blog, já foi vítima do ódio racial, tendo, ainda, a sua nacionalidade questionada por ser descendente de nigerianos.

Sem fazer referência ao problema, as publicações locais se renderam ao talento dos atletas – o “Corriere Della Sera”, por exemplo, cravou “Egonu magnífica e Leal implacável: a Itália retorna ao topo do mundo”. O “Tuttosport” exaltou o trabalho realizado em conjunto pelo Civitanova na busca pelo troféu inédito, e escreveu “Juantorena e Leal comandam a equipe em direção à histórica vitória”.

Leal vive um momento excepcional na carreira

Já o “La Gazzetta dello Sport” utilizou adjetivos como “gigantesca” e “superlativa” para se referir ao desempenho de Egonu. Foi bastante ilustrativo, contudo, perceber que apesar de todos os elogios, alguns torcedores colocaram o potencial da atacante em dúvida. Implacáveis nas críticas, afirmaram que ela não foi tão decisiva assim no Campeonato Mundial de seleções, em 2018, e na semifinal do Campeonato Europeu deste ano.

Para quem não lembra, a Itália foi superada pela Sérvia, da também espetacular Tijana Boskovic, nas duas oportunidades. No Mundial do ano passado, a equipe foi derrotada no tie-break. Já no Europeu disputado entre agosto e setembro, a Azzurra caiu por 3 a 1, terminando o continental com o bronze. O representante dos Bálcãs ficou com o ouro nos dois torneios.

Apesar das derrotas, Egonu mostrou o porquê é considerada uma das melhores atacantes do mundo. Na decisão do Mundial, ela marcou outros 33 pontos, além de ter anotado 45 na histórica semifinal contra a China, terminada também apenas no tie-break. Especificamente nesta semi, ela se tornou a maior pontuadora de toda a história dos Campeonatos Mundiais, ultrapassando a marca da cazaque Yelena Pavlova, que fez 40 no jogo em que sua equipe perdeu por 3 a 2 para os Estados Unidos, em 2006. Já na semi do Europeu, a jogadora pontuou 26 vezes, sendo o maior destaque ofensivo do jogo.

Um dos melhores jogadores do mundo, Juantorena fez uma grande partida contra o Cruzeiro

O excesso de erros, no entanto, acabou comprometendo o rendimento do time nos dois confrontos. Talvez tenha faltado à Itália uma atuação mais consistente também por parte da jovem e talentosa levantadora Ofelia Malinov, que se equivocou na distribuição das jogadas. Além disso, o time careceu de maior efetividade no ataque por parte de outras jogadoras, dividindo com Egonu a responsabilidade na virada de bola.

Neste sentido, reconhecendo o poder de decisão da atleta e o fato de o vôlei ser um esporte coletivo, o “Corriere Della Sera” fez uma espécie de “mea culpa”, destacando que “Egonu recebeu mais críticas do que realmente merecia” e que ela foi uma “MVP indiscutível” neste Mundial de Clubes.

Indiscutível também deve ser o nível de apreensão com o qual esses atletas precisam conviver na Europa e, em especial, na Itália, sabendo que serão alvos preferenciais em qualquer circunstância, sobretudo se não derem resultado. Ainda que nem todos (ou poucos) se manifestem publicamente, não há dúvidas de que devem ser enormes os desafios cotidianos. O que se espera é que todos sigam em frente, jogando o seu melhor voleibol, sem medo das críticas, e que não se calem diante de qualquer forma de violência ou preconceito.

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Voleicast: qual é o saldo da participação do Brasil nos Mundiais de Clubes? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/11/voleicast-qual-e-o-saldo-da-participacao-do-brasil-nos-mundiais-de-clubes/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/11/voleicast-qual-e-o-saldo-da-participacao-do-brasil-nos-mundiais-de-clubes/#respond Wed, 11 Dec 2019 12:37:21 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19449

Vice-campeão na temporada passada, o Minas terminou em quinto lugar neste Mundial (Fotos: Divulgação/FIVB)

Encerrados no último domingo (8), as edições 2019 dos Campeonatos Mundiais de Clubes consagraram clubes italianos. No feminino, o Conegliano venceu o turco Eczacibasi em Shaoxing, na China, por 3 sets a 1, ganhando o caneco pela primeira vez em sua história. O mesmo aconteceu com o Lube Civitanova, que, após bater na trave em 2017 e 2018, superou o tricampeão Sada Cruzeiro, em Betim (MG), pelo mesmo placar.

Neste 16º programa do Voleicast, podcast de vôlei do Saída de Rede, as jornalistas Carolina Canossa e Janaina Faustino fazem um balanço da participação dos brasileiros na competição. Representantes nacionais na versão feminina, os mineiros Itambé Minas (vice-campeão em 2018) e Dentil Praia Clube somaram 3 revezes em 3 jogos na primeira fase e terminaram na quinta e sexta colocações, respectivamente. Em função do nível dos adversários no mais equilibrado campeonato dos últimos anos, a posição final dos times, no entanto, não foi tão surpreendente.

Por outro lado, as jornalistas avaliam que as duas equipes tiveram um desempenho bem irregular no torneio, sobretudo no ataque. Pelo lado minastenista, apesar da melhora na reta final, a dupla de ponteiras Deja McClendon e Roslandy Acosta, recém-contratada para suprir a falta de Natália e Gabi, não correspondeu à altura, desequilibrando o esquema tático do italiano Nicola Negro, que também sofreu com a falta de uma bola de segurança pela saída.

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Voleicast 15: quais são as chances do Cruzeiro no Mundial de Clubes masculino?

Voleicast 14: quais são as chances do Brasil no Mundial de Clubes feminino?

Já o conjunto uberlandense, a despeito do potencial maior do que o do rival regional para beliscar um resultado mais expressivo no campeonato em função da qualidade do plantel formado por nomes, como a dominicana Brayelin Martínez, as campeãs olímpicas Fernanda Garay e Walewska, além da campeã mundial Nicole Fawcett, também teve uma performance abaixo, enfrentando dificuldades na virada de bola.

Apesar da derrota na final, o Cruzeiro teve uma performance elogiável no Mundial

Entre os homens, o hexacampeão nacional Sada Cruzeiro sucumbiu diante do Civitanova, dos brasileiros Bruno e Leal. Um dos melhores times do mundo – campeão italiano e da Champions League na temporada 2018/2019 –, o septeto europeu teve uma atuação muito constante na cidade de Betim em busca do seu primeiro título.

Apesar do vice, as jornalistas pontuam que o saldo foi positivo para o time liderado pelo argentino Marcelo Mendez. Em reconstrução após o desligamento e a consequente chegada de vários jogadores, como os ponteiros Facundo Conte, que fez um ótimo Mundial, e Gordon Perrin, a equipe celeste conseguiu mostrar um entrosamento e um padrão de jogo que não vinha apresentando neste começo de Superliga. Neste sentido, a tendência é que o Cruzeiro cresça de produção no decorrer da temporada.

Durante o bate-papo, as jornalistas comentam, ainda, a performance da estrela italiana Paola Egonu no campeonato, jogadora que vem escrevendo uma bela história no vôlei, e o triste episódio de importunação sexual ocorrido em Belo Horizonte (MG), envolvendo outro astro – ao que parece, apenas dentro das quatro linhas –, o ponteiro francês Earvin Ngapeth.

É só apertar o play abaixo:

Também é possível ouvir o Voleicast no seu celular através dos principais agregadores de podcast do mercado, caso do Spotify, Google Podcasts, Podcasts da Apple, Breaker e PocketCasts.

E você, concorda com as jornalistas? Qual avaliação você faz da participação dos times brasileiros no Mundial de Clubes feminino e masculino? Diga o que acha através da caixa de comentários abaixo, na nossa fanpage no Facebook, no nosso Twitter, no nosso Instagram ou pelo e-mail saidaderede@uol.com.br. Você também pode aproveitar a oportunidade para dar sugestões, fazer críticas ou até mesmo elogiar o Voleicast.

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Mais constante, Civitanova bate Cruzeiro e ganha Mundial pela primeira vez http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/08/mais-constante-civitanova-bate-cruzeiro-e-ganha-mundial-pela-primeira-vez/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/08/mais-constante-civitanova-bate-cruzeiro-e-ganha-mundial-pela-primeira-vez/#respond Sun, 08 Dec 2019 18:07:49 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19388

O Cruzeiro tentou, mas sucumbiu diante do italiano Civitanova na tarde deste domingo (8) (Fotos: Divulgação/FIVB)

Em sua terceira participação e com duas medalhas de prata na história do Mundial de Clubes masculino de vôlei, o italiano Lube Civitanova finalmente quebrou o jejum. O atual campeão europeu ganhou o troféu da competição na tarde deste domingo (8), vencendo o tricampeão Sada Cruzeiro em Betim, Minas Gerais, por 3 sets a 1, parciais de 25-23, 19-25, 31-29 e 25-21. Assim como no feminino, a Itália, portanto, também domina o torneio no naipe masculino. O bronze ficou com o russo Zenit Kazan, que superou o catari Al-Rayyan em sets diretos (25-21, 25-18 e 25-17).

A torcida azul não decepcionou. No embalo da contundente vitória sobre o Zenit na semifinal, os cruzeirenses abarrotaram o ginásio Divino Braga, empurrando os comandados do argentino Marcelo Mendez do início ao fim. E viram a equipe da casa jogar de igual para igual – até metade do primeiro set – com o poderoso rival que tem em seu plantel o meio de rede Simon, que deixou o clube de maneira conturbada, e o ponteiro Leal, jogador que fez história com a camisa celeste.

Na reta final da parcial, o Cruzeiro deixou o Civitanova abrir 22 a 18, mas, com muito volume de jogo e bom rendimento nos contra-ataques, conseguiu o empate. Contudo, a categoria de Juantorena e Leal na virada de bola, além do saque potente de Simon, sacramentaram a vitória italiana. Os erros do time mineiro (9 ao total), sobretudo no serviço e nas ações ofensivas, também contribuíram para o crescimento do adversário.

O jogo teve alguns momentos “quentes” com desentendimentos entre os jogadores e também com a arbitragem

A temperatura do jogo subiu a partir do set subsequente. Com provocações de parte a parte e discussões com a arbitragem, as equipes seguiram trocando pontos. Com baixo aproveitamento no sideout, o ponta canadense Gordon Perrin deixou a quadra, dando lugar ao experiente Filipe, que, a partir de uma passagem espetacular pelo saque, incendiou o ginásio e ajudou o time a abrir 17 a 13 no marcador.

O forte saque cruzeirense seguiu minando a confiança da linha de passe italiana, que não mais conseguiu entregar as bolas nas mãos do levantador brasileiro Bruno. Vale apontar, ainda, a evolução da Raposa no bloqueio, algo que também desestabilizou emocionalmente o adversário. Com isso, o conjunto liderado por Fefe De Giorgi ainda cometeu erros de saque e ataque que favoreceram o empate na partida.

O duelo permaneceu bastante equilibrado na parcial complementar – até mesmo nos erros de saque. O representante brasileiro, entretanto, se mostrou mais produtivo no sistema defensivo, perturbando os atacantes italianos (destaque para o líbero Lukinha). Tetracampeão mundial com o Trentino, o ponta Juantorena, no entanto, em grande atuação, foi o desafogo do levantador Bruno para a construção de uma pequena vantagem de 3 pontos. Inseguro no sideout, o oposto luxemburguês Rychlicki foi pouco utilizado.

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Ouça no Voleicast: o equilíbrio de forças no Mundial de Clubes masculino 

Marcelo Mendez: “Mundial será um grande desafio para o Cruzeiro”

Só que as bolas pela entrada de rede com Juantorena e Leal acabaram deixando o jogo do Civitanova bastante marcado, facilitando a leitura do bloqueio azul, a construção dos contra-ataques e o empate até o fechamento. E em um final emocionante e disputado ponto a ponto, ambos os times salvaram vários set points. A equipe mineira, entretanto, não soube confirmar os pontos nos contra-ataques, e a parcial acabou decidida em um ataque de Juantorena.

O Cruzeiro “baixou a guarda” no quarto set. A despeito do equilíbrio tático maior e da distribuição mais homogênea por parte do armador Cachopa,  a equipe cometeu erros cruciais no ataque e principalmente no saque, deixando os italianos despreocupados com a virada de bola. O técnico Marcelo Mendez ainda tentou alterar o panorama do confronto, lançando o oposto reserva Luan e promovendo o retorno de Perrin à quadra.

Entretanto, mesmo sem Juantorena, que sentiu uma lesão e saiu momentaneamente do jogo na reta final do set, e Bruno, substituído pelo levantador belga D’hulst, o Civitanova manteve a regularidade, sobretudo no saque. A equipe celeste, por outro lado, se perdeu nas falhas e não teve fôlego para buscar a virada. Assim, o Lube, prata na edição 2018 do campeonato, levantou o caneco pela primeira vez em sua rica história.

O maior pontuador do jogo foi o argentino Conte, que fez, mais uma vez, uma partida extraordinária. Ele pontuou 21 vezes, seguido do oposto Evandro, com 12, e de Isac que colocou 10 bolas no chão. Pelo lado italiano, Juantorena e Leal marcaram 20 pontos.

Juantorena (5), um dos melhores ponteiros do mundo, fez um grande jogo

Apesar de não ter conseguido o tetracampeonato mundial, é importante salientar que o saldo é positivo para o Cruzeiro. A equipe demonstrou um padrão de jogo e um nível de atuação que não vinha apresentando neste início de temporada. Além da segurança evidente do levantador Cachopa, que já tinha mostrado amadurecimento na temporada de seleções, o que vimos neste Mundial de Clubes foi um time com padrão tático bem definido, como é característica das equipes treinadas por Marcelo Mendez, a despeito de todas as mudanças realizadas para esta Superliga pré-olímpica.

E com atletas decisivos, casos do oposto Evandro, que melhorou o rendimento, e do ponta argentino Conte, recém-chegado que fez um excelente campeonato tanto no passe quanto no ataque. Entre outros destaques positivos, o líbero Lukinha, ótimo na recepção e nas coberturas de defesa, e o canadense Perrin, que, apesar de ter tido um aproveitamento inconstante na virada de bola especialmente na decisão, se sobressaiu no passe e no fundo de quadra. Assim, com a performance no Mundial, a tendência é que a equipe cresça mais na Superliga, onde vinha tendo desempenho irregular, dando mais trabalho aos adversários.

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Conegliano, de Egonu, e Eczacibasi, de Natália, fazem a final do Mundial http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/07/conegliano-de-egonu-e-eczacibasi-de-natalia-fazem-a-final-do-mundial/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/07/conegliano-de-egonu-e-eczacibasi-de-natalia-fazem-a-final-do-mundial/#respond Sat, 07 Dec 2019 14:56:23 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19345

Com 38 pontos marcados, a oposta Egonu brilhou na partida contra o VakifBank (Fotos: Divulgação/FIVB)

Duas excepcionais partidas definiram, na manhã deste sábado (7), os finalistas do Mundial de Clubes feminino 2019. O italiano Conegliano e o turco Eczacibasi, liderado pelo brasileiro Marco Aurélio Motta, decidirão o ouro às 9h deste domingo (8), na cidade de Shaoxing, na China. A disputa do bronze será mais cedo, às 6h, entre VakifBank e Novara.

Em uma primeira semifinal de tirar o fôlego, o Conegliano derrubou o campeão passado VakifBank no tie-break (parciais de 25-23, 25-20, 25-23, 25-21 e 23-21), impedindo que o gigante turco fosse em busca de seu terceiro título consecutivo no torneio. Para tanto, contou com a força da oposta Paola Egonu, estrela italiana que brilhou intensamente ao marcar incríveis 38 pontos.

Apesar de alguma instabilidade na linha de passe – especialmente com a ponteira italiana Miriam Sylla –, o Conegliano estabeleceu uma boa relação bloqueio-defesa durante a partida, contando principalmente com o trabalho da líbero Monica De Gennaro no sistema defensivo. Com isso, a levantadora polonesa Wolosz conseguiu acionar Egonu nas bolas complicadas pela saída de rede.

E a atacante teve um papel basilar na última parcial, ajudando o vice-campeão europeu a reverter um placar de 14 a 11 para virar 23 a 21. A segunda maior pontuadora do Conegliano foi a passadora norte-americana Kimberly Hill com 11 acertos.

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Vale salientar, entretanto, que do outro lado a ponteira Gabi também teve um ótimo desempenho. Além de ter anotado 22 pontos, a brasileira ainda se sobressaiu no passe e no fundo de quadra. Ela só não pontuou mais do que a oposta sueca Isabelle Haak, que cresceu bastante no quarto set e terminou o confronto com 24 acertos.

Apesar do enorme equilíbrio entre as equipes, o que saltou aos olhos foi o número excessivo de erros do VakifBank – 32 ao total contra 24 do adversário. Se não tivesse cometido tantas falhas, o atual campeão turco poderia ter vencido o confronto, já que fez 80 pontos na virada de bola contra 67 do Conegliano.

Natália sofreu um pouco na virada de bola, mas ainda conseguiu anotar 17 pontos

Na segunda semifinal do dia entre o Eczacibasi, detentor de dois títulos mundiais, e o Novara, atual campeão da Champions League, as duas equipes passaram por altos e baixos. Contudo, o time de Marco Aurélio, além de ter tido mais lucidez nos momentos decisivos do duelo, se valeu também da eficiência da oposta sérvia Tijana Boskovic, uma das melhores jogadoras do mundo, para vencer o rival por 3 a 2 (25-21, 25-23, 25-11, 25-23 e 15-13).

O time do italiano Massimo Barbolini teve inúmeras dificuldades no ataque principalmente no primeiro e terceiro sets, quando caiu bastante de rendimento e passou a depender muito da experiente oposta sérvia Jovana Brakocevic. A atleta, que perdeu espaço na seleção de seu país justamente para a compatriota, travou um duelo particular com a estrela do Eczacibasi – ao final, no entanto, Boskovic terminou com 31 acertos contra 26 de Brakosevic.

Já o saque e o bloqueio fizeram grande diferença a favor do septeto turco, sobretudo na terceira parcial. Ao total, foram 20 pontos de bloqueio do Eczacibasi contra 14 do adversário. Os erros técnicos cometidos pela levantadora Carli Lloyd ao longo do jogo, entretanto, quase se transformaram em um problema para o time, comprometendo a virada de bola pelas extremidades com a brasileira Natália e a sul-coreana Kim Yeong Koung.

Ainda assim, ela apareceu como a segunda maior pontuadora do Eczacibasi com 18 acertos. Natália oscilou um pouco e colaborou com 17. No Novara, a meio de rede Chirichella somou 15 e a ponteira Vasileva fez apenas 11.

ITAMBÉ MINAS E DENTIL PRAIA CLUBE

Os brasileiros Minas e Praia Clube conquistaram a primeira vitória no Mundial e decidirão o 5º lugar da competição às 3h (horário de Brasília) deste domingo (8). O time de Paulo Coco venceu o Guandong Evergrande por 3 sets a 0, com parciais de 25-22, 25-20 e 25-14.

A ponta/oposta dominicana Brayelin Martinez foi a maior pontuadora com 19 acertos, seguida da ponta Fernanda Garay, que fez 16. Entre as chinesas, destaque para a passadora Tatiana Kosheleva e a meio de rede Yao Li com 14 bolas no chão cada.

Já o time de Belo Horizonte venceu o chinês Tianjin, que não contou com Ting Zhu, lesionada, também em sets diretos (25-23, 28-26 e 25-19). A central Thaísa e a ponta Acosta marcaram 14 pontos cada. Pela saída de rede, Bruna Honório anotou 13. Do lado rival, as ponteiras Yu e a Li contribuíram com 13 e 12 pontos, respectivamente.

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Com brasileiras, semis do Mundial de Clubes terão duelos Itália x Turquia http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/06/com-brasileiras-semis-do-mundial-de-clubes-terao-duelos-italia-x-turquia/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/06/com-brasileiras-semis-do-mundial-de-clubes-terao-duelos-italia-x-turquia/#respond Fri, 06 Dec 2019 13:59:51 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19326

O poderoso VakifBank, de Gabi (10), segue em busca do tetra (tri consecutivo) no torneio (Fotos: Divulgação/FIVB)

A edição 2019 do Mundial de Clubes feminino terá um campeão europeu. Eczacibasi x Novara e VakifBank x Conegliano farão as semifinais da competição. Já classificados, os times italianos entraram em quadra nesta sexta-feira (6), em Shaoxing (China), apenas para cumprir tabela contra os brasileiros Itambé Minas e Dentil Praia Clube, que não tinham mais chance de título. E os europeus mantiveram a invencibilidade na competição (leia abaixo).

O Brasil, no entanto, ainda terá representantes nas finais do torneio. Natália, do Eczacibasi, e Gabi, do VakifBank, ponteiras titulares da seleção brasileira, ajudaram suas equipes a garantir suas vagas somente nesta última rodada da fase classificatória. No grupo A, o Eczacibasi atropelou as chinesas do Guandong Evergrande em sets diretos, com parciais de 25-21, 25-9 e 25-15. Com o resultado, as turcas encaram, neste sábado (7), às 9h, as italianas do Novara, líderes da chave B, em busca de um lugar na decisão.

Natália é um dos destaques do Eczacibasi

A oposta sérvia Tijana Boskovic marcou 24 pontos, seguida por Natália, que colaborou com 14. Entre as chinesas, a meio de rede Zheng e a búlgara Rabadzhieva pontuaram 9 e 8 vezes, respectivamente.

No confronto entre o Tianjin e o VakifBank, pelo grupo B, melhor para a equipe de Gabi, que venceu o rival também em sets diretos, parciais de 25-15, 25-14 e 25-19. Assim, o segundo finalista sairá do confronto, às 6h, entre a equipe de Giovanni Guidetti e o Conegliano, que terminou a fase de classificação invicto no grupo A.

Tricampeão mundial (atual bi consecutivo), o time turco teve como destaques ofensivos a oposta sueca Isabelle Haak, responsável por 24 acertos, e a ponta/oposta turca Ebrar Karakurt, que marcou 15. Gabi foi a terceira maior pontuadora com 12.

Gabi fez 12 pontos no jogo contra o chinês Tianjin

EQUIPES BRASILEIRAS VOLTAM A PERDER NO MUNDIAL

Já eliminados da competição, o Minas e Praia Clube foram novamente derrotados nesta sexta-feira (6). O campeão brasileiro foi batido no tie-break pelas reservas do Conegliano, com parciais de 25-17, 25-19, 20-25, 22-25 e 28-26.

Com 23 acertos (6 deles de saque), a promissora oposta italiana Nkemdilim Enweonwu, de 19 anos, foi a maior pontuadora do jogo ao lado da ponteira venezuelana Roslandy Acosta, do Minas, que fez a sua melhor apresentação na temporada com a camisa minastenista.

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Gabi e Natália mostram serviço na Turquia a menos de um ano da Olimpíada de Tóquio

No segundo confronto da terceira rodada, o Praia perdeu por 3 sets a 0 para o Novara, parciais de 25-21, 26-24 e 25-19. Empatadas com 17 pontos, a oposta sérvia Jovana Brakocevic e a ponta búlgara Elitsa Valiseva foram o desafogo da levantadora norte-americana Micha Hancock. Entre as praianas, Fernanda Garay colocou 13 bolas no chão.

Com três derrotas em três partidas na fase de classificação, as equipes mineiras entrarão na disputa do 5º ao 8o lugares no torneio. O Praia enfrentará o Guandong Evergrande nesta sexta-feira (6), às 23h (horário de Brasília), enquanto que o Minas terá pela frente o Tianjin às 3h deste sábado (7).

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Em grande jogo, Praia peca nos detalhes e perde a segunda no Mundial http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/05/em-grande-jogo-praia-peca-nos-detalhes-e-perde-a-segunda-no-mundial/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/05/em-grande-jogo-praia-peca-nos-detalhes-e-perde-a-segunda-no-mundial/#respond Thu, 05 Dec 2019 14:36:35 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19299

Nesta quinta-feira (5), o Praia Clube voltou a perder no Mundial de Clubes (Fotos: Divulgação/FIVB)

Foi um grande duelo. O primeiro set contra o chinês Tianjin deu a impressão de que o Dentil Praia Clube construiria uma história diferente daquela escrita pelo compatriota e rival regional Itambé Minas no Mundial de Clubes feminino. Contudo, mesmo sem a estrela Ting Zhu, que sentiu uma lesão no punho e deixou a quadra na terceira parcial, o time asiático impediu a primeira vitória do time brasileiro na competição.

Para tanto, se valeu da eficiência da ótima Yingying Li, uma jovem ponteira em ascensão, que ajudou a equipe a superar o Praia de virada no tie-break (parciais de 25-21, 25-19, 22-25, 16-25 e 16-14) na manhã desta quinta-feira (5), no Centro Olímpico de Shaoxing (China).

Com o segundo resultado negativo, a equipe mineira acabou eliminada do Mundial, já que o seu próximo adversário, o italiano Novara, já está garantido nas semifinais, com dois triunfos – sobre o mesmo Tianjin e o VakifBank. Já a equipe chinesa ainda tem chances de classificação.

O time de Paulo Coco fez uma primeira parcial muito boa, jogando de igual para igual contra o Tianjin. Com volume e aproveitamento satisfatório nos contra-ataques, a equipe mostrou evolução também na virada de bola, fundamento em que ficou muito aquém no confronto de estreia contra o turco VakifBank. Destaque para a dominicana Martínez, improvisada na entrada, e para a norte-americana Fawcett.

Lesionada, Zhu deixou a partida no final do terceiro set

Contudo, algumas escolhas equivocadas da levantadora Claudinha e os erros cometidos pela equipe na reta final do set favoreceram o adversário que ainda contou com o excelente trabalho de Ting Zhu tanto no ataque quanto no bloqueio (a estrela chinesa marcou 9 pontos somente nesta parcial, mostrando serviço no ataque, no bloqueio, no passe e na defesa).

Mas o jogo do Praia começou a desandar a partir da segunda etapa. Além de continuar falhando em momentos decisivos, a equipe apresentou um baixo aproveitamento no bloqueio. Mais desatento no sistema defensivo, o conjunto uberlandense não resistiu por muito tempo. Já adversário, com o seu habitual volume, jogou solto e sem pressão em casa.

Vale ressaltar, ainda, a eficiência do bloqueio chinês, do ataque e o saque que castigou a linha de passe brasileira, impedindo uma distribuição equilibrada da levantadora Claudinha. Já o serviço praiano, por outro lado, se mostrou inofensivo e pouco incomodou a recepção rival.

As comandadas de Paulo Coco reagiram e ganharam a primeira parcial no Mundial a partir da retomada do bom nível mostrado no começo do duelo. Mais ligado no sistema defensivo e com inspirado desempenho de Martinez e Fawcett no sideout – vale pontuar, ainda, o crescimento da ponteira Fernanda Garay -, a equipe passou a errar menos e sacar melhor.

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Contudo, é importante mencionar que a saída da ponta Ting Zhu na reta final do set acabou sendo determinante também para a queda de rendimento do adversário de modo geral, uma vez que a campeã olímpica estava desequilibrando a partida em todos os fundamentos.

Assim, com Ting Zhu fora, o Tianjin ficou mais frágil (somente no ataque, a queda foi expressiva, com o rival vencendo por 15 a 8). Sem ter nada com isso, o time mineiro melhorou significativamente e manteve o padrão da parcial anterior. Quanto colocado no Mundial passado, o grupo ainda cresceu no bloqueio, amortecendo a maioria das bolas do ataque adversário. A linha de passe também esteve menos vulnerável e mais organizada.

As equipes seguiram trocando pontos no tie-break. Instável no ataque, a norte-americana Destinee Hooker também acabou substituída no começo do set decisivo. O Praia, entretanto, não conseguiu aproveitar as oportunidades que teve no sideout, e acabou pecando nos detalhes, permitiu a virada chinesa. A reviravolta na partida também passou pelo rendimento da jovem ponteira Li, de 19 anos, que assumiu a responsabilidade e virou bolas muito importantes na reta final.

Braylein Martinez foi a maior pontuadora do jogo com 24 pontos, seguida por Fernanda Garay, que fez 20. Fawcett marcou 16. No lado chinês, Li, Zhu e Hooker marcaram 23, 19 e 17 vezes, respectivamente.

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Eczacibasi joga melhor e impõe segundo revés ao Minas no Mundial de Clubes http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/04/eczacibasi-joga-melhor-e-impoe-segundo-reves-ao-minas-no-mundial-de-clubes/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/04/eczacibasi-joga-melhor-e-impoe-segundo-reves-ao-minas-no-mundial-de-clubes/#respond Wed, 04 Dec 2019 10:28:35 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19267

A ponteira Natália ajudou o Eczacibasi a bater o Minas, seu ex-time, nesta quarta-feira (4) no Mundial de Clubes (Fotos: Divulgação/FIVB)

O Itambé Minas está eliminado do Mundial de Clubes feminino. Depois de ter sido superado pelo chinês Guandong Evergrande na estreia, o time jogou a sua sobrevivência no torneio nesta quarta-feira (4), em Shaoxing, na China. E no reencontro com o Eczacibasi, poderosa equipe turca que o septeto mineiro venceu na semifinal da competição no ano passado, chegando à decisão, quem se deu melhor foi o conjunto europeu.

Comandado pelo brasileiro Marco Aurélio Motta, o time venceu o adversário em sets diretos, com parciais de 25-17, 25-23 e 25-16. E para dar o troco no vice-campeão mundial, o atual líder do campeonato turco ainda contou com a colaboração de alguém muito especial: a ponteira Natália, uma das jogadoras mais importantes do elenco minastenista na exitosa temporada 2018/2019. Vale destacar que o jogo já era de vida ou morte também para o Eczacibasi, uma vez que estreou com derrota por 3 a 1 para o italiano Conegliano.

Com o resultado negativo, o Minas passou a depender de uma derrota do forte Conegliano para o Evergrande para seguir vivo no torneio. Contudo, as italianas não vacilaram e se garantiram na semi, batendo o time da Ásia em sets diretos, parciais de 25-16, 25-22 e 25-21. O destaque da partida foi a oposta Paola Egonu, que pontuou 19 vezes. A ponta norte-americana Kimberly Hill foi a segunda maior pontuadora com 15 acertos.

Em relação ao jogo do Minas contra o Eczacibasi, diferentemente da performance instável na recepção no confronto de estreia, o representante brasileiro mostrou mais regularidade no fundamento contra o adversário. A entrada da ponta Kasiely no lugar da norte-americana Deja McClendon acabou sendo determinante para essa estabilidade. Com o passe nas mãos, a levantadora Macris conseguiu variar mais a distribuição, alternando com jogadas rápidas de primeiro tempo e pelas extremidades.

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Assim, com ótimo volume de jogo, a equipe animou a sua torcida, jogando praticamente de igual para igual com o rival até a metade do primeiro set. Foi aí que a oposta sérvia Boskovic desequilibrou a parcial com o seu excelente saque viagem. Entretanto, não foi apenas o reconhecido potencial ofensivo do adversário que deu a vitória ao europeu. Os 8 erros (6 de saque) do Minas acabaram sendo determinantes para o desfecho da parcial.

O jogo seguiu lá e cá até o final da etapa subsequente. Com a levantadora Bruninha em quadra no lugar de Macris, a equipe melhorou, mantendo o padrão de jogo e a continuidade com boas coberturas de defesa. Só que o Minas, além de não render tanto na virada de bola, ainda desperdiçou contra-ataques importantes ao longo da parcial que gerariam uma boa vantagem para a equipe brasileira. Um pecado que não poderia ter sido cometido diante de um rival tão qualificado.

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Com Sheilla na saída de rede, o campeão brasileiro começou a terceira parcial de maneira arrasadora, abrindo 8 a 2 no placar. No entanto, a ótima vantagem foi dissipada com facilidade pelo oponente, que se utilizou do saque – especialmente da oposta Boskovic e da ponta Kim – para minar o passe mineiro e do sideout. A partir de uma sequência impressionante no serviço da sul-coreana, o Eczacibasi virou para 15 a 9.

Assim, bastante abalado, o esquadrão minastenista se perdeu completamente no ataque – terminando esta última parcial com apenas 6 pontos no fundamento contra 12 do adversário – e no bloqueio, em que perdeu por 5 a 0. A maior pontuadora do jogo foi Boskovic, com 21 bolas no chão, seguida da ponteira Kim, que fez 12. Natália contribuiu com 9 pontos.

No Minas, a maior pontuadora foi a central Thaísa, campeã mundial por Osasco em 2012 e pelo mesmo Eczacibasi em 2016. Ela marcou 8 pontos, o mesmo número de acertos da ponteira Kasiely. Carol Gattaz apareceu em seguida com 7. A venezuelana Acosta colaborou com 5 no confronto inteiro.

*Atualizado às 11h25

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