Elenco é decisivo para Taubaté ser campeão da Superliga pela primeira vez
A atmosfera não poderia ter sido melhor. Em Suzano, histórica cidade do interior paulista que dominou o voleibol brasileiro nos anos 1990, a 25a edição da Superliga masculina de vôlei foi decidida em mais um grande jogo neste sábado (11).
Em uma final inédita, o EMS Taubaté Funvic derrotou novamente seu rival estadual Sesi-SP por 3 sets a 1 (parciais de 21-25, 22-25, 25-21 e 20-25), se sagrando campeão pela primeira vez em sua história. O atual detentor do título paulista chegou a disputar a decisão na temporada 2016/2017, mas foi superado pelo hexacampeão Sada Cruzeiro.
Desta vez, contudo, os comandados de Renan Dal Zotto entraram em quadra decididos a escrever uma nova história. E, como em outros momentos da competição, as mudanças pontuais do técnico, se aproveitando do farto elenco à disposição, fizeram a diferença. Como esperado, o equilíbrio deu a tônica do confronto no início, com as duas equipes implementando uma estratégia de saque forçado que desmontasse a recepção adversária.
Talvez buscando surpreender o rival, a equipe do técnico Rubinho fugiu um pouco de suas características e apostou na potência do serviço. Entretanto, a estratégia não foi tão bem sucedida, pois o Sesi acabou cometendo erros em excesso. Taubaté, por outro lado, acostumado a construir o seu jogo em torno da agressividade no fundamento, se saiu melhor com essa proposta.
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O oposto Leandro Vissotto e o central Lucão incomodaram muito a quase sempre estável linha de passe adversária, atrapalhando, inclusive, as ações ofensivas do Sesi. Para se ter uma ideia, o ponteiro Lipe, maior destaque da quarta final, esteve completamente apagado e marcou seu primeiro ponto somente na segunda parcial. Em função disso, ele acabou sendo substituído pelo veterano Renato.
Além disso, o oposto Alan, bola de segurança do Sesi em toda a temporada, parece ter sentido o peso da decisão, não conseguindo ter a mesma performance de antes. Apesar do aproveitamento abaixo das expectativas, ele terminou a competição como o maior pontuador ao ultrapassar Wallace, atacante da saída de rede do Sesc-RJ. É inegável que, em função do desempenho ao longo da Superliga, o atleta é uma ótima aposta inclusive para a seleção brasileira.
Pelo outro lado, o sideout taubateano funcionou à perfeição, com o passador argentino Facundo Conte brilhando com uma atuação espetacular nos dois primeiros sets. Outro que fez a diferença a diferença no ataque foi Vissotto.
Vale mencionar, ainda, a eficiência do bloqueio de Taubaté, que "achou" o ataque do Sesi em momentos decisivos, além do ótimo desempenho do levantador Rapha, que se mostrou organizado taticamente e equilibrado na distribuição durante a maior parte do jogo. Em oposição, participando de sua décima final de Superliga, o seu colega William não teve uma noite tão feliz e viveu momentos de instabilidade na armação das jogadas, muito em função da inconsistência de sua recepção.
O primeiro título de Taubaté, no entanto, pareceu ameaçado a partir da terceira parcial, quando a equipe da capital buscou uma reação, contando com uma queda de rendimento do oponente no saque e, especialmente, se beneficiando do crescimento do ponteiro Renato (líder nas estatísticas de recepção do campeonato), que estabilizou a linha de passe e colaborou no ataque, animando a torcida que abarrotou o ginásio de Suzano.
Taubaté viu o adversário crescer na partida depois da vitória na terceira parcial, sobretudo no ataque e no sistema defensivo. Mas a estrela do técnico Renan brilhou mais uma vez no momento em que ele percebeu a queda de produção do argentino no ataque e na recepção, lançando Douglas Souza no quarto set. O jogador chamou para si a responsabilidade e desequilibrou o jogo, fazendo defesas e ataques que minaram a confiança do Sesi. Foi aí que Lucarelli brilhou com um ataque que deu o título ao conjunto do interior paulista.
É importante ressaltar que o título coroa uma temporada repleta de altos e baixos de Taubaté, mas que terminou rendendo belos frutos com a chegada de Renan. Completando pouco mais de dois meses no cargo, o treinador da seleção brasileira chegou pressionado para fazer um elenco cheio de estrelas "andar". E ele conseguiu dar mais equilíbrio e consistência a um conjunto que não tinha uma identidade.
Apesar do enorme investimento para esta temporada com a contratação de estrelas, o time vinha tendo um aproveitamento abaixo da média no primeiro turno da competição, inclusive caindo em outros torneios, como a Copa Brasil e, em casa, na Libertadores de Vôlei. Com isso, o título de Taubaté representa uma espécie de redenção para um grupo que cresceu na reta final da temporada, com um padrão definido e mais volume de jogo.
Não por acaso, o time bateu o até então campeão Sada Cruzeiro na fase semifinal, mostrando que tinha potencial para vencer a competição. Ao Sesi, por outro lado, faltou aquele algo a mais capaz de desequilibrar o confronto. Com um jogo "redondo" e muito bem construído ao longo do torneio, o grupo não obteve sucesso na tentativa de dar um segundo passo neste último confronto da série. Sem um plantel tão recheado, a equipe não conseguiu "tirar o coelho da cartola". E, certamente, isto acabou fazendo a diferença a favor de Taubaté.
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