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Bruna Honório deve ficar seis meses afastada das quadras

Carolina Canossa

11/05/2019 06h00

Oposta Bruna Honório foi um dos destaques da campanha vitoriosa do Minas na última Superliga (Foto: Orlando Bento/Minas Tênis Clube)

Cirurgia e meio ano de recuperação para voltar a jogar. Caso seja confirmado o diagnóstico inicial de tumor no átrio esquerdo do coração, condição também conhecida como mixoma atrial, este será o provável tratamento que a oposta Bruna Honório, do Itambé Minas e da seleção brasileira, passará nos próximos meses. O problema foi constatado em exames cardiológicos realizados pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) esta semana.

Em entrevista ao "Saída de Rede", Nabil Ghorayeb, cardiologista e médico do esporte do HCor (Hospital do Coração), falou sobre a enfermidade – vale ressaltar que Ghorayeb não é o cardiologista responsável por Bruna e fez uma análise baseado nas informações publicadas pela imprensa até o momento.

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"Trata-se de um tumor benigno que cresce dentro do coração e tem o prognóstico grave, severo, pois pode causar problemas sérios: conforme ele cresce lentamente, pode entupir a saída de sangue do coração. É preciso operar para retirá-lo, mas a cirurgia costuma ter um prognóstico bastante bom", afirmou o especialista.

De acordo com ele, a principal consequência de um tumor deste tipo, quando não tratado, é a fibrilação atrial, um tipo de arritmia que faz com que o coração bata em um ritmo anormal, como se fosse um telégrafo – nos últimos anos, técnicos de futebol como Renato Gaúcho, Abel Braga e Muricy Ramalho precisaram passar por procedimentos médicos justamente por isso. Em casos extremos, tumores semelhantes ao de Bruna ficam tão grandes que podem levar à morte.

Jogadora de 29 anos estava animada com grande chance na seleção brasileira (Foto: Reprodução/Instagram)

AFASTAMENTO TEMPORÁRIO ANTES DE VIDA NORMAL

A indicação do mixoma atrial é de cirurgia, procedimento que a afastaria temporariamente das quadras e, consequentemente, a faria perder a temporada de seleções.

"Como tem que cortar o tórax e suturá-lo, para voltar a jogar, a gente sempre recomenda seis meses (de afastamento)", afirmou Ghorayeb. "Ela sendo jovem e esportista, é uma cirurgia que deve ter uma recuperação boa. Mas é preciso dar tempo ao tempo biológico do corpo. Ficando tudo certo, é vida normal", complementou.

Será preciso, porém, tomar outros cuidados, inclusive psicológicos. "Como atleta, ela tem que fazer uma série de investigações pós-cirúrgicas para que volte a jogar sem riscos. E tem também a questão emocional, pois a pessoa fica com medo de, por exemplo, tomar uma bolada no peito. Não aconteceria nada, mas a pessoa não tem coragem de confirmar isso", explicou o médico.

Com contrato renovado no Minas por mais uma temporada, Bruna Honório passará por novos exames na segunda-feira (13) em São Paulo. A partir daí, o tratamento dela será definido.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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