Zé Roberto – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Como foi o ano da seleção brasileira feminina de vôlei? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/29/como-foi-o-ano-da-selecao-brasileira-feminina-de-volei/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/29/como-foi-o-ano-da-selecao-brasileira-feminina-de-volei/#respond Sun, 29 Dec 2019 09:00:07 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19618

Seleção feminina fecha o ano com mais dúvidas do que certezas (Foto: Divulgação/FIVB)

Faltando menos de sete meses para o começo da Olimpíada de Tóquio, a conclusão que se tira sobre a seleção brasileira feminina de vôlei é que ainda há muito trabalho pela frente a ser realizado. Isto porque a equipe liderada pelo técnico José Roberto Guimarães, que já anunciou a saída do cargo após os Jogos, fecha o ano da mesma maneira que iniciou: com muitos pontos de interrogação.

Depois de um 2018 muito ruim em que a seleção, pela primeira vez, desde 2003, quando Zé Roberto assumiu o comando, não subiu ao pódio em nenhum dos campeonatos de que participou, a temporada 2019 também chegou ao fim sem grandes avanços. Marcado por lesões, pedidos de dispensa e retorno de atletas veteranas, o ano começou com a Liga das Nações, torneio que o Brasil disputou com um conjunto mesclado.

Sem muitos predicados, o time teve uma performance insegura durante praticamente toda a fase classificatória da competição, mostrando, inclusive, dificuldades diante de adversários que ainda compõem o segundo escalão do vôlei internacional, como Polônia, República Dominicana e Alemanha. Apesar disso, se superou e cresceu na fase final, garantindo a medalha de prata.

Com o resultado surpreendente no antigo Grand Prix, criou-se a expectativa de que a seleção fosse evoluir ainda mais tática e tecnicamente no Pré-Olímpico, torneio que distribuiu vagas de forma antecipada para a Olimpíada do Japão. O que vimos, entretanto, foi um grupo com jogadoras longe da forma física ideal – casos de Natália, que se contundiu na final da Liga das Nações, e Tandara – e que expôs as mesmas falhas do começo da temporada.

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Quais foram as jogadoras que mais se destacaram em 2019?

Para o bem e para o mal: confira o sobe e desce do vôlei em 2019

O flerte com a possibilidade de eliminação no classificatório olímpico – e o consequente vexame internacional – em pleno ginásio do Sabiazinho, em Minas Gerais, ficou evidente pelo sofrimento diante do Azerbaijão e da República Dominicana.

A quarta colocação nos Jogos Pan-americanos, em que o Brasil jogou sem suas principais atletas, e o 21º troféu sul-americano antecederam a participação na Copa do Mundo, última competição de 2019, que acabou esvaziada por não classificar mais para a Olimpíada. Com uma campanha de muitos altos e baixos, o time de Zé Roberto ficou novamente em quarto lugar – China, Estados Unidos e Rússia compuseram o pódio. A Itália não jogou o torneio e a Sérvia, atual campeã mundial e bi europeia, poupou a maioria de suas titulares.

As adversidades vividas pelo time neste ano (e em todo o ciclo olímpico, vale sublinhar) indicam que será repleto de desafios o caminho rumo ao tri ou, pelo menos, a um lugar no pódio em Tóquio. Em um campeonato de tiro curto, por outro lado, tudo pode acontecer especialmente com uma equipe que tem tradição e camisa pesada. Contudo, neste momento, no mínimo três seleções estão em patamar bem mais avançado. Vejamos o que 2020 reserva à seleção feminina.

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Em temporada pré-olímpica, lesões viram preocupação extra entre os atletas http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/em-temporada-pre-olimpica-lesoes-viram-preocupacao-extra-entre-os-atletas/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/em-temporada-pre-olimpica-lesoes-viram-preocupacao-extra-entre-os-atletas/#respond Mon, 25 Nov 2019 09:00:14 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19164

Tandara diz ter voltado ao Brasil com o objetivo de se preparar melhor para a Olimpíada (Foto: Marcio Rodrigues/ACE/Divulgação)

A aproximação da Olimpíada traz aos atletas da elite do voleibol brasileiro não somente a expectativa de uma convocação, mas uma preocupação extra: como prevenir uma lesão que possa culminar num doloroso corte às vésperas da competição mais esperada por todos ao mesmo tempo em que é preciso ser profissional e se doar ao máximo pelos clubes que pagam seus salários?

Tandara Caixeta admite que este é um tema que percorre sua mente. Inclusive, a opção dela em deixar o voleibol chinês e defender o Sesc-RJ na atual Superliga foi feita justamente pensando em estar na melhor forma possível para defender a seleção brasileira em Tóquio 2020.

“Claro que existe a disputa por vaga com algumas jogadoras e é preciso tomar cuidados. Optei por estar no Brasil para me cuidar fisicamente e estar perto da minha família”, comentou a oposta, que jogou pouco nos últimos meses devido a uma séria lesão no tornozelo esquerdo sofrida enquanto defendia o Guangdong Evergrande. “Tudo influencia e, a partir do momento que a cabeça está tranquila, as coisas fluem. Era exatamente isso que eu queria. Me sinto mais leve aqui no Sesc”, garantiu.

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Com a experiência de duas medalhas olímpicas de ouro no currículo, a líbero Fabi também aponta que o aspecto psicológico é tão importante quanto o físico nesta reta final de ciclo olímpico.

“Como toda temporada que antecede os Jogos Olímpicos, os jogadores querem mostrar serviço. Fica sempre aquela contagem regressiva para saber quem estará na lista final. Os atletas tem que conter essa ansiedade, manter a cabeça focada, saber o que precisam fazer para se cuidar mentalmente e fisicamente ao longo do ano”, comentou a ex-atleta, que trabalha como comentarista do SporTv desde que se aposentou, em 2018.

Wallace ganhou um período extra de descanso antes de voltar a jogar pelo Sesc RJ (Foto: Divulgação/CBV)

Há, porém, quem prefira não pensar nisso. É o caso da ponteira Fernanda Garay, que, apesar de ser um nome bastante cotado para estar na lista de 12 convocadas por José Roberto Guimarães, diz que a seleção não é seu foco no momento.

“Eu tenho um desafio muito grande que é estar da melhor forma possível nesta Superliga. A seleção não está nos meus planos e representar bem o Dentil/Praia Clube é o meu primeiro objetivo. Se eu conseguir ter uma boa temporada e o Zé Roberto achar que eu possa contribuir com a seleção, é um outro momento, mas agora não estou pensando nisso”, garantiu.

Da parte dos clubes, o primeiro pensamento também é de foco total na Superliga, mas alguns cuidados extras também acabam sendo tomados. A equipe masculina do Sesc-RJ, por exemplo, vem desenvolvendo um trabalho especial com o oposto Wallace e o ponta Maurício Borges, dois prováveis convocados por Renan Dal Zotto para a Olimpíada.

“A nossa preocupação é termos os nossos atletas íntegros para toda a temporada, pois, se eles chegarem bem no final, consequentemente, também estarão bem para a seleção. É um cuidado que se tem todos os anos, mas, nesta temporada, aproveitamos para dar um longo período de descanso para o Wallace fazer uma temporada íntegra, fisicamente falando. Com o Borges também se trabalha numa continuidade de ganho de força, de velocidade e potência em virtude do que ele perdeu em virtude da cirurgia no joelho que ele fez na temporada passada”, explicou Giovani Foppa, preparador físico da equipe.

Fabi também aponta um “tempero extra” consequente de uma temporada pré-olímpica. Segundo ela, a briga entre os atletas por uma vaga nas limitadas convocações, que acabam por aumentar a competitividade dos torneios: “Além das jogadoras que já estão no radar da seleção, as que não estão vão querer mostrar seu vôlei. Vale a pena acompanhar. Quem estiver ligado na Superliga certamente vai assistir bons jogos, bons embates. Espero que seja um campeonato sem lesões e que todo mundo consiga jogar no mais alto nível”.

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Zé Roberto: “O Paulista foi um dos títulos mais importantes da minha vida” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/13/ze-roberto-o-paulista-foi-um-dos-titulos-mais-importantes-da-minha-vida/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/13/ze-roberto-o-paulista-foi-um-dos-titulos-mais-importantes-da-minha-vida/#respond Wed, 13 Nov 2019 09:00:10 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19067

Zé Roberto exibe a taça obtida com o título paulista de 2019 (Fotos: Rubens Chiri/São Paulo FC.net)

O que significa um título de Campeonato Paulista para quem tem três medalhas de ouro olímpicas no currículo? No caso de José Roberto Guimarães, muito. Em entrevista ao Saída de Rede, o treinador da seleção brasileira feminina de vôlei disse que a vitória no torneio estadual na última sexta-feira (8) com a jovem equipe do São Paulo/Barueri foi um dos pontos altos de sua carreira por conta das circunstâncias vividas.

“Foi uma das conquistas mais importantes da minha vida”, afirmou o treinador, que comandou um grupo com média de idade de 20,7 anos responsável por superar forças do voleibol nacional como o Sesi Vôlei Bauru e o Osasco-Audax. “Toda a comissão técnica trabalhou muito e as jogadoras acreditaram nisso. Foi muito legal essa energia que se viu dentro de quadra, o que elas conseguiram mostrar de voleibol”, complementou.

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Segundo Zé Roberto, o time já vinha treinando bem desde as quartas-de-final da competição contra o São Cristóvão Saúde/São Caetano, especialmente no sistema defensivo. Mesmo a derrota em casa por 3 a 0 diante do Bauru na partida de ida da semi foi vista com bons olhos, dadas as parciais apertadas do confronto: 25-23, 25-22 e 25-22. “Era uma questão de ajustar algumas coisas e treinar um pouco mais alguns detalhes em cima da parte de posicionamento”, explicou o treinador.

Ainda assim, Zé Roberto admite, a expectativa para o duelo de volta, no interior paulista, era apenas complicar a vida do rival. “Na cabeça da comissão técnica, se a gente mantivesse isso e alguma jogadora conseguisse ajudar a Lorenne, que estava sobrecarregada, a Juma teria condição de distribuir melhor o jogo e faríamos uma boa partida. Mas, para ser sincero, eu não imaginava que a gente pudesse ganhar o jogo em Bauru. Achava que a poderíamos fazer uma boa partida, mas não vencer por 4 a 0 (3 a 0 no tempo normal e o Golden Set). A verdade é essa”, reconheceu.

Alcançado este feito, havia outro grande desafio na final: o Osasco-Audax, time que fora uma pedra no caminho de Barueri nos dois anos anteriores, quando a equipe pôde contar com orçamento maior e jogadoras mais famosas. “A gente sempre esteve próximo, mas nunca conseguia tirá-las de uma competição grande. Com aquele ginásio lotado em Osasco, composto por uma torcida que faz a diferença, pensei: será que elas (as atletas de Barueri) vão aguentar a pressão? Estava muito apreensivo, mas também tranquilo, no sentido de “aconteça o que acontecer”. Era um momento especial e essas jogadoras tinham que aproveitar. Acho que elas não vão esquecer nunca mais”, celebrou.

Apesar do bom momento, técnico não pensa em grandes resultados na Superliga, mas sim na evolução das atletas

OTIMISMO NO FUTURO E CAUTELA NA SUPERLIGA

A despeito do excelente e inesperado resultado no Campeonato Paulista, Zé Roberto mantém a cautela quando o assunto é a Superliga. Na visão dele, é improvável que o feito se repita na principal competição de clubes do país.

“Temos que ter os pés no chão. A Superliga é um campeonato longo e agora foram duas semanas onde o time teve um pico. Queremos tentar nos classificar entre os oito que jogarão os playoffs, o que não vai ser fácil. Há cinco times mais fortes (em ordem alfabética: Minas, Osasco, Praia, Rio e Sesi) e não vejo a gente na frente deles. Barueri, Curitiba, Flamengo, Fluminense, Pinheiros e São Caetano vão brigar pelas outras três vagas e tudo pode acontecer”, analisou.

As dificuldades, avalia o técnico, estarão também na própria equipe de Barueri. “Acho que vamos oscilar muito e veremos qual o comportamento depois desta vitória. Tem que manter os pés no chão, não podemos sobrecarregar a Lorenne e distribuir mais o jogo. Vai ser difícil e sofrido até o fim”, comentou o treinador. “O grande legado é que essas jogadoras evoluam e cresçam”, afirmou.

Isso, porém, não significa que Zé Roberto não confie no potencial de sua comandadas. “Durante todos esses anos eu tenho falado muito da base porque acredito nisso. Já havia dito que nesses times do Brasil que foram sexto colocados no Mundial sub-20 e terceiro no Mundial sub-18, havia algumas jogadoras interessantes. Há uma juventude aí para (as Olimpíadas de) 2024 e 2028 sendo trabalhada e que vai representar bem o Brasil”, garantiu.

O Saída de Rede também tem podcast: clique aqui e confira

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Livro de Bebeto de Freitas tem mico com Senna e brigas da Geração de Prata http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/04/livro-de-bebeto-de-freitas-tem-mico-com-senna-e-brigas-da-geracao-de-prata/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/04/livro-de-bebeto-de-freitas-tem-mico-com-senna-e-brigas-da-geracao-de-prata/#respond Mon, 04 Nov 2019 09:00:42 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18965

Falecido em 2018, Bebeto de Freitas só teve tempo de ver dois capítulos prontos de sua biografia (Foto: Divulgação)

Mais de vinte páginas dobradas: este foi o resultado da minha leitura do livro “ Bebeto de Freitas – O que eu vivi”, escrito pelo jornalista Rafael Valesi e publicado pela editora 7 Letras. A ideia inicial era destacar cinco histórias para o texto a ser publicado no blog, mas a leitura fluiu tão bem que, no fim, eu precisei fazer um enorme trabalho de edição para não contar tudo aqui.

Desde a relação com outros dois memoráveis membros da família, o tio João Saldanha e o primo Heleno de Freitas, até o trabalho no futebol do Botafogo e do Atlético-MG, Bebeto repassa sua vida com histórias saborosas e percepções de tudo o que viveu. O vôlei, que embasou sua vida profissional e o alçou ao estrelado, ocupa a maior parte das páginas, tornando a publicação obrigatória para quem é fã da modalidade.

Entre as diversas as passagens dignas de nota, estão o tapa da mãe em uma cubana na arquibancada de um jogo de Pan-Americano, José Roberto Guimarães tentando manter a compostura após ser acidentalmente queimado com chá quente no Japão, a rápida passagem pelo Flamengo como jogador, o trabalho na experimental (e extinta) liga profissional americana, as provocações que fazia aos italianos no futebol, os bastidores da semifinal do Mundial de 1998 contra o Brasil, a decepção com o comunismo e as brigas com Carlos Arthur Nuzman… Decidi, no entanto, me limitar às cinco abaixo para escrever este texto.

Vale ressaltar, porém, que a maior preocupação de Bebeto com a publicação (que não chegou a ver finalizada por ter morrido em março de 2018), foi utilizá-la para espalhar suas ideias de política esportiva, como a massificação da atividade física por meio de clubes, a regionalização de campeonatos e a maior participação de atletas e treinadores nas decisões das Federações. “No Brasil, o conceito básico sobre o que é esporte está totalmente equivocado, e é por isso que não evoluímos nesta questão”, afirma.

Quem quiser saber mais sobre este que certamente é um dos maiores nomes da história do voleibol mundial pode adquirir o livro no site da Livraria Travessa (R$ 52,65 na data de publicação deste texto).

NUZMAN IMITANDO UMA GALINHA

Os desmandos de Carlos Arthur Nuzman no esporte brasileiro o tornaram um inimigo mortal de Bebeto de Freitas, mas nem sempre foi assim. Amigos na juventude, quando o técnico considerava o dirigente um “cara correto”, os dois atuaram juntos nas quadras com a camisa do Botafogo e viveram momentos inusitados. Na final do Troféu Brasil de 1972, por exemplo, o futuro presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) foi o tempo inteiro provocado pela torcida do Minas Tênis Clube com uma comparação com uma das principais cantoras nacionais à época por conta dos cabelos loiros compridos:

– Vanusa! Vanusa! Vanusa!

A afronta, porém, não surtiu efeito e o Botafogo, mesmo jogando em Belo Horizonte, venceu por 3 a 0 e ficou com a taça. A resposta em quadra, porém, não foi suficiente para Nuzman, que, após sumir por um momento, reapareceu na entrega das medalhas com um saquinho. Ao ser provocado pelos mineiros novamente, abriu o pacote e começou a jogar milho na torcida, imitando uma galinha “com direito a cocoricó”. “Todo mundo caiu na gargalhada”, lembrou Bebeto.

Treinador esteve à frente da seleção masculina de vôlei nas Olimpíada de 1984 e 1988

CHEFE REFORÇOU DELIBERADAMENTE O RIVAL

Ao longo das páginas, Bebeto não esconde sua admiração por Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, maior mecenas do esporte olímpico brasileiro. Responsável pela equipe da Atlântica-Boa Vista, uma das mais fortes do país nos anos 80, o empresário chamou o treinador ao seu gabinete semanas após a conquista do Campeonato Brasileiro de 1981, onde estavam dirigentes da Pirelli, maior rival da época, interessados em contratar dois dos destaques da equipe carioca, Amauri e Xandó.

“Você não vai deixar, né?”, perguntou Bebeto, antes de, atônito, ouvir a resposta do patrão: “Claro, é lógico que eles irão jogar na Pirelli”.

Não era brincadeira: os dois jogadores, de fato, foram para o adversário, para revolta de Bebeto: “Como o senhor faz uma coisa dessas?”. A réplica foi uma lição e se tornou uma das bases dos ideais esportivos do futuro dirigente: “Ô garoto, vai trabalhar, pois preciso pagar o seu salário. Sem adversários, esse voleibol não vai crescer. Precisamos de adversários”. De fato, a rivalidade entre cariocas e paulistas impulsionou o esporte naquele momento, culminando com a medalha de prata na Olimpíada de 1984.

DESGASTES E BRIGAS NA SELEÇÃO DE 1984

Falando na “Geração de Prata”, Bebeto afirma diversas vezes que o grupo que comandava e acabou fazendo história nos Jogos de Los Angeles tinha um ambiente complicado, com problemas de relacionamento causados principalmente pela fama repentina dos atletas: “Alguns jogadores executavam jogadas maravilhosas em parceria dentro da quadra, mas fora dela queriam distância do companheiro”.

Segundo Bebeto, Nuzman, então presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, não só sabia como permitia que alguns atletas ferissem contratos da CBV com patrocinadores. Tal situação culminou com uma discussão de mais de seis horas já com o torneio em andamento na Califórnia, “em que colocamos para fora  que estava engasgado”. Apesar de o técnico acreditar que a “lavação de roupa” foi fundamental para a chegada à final, o fato é que no dia seguinte o Brasil foi surpreendido por 3 a 1 pela Coreia do Sul, precisando obrigatoriamente vencer os Estados Unidos no encerramento da primeira fase para avançar às semis.

O confronto decisivo contra os americanos quebrou um dos principais planos da comissão técnica, que era evitar o máximo possível mostrar seus segredos contra os donos da casa – amistosos, inclusive, tinham sido deliberadamente evitados com este objetivo. Com a classificação ameaçada, o Brasil jogou tudo o que sabia e venceu os EUA por 3 a 0. Para isso, no entanto, expôs todo sua estratégia para os rivais, que se aproveitaram disso dias depois, quando as equipes se reencontraram na grande final, vencida por eles com um 3 a 0 tranquilo. “Perdemos a medalha de ouro olímpica para nós mesmos”, lamentou Bebeto, se referindo à derrota para os sul-coreanos.

Brasileiro foi campeão mundial com a Itália em 1998

MICO DIANTE DE AYRTON SENNA

Em 1992, já como técnico  do Maxicono Parma, da Itália, Bebeto reencontrou Braguinha às vésperas do GP de Ímola para um jantar. Devido a um imprevisto, precisou ir ao restaurante com um carro antigo, um Croma turbo  com um “problema técnico considerável”: cliques que faziam os faróis apagarem e acenderem com frequência.

Ao chegar ao hotel exclusivo da Fórmula 1, onde Braguinha se hospedava por conta de sua amizade com Ayrton Senna, a quem também ajudou, Bebeto escondeu seu “possante” no fundo de um estacionamento lotado de carrões de luxo. Apresentado ao tricampeão, o empresário, para desespero do treinador, afirmou: “Vamos no seu carro”

Depois de caminhar “uma eternidade no estacionamento”, lá estava Bebeto, um dos homens mais ricos do Brasil, um ídolo mundial e seu manager apertados num carro que foi “clicando” até o destino final.  “A cara de incredulidade do dono do restaurante foi impagável. O italiano olhava para o Ayrton, depois para o carro, em seguida para o Ayrton novamente…”

Em tempo: durante todo o trajeto e o jantar, enquanto Braguinha sacaneava Bebeto, o piloto de uma aula sobre carros e segurança…

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SEMIFINAL DE MUNDIAL CONTRA O BRASIL

A despeito de todas as desavenças com a CBV e as críticas públicas aos dirigentes do voleibol brasileiro, Bebeto nega ter sentido um prazer especial em ter eliminado a seleção brasileira na semifinal do Mundial de 1998, quando se sagraria campeão comandando a seleção italiana. “Essa partida mexeu comigo como nenhuma outra (…) Naquele dia, meus olhos não fecharam de jeito nenhum”.

Após a vitória por 3 a 2 diante do seu país e de jogadores que ajudou a formar, ficou sentado no banco de reservas, sem reação. Só despertou quando o levantador Maurício passou por ele e fez uma graça: “E aí, seu viadinho, não vai falar com a gente?”

Serviço:

Bebeto de Freitas – O que eu vivi
Rafael Valesi
254 páginas

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Virada incrível do São Paulo é uma das grandes vitórias de Zé Roberto http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/03/virada-incrivel-do-sao-paulo-e-uma-das-grandes-vitorias-de-ze-roberto/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/03/virada-incrivel-do-sao-paulo-e-uma-das-grandes-vitorias-de-ze-roberto/#respond Sun, 03 Nov 2019 20:54:50 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18958

Sem o mesmo orçamento dos adversários, Zé Roberto montou um elenco com atletas da nova geração (Fotos: Rubens Chiri/São Paulo FC.net)

O segundo jogo da semifinal do Campeonato Paulista de vôlei feminino, entre Sesi Bauru e São Paulo/Barueri parecia mera formalidade: vindo de um 3 a 0 na primeira partida, com uma campanha bem melhor ao longo da disputa e um orçamento superior do das adversárias, o time do interior era franco favorito para chegar à grande decisão. Mas, numa daquelas histórias que o esporte é capaz de nos proporcionar, o time de José Roberto Guimarães fez uma partida incrível e, depois de devolver o 3 a 0 (25-19, 25-19 e 25-20), faturou o Golden Set por 25-16 para sacramentar a zebra.

Foi, sem dúvida alguma, um dos maiores jogos da carreira do experiente técnico, que também dirige a seleção brasileira feminina. O feito se torna ainda mais brilhante quando se leva em conta que o São Paulo é formado por jogadoras jovens, as quais, espera-se, serão o futuro do voleibol nacional. Neste jogo, em especial, destacou-se a linha de passe, através da líbero Nyeme e da ponteira Maira, permitindo que a levantadora Juma acionasse com qualidade a oposta Lorenne, que havia se destacado com a seleção este ano, e a ponteira Tainara, uma atleta que Zé Roberto há tempos elogia em conversas informais com a imprensa especializada.

“Jogamos como um time. Cada vez que uma errava, a outra aparecia para consertar. Agora, vamos chegar para a final e não levar este resultado como um peso, pelo fato de termos eliminado o atual campeão. Temos que tentar jogar soltas como fizemos aqui, a gente se divertiu jogando”, comemorou Juma. Tainara também fez questão de elogiar o espírito coletivo da equipe. “Estivemos muito unidas neste jogo, nos mostramos focadas o tempo todo. A responsabilidade era toda delas, mas felizmente conseguimos nos superar. Fizemos um jogo excelente, colocar um 4 a 0 em uma equipe como o Bauru não é fácil. Agora, vamos para a final”, afirmou.

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Na final, cujas partidas serão disputadas na terça (5) e sexta (8), sempre às 21h30, Barueri terá pela frente o “vizinho” Vôlei Osasco-Audax, que se classificou com duas vitórias sobre o Pinheiros, a primeira no tie-break na noite de quarta (30) e a segunda na tarde deste domingo (3) por 3 a 1 (23-25, 25-17, 25-21 e 25-22).

“Jogos assim fortalecem a equipe, fazem com que a gente tenha um feedback do que tem que ser melhorado. Estou muito satisfeito com a linha de passe da equipe. Ainda podemos evoluir muito, especialmente no ataque. Temos muita margem para crescimento. E o time tem trabalhado bastante nos momentos que dá, pois o calendário é apertado. A torcida nos empurrou o tempo todos e conseguimos uma virada incrível no quarto set. Essa vitória e mais essa final é para a cidade de Osasco”, comentou o técnico Luizomar de Moura, que saiu da quadra direto para uma reunião com a comissão técnica para traçar a estratégia para a decisão.

Na decisão, São Paulo terá pela frente o tradicional Vôlei Osasco-Audax

Já a central Bia exaltou os 3.800 torcedores que lotaram o ginásio José Liberatti. “Sabíamos que seria um jogo difícil. O Pinheiros tem um time mais entrosado, com uma defesa muito boa. Mas hoje a nossa torcida deu um show. Quem estava aqui, em algum momento, se arrepiou com a força do nosso torcedor. Também conseguimos jogar melhor que na primeira rodada da semifinal, com um sistema defensivo melhor. Nosso time ainda tem muito a crescer, melhorar e evoluir. Esse foi o segundo jogo que o Luizomar teve todas as peças à disposição e vamos em frente”, analisou.

SADA CAMPEÃO MINEIRO DE NOVO

Quem também brilhou neste fim de semana foi o Sada Cruzeiro, que faturou o 11o título mineiro de sua história (décimo consecutivo) ao bater o Fiat/Minas na decisão por 3 sets a 0, triplo 25-19.

“A temporada é longa e demos um primeiro e importante passo para a nossa equipe ganhar moral e saber que está no caminho certo. E aos pouquinhos a gente vai crescendo, ganhando cara. Cada partida é um tijolinho que vamos colocando na construção da nossa casa e, pouco a pouco, colocamos muito bem os primeiros da temporada. Deixamos tudo em quadra, colocamos o coração, estudamos muito a equipe deles, mas acho que o principal foi olhar para o lado de cá. A maneira como a gente se portou do primeiro ao último ponto fez a diferença. Éssa atitude que a gente impôs hoje que foi o mais importante”, comemorou o levantador Fernando Cachopa.

“A cada temporada essa equipe nos orgulha mais, pela consistência, pelo exemplo que os nossos jogadores representam para tantas pessoas, tantas crianças e jovens. O Campeonato Mineiro é uma conquista muito especial para nós e vamos com tudo para fazer o nosso melhor em todas as outras competições que virão”, afirmou Vittorio Medioli, fundador do Sada Cruzeiro.

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Voleicast: Bernardinho e Zé Roberto não são amigos. E daí? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/29/voleicast-bernardinho-e-ze-roberto-nao-sao-amigos-e-dai/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/29/voleicast-bernardinho-e-ze-roberto-nao-sao-amigos-e-dai/#respond Tue, 29 Oct 2019 09:00:59 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18896

Bernardinho e Zé Roberto pouco interagiram na festa de lançamento da Superliga há uma semana, onde também entraram para o Hall da Fama do COB (Fotos: Gaspar Nobrega/Inovafoto/CBV)

Não é segredo para ninguém que acompanha voleibol que os dois principais técnicos brasileiros da modalidade, Bernardinho e José Roberto Guimarães, possuem uma relação distante e fria. Recentemente, por exemplo, o treinador do Sesc-RJ chegou a declarar que não existe chance de uma reconciliação com o colega de trabalho – o auge da briga entre ambos teria sido um pedido de Fernanda Venturini, esposa de Bernardinho, para que o marido analisasse um DVD da seleção durante a Olimpíada de Atenas, em 2004, quando ela era levantadora titular da seleção.

Mas será que a inimizade afeta o voleibol brasileiro? É isto que Carolina Canossa e Janaina Faustino discutem na 11ª edição do Voleicast, podcast dedicado ao vôlei feito pelo Saída de Rede. Para as jornalistas, a resposta é “não” e você vai entender os motivos ouvindo o episódio. No programa, também falamos sobre o lamentável caso de injúria racial envolvendo a americana Deja McClendon, contratação do Itambé/Minas para esta temporada, e o atraso no pagamento de salários que ameaça a participação do Botafogo na Superliga.

É só dar o play abaixo:

Também é possível ouvir o Voleicast no seu celular através dos principais agregadores de podcasts, caso do SpotifyGoogle Podcasts, Podcasts da AppleBreaker e PocketCasts.

Ouça mais:

Episódio 08 – Copa do Mundo mostra que seleção feminina tem muito a trabalhar até Tóquio 2020

Episódio 10 – Campeão da Copa do Mundo, Renan brilha no comando da seleção masculina

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Surpresas nas seleções, Alan e Lorenne se preparam para ano decisivo http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/27/surpresas-nas-selecoes-alan-e-lorenne-se-preparam-para-ano-decisivo/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/27/surpresas-nas-selecoes-alan-e-lorenne-se-preparam-para-ano-decisivo/#respond Sun, 27 Oct 2019 07:15:07 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18881

Lorenne sequer tinha esperanças de ir para a seleção adulta este ano (Fotos: Divulgação/FIVB)

Jovens, tímidos e talentosos… à lista de semelhanças entre Alan Souza e Lorenne Teixeira, outro fato foi acrescentado em 2019: ambos foram destaques individuais das seleções brasileiras de vôlei e viram o sonho de jogar a primeira Olimpíada se aproximar. Mais visados pelos adversários, terão como desafio agora manter o alto nível apresentado em quadra para assegurar a convocação olímpica e continuarem a chamar atenção nas quadras.

Em conversa com o Saída de Rede, ambos garantiram ter consciência e estarem prontos para o desafio. “Sei que vou estar mais marcada e, por isso, vou treinar mais, aprender mais e tentar evoluir sempre”, comentou Lorenne, 23 anos. Eleito o melhor jogador da Copa do Mundo masculina, Alan, 25, demonstra confiança em sua fala: “Ser mais marcado é normal de acontecer com quem começa a se destacar, mas é aí que que os grandes jogadores aparecem, se reinventando a cada jogo, cada campeonato…”.

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Os dois, que jogam na posição de oposto, tiveram trajetórias distintas nos últimos anos: enquanto Alan vem se destacando pelo Sesi há duas Superligas, Lorenne teve um caminho de altos e baixos nos últimos anos: destaque em categorias de base, fez duas temporadas apagadas no Vôlei Audax Osasco, tendo jogado pouquíssimo em 2018/2019, quando foi a reserva da americana Destinee Hooker.

Tanto é que ela admite que sequer tinha esperanças de vestir a camisa da seleção em 2019. “Eu não esperava, na verdade. Foi uma grande surpresa para mim e uma temporada de muito aprendizado, seja com o Zé Roberto (Guimarães, técnico da seleção) ou com as meninas em quadra, caso da Sheilla. Graças a Deus, consegui aproveitar a oportunidade”, comemorou.

Zé Roberto destacou que realmente os planos para Lorenne eram outros, mas ela soube agarrar as chances que apareceram no caminho: “É uma história muito particular, pois ela foi convidada inicialmente só para treinar conosco. Como vimos que estava se destacando, duas semanas depois a convocamos. Houve então uma situação importante, se revezando com a Paula Borgo na fase classificatória da Liga das Nações e ela foi melhorando, assumindo uma certa titularidade em momentos decisivos. O que eu vejo de mais importante aí é que as jogadoras, bem como a comissão técnica, passaram a acreditar no potencial da Lorenne, que correspondeu”.

Substituto de Wallace, que ganhou um descanso, Alan foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo

A grande chance de Lorenne aconteceu por uma coincidência: depois de ganhar folga na primeira metade da temporada, Tandara voltaria ao time nacional para a disputa da fase final da Liga das Nações, mas não pôde viajar à China por conta de um desconforto na região abdominal. Reserva de Paula Borgo na vitória por 3 a 2 sobre a Polônia, a jovem atacante ganhou uma chance diante dos Estados Unidos, onde, apesar da derrota, marcou 21 pontos. Na semifinal contra a Turquia, brilhou ao lado de Natália e, no novo encontro com as americanas na final, fez 20 pontos. Depois, terminou a Copa do Mundo como a sétima maior pontuadora, com 161 pontos.

Ao relembrar o bom desempenho, Lorenne conta que o segredo é manter o foco em um lance de uma vez. “Sempre tive um friozinho na barriga, o que é normal, mas me concentro em cada ação, não fico pensando no futuro ou nas coisas que aconteceram, nos erros. Deixo tudo para trás para que eu fique no jogo”, afirmou.

Já Alan diz que, mesmo com a rota ascendente na carreira, não imaginava um ano tão bom na seleção brasileira, onde teve a missão de substituir o consagrado Wallace, que ganhou folga para se recuperar física e mentalmente de olho na Olimpíada.

“Nem nos meus melhores sonhos eu esperava isso. O que eu esperava era ir para a seleção, sabia que seriam jogos muito difíceis e queria só em dar o meu melhor. E deu tudo certo porque a seleção me acolheu muito bem, os jogadores e o Renan me ajudaram bastante, então isso me deixou mais calmo. Foi o melhor campeonato da minha carreira”, reconheceu o oposto, que diz se espelhar justamente em Wallace. “É um cara que fez muito pela seleção, uma inspiração. Me sinto muito bem jogando ao lado dele”, elogiou.

Não por acaso, o técnico da seleção masculina, Renan Dal Zotto, encheu Alan de elogios ao ser questionados sobre ele pelo SdR: “O Alan fez uma competição fantástica. É um garoto que tem um futuro esplêndido pela frente e eu posso dizer que ele está no caminho certo. É mentalmente muito forte, treina bastante e quer chegar a um lugar cada vez mais alto”.

Lorenne e Alan estarão em ação respectivamente por São Paulo/Barueri e Sesi na Superliga 2019/2020, cuja edição masculina começa em 9 de novembro, três dias antes da versão feminina.

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Treino: o remédio de Zé Roberto para a redenção do Brasil na Olimpíada http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/22/treino-o-remedio-de-ze-roberto-para-a-redencao-do-brasil-na-olimpiada/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/22/treino-o-remedio-de-ze-roberto-para-a-redencao-do-brasil-na-olimpiada/#respond Tue, 22 Oct 2019 09:00:00 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18832

Zé Roberto entrou para o Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) nesta segunda (21) (Gaspar Nóbrega/Inovafoto/CBV)

Prestes a encerrar aquele que, em suas próprias palavras, foi o “ciclo olímpico mais difícil de todos”, o técnico José Roberto Guimarães tem total consciência de que a seleção brasileira feminina de vôlei não é favorita ao ouro na Olimpíada de Tóquio. Mas, ao mesmo tempo em que coloca China, Sérvia e Estados Unidos em um patamar superior no atual equilíbrio de forças da modalidade, não desiste do sonho de faturar o quarto título olímpico da carreira em sua despedida do time nacional. Para ele, o segredo desta difícil caminhada é simples: treino, treino e treino, algo que pouco pôde fazer ao longo dos últimos três anos.

(Desde a Rio 2016) Nós nunca conseguimos montar o time que achávamos ideal. Sempre uma ou outra jogadora estava lesionada e ficávamos correndo na subida. Mas sabemos que, se conseguirmos juntar na Olimpíada todas essas jogadoras com tempo adequado para trabalhar, jogamos de igual pra igual com qualquer time do mundo”, avisou o treinador na festa de lançamento da Superliga 2019/2020, na qual foi homenageado com a entrada para o Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ao lado de Bernardinho.

De fato, o ciclo olímpico da seleção feminina tem sido marcado por uma série de altos e baixos: se por um lado faturou o extinto Grand Prix de 2017 e ficou com a prata na Liga das Nações 2019, por outro sequer passou da segunda fase do Campeonato Mundial e não subiu ao pódio da recém-encerrada Copa do Mundo. Adversários que antes eram batidos com relativa tranquilidade, como Alemanha, Polônia e República Dominicana passaram a dar trabalho e até vencer o Brasil, que ao mesmo tempo também conseguiu equilibrar partidas contra chinesas e americanas, mostrando que pode surpreender favoritos num torneio de “tiro curto” como os Jogos Olímpicos. “Tudo pode acontecer”, destacou Zé Roberto.

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Voleicast #10: Campeão da Copa do Mundo, Renan brilha no comando da seleção masculina

Em busca da melhor formação e entrosamento para a seleção feminina em Tóquio, o técnico passou uma “lição de casa” para as atletas selecionáveis, com metas a serem cumpridas em aspectos físicos. A Liga das Nações 2020 também será importante neste processo, com Zé indicando que pretende usar as primeiras rodadas do torneio para fechar o grupo que irá ao Japão e deixando o restante da competição com um time B, de forma que as principais atletas foquem totalmente na preparação para a Olimpíada.

“Elas já vão chegar preparadas dos clubes, pois não vamos ter muto tempo pra dar de folga (antes do início da temporada de seleções). Serão duas fases da Liga das Nações no Brasil e, depois, vamos ver o que iremos fazer. O ideal seria treinar e preparar fisicamente essas jogadoras para chegar na Olimpíada na melhor condição possível. Se pensarmos só em Liga das Nações, não vamos treinar e esse é o meu receio”, explicou.

Em relação ao provável grupo do Brasil na primeira fase de Tóquio 2020, Zé Roberto voltou a repetir o discurso de Olimpíadas anteriores: quanto mais difícil, melhor: “Assim, ou você passa ou você sucumbe e fica para trás. Se você disser logo a que veio, pode ter um cruzamento adequado e ir pra semifinal, final…”.

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Voleicast: seleção feminina tem muito a trabalhar até Tóquio 2020 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/01/voleicast-selecao-brasileira-feminina-tem-muito-a-trabalhar-ate-toquio/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/01/voleicast-selecao-brasileira-feminina-tem-muito-a-trabalhar-ate-toquio/#respond Tue, 01 Oct 2019 18:00:51 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18562

Gabi tem sido a referência de ataque no Brasil, mas precisa de alguém para dividir a responsabilidade (Foto: Divulgação/FIVB)

Se uma palavra define a participação da seleção brasileira feminina de vôlei na recém-encerrada Copa do Mundo, ela seria instabilidade. Alternando atuações muito ruins, como contra Holanda e Estados Unidos, com bons jogos, como diante de China e Rússia, a equipe verde-amarela ficou na quarta colocação no último torneio que disputa em 2019.

Quais foram os pontos positivos e os negativos da equipe de José Roberto Guimarães na competição? O que a Copa do Mundo nos diz em termos de expecativa para a Olimpíada de Tóquio? Qual a avaliação do retorno de veteranas como Camila Brait, Fabiana e Sheilla? Isso e o Europeu masculino de vôlei, vencido pela Sérvia, são os assuntos da oitava edição do Voleicast, podcast de vôlei comandado pelas jornalistas Carolina Canossa e Janaina Faustino.

Ouça mais:

Voleicast, episódio 05: Brasil passa sufoco nos Pré-Olímpicos e o nível fraco do Pan

Voleicast, episódio 06: Brasil mantém a hegemonia no Sul-americano feminino de vôlei

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Com tranquilidade, Brasil vence Camarões na Copa do Mundo feminina http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/27/com-tranquilidade-brasil-vence-camaroes-na-copa-do-mundo-feminina/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/27/com-tranquilidade-brasil-vence-camaroes-na-copa-do-mundo-feminina/#respond Fri, 27 Sep 2019 06:18:04 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18499

Brasil atuou com seu elenco majoritariamente titular, apesar da fragilidade do adversário (Foto: Divulgação/FIVB)

Em partida válida pela antepenúltima rodada da Copa do Mundo, a seleção brasileira feminina de vôlei derrotou Camarões por 3 sets a 0 na madrugada desta sexta-feira (27). As parciais do jogo, disputado na cidade japonesa de Osaka, foram de 25-11, 25-17 e 25-18.

Apesar da fragilidade do adversário, o técnico José Roberto Guimarães promoveu apenas uma alteração em relação às jogadoras que já vinham atuando constantemente como titulares: Camila Brait foi a líbero no lugar de Leia. O restante da equipe foi formado por Macris, Lorenne, Gabi, Amanda, Fabiana e Mara. No terceiro set, Drussyla substituiu Amanda como segunda ponteira, enquanto Gabi Cândido, Bia, Roberta e Sheilla tiveram oportunidades pontuais ao longo da partida.

Confira mais:

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 No 6o programa do Voleicast: Seleção feminina mantém supremacia sul-americana

A diferença técnica entre as equipes, que se enfrentaram há pouco menos de dois meses no Pré-Olímpico de Uberlândia, ficou evidente nas ações ofensivas: ao todo, o Brasil fez 45 pontos, contra 20 das africanas. As camaronesas ainda erraram em excesso em fundamentos básicos, mas, por outro lado, viveram alguns bons momentos sacando viagem e tiveram a maior pontuadora da partida: Laetitia Moma, que colocou 13 bolas no chão. Pelo lado brasileiro, este posto coube à central Mara, com 11.

Com o resultado, o Brasil deu o primeiro passo na tentativa de conquistar a medalha de bronze na Copa do Mundo. Porém, o fato de a Rússia ter perdido para os Estados Unidos apenas no tie-break (24-26, 25-22, 25-22, 17-25 e 15-08) dificultou a missão das comandadas por Zé Roberto, que agora precisam vencer a Coreia por 3 a 0 ou 3 a 1 e torcer para uma improvável derrota das europeias para o Quênia ou ganhar delas sem ser no tie-break. Já a China deu um importante passo rumo ao título e praticamente tirou a Holanda do pódio ao fazer 3 a 1 (25-19, 25-16, 21-25 e 25-19) na equipe laranja.

Tão importante quanto o resultado positivo foi a rapidez com que ele foi obtido, já que a seleção feminina terá pouco tempo de descanso até o próximo duelo, programado para 23 horas desta sexta (horário de Brasília), contra a Coreia do Sul, equipe que é treinada pelo técnico italiano Stefano Lavarini, campeão da última Superliga pelo Itambé Minas contando em seu elenco com atletas como Macris, Gabi, Mara e Leia.

*Atualizado às 8h30

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