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Ícone do vôlei polonês, Kasia Skowronska anuncia aposentadoria aos 36 anos

Janaína Faustino

22/08/2019 14h44

Skowronska brilhou na Superliga 2018/2019 com a camisa do Hinode Barueri (Foto: Divulgação/Hinode Barueri)

Uma das mais emblemáticas jogadoras da história do vôlei polonês, além de grande destaque individual da mais recente edição da Superliga feminina, a oposta Kasia Skowronska, que atuou por duas temporadas em Barueri sob o comando de José Roberto Guimarães, anunciou a aposentadoria nesta quinta-feira (22) em entrevista ao diário local Przeglad Sportowy.

Sexta colocada com Barueri em 2018/2019, Skowronska, de 36 anos, foi o pilar ofensivo da equipe. Tanto que saiu da competição como a maior pontuadora com 520 acertos. Em função do desempenho, ela disse ter recebido propostas de clubes europeus, brasileiros e asiáticos para jogar a próxima temporada de clubes, mas decidiu encerrar a carreira porque deseja "ser lembrada como uma boa jogadora de vôlei".

"Depois de ter rompido os ligamentos do joelho esquerdo em janeiro de 2017 na liga italiana, voltei a jogar. Não terminei minha carreira em Bergamo, como havia pensado. No final da reabilitação, veio uma proposta do Brasil. Meu amado treinador, Zé Roberto, me convenceu a retornar. Então fui para a América do Sul e assinei um contrato com o Hinode Barueri", explicou a hoje ex-atleta, elogiando as temporadas no Brasil e o técnico Zé Roberto, com quem já havia trabalhado no Pesaro, da Itália, e no Fenerbahce, da Turquia, faturando títulos importantes, como o Mundial de Clubes de 2010 com o time turco.

"Não fui muito bem na primeira e então decidi continuar no ano seguinte. Foi muito divertido e também tive bons resultados. Não imaginei que aos 36 anos estaria liderando estatísticas individuais do campeonato. Claro que gostaria de ter ido mais longe, mas fomos eliminados nas quartas de final [Barueri caiu diante do Osasco Audax]", complementou Skowronska, fazendo alusão à sua expressiva pontuação na Superliga, que teve a norte-americana Destinee Hooker como segunda colocada com 420 pontos marcados.

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Pela seleção polonesa, a oposta foi bicampeã europeia em 2003 e 2005 (Foto: Reprodução/Internet)

"Como seria a última temporada, eu quis que ela fosse ótima. Essa foi minha motivação extra. E assim aconteceu. (…) Participei de todos os treinos e acho que poderia jogar em um bom nível por pelo menos mais duas temporadas. Mas o que mais eu teria? Fiz meus sonhos se tornarem realidade. Então este é o momento perfeito para parar. Se continuasse jogando, a próxima temporada poderia não ser tão maravilhosa. Depois de voltar do Brasil, pensei muito e tomei a decisão", acrescentou a bicampeã europeia com a seleção polonesa em 2003 e 2005.

Em relação à Polônia, que vem crescendo no cenário internacional e chegou a jogar a fase final da Liga das Nações, Kasia se mostra otimista.

"Temos jogadoras talentosas que estão progredindo. Tenho o prazer de ver esta evolução. Chegaram a jogar a fase final da Liga das Nações e eu não esperava por isso. Para muitas meninas, é uma experiência nova. Magda Stysiak, por exemplo, tem apenas 18 anos e já vem atuando como titular. Me lembro de como eu tive essas chances do Andrzej Niemczyk [técnico responsável pelas campanhas vitoriosas de 2003 e 2005]. Elas só precisam de mais experiência", opinou.

Além de Itália, Turquia e Brasil, Skowronska ainda teve passagens pelas ligas polonesa, chinesa e azeri. Longe das quadras, ela disse que pretende estudar e se dedicar à fotografia e à pintura, paixões desde a infância.

"Você precisa saber quando deixar as quadras. Todos me elogiaram depois da última temporada, mas acho que este é o momento perfeito para parar. Tive que amadurecer esta ideia por muito tempo e sei que tomei a decisão certa", afirmou.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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