Instável, Brasil fecha a fase classificatória com revés diante da Turquia
Como um torneio que vem sendo utilizado como preparatório pelo técnico José Roberto Guimarães para o Pré-Olímpico – a principal competição do ano que dará uma vaga na Olimpíada no ano que vem -, a Liga das Nações (antigo Grand Prix) encerrou a sua fase classificatória com as seis seleções finalistas definidas: China, Estados Unidos, Brasil, Itália, Turquia e Polônia. Neste sentido, os jogos desta etapa poderiam servir ao time brasileiro apenas para observação das jogadoras e delimitação das posições na classificação geral.
Entretanto, se engana quem pensa que o Brasil teve vida fácil na última partida desta fase. Nesta quinta-feira (20), jogando em seus domínios, a jovem e lutadora equipe turca, que teve dois resultados negativos nesta semana, deu muito trabalho às brasileiras, procurando se reabilitar e repetir o feito da temporada passada.
Na fase final da primeira edição da competição, a Turquia atropelou o Brasil por sonoros 3 a 0, conquistando a vaga na grande decisão, onde acabou superada pela equipe norte-americana. E, em um jogo emocionante, as brasileiras foram menos regulares do que na vitória contra a Bélgica e sofreram nova derrota, desta vez, por 3 sets a 2, com parciais de 25-23, 24-26, 25-20, 23-25 e 16-14.
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O vice-campeonato no ano passado e a campanha satisfatória nesta temporada (o time soma 11 vitórias em 15 jogos) demonstram que, sob o comando do italiano Giovanni Guidetti, a seleção turca é uma das forças emergentes no cenário internacional. Considerado o eldorado do vôlei feminino de clubes em função do poderio econômico, o que acaba atraindo grandes estrelas estrangeiras, a Turquia começa a se destacar também entre as seleções.
E a seleção brasileira sentiu o peso desta evolução logo no começo do confronto. Embora tenha iniciado a primeira etapa apresentando um bom volume de jogo, as brasileiras apostaram em uma estratégia de saque que pouco desestabilizou a linha de passe turca, que contou com o auxílio da talentosa oposta Ebrar Karakurt, escalada na entrada de rede. Assim, com o passe nas mãos, a levantadora Dilik, substituída depois por Ozbay, distribuiu suas bolas como quis, acionando tanto o meio quanto as extremidades.
E foi justamente o serviço que fez a diferença a favor das europeias na primeira parcial. O time de Zé Roberto se mostrou novamente instável na recepção, especialmente com Natália e, na reta final do set, com a líbero Leia, cometendo erros que prejudicaram a distribuição da levantadora Macris. Vale ressaltar que a armadora brasileira também falhou com alguns levantamentos imprecisos principalmente pelas pontas com Natália e Gabi.
Mesmo desfalcada de algumas titulares, a Turquia voltou ainda mais concentrada e confiante para a segunda parcial. Com imensa dificuldade na virada de bola, a seleção sofreu com a marcação eficiente do bloqueio rival, que chegou a abrir 9 a 3 no placar.
Tentando mudar o panorama, Zé Roberto escalou Mayany no lugar de Mara e a oposta Lorenne substituiu Paula Borgo. Correndo atrás do marcador e ainda frágil na recepção, as brasileiras conseguiram equilibrar as ações através do bloqueio e do ataque, sobretudo com Natália, que anotou 7 pontos somente neste set.
O jogo permaneceu equilibrado na terceira etapa. Contudo, em uma ótima passagem da meio de rede Mayany – que entrou muito bem na partida – pelo saque, a seleção brasileira conseguiu abrir 15 a 11 no marcador. Imaginou-se, portanto, que a equipe iria conseguir impor o seu jogo, administrando a vantagem diante do aguerrido selecionado turco. Entretanto, com Roberta e Paula Borgo em quadra na inversão, o time brasileiro voltou a se perder na linha de passe e ainda cometeu erros capitais de ataque na parte final da parcial.
Com Amanda no lugar de Natália, a seleção brasileira iniciou o quarto set cometendo muitos erros de saque e de ataque (ao total, as comandadas de Zé Roberto cederam 29 pontos em erros às rivais e recebeu 25). Apesar disso, conseguiu novamente abrir uma pequena vantagem na parcial.
Contudo, vivendo altos e baixos ao longo do confronto, viu o adversário subir de produção, contando especialmente com a eficiência da levantadora Ozbay na distribuição tanto pelo meio, com a ótima Gunes, quanto pelas extremidades, com a oposta Ylmaz – que substituiu Karakurt – e a ponteira Ismailoglu. A boa surpresa foi a oposta Lorenne, que acabou sendo o desafogo da levantadora Macris, virando bolas decisivas que evitaram o triunfo europeu por 3 a 1.
A equipe turca começou o set decisivo de maneira avassaladora, pressionando a recepção brasileira com um saque bastante agressivo da armadora Ozbay. Com isso, chegou a abrir 4 a 0 na parcial. Sem o passe nas mãos, a levantadora Macris teve que mostrar sua categoria, improvisando em alguns momentos para colocar suas jogadoras em melhores condições de ataque.
Deste modo, as bolas altas pelas pontas facilitaram a vida do bloqueio turco (foram 16 acertos neste fundamento contra 12 do Brasil). A central Mara retornou ao jogo no lugar de Mayany e exerceu um papel fundamental no saque e no ataque, mas as europeias acabaram fechando a partida com um lance de sorte no saque.
A maior pontuadora do jogo foi a ponteira Gabi, com 22 acertos. Os destaques turcos mostram que o jogo europeu foi mais distribuído: a oposta Yilmaz, a ponta Ismailoglu e a central Gunes foram as maiores pontuadoras, com 17, 16 e 13 bolas no chão, respectivamente.
FASE FINAL
Classificada para as finais da Liga das Nações na 3a posição (com 4 derrotas em 15 jogos), a seleção feminina estará no grupo B ao lado de Estados Unidos e Polônia. Na chave A, China, Itália e Turquia disputarão um lugar na semifinal. Vale lembrar que o Final Six ocorrerá em Nanquim, na China, entre os dias 3 e 7 de julho.
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