Seleção feminina derrota o Japão, mas instabilidade volta a preocupar
Com a confiança em alta após o triunfo sobre as norte-americanas no encerramento da terceira etapa da Liga das Nações, a expectativa era que a seleção feminina de vôlei demonstrasse crescimento tático e técnico na partida de abertura da quarta semana, na manhã desta terça-feira (11), contra a habilidosa equipe japonesa.
Adversário direto do Brasil na tabela do torneio (as brasileiras iniciaram o jogo na sexta posição seguidas das rivais), o Japão não trazia boas lembranças à seleção. No último confronto, no Mundial do ano passado, apesar da vitória suada alcançada na quinta parcial, a seleção feminina foi eliminada do campeonato na segunda fase, terminando na sétima posição.
Desta vez, as brasileiras derrotaram as rivais por 3 sets a 1, com parciais de 17-25, 19-25, 25-20 e 22-25, se mantendo à frente na fase classificatória. Entretanto, apesar do resultado positivo na casa do adversário, o desempenho instável voltou a preocupar o técnico José Roberto Guimarães.
A seleção até teve um início de partida bastante consistente. Com bom volume e bem posicionado na defesa, o time teve a paciência necessária para enfrentar o jogo nipônico, como sempre veloz e muito habilidoso. Apostando em uma interessante variação do saque, as brasileiras também pressionaram a linha de passe adversária, impedindo a construção das jogadas pela levantadora Miya Sato. Assim, somente no sideout, a parcial ficou em 18 a 10 a favor do Brasil.
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O padrão de jogo brasileiro foi mantido na segunda parcial. Com o passe nas mãos, a armadora Macris fez uma boa distribuição, acionando todas as suas atacantes, especialmente Paula Borgo que se mostrou novamente regular e efetiva nas ações ofensivas, dando tranquilidade à levantadora. A vantagem que chegou a ser de 7 pontos no marcador (17-10) ilustrou a dificuldade nipônica na virada de bola.
O rendimento da equipe, no entanto, caiu significativamente a partir do terceiro set. Menos concentrada e sem convicção provavelmente em função do amplo domínio exercido nas primeiras parciais, a seleção voltou a apresentar dificuldades nas ações ofensivas, permitindo que as asiáticas abrissem 16 a 10 no placar (ao total, as japonesas fizeram 20 a 14 no set no ataque).
A recepção e o saque também não tiveram a mesma eficácia dos sets anteriores, favorecendo a boa variação da levantadora japonesa. Deste modo, a armadora recolocou a ponteira Sarina Koga em jogo (somente nesta parcial, a atacante pôs 8 bolas no chão).
Sem conseguir manter a continuidade do jogo, a seleção permaneceu tendo uma performance vacilante no início do quarto set. O técnico Zé Roberto escalou Julia Bergmann no lugar de Amanda (vale lembrar que a passadora já havia substituído Natália, que vem sendo poupada nos jogos e que teve uma atuação discreta no primeiro set), e a atleta se saiu bem no ataque e em alguns momentos no sistema defensivo.
O triunfo, contudo, veio a partir da boa passagem da levantadora Macris pelo saque e, especialmente, pela atuação regular da meio de rede Bia no bloqueio. A ponteira Gabi, que tem se mostrado extremamente regular nesta Liga das Nações, também virou bolas decisivas no final da última parcial.
As maiores pontuadoras do confronto foram Paula Borgo e Sarina Koga, com 26 acertos. Pelo lado brasileiro, Gabi apareceu logo em seguida com 13. Entre as asiáticas, a ponteira Iuki Ishii fez 18.
Desta maneira, como ponto positivo, vale ressaltar a capacidade de reação das comandadas de Zé Roberto, que viram o adversário subir de produção e quase complicar o jogo a partir do terceiro set. Por outro lado, preocupam ainda as frequentes oscilações e quedas de rendimento do time brasileiro. Com a continuidade do campeonato e dos treinamentos, já era o momento de a seleção mostrar mais regularidade, diminuindo os "apagões" ao longo das partidas.
Nesta quarta-feira (12), as brasileiras encaram as tailandesas. Logo depois, na quinta (13), fechando a quarta semana, a seleção enfrenta a Sérvia. Os jogos serão às 3h40 e terão transmissão do SporTV2.
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