Com Natália de volta, Brasil oscila e perde para a Alemanha novamente
O retrospecto recente já não era positivo. Nos últimos dois confrontos entre a seleção feminina de vôlei e a equipe alemã – na estreia da Liga das Nações 2018 e no Campeonato Mundial -, as europeias levaram a melhor. E, novamente, nesta terça-feira (4), na cidade de Lincoln, no estado norte-americano de Nebraska, as brasileiras oscilaram muito e foram derrotadas de virada pelas rivais por 3 sets a 2, parciais de 25-21, 29-31, 25-21, 20-25 e 13-15. A partida abriu a terceira etapa do campeonato que substitui o antigo Grand Prix.
Com um bom ritmo de jogo, a seleção teve um começo de partida consistente diante das europeias. Optando por um saque flutuante bem direcionado, as brasileiras desarrumaram a linha de passe adversária, impedindo uma distribuição eficiente da levantadora Hanke. Com isso, a oposta Louisa Lippmann, grande referência ofensiva do time, anotou apenas 2 pontos na primeira parcial.
Do outro lado da quadra, Natália – que fez uma boa estreia na Liga das Nações, jogando os dois primeiros sets após um período fora por causa da tendinite no joelho – e Paula Borgo se destacaram pela entrada e pela saída, marcando 6.
Outro ponto positivo foi o volume de jogo das comandadas de José Roberto Guimarães. Sem contar com a ponteira Maren Fromm, sua atleta mais experiente, que se aposentou no Mundial do ano passado, e em má fase com cinco derrotas e apenas uma vitória no torneio, a seleção alemã poucas vezes colocou a bola no chão sem que a defesa brasileira tocasse.
A ponteira Gabi, por exemplo, que desta vez teve uma performance tímida no ataque nos primeiros sets (ao total, teve 14 acertos), se sobressaiu bastante no sistema defensivo ao lado da líbero Leia, subindo bolas importantes.
Leia mais:
– Instável, Brasil perde para a Polônia na Liga das Nações
– Por Tóquio-2020, seleção feminina inicia temporada com grupo renovado
– Zé Roberto: "Se pudesse, não jogaria a Liga das Nações"
– Por que a seleção feminina tem acumulado pedidos de dispensa?
A história, no entanto, começou a mudar a partir da segunda parcial. Com uma linha de passe inicialmente estável, a seleção voltou a passar por momentos de instabilidade na recepção, favorecendo o crescimento rival. Pressionando as ponteiras brasileiras com uma variação interessante do saque, as germânicas fizeram vários aces (foram 7 no total) e reverteram uma vantagem que chegou a ser de 4 pontos para o Brasil na reta final do set.
A oposta Lippmann, por exemplo, que havia tido uma atuação apagada em função da boa marcação do bloqueio, cresceu no jogo e fez 13 pontos somente nesta segunda parte do jogo. Além disso, vale ressaltar que as europeias também foram beneficiadas pela queda de rendimento do saque brasileiro, que voltou a ser inofensivo.
A instabilidade continuou pautando a atuação do selecionado nacional nas parciais seguintes. Sofrendo na virada de bola em função do crescimento alemão no bloqueio e na defesa, as brasileiras ainda tiveram que lidar com a evolução das rivais exatamente no sideout. A levantadora Hanke obteve mais sucesso acionando com frequência as bolas de meio com a central Marie Schölzel, além de suas atacantes da extremidade, especialmente Lippmann e a jovem e promissora ponteira Hanna Orthmann.
Além disso, inconsistentes e demonstrando intranquilidade, as brasileiras não mantiveram a qualidade nos fundamentos e a regularidade para se manter à frente no placar, permitindo constantemente a reação adversária com o desperdício de contra-ataques importantes e a continuidade dos erros. Para se ter uma ideia, somente no quarto set, a Alemanha anotou 17 pontos de ataque contra 10 da seleção brasileira.
Apesar de ter cedido mais pontos em falhas ao Brasil (34 contra 25), a seleção alemã conseguiu equilibrar as ações no último set principalmente através do saque, fundamento em que as germânicas mais se equivocaram ao longo da partida. Entretanto, curiosamente, foi justamente o serviço que acabou dando a vitória às europeias em um erro de Amanda, que substituiu Natália na entrada de rede.
A oposta Lippmann e a ponteira Orthmann foram as maiores pontuadoras da Alemanha com 29 e 19 acertos, respectivamente. Pelo lado brasileiro, Paula Borgo fez 21.
A seleção brasileira volta à quadra nesta quarta-feira (5), às 18h30, para enfrentar a equipe sul-coreana comandada por Stefano Lavarini, ex-técnico do Itambé Minas. Fechando a terceira semana da Liga das Nações, as brasileiras encaram as anfitriãs norte-americanas na quinta (6), às 21h30. Todas as partidas terão transmissão do SporTV2.
Confira o Voleicast, podcast de vôlei do Saída de Rede!
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.