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Favoritos sofrem, mas largam na frente nos playoffs da Superliga masculina

Janaína Faustino

25/03/2019 06h00

Em um confronto equilibrado contra o Vôlei Renata, time de Taubaté só conseguiu vencer no quinto set (Foto: Rafinha Oliveira/EMS Taubaté Funvic)

Os candidatos ao título da Superliga masculina de vôlei não encontraram facilidade na estreia dos playoffs da competição. Exceto o Sesi-SP, que passou com relativa tranquilidade pelo Vôlei Um Itapetininga, impondo 3 a 0 (25-23, 25-19 e 25-19), os demais enfrentaram dificuldades diante de seus respectivos adversários.

EMS Taubaté Funvic, Sesc-RJ e Sada Cruzeiro sofreram para derrotar Vôlei Renata, Fiat Minas e Copel Telecom Maringá, respectivamente, em casa, diante de suas torcidas. As equipes jogaram contra times que, apesar do investimento menor, têm se mostrado competitivos e taticamente bastante organizados ao longo da temporada.

Os comandados de Renan Dal Zotto só conseguiram bater os campineiros no tie-break em um confronto muito disputado, com parciais de 25-14, 25-17, 25-27, 21-25 e 15-12. O time do Vale do Paraíba começou o jogo de forma extremamente agressiva, sobretudo no saque, quebrando a linha de passe rival e inibindo as ações ofensivas do oposto Daniel Cagliari e do ponteiro Gabriel Vaccari, referências do levantador Demian Gonzalez.

A partir do terceiro set, contudo, os donos da casa caíram de produção, principalmente no saque e no ataque, e começaram a cometer erros, permitindo a reação da perigosa equipe do argentino Horacio Dileo. Além disso, o jogo ainda foi marcado por polêmicas com a arbitragem.

Para o técnico Renan, a diferença no placar nas duas primeiras parciais não reflete o histórico de confrontos entre os times. "O Campinas é um time bastante competitivo, muito bem treinado já há alguns anos. Começamos muito bem os dois primeiros sets, quase impecáveis, com placares dilatados que não refletem o que realmente é o jogo entre Taubaté e Campinas. O terceiro, quarto e quinto sets, sim", frisou. Prova disso é que na fase classificatória Taubaté chegou a perder por 3 a 0 para os campineiros.

Assim, o treinador acredita que o duelo da próxima quarta-feira (27), no Ginásio do Taquaral, será novamente equilibrado. "Esse é o jogo que nós temos que esperar na quarta-feira, em Campinas. Apesar de termos cometido muitos erros, como no terceiro set, a avaliação é que superamos as dificuldades e vencemos. Agora é partir para mais uma partida muito difícil na casa deles", explicou o técnico.

O central Lucão, que marcou 18 pontos no cotejo, fez coro com Renan. "Acredito que nos dois primeiros sets ficou uma discrepância muito grande a nosso favor porque sacamos muito bem. Nos dois sets seguintes, eles equilibraram o serviço e nós não conseguimos manter o mesmo nível. (…) Nossos jogos contra eles são sempre complicados. Eles têm uma equipe muito bem treinada e com grandes jogadores", destacou.

Sesc-RJ voltou a oscilar e mostrou dificuldades diante do aguerrido Fiat Minas (Foto: Erbs Jr.)

No outro duelo, o placar de 3 a 1 (26-24, 20-25, 28-26 e 25-22) a favor do Sesc diante dos mineiros pode transmitir a equivocada ideia de que a equipe de Giovane Gávio abriu a vantagem no mata-mata com tranquilidade. No entanto, como esperado, não foi isso o que aconteceu no Ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio.

Em um jogo repleto de erros, o Minas, mais uma vez, deu muito trabalho aos donos da casa. Vale lembrar que o time de Belo Horizonte venceu os cariocas por 3 sets a 1 no returno e ainda eliminou os rivais na semifinal da Copa Brasil. Neste sábado, os visitantes só não levaram a partida para o tie-break porque cederam uma quantidade enorme de pontos em falhas (32 ao total contra 30 dos adversários).

Na terceira parcial, por exemplo, os mineiros tiveram a oportunidade de fazer 2 a 1 no placar quando chegaram ao set point (24 a 22), mas não mantiveram a regularidade para fechar. O time de Nery Tambeiro poderia ter causado sérios problemas aos cariocas, uma vez que se saiu melhor no sideout (foram 61 pontos contra 51).

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O líbero Rogerinho, que atuou tanto no passe quanto na defesa, já que Maique, seu companheiro de posição, está com dengue, enfatizou que as falhas do Minas foram determinantes para a derrota. "Cometemos muitos erros de saque. E a gente não pode errar tanto em um jogo equilibrado como esse. O Sesc teve mais tranquilidade para administrar esses erros e venceu a partida. Agora, vamos jogar em casa, o que é sempre bom, e precisamos ganhar", ressaltou.

O oposto Wallace, maior pontuador do confronto, com 25 acertos, enalteceu o equilíbrio da equipe e destacou a importância da vantagem construída em casa na série que definirá o semifinalista em melhor de três. Para ele, o confronto na Arena Minas, na quarta-feira (27), poderá ser ainda mais complicado.

"Erramos muitos saques. Eles também erraram, mas conseguimos fazer um bom jogo e saímos daqui com um resultado importante. Esse era o nosso objetivo e a equipe se comportou bem. Tivemos calma para manter o equilíbrio nos momentos mais difíceis. Sabíamos que seria duro porque o time do Minas joga certinho e nos obriga a ter muita paciência. Era fundamental sair na frente e agora temos outro jogo muito difícil na casa deles", disse o jogador, que ultrapassou a marca de 400 pontos na Superliga.

Organizada e eficiente, equipe de Maringá por pouco não derrotou o Cruzeiro no ginásio do Riacho (Foto: Agênciai7/Sada Cruzeiro)

Neste domingo (24), em pleno ginásio do Riacho, em Contagem (MG), foi a vez do atual campeão Sada Cruzeiro suar a camisa para superar o brigador e eficiente Maringá por 3 sets a 2, com parciais apertadas de 21-25, 25-18, 25-23, 25-27 e 17-15, no jogo mais emocionante da rodada que também teve problemas com a arbitragem.

Tensa e abatida emocionalmente desde o primeiro set pela força do variado saque paranaense, a Raposa, que já havia sofrido para vencer o rival no primeiro turno, também última parcial, não conseguiu se encontrar em boa parte do confronto. Com um desempenho aquém do esperado na linha de passe e no sistema defensivo, a equipe de Marcelo Mendez ainda cometeu muitos erros (35 contra 29 do adversário) e, por pouco, não deixou escapar a vitória.

O time de Maringá, impondo um volume de jogo que incomodou bastante, chegou a ter 9 a 5 no tie-break, mas, curiosamente, o fundamento utilizado ao longo de toda a partida pelos visitantes para desmobilizar a equipe adversária foi justamente a arma cruzeirense para virar o jogo.

A reação veio a partir do serviço do meio de rede Le Roux, que desafogou o time em vários momentos com ótimas sequências (o francês fez 6 aces ao total). O saque do ponteiro Rodriguinho também foi fundamental na última parcial. Outro destaque foi o norte-americano Taylor Sander, maior pontuador do jogo, com 27 bolas no chão.

Em entrevista ao SporTV, o técnico Alessandro Fadul mostrou descontentamento com a derrota após um duelo tão equilibrado, mas exaltou a performance de seus comandados.

"É claro que satisfeito a gente nunca fica com uma derrota, independentemente de quem tenha sido o nosso adversário. Mas ficamos contentes com o desempenho. Nosso compromisso era manter o nível que tivemos em toda a temporada. Deixamos escapar algumas oportunidades de decidir a partida, mas não podemos tirar o mérito da equipe do Cruzeiro", salientou, lembrando que as passagens de Le Roux e Rodriguinho pelo saque fizeram toda a diferença.

O treinador ainda deixou claro que o time azul terá que se desdobrar novamente na quinta-feira (28), no Ginásio Chico Neto, em Maringá (PR), se quiser vencer o próximo confronto, se classificando para as semifinais.

"Viemos aqui e enfrentamos uma forte equipe de igual para igual. A série está aberta. Temos mais um jogo em casa, onde a gente sempre vai bem. Eu espero que a gente continue pressionando a equipe do Cruzeiro. Ninguém vai ganhar uma partida só com o peso da camisa ou com os títulos que teve na história. Se eles quiserem a segunda vitória vão ter que se impor novamente como fizeram hoje", completou.

O central Isac elogiou o adversário, mas reconheceu que o time precisa corrigir falhas importantes. "Acho que devemos comemorar primeiro a vitória. Muitas coisas não fizemos bem, não cumprimos o que foi determinado na reunião e o que a gente treinou. Foi um jogo difícil. Maringá vem jogando bem e, mais uma vez, demonstrou isso. Nosso time tem que melhorar, seguir numa crescente porque estamos falhando em momentos cruciais", concluiu.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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