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Sem chances entre as seleções, jovem oposta brilha na Itália

Janaína Faustino

11/03/2019 06h00

Isabelle Haak é uma das sensações do Campeonato Italiano (Fotos: Reprodução/Instagram)

Terceiro colocado na temporada 2017/2018 do Campeonato Italiano, o Savino Del Bene Scandicci passou por algumas mudanças para tentar brigar pelo título. Talvez a principal delas tenha sido a chegada da jovem e talentosa levantadora Ofelia Malinov, que substituiu a norte-americana Lauren Carlini, hoje no rival Novara.

Ainda assim, a equipe manteve em seu plantel jogadoras internacionalmente conhecidas, como as experientes Adenizia (meio de rede) e Lucia Bosetti (ponteira). Um nome pouco comentado e conhecido do grande público, contudo, tem sido a válvula de escape do time, dando muito trabalho aos adversários. Aos 19 anos, a oposta sueca Isabelle Haak vem surpreendendo ao repetir a mesma performance que teve na temporada passada.

Para se ter uma ideia, recém-chegada do pequeno Béziers, da França, a atleta, que também teve passagem pelo vôlei de praia, brilhou no Scandicci logo em seu primeiro ano ao terminar o concorrido campeonato local como a maior pontuadora, com 491 acertos.

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Com o feito, Isabelle deixou para trás jogadoras bem mais badaladas, como a experimentada ponteira norte-americana Kimberly Hill, do Conegliano, e a também jovem oposta Paola Egonu, do Novara, eleita a melhor de sua posição no último Campeonato Mundial e principal estrela da Azzurra.

No entanto, por atuar em uma seleção que ocupa a modestíssima 117ª posição no ranking da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e que não desfruta de nenhum prestígio internacional, Isabelle acaba não tendo a possibilidade de "aparecer" e disputar os grandes torneios oficiais de seleções. Com isso, ela só tem chance de mostrar seu potencial e ganhar experiência na temporada de clubes.

A situação da proeminente revelação na seleção sueca lembra a de outros talentos como, por exemplo, Carolina Costagrande, estupenda jogadora que obteve enorme sucesso nos clubes pelos quais passou nas décadas de 1990 e 2000, mas que fracassou com a Argentina. Depois de muitos anos atuando na Itália, a atacante se naturalizou e passou a defender a equipe europeia.

Com um saque viagem poderoso, muita facilidade para saltar e um ataque potente, Isabelle, que tem 1,94m, é uma das principais responsáveis pela permanência do Scandicci na terceira posição da classificação geral, com 44 pontos (atrás do Conegliano, que tem 54, e do Novara, que soma 47).

Ao lado de Adenizia, sua companheira no time, Isabelle vem mantendo a competitividade do Scandicci na temporada

Tanto que ela voltou a se sobressair como a maior pontuadora do mês de fevereiro, com 61 anotações, e segue Egonu de perto nas estatísticas da competição: enquanto a italiana lidera com 433 pontos marcados no torneio e um aproveitamento de 6,19 acertos por set, Haak aparece logo em segundo lugar, com 419 e 5,24.

Neste sábado (9), pela décima rodada do returno, o Scandicci perdeu para o Cuneo por 3 a 0, com parciais de 27-25, 25-23 e 25-21. Foi a segunda derrota consecutiva, pois a equipe já tinha sido batida na semana passada pelo Conegliano. Entretanto, ainda assim, a atacante fez 21 pontos.

O desempenho arrojado tem chamado a atenção de grandes clubes europeus. Tanto que há rumores na imprensa internacional de que o multicampeão turco VakifBank estaria interessado em contratá-la para substituir na próxima temporada a holandesa Lonneke Slöetjes que, segundo especulações, deverá retornar ao voleibol italiano, onde ela já atuou.

Só o tempo dirá se a transferência realmente será concretizada. O fato é que Isabelle Haak tem demonstrado evolução física e técnica a cada temporada, se consolidando como uma das mais promissoras atacantes do mundo.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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