Por Tóquio-2020, ponteiro Camejo busca cidadania esportiva russa
O ponteiro cubano naturalizado russo Oreol Camejo apresentou recentemente toda a documentação necessária à Federação Internacional de Vôlei (FIVB), solicitando a mudança de sua cidadania esportiva. É o que informa Alexander Yaremenko, secretário geral da Federação Russa (RVF), à agência local TASS.
Ainda de acordo com a agência, a FIVB deverá responder ao pedido em março e, se a decisão for favorável, o atleta terá a cidadania esportiva russa, podendo atuar na equipe europeia.
Para Sergey Shlyapnikov, ex-técnico da seleção masculina, o ponteiro é um atleta de alto nível e pode dar uma enorme contribuição ao time. "Ter um jogador do nível de Camejo seria fantástico para a Rússia. Há uma carência de ponteiros com a sua capacidade e habilidade técnica", avaliou o treinador, que deixou o cargo no início do mês para trabalhar novamente com a Federação local na formação de novos atletas com foco no Campeonato Mundial de 2022, que será disputado no país.
O atacante não joga por Cuba desde 2008 e teve que seguir as regras da FIVB, que exigem que o jogador espere por um período de dois anos até que possa defender outro país. Vale lembrar que Camejo está em sua quarta temporada na Rússia (a segunda no Zenit St. Petersburg). Antes, ele já havia atuado no Lokomotiv Novosibirsk em duas oportunidades. Assim, a expectativa do jogador e dos dirigentes da Federação Russa é que ele seja liberado a tempo de disputar a Olimpíada de Tóquio, em 2020.
Em entrevista à TASS, o ponteiro de 32 anos se mostrou otimista em relação à possibilidade de disputar os Jogos Olímpicos pela equipe. "A seleção russa é uma das mais fortes do mundo e, para mim, será uma honra se a comissão técnica demonstrar interesse e quiser me convocar. Ficarei muito feliz se puder fazer parte do time", ressaltou.
Leia mais:
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Se for liberado, Oreol Camejo engrossará uma lista de grandes talentos cubanos que, após deixarem a ilha caribenha para jogar nos principais centros do mundo, acabaram impedidos de atuar em sua seleção e procuraram a naturalização por outros países.
Somente no naipe masculino, Juantorena já defende a Azzurra desde 2015, Leal estará livre a partir de abril para ser convocado pela seleção brasileira e León fará sua estreia pela Polônia em agosto. Sem falar no central Simon que, em busca do sonho olímpico, já tentou se naturalizar brasileiro, canadense e, por último, búlgaro.
Não por acaso, são frequentes as discussões entre os amantes do vôlei sobre qual seleção seria capaz de bater Cuba se o time pudesse contar com todas estas estrelas. Contudo, apesar de a Federação Cubana de Vôlei (FCV) ter sugerido a possibilidade de retorno de atletas expatriados à seleção – o que não se aplica aos jogadores mencionados acima, uma vez que estes já mudaram de nacionalidade nos registros da FIVB –, a realidade é que a "diáspora cubana" acaba fortalecendo outras equipes no cenário internacional, enquanto que a seleção local coleciona fracassos em competições oficiais.
Tricampeã olímpica e mundial entre as mulheres, Cuba ainda possui duas medalhas de prata em Campeonatos Mundiais no naipe masculino. Entretanto, a grande potência da modalidade, que produziu alguns dos maiores jogadores da história do esporte, se tornou mera figurante.
Depois de ter ficado fora dos Jogos Olímpicos em três edições, foi eliminada ainda na primeira fase na Rio 2016 e saiu do último Mundial masculino na 18ª colocação. Com as mulheres, além de não participar de uma Olimpíada desde 2008, o país terminou o Mundial de 2018 em 22º lugar.
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