Desentendimento ameaça participação do Corinthians na próxima Superliga
Concretização do sonho de várias pessoas, incluindo o líbero Serginho, o time de vôlei Corinthians-Guarulhos teve um excelente primeiro ano de existência: vice-campeão paulista, sexto lugar na Superliga e diversas horas de exposição dos patrocinadores na mídia. Tudo isso, porém, está ameaçado de sofrer uma enorme regressão por conta de um desentendimento interno.
Neste momento, por exemplo, a equipe sequer tem garantida sua participação na próxima edição da Superliga. Isso porque nesta sexta-feira (6) ficou acertada a ruptura do contrato entre o Timão e a Associação Desportiva e Cultural São Bernardo, dona do CNPJ usado pelos alvinegros este ano – a junção entre as duas partes foi a maneira encontrada para que o Corinthians-Guarulhos não precisasse começar seu caminho rumo à elite nacional do zero.
À época, foi a união do útil com o agradável. Rebaixado para a Superliga B com o nome fantasia de São Bernardo na temporada 2016/2017, o clube do ABC paulista vivia dificuldades para se manter com o vôlei de alto rendimento na ativa. Com um ídolo à frente, o licenciamento do uso da marca de um dos clubes mais populares do Brasil e apoio de patrocinadores, o projeto guarulhense necessitava de um "atalho" para aparecer logo.
Só que, ao longo da temporada, desentendimentos entre as partes em relação à gestão começaram a aparecer. Ligado à ADC São Bernardo, o técnico Alexandre Stanzioni sabia há semanas que não seguiria no comando da equipe – a demissão foi oficializada na última quarta (4). A situação ficou insustentável a ponto de culminar com a rescisão do contrato de licenciamento e uso de marca com o Corinthians, fato que já está verbalmente acertado e deve ser colocado no papel no início da próxima semana.
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Como dona do CNPJ, o Associação agora pretende captar seus próprios patrocinadores e parcerias para jogar a próxima Superliga. "A ideia é nos mantermos na Superliga em um modelo mais enxuto. Provavelmente não faremos uma nova parceria com a prefeitura de São Bernardo, mas existem algumas possibilidades, inclusive com um outro time de futebol", comentou Stanzioni ao SdR.
Gerente de voleibol masculino da ADC São Bernardo, o ex-jogador da seleção Joel Monteiro garante que a associação sempre cumpriu suas obrigações, mas ainda assim a nova gestão corintiana, agora sob o comando de Andrés Sanchez, optou pela ruptura com eles e a permanência apenas do acordo com a prefeitura de Guarulhos. Ele, porém, ressaltou a confiança de que todos os compromissos ainda em vigor, incluindo pagamentos a atletas, serão honrados. "Aí não terá problema, o principal patrocinador (Supermercados Naguno) tem feito os repasses com pontualidade britânica. São pessoas sérias", destacou.
TRANQUILIDADE
Apesar do momento de indefinição, o sentimento entre quem ficou no projeto do Corinthians-Guarulhos é de tranquilidade. O gestor Anderson Marsili, por exemplo, ressaltou que a questão burocrática é apenas uma questão de tempo – para participar da próxima Superliga, o Timão precisa chegar a um acordo para usar o CNPJ de algum dos dez primeiros colocados da atual temporada ou de um dos dois finalistas da Superliga B, que automaticamente ganham vaga na próxima Superliga A, completando os 12 times previstos no regulamento. Caso isso não aconteça, será necessário começar tudo de novo jogando a Taça Prata, espécie de terceira divisão do vôlei brasileiro, com um CNPJ próprio.
"Existem no mínimo outras três possibilidades (de uso de CNPJ de outros times). Inclusive, nem descarto com um acordo com a própria ADC para jogarmos a Superliga A, pois há divergências entre eles mesmos", afirmou o dirigente. "Isso daí não me preocupa. O fato é que Corinthians e Guarulhos vão estar juntos", destacou.
Segundo Marsili, o projeto inclusive já está acertando os nomes da nova comissão técnica e também tem feito propostas para os jogadores com os quais deseja contar na próxima Superliga. "A ideia é repetir o orçamento deste ano, mas mesclando um pouco mais as idades. Queremos renovar com alguns jogadores e trazer jovens talentos que não tem tanta oportunidade em equipes grandes", explicou.
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