Bruno, sobre a conquista da Champions League: "Esse time não desiste nunca"
Janaína Faustino
18/05/2019 18h05
Encerrando a temporada europeia de clubes neste sábado (18), Zenit Kazan e Lube Civitanova reeditaram a última final da Champions League, a mais prestigiosa competição interclubes do continente, decidindo o título em confronto único, em Berlim, na Alemanha. Desta vez, contudo, a equipe de Bruno e Leal não titubeou.
Além de ter devolvido a dura derrota sofrida na temporada passada, quando tomou uma virada dos russos, o Civitanova ainda acabou com uma supremacia que já durava quatro anos ao superar o rival por 3 sets a 1 (com expressivas parciais de 25-16, 16-25, 12-25 e 19-25). Ao total, foram 11 jogos e 11 vitórias no torneio. Com isso, os italianos levaram para casa o segundo título continental de sua história – eles já haviam sido campeões em 2001/2002.
Vale ressaltar que as duas equipes chegaram à grande decisão passando por fases distintas. Neste segundo encontro na temporada – eles já haviam se enfrentado no Mundial de Clubes, realizado na Polônia no ano passado –, os italianos estavam com a moral elevada por causa da épica conquista do scudetto nesta semana.
Empatado em 2 a 2 na série melhor de cinco com o Perugia, o Civitanova começou perdendo a quinta final fora de casa por 2 a 0, mas reagiu de maneira espetacular e derrotou a equipe de Wilfredo León no tie-break. Contratados para esta temporada, Bruno, Leal e Simon fizeram a diferença na equipe, dando mais consistência e poder ofensivo ao time italiano. Por isso, com a confiança em alta, o clima já era de revanche contra os russos.
Já o poderoso time de Vladimir Alekno entrou em quadra bastante pressionado e necessitando ganhar o título para terminar a temporada de maneira honrosa, uma vez que, depois de cinco conquistas seguidas, já havia perdido também o título do campeonato russo para o surpreendente Kubass Keremovo.
Leia mais:
– Estrela do vôlei, Ngapeth se aventura pelo mundo da música
– Levantador Bruno mostra descontentamento com calendário do vôlei
Além disso, os russos ainda desejavam o título para homenagear o ponteiro/oposto norte-americano Matt Anderson que, depois de sete anos defendendo a equipe azul, se despediu do Zenit Kazan nesta final da Liga dos Campeões. Ele assinou contrato com o Modena e retornará ao voleibol italiano na temporada 2019/2020.
O búlgaro Sokolov foi o maior pontuador do confronto, colocando 17 bolas no chão. Além do oposto, Leal, que em breve estará defendendo a camisa da seleção brasileira na Liga das Nações, também se sobressaiu ao marcar 15 pontos, seguido por Juantorena e Simon, que fizeram 14 e 9, respectivamente. Pelo lado russo, o maior destaque ofensivo foi o ponteiro francês Ngapeth, com 14 acertos.
É importante destacar que o feito da equipe de Ferdinando De Giorgi não é pequeno, já que o último time italiano que conseguiu ganhar a Liga dos Campeões foi o Trentino, com o tricampeonato de 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011. Além disso, vale lembrar, o Civitanova passou por um começo de temporada conturbado, perdendo a final do Mundial de Clubes justamente para a equipe de Trento, a Copa Itália para o Perugia e trocando de comando técnico.
Com a chegada de De Giorgi e a construção do melhor entrosamento entre o levantador Bruno e seus atacantes, especialmente Leal, a equipe cresceu bastante, terminando a temporada de forma extraordinária. O armador brasileiro falou sobre o crescimento da equipe ao longo da temporada.
"É uma sensação incrível e inacreditável. A Liga dos Campeões é uma competição muito difícil e nós não iniciamos a temporada muito bem. Começamos perdendo as finais do Campeonato Mundial de Clubes e da Copa da Itália, mas esse time não desiste nunca. Continuamos nos esforçando durante os treinamentos com muito trabalho e coração. Estou muito orgulhoso desses caras, pois eles me ajudaram a conquistar esse título incrível", declarou Bruno.
FINAL FEMININA
Entre as mulheres, duas equipes do mesmo país disputaram o troféu. No confronto entre os italianos Conegliano e Novara, o time da oposta Paola Egonu, uma das melhores atacantes do mundo na atualidade, levou a melhor, derrotando o rival por 3 sets a 1, com parciais de 25-18, 25-17, 14-25 e 25-22.
Com a conquista inédita, o Novara acabou devolvendo a derrota sofrida diante do mesmo Conegliano na final do Campeonato Italiano. Egonu, novamente, fez a diferença no ataque, marcando 27 pontos na decisão. Além dela, quem também se sobressaiu nas ações ofensivas foi a norte-americana Michelle Bartsch, com 21 acertos.
Outro destaque do Novara foi a ponteira campeã mundial Francesca Piccinini, uma das maiores estrelas do vôlei italiano. Aos 40 anos, a a capitã do time disputou e ganhou a Champions League pela sétima vez, se tornando recordista no número de conquistas. Pelo Conegliano, a oposta norte-americana Karsta Lowe anotou 16 pontos.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.