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Nona colocação da seleção masculina no Mundial sub-19 reitera crise na base

Janaína Faustino

30/08/2019 15h17

Seleção sub-19 comandada pelo técnico Magoo ficou em nono lugar no Mundial (Foto: Divulgação/FIVB)

Um bronze em três torneios disputados. Este é o saldo do Brasil nos Campeonatos Mundiais 2019 das categorias de base até o momento. Com a vitória em sets diretos da seleção masculina sub-19 sobre a República Tcheca (parciais de 25-13, 25-21 e 25-19) nesta sexta-feira (30), na Tunísia, os comandados de Fabiano Ribeiro, o Magoo, terminaram a competição em 9º lugar.

Os maiores pontuadores brasileiros foram o oposto Darlan Ferreira e o ponta Paulo Vinícius da Silva com 11 e 9 pontos, respectivamente. O Brasil, contudo, não precisou fazer muita força para vencer, já que acabou beneficiado pela enorme quantidade de erros dos europeus (33 ao total contra 16). A seleção italiana se sagrou campeã do torneio ao bater a Rússia na decisão por 3 sets a 1 (26-24, 21-25, 25-19 e 25-18). O bronze ficou com a Argentina, que superou o Egito pelo mesmo placar (parciais de 25-19, 25-19, 23-25 e 25-17).

Com 9ª posição neste "torneio de consolação", a equipe brasileira sub-19 se manteve fora do pódio, seguindo os passos da seleção feminina sub-20, que participou do Mundial em julho, no México, e amargou a 6ª colocação. Estes resultados, entretanto, confirmam um prognóstico que já vem sendo "desenhado" há algum tempo: o declínio eloquente do país nestas competições de base.

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Se o bronze da seleção masculina no torneio sub-21 foi relevante para pelo menos romper com a terrível marca de 2017, quando o Brasil não teve nenhum representante nos pódios em todas as categorias dos Campeonatos Mundiais, esta medalha representa mais um sinal de crise para um país que, desde 1977, quando a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) passou a promover as competições, se tornou o maior vencedor da história em todas as faixas etárias nos dois naipes.

A evolução considerável capitaneada pelo investimento pesado de algumas seleções de base no cenário internacional – caso de algumas tradicionais, como a Polônia, e outras emergentes, como o Irã e a Argentina – e, em oposição, a redução significativa dos recursos da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) para que os atletas possam excursionar pela Europa, fazendo uma preparação mais adequada para os Mundiais, são alguns dos fatores que explicam este enfraquecimento.

O país só terá mais uma chance de buscar mais uma medalha nesta temporada. A seleção feminina sub-18 já está no Cairo, capital egípcia, para a disputa do Mundial na categoria. O time liderado pelo técnico Hylmer Dias estreia na sexta-feira (6) contra Porto Rico.

*Atualizado às 22h09

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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