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Destaque na Superliga, oposto Alan é a principal arma do Sesi na final

Janaína Faustino

18/04/2019 06h00

Em ascensão, oposto Alan é o segundo maior pontuador da Superliga (Foto: Helcio Nagamine/Fiesp)

Na final da Superliga masculina pela quinta vez em sua história, o Sesi-SP fez uma das campanhas mais sólidas da competição ao encerrar a fase classificatória em primeiro lugar, passar pelo Vôlei Um Itapetininga nas quartas e bater o Sesc-RJ por 3 a 0 na série semifinal.

Para tanto, a equipe do técnico Rubinho se valeu, mais uma vez, do ótimo desempenho do oposto Alan, atleta que já havia se destacado na temporada passada e que vem se consolidando como um dos mais promissores atacantes da saída de rede no país.

O curioso é que, diferentemente das demais equipes que chegaram às semifinais, o Sesi não tem opostos tão badalados. Enquanto o outro finalista EMS Taubaté Funvic tem o campeão mundial Leandro Vissotto na posição, os eliminados Sada Cruzeiro e Sesc contavam com os campeões olímpicos e selecionáveis Evandro e Wallace.

Para o treinador Rubinho, contudo, seus atacantes Alan e Franco formam uma dupla que não fica a dever nada a esses opostos mais famosos.

"São dois excelentes jogadores, muito completos. O Alan é um garoto mais jovem e bastante qualificado. Tanto que quando eu cheguei, pedi logo para fecharem com ele porque é um jogador muito interessante. Até porque ele já tinha uma experiência com o [levantador] William [ambos jogaram juntos no Sada Cruzeiro]. Então eu sabia que ele iria deslanchar aqui", elogiou o técnico.

"O Franco já é um jogador mais experiente, mas também bastante qualificado. Bloqueia bem, saca, ataca. Os dois são fisicamente muito fortes. No treino mesmo, eu às vezes me assunto com o alcance deles. O time tem um perfil mais técnico, de passadores etc., mas eles fazem realmente muita diferença em relação ao peso do ataque. Acredito que os dois se completam. Um é mais jovem e o outro mais experimentado", acrescentou.

Alan em ação contra seu ex-time, o eliminado Sada Cruzeiro (Foto: Agênciai7/Sada Cruzeiro)

O líbero Murilo faz coro com o técnico. "Eu acho que eles têm tantas condições quanto os outros grandes opostos do Brasil. O Alan vem crescendo muito, fez uma Superliga espetacular no ano passado e está dando continuidade. É um cara muito físico, salta e ataca muito forte. Provavelmente vai ter daqui para frente chances na seleção. E a tendência é ele evoluir, chegando perto desses grandes opostos. O Franco, sempre que foi chamado, deu conta do recado", ressaltou.

Murilo ainda falou sobre o papel fundamental do reserva Franco na vitória da equipe de virada no segundo confronto das semis contra o Sesc dentro da casa do rival. "Naquela partida contra o Sesc, ele e o Renato entraram e viraram o jogo. É um oposto muito físico também. Já não é mais um garoto como o Alan, mas já fez grandes Superligas, jogou fora do país e isso dá uma bagagem muito grande para eles. A gente tem uma dupla muito forte caso algum deles não esteja em um dia tão bom", enalteceu.

Em sua segunda temporada no Sesi, Alan tem como companheiros os campeões olímpicos William, Éder e Lipe, além do bicampeão mundial Murilo, que ainda tem no currículo duas pratas em Jogos Olímpicos. Para ele, que já aparece nas estatísticas da Superliga como o segundo maior pontuador, com 404 acertos, perdendo apenas para Wallace, que tem 480, tanta experiência é fundamental para o seu crescimento como atleta.

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"Eles passam a experiência e eu tento absorver o máximo para mostrar dentro de quadra. Transmitem a confiança e me cobram ao mesmo tempo e eu estou conseguindo assimilar bem. Com isso, me sinto tranquilo para atacar forte, sacar bem. Não vou fazer nada ao contrário do que o Murilo, o Chupita [o ponteiro Lipe] o Murilo falam, né? O que eles mandarem, é lei", brincou o oposto de 25 anos que começou a carreira no Botafogo, do Rio de Janeiro, e logo se transferiu para o Cruzeiro, onde permaneceu por seis anos.

Para o levantador William, uma das maiores qualidades do oposto titular da equipe é a humildade. "O Alan é um dos poucos dessa nova geração que sabem escutar. Hoje, o cara que é jovem já quer ganhar dinheiro, tem empresário, quer estar logo na seleção brasileira, atinge o objetivo e não valoriza o que precisa passar para chegar lá", apontou.

"O Alan batalha todos os dias, treina muito bem sempre. O segredo do sucesso é esse: treinar, confiar no trabalho. Acreditar que ele é peça fundamental no meio de tantos medalhistas olímpicos. Ele escuta e entende isso. Talvez esse seja o seu diferencial. É um cara jovem, ambicioso e que tem a humildade de escutar, mesmo sabendo que ele já é uma estrela do time", elogiou o experiente armador.

*Colaborou Carolina Canossa

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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