Na mesma noite, Bernardinho e Zé Roberto são eliminados da Superliga
A noite entre 26 e 27 de março foi histórica para o voleibol brasileiro: Bernardinho e José Roberto Guimarães, os dois técnicos mais consagrados do esporte no país, foram eliminados da Superliga feminina de vôlei após as equipes que comandam, o Sesc-RJ e o Hinode Barueri, perderem o último jogo da série melhor-de-três das quartas-de-final da competição.
O caso do Sesc-RJ é o mais emblemático: recordista de títulos na história da competição (12), jamais havia ficado de fora das semifinais desde que foi criado, na temporada 1997/1998, ainda com sede no Paraná – desde então, o pior resultado havia sido o quarto lugar em 2000/2001. Durante este tempo, Bernardinho esteve no comando do time, chegando à final nas últimas 14 temporadas.
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A equipe carioca, porém, pagou caro pelo péssimo passe mostrado ao longo da disputa e o último ponto do Sesi/Bauru foi simbólico neste sentido. Mesmo jogando na casa do adversário, o time do interior de São Paulo conseguiu construir uma virada com parciais de 24-26, 27-25, 25-23 e 25-19.
A meio de rede Mayhara apontou também a oscilação do Sesc como uma das causas da eliminação precoce. "O time fez grandes jogos, em outros não se apresentou bem. Assim foi a temporada inteira. Tivemos problemas físicos, tentamos nos encontrar, trabalhamos muito para atingir um padrão, mas acabou não dando certo. Hoje elas foram melhores que no último jogo e nós não sacamos tão bem. Mérito de Bauru", avaliou.
Outro detalhe curioso é que Bauru tem como treinador justamente um ex-comandado de Bernardinho, Anderson Rodrigues, oposto da seleção brasileira durante a primeira década do século. Juntos, os dois levaram o ouro na Olimpíada de Atenas, em 2004, e os títulos mundiais de 2002 e 2006, entre outras conquistas. O ex-jogador já vinha se destacando desde seu primeiro trabalho na nova função, com o Brasília na temporada 2016/2017 e sempre deixou claro que Bernardinho era sua inspiração.
ZÉ ROBERTO
Mais cedo, outra lenda do voleibol já havia se despedido da Superliga: José Roberto Guimarães, que lidera o projeto de Barueri desde a segunda metade de 2016, quando o time ainda estava na Taça Prata, a mais baixa divisão do voleibol nacional na atualidade. Diante do vizinho Vôlei Osasco-Audax, a equipe também sofreu com o passe e foi derrotada em casa por 25-22, 25-23, 23-25 e 25-23.
A tradicional equipe paulista, que conseguiu uma virada histórica na série, vai à semifinal pelo 18º ano seguido. O técnico Luizomar de Moura fez questão de destacar esse feito: "Estamos em mais uma semifinal de Superliga. Dentro do nosso planejamento, queríamos manter a tradição de Osasco. Para falar a verdade, nem me lembro a última vez que o clube não foi para a semifinal. Com essa camisa, eu nunca fiquei de fora (a última vez foi na temporada 2001, quando Luizomar foi campeão pelo Flamengo)".
Com 36 pontos, a oposta americana Destinee Hooker foi o destaque absoluto da partida. "Foi uma vitória incrível. Trabalhamos muito duro para isso. Barueri é um time muito competitivo, mas demos tudo em quadra e conquistamos a classificação. O mais importante foi o nosso trabalho em equipe. Uma cuidou da outra em quadra, nos apoiamos o tempo todo. Lutamos juntas e vencemos juntas", afirmou a jogadora.
Em comum, Bernardinho e Zé Roberto agora partem para o planejamento da próxima temporada de clubes em busca de um melhor resultado. Até lá, Zé também se dividirá com a seleção brasileira feminina, que em agosto tentará garantir vaga na Olimpíada de Tóquio.
As semifinais da Superliga feminina de vôlei começam na próxima segunda (1) e terão, de um lado, Itambé/Minas x Vôlei Osasco-Audax e, do outro, o atual campeão Dentil/Praia Clube x Sesi/Bauru. Tanto a semifinal como a decisão serão em melhor-de-três jogos (clique aqui e veja a tabela).
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