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Primeira edição da Copa Libertadores tem tabela confusa e pouca divulgação

Carolina Canossa

31/10/2018 06h00

Nesta terça, os cruzeirenses conquistaram a primeira vitória ao superarem o Ciudad Voley, por 3 sets a 0 (Crédito: Agência i7)

Por Daniel Rodrigues

A temporada de clubes sul-americanos conta com uma novidade neste ano: a Copa Libertadores de Vôlei. Trata-se de uma bem intencionada competição teste, elaborada pela Associação de Clubes da Liga Argentina de Vôlei (ACLAV) com a Associação de Clubes de Voleibol (ACV) do Brasil e aprovada pela Confederação Sul-Americana de Voleibol (CSV), com a intenção de, no futuro, substituir o campeonato Sul-Americano de Clubes, classificatório para o Mundial. No entanto, a julgar por esta primeira edição, os responsáveis pelo torneio ainda terão muito trabalho pela frente para atingir a meta de torná-lo uma disputa de destaque, organizando melhor a tabela e alcançando mais divulgação.

Participam da Copa Libertadores, que começou sem sequer ter um site oficial, os quatro melhores classificados da última Superliga (Sada Cruzeiro, Sesi-SP, EMS Taubaté Funvic e Sesc-RJ), junto com os quatro primeiros da Liga argentina (UPCN, Bolivar, Ciudad Voley e Libertad Burgi Voley). A partida de abertura, entre Sesc-RJ e Sada Cruzeiro, foi realizada em 28 de setembro, durante a reta final do Campeonato Mundial masculino. Ou seja: impossibilitou os dois times de contarem com seus principais jogadores, que estavam na seleção brasileira, além de ter pouquíssimo espaço na mídia. Pouca gente ficou sabendo da vitória dos cariocas por 3 sets a 1 (25/21, 25/22, 19/25 e 25/23), no ginásio do Riacho, em Contagem (MG).

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As equipes estão divididas em duas chaves nesta primeira fase da Libertadores. No Grupo I estão Cruzeiro, Sesc, Bolivar e Ciudad Voley. Do outro lado, Sesi, Taubaté, UPCN e Libertad Burgi Voley formam a chave II. Todos os componentes de seus grupos duelam entre si, sendo que os jogos entre brasileiros e argentinos serão de ida e volta, enquanto os membros do mesmo país jogam apenas uma vez. Avançam à etapa seguinte os dois melhores de cada grupo, onde acontecerão as semifinais, final e disputa pelo bronze, programadas para os dias 12 e 13 de fevereiro, sem sede definida.

Pouco mais de um mês depois da abertura da partida de abertura, a Libertadores do vôlei teve prosseguimento nesta terça (30): também no ginásio do Riacho, os cariocas voltaram a vencer e bateram o Bolivar, por 3 sets a 1 (25/16, 21/25, 25/21 e 25/21), e, na partida sequente, os cruzeirenses conquistaram a primeira vitória ao superarem o Ciudad Voley, por 3 sets a 0 e parciais de 25/23, 25/21 e 25/18. Pelo Grupo I, nesta quarta-feira (31) o time de Giovane Gávio pega o Ciudad Voley e os donos da casa enfrentam o Bolivar, com transmissão no Facebook do Sada Cruzeiro. Os jogos de volta serão em San Carlos de Bolivar (Argentina), entre os dias 8 e 9 de janeiro.

Os cariocas do Sesc-RJ voltaram a vencer e bateram o Bolivar, por 3 sets a 1 (Crédito: Cristiane Mattos/Jornal O Tempo)

Ainda sem nenhum duelo realizado, a estreia da Chave II está agendada para dia 5 de novembro, em San Juan, na Argentina. Serão dois dias de disputa (5 e 6), onde os clubes brasileiros (Sesi e Taubaté) confrontarão com os anfitriões (UPCN e Libertad). As partidas de volta estão programadas para acontecer no ginásio do Sesi (SP), entre 15 e 16 de janeiro.

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Em quadra, as estrelas do vôlei não ficam restritas aos clubes do Brasil: nomes conhecidos como o polonês Bartman e o ponteiro Guilherme Hage (irmão da central Leticia Hage, do Fluminense), por exemplo, defendem o UPCN, enquanto os cubanos Yadrian Escobar e Raydel Hierrezuelo, o argentino Pablo Crer e o brasileiro Madalóz representam o Bolivar e o holandês Kay Van Dijk é um dos astros do Libertad. O Ciudad Voley tem sua base formada por atletas jovens, em sua maioria com menos de 23 anos.

No mais, a iniciativa da competição é bastante interessante e realmente pode gerar uma maior visibilidade aos clubes de vôlei da na América do Sul. Porém, a tabela da competição ainda é confusa, apresentando total falta de linearidade nos compromissos dos dois grupos. A ausência de um site oficial com programação, resultados, notícias e elencos também seria importante para atrair o público em geral e ajudar na divulgação do campeonato. Espera-se que estes pontos sejam aperfeiçoados nas próximas edições para que o torneio ganhe força e passe a valer vaga ao Mundial de Clubes.

Em tempo: o Sul-Americano masculino de clubes 2019 está confirmado e será realizado na Arena Minas, entre 26 de fevereiro e 02 de março, com os donos da casa e o Sada Cruzeiro representando o Brasil. O campeão segue garantindo seu lugar no Mundial.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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