Ineficiente no bloqueio e na defesa, seleção brasileira perde para a Sérvia
Por Janaina Faustino
Em partida realizada pelo grupo D, em Hamamatsu, no Japão, a seleção feminina de vôlei passou, na manhã desta segunda-feira (1), pela sua primeira prova de fogo no Campeonato Mundial. Depois de conseguir, com certa tranqüilidade, resultados positivos contra rivais tecnicamente mais fracos, o Brasil enfrentou nesta rodada a atual vice-campeã olímpica Sérvia, do treinador Zoran Terzic, perdendo por 3 sets a 0 (parciais de 25-21, 25-18 e 25-19).
Disputando o Campeonato Mundial pela 5ª vez (esteve presente antes ainda como Iugoslávia e Sérvia e Montenegro), a equipe dos Bálcãs chegou à competição com um plantel bastante respeitável com algumas jogadoras que estão entre as melhores do mundo em suas posições. Entre elas, a oposta Tijana Boskovic, a central Milena Rasic e a ótima levantadora Maja Ognjenovic, grande reforço que retorna ao time após um período de ausência desde a Rio 2016. Além disso, não se pode deixar de citar a ponteira Brankica Mihajlovic, ex-jogadora do Sesc RJ reconhecida pelo seu saque e potencial de ataque.
Para o confronto contra a seleção brasileira, o técnico Terzic escalou a levantadora Ognjenovic, as ponteiras Mihajlovic e Milenkovic, a oposta Boskovic, as centrais Rasic e Veljkovic e a líbero Popovic. José Roberto Guimarães optou por Dani Lins, Fernanda Garay e Gabi, Tandara, Bia e Adenízia, e Suelen como líbero.
A equipe brasileira começou a partida enfrentando muitas dificuldades para conter o poderio de ataque sérvio. Inofensivo no saque, o Brasil não conseguiu quebrar o passe rival, o que propiciou uma distribuição objetiva das jogadas pela levantadora Ognjenovic. Acionando pouco as centrais Rasic e Veljkovic nas bolas de primeiro tempo, a levantadora aproveitou a força física e técnica da oposta Boskovic, que anotou 10 pontos somente nesta primeira parcial, e da ponteira Mihajlovic pelas extremidades. Desta maneira, impuseram um bom ritmo de jogo, mesmo cometendo um número excessivo de erros (foram 10 ao total). Ineficiente no bloqueio e na defesa, o Brasil tinha sérios problemas para manter a bola em jogo. Resultado: fez apenas 8 pontos de ataque, enquanto as adversárias anotaram 20.
No segundo set, apesar de ter buscado imprimir uma estratégia de saque mais forçado, o Brasil novamente não obteve êxito na tarefa de quebrar o sistema de recepção adversário. Bolas fáceis caíram na quadra verde-amarela, minando a confiança do grupo na virada de bola (para se ter uma ideia, até a segunda parcial, Tandara tinha colocado apenas 7 bolas no chão e Fernanda Garay 5) e nos contra-ataques. A levantadora sérvia, ao contrário, tirando proveito do desequilíbrio rival, variou bastante as jogadas, trazendo as centrais para o confronto e, sobretudo, mantendo as atacantes da entrada e da saída em jogo. Assim, a equipe dos Bálcãs construiu a vitória na segunda parcial por 25-18.
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A levantadora Roberta e a central Thaísa substituíram Dani Lins e Adenízia na terceira parcial. Contudo, as falhas táticas e técnicas das brasileiras se sobressaíram ainda mais em função da instabilidade no passe, o que dificultava a construção e execução das ações ofensivas. Sem sucesso com a participação de Roberta no levantamento, o técnico José Roberto retornou com Dani Lins e escalou Rosamaria no lugar de Tandara. Um detalhe que saltou aos olhos no confronto foi a enorme diferença no número de erros das equipes: enquanto o Brasil cometeu apenas 6 erros, as sérvias cederam 21 pontos às brasileiras (a maioria em erros de saque). No entanto, ainda assim, a seleção não conseguiu desenvolver um bom volume de jogo para fazer frente ao poderio rival. Jogando com autoridade e dominando completamente a partida, as europeias deslancharam no placar e chegaram a abrir 22 a 12 nesta parcial. Assim como no ataque, onde a seleção brasileira foi derrotada por 56 a 30, nas defesas o Brasil também perdeu (42 a 14). A oposta Boskovic, em mais uma partida esplêndida, terminou o duelo como a maior pontuadora, com 24 pontos. Pelo lado brasileiro, Tandara foi a maior pontuadora, mas colocou apenas 9 bolas no chão.
Se, por um lado, ainda há margem para crescimento do time brasileiro no torneio e esta derrota certamente não deve afetar a classificação para a próxima fase, por outro, vale ressaltar que quando enfrentou um rival do "primeiro escalão" a equipe verde-amarela sucumbiu, sem conseguir mostrar poder de reação diante de uma equipe de maior nível técnico. Os próximos compromissos da seleção serão contra o Quênia na quarta-feira (3), às 7h20 e o Cazaquistão na quinta-feira (4), no mesmo horário.
O SporTV2 transmitirá os seguintes jogos:
Terça (2)
7h20 – EUA x Coreia do Sul
Quarta (3)
7h20 – Quênia x Brasil
Quinta (4)
7h20 – Brasil x Cazaquistão
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