Falhas no bloqueio derrubam Brasil, mas resultado no Mundial é positivo
O aviso vinha sendo dado desde a primeira fase: apesar dos resultados positivos, a seleção brasileira masculina de vôlei apresentava falhas acima do normal no bloqueio ao longo do Campeonato Mundial. Houve melhoras esparsas aqui e ali, mas a falta de constância no fundamento cobrou seu preço justamente na final e, pela segunda vez seguida, o Brasil perdeu o título para a Polônia. Neste domingo (30), o placar foi de 3 sets a 0, parciais de 28-26, 25-20 e 25-23.
As estatísticas apontam que, na grande decisão, os brasileiros conseguiram apenas quatro pontos de bloqueio, contra dez dos europeus. O oposto Bartosz Kurek fez o que quis no ataque, chegando a 20 pontos no fundamento (24 no total). Principal bloqueador do elenco, Maurício Souza esteve abaixo do esperado o campeonato inteiro e, na final, acabou substituído por Isac, que tem um ataque melhor. O reserva, porém, também esteve longe de resolver o problema, assim como o experiente Lucão.
Não se pode, claro, tirar os méritos dos poloneses: os ponteiros Michal Kubiak e Artur Szalpuk foram competentes na composição da linha de passe com o líbero Pawel Zatorski. Ponto positivo na semifinal contra a Sérvia, o saque brasileiro desta vez mal foi percebido pelos rivais, permitindo ao levantador Fabian Drzyzga aproveitar ao máximo suas opções pelas extremidades. Sem conseguir quebrar o passe polonês, pouco a pouco a seleção verde-amarela foi ficando nervosa pela falta de efetividade e se viu obrigada a arriscar. Assim, os erros de saque se tornaram mais constantes, para alegria do adversário.
Mas, apesar do sentimento amargo da derrota, a prata é um resultado bastante positivo para o Brasil. Depois de uma Liga das Nações repleta de altos e baixos, o time de Renan Dal Zotto chegou ao Mundial sob desconfiança. As ausências de Maurício Borges e Ricardo Lucarelli, lesionados, tornaram a situação ainda mais dramática, mas o time mostrou uma enorme força mental para sair de situações complicadas, como a surpreendente derrota para a Holanda que quase complicou o time na primeira fase. E o que dizer da épica virada sobre a Rússia na abertura da terceira etapa do Mundial? Ali ficou evidente a força do grupo, com o banco ganhando importância fundamental. Como disse o ponteiro Lipe após a semifinal: "Tem que respeitar o Brasil".
Individualmente, Douglas Souza foi o destaque brasileiro. Depois de uma temporada ruim pelo Sesi, sua ausência na lista de convocados seria perfeitamente justificável, mas a comissão técnica deu um voto de confiança para o ponteiro de 23 anos, que correspondeu com ótimas atuações no passe, no saque e no ataque neste Mundial. Outro novato, o líbero Maique, também chamou a atenção e, se bem trabalhado, tem um grande futuro pela frente.
As voltas de Lucarelli, Borges e a possibilidade de contar com o cubano naturalizado brasileiro Yoandy Leal deixam as perspectivas da seleção masculina para 2019 bastante positivas. Pouco a pouco, o técnico Renan Dal Zotto e sua comissão técnica mostram que conseguem superar a sombra de Bernardinho, treinador que elevou a equipe a um patamar absurdo de qualidade e constância. Não falta trabalho a fazer nesta segunda metade de ciclo olímpico, mas a chegada a uma final de Mundial pela quinta edição seguida deixa claro que o Brasil segue entre os melhores do vôlei masculino no mundo.
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