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Orgulho de família de jogadores, Thiaguinho sonha com seleção ainda em 2018

Carolina Canossa

19/02/2018 06h00

Ylton, Thiaguinho e Michel: sempre que possível, irmãos incentivam o levantador pessoalmente (Foto: Arquivo Pessoal)

Se você se interessa pelo futuro do voleibol brasileiro, preste atenção em Thiaguinho. Dono de um estilo rápido de jogo, o levantador de 24 anos é um dos principais responsáveis pela boa campanha do estreante Sesc-RJ na atual Superliga de vôlei e forte candidato a substituto da atual geração de armadores da seleção, composta por um trio de jogadores acima dos 30 anos: Bruno (31), William Arjorna (38) e Rapha (38).

No que depender do paraibano, sua grande chance com a camisa amarela vai acontecer ainda nesta temporada, que tem como ponto alto o Campeonato Mundial, em setembro. "Eu sonho e treino para isso", afirma o jogador, que chegou a ser convocado pelo técnico Renan Dal Zotto em 2017, mas foi cortado devido a uma lesão no punho. "É verdade a história de que, quanto mais velho um levantador, melhor, pois a gente vai amadurecendo e entendendo melhor o jogo. Mas eu não quero esperar o tempo, não. Quero amadurecer o quanto antes para conseguir uma vaga (no Mundial)", destaca.

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Para ele, a passagem pelo Exprivia Molfetta, décimo colocado na última edição do Campeonato Italiano, foi fundamental em sua evolução como jogador – até ir para o exterior, ainda lutava para se destacar no cenário nacional defendendo o Sesi, apesar da presença constante em seleções de base durante toda sua carreira.

"Não tem lugar melhor para você evoluir. Qualquer jogo lá é uma pedreira, então você tem que se reinventar, além de ter um psicológico muito bom porque está longe de casa, convivendo com uma outra língua… Você cresce sem perceber", avalia.

FAMÍLIA "VOLEIBOLEIRA"

Se alguém no mundo do vôlei pode dizer que teve incentivo da família para virar jogador, esta pessoa é o armador titular do Sesc-RJ. Nada menos que os dois irmãos mais velhos dele, Ylton e Michel, e dois primos, Mateus e Klaus, tentaram carreira no esporte.

Thiaguinho diz que passagem pelo voleibol italiano foi fundamental para a evolução do seu jogo (Foto: Divulgação/Sesc-RJ)

Ylton desistiu ainda na adolescência por ser "baixinho" (1,90 m) para a posição que gostava, meio de rede, e virou dentista. Já Michel chegou a se mudar de Recife, onde a família vivia, para São Paulo com o caçula para tentar a sorte no time do Centro Olímpico, mas voltou para casa quando passou a receber apenas propostas para ser líbero e também está se formando em odontologia. Mateus, por sua vez, jogou profissionalmente em São Caetano e no Catar, enquanto Klaus disputou o Circuito Brasileiro de vôlei de praia e hoje é técnico da modalidade – entre seus aprendizes estão os pais de Thiaguinho, que jogam apenas por diversão.

"Quando eu comecei a jogar, com uns sete para oito anos, eu não sabia nem o que era vôlei. Foi o meu irmão mais velho, o Ylton, quem colocou a bola para eu levantar", brinca o jogador. Segundo Ylton, o talento do irmão era visível desde cedo. "Ele tem um dom dado por Deus mesmo. Era nítido, ele sempre jogou em categorias de garotos dois ou três anos mais velhos que ele", conta.

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Irmãos e primos se dividiam nos fundos da casa dos avós, onde uma quadra antes usada apenas para futebol virou palco de inúmeras partidas familiares de vôlei depois que um técnico fez o primogênito tomar gosto pelo novo esporte. Por receio de que lesões prejudiquem a carreira de Thiaguinho tais confrontos atualmente rarearam, mas os parentes seguem unidos acompanhando a carreira do levantador e, sempre que possível, viajam para ver de perto jogos importantes nos quais ele está presente.

"Pra gente é uma realização vê-lo lá. É um orgulho muito grande, que não tem nem como mensurar", resume um Ylton, tão orgulhoso quanto confiante na carreira do irmão mais novo. "Ele vai ser o melhor levantador do mundo, não tenho dúvidas", acredita.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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