Thaísa fecha com Hinode e treina com bicampeão olímpico pra antecipar volta
Liberada pelo Eczacibasi para jogar no Brasil até o final da temporada de clubes, a meio de rede Thaísa já definiu o seu destino: trata-se do Hinode Barueri que, inclusive, planeja apresentá-la à torcida e à imprensa já nesta quinta-feira (2), antes do confronto contra o Renata Valinhos/Country pela Superliga feminina de vôlei.
Os fãs da atleta, porém, terão que esperar mais um pouco para vê-la novamente em quadra. Ainda recuperando-se de uma cirurgia no joelho esquerdo realizada em 6 de junho, Thaísa iniciou uma nova etapa do tratamento no Centro de Treinamento Dois Andares com o Prof. José Elias de Proença, preparador físico da seleção brasileira feminina e, assim como ela, bicampeão olímpico.
Nesta nova fase, o objetivo é resgatar as habilidades funcionais da jogadora baseada no método desenvolvido por José Elias, que está estruturado a partir das orientações de metodologia globais.
"Dessa forma, você trabalha exercícios que se relacionam com as funções do nosso dia a dia e, pela combinação de movimentos, aumenta o desafio com o passar do tempo. Como exemplo, podemos utilizar os exercícios que se baseiam no andar, utilizando o equilíbrio em uma perna só, depois a corrida, utilizando elásticos para aumentar a tração e a força muscular. O colchão, que foi uma técnica utilizada na recuperação da Ana Moser, também está sendo aplicado no treinamento da Thaísa. O colchão Dois Andares melhora a relação do corpo com a gravidade nas funcionalidades fundamentais como caminhar, agachar e subir escadas", explicou o profissional.
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Inicialmente, a previsão era que Thaísa só voltasse a jogar em janeiro, mas dezembro já passou a ser uma meta real para a central. Para isso, ela tem treinado todos os dias da semana com acompanhamento de seu personal trainer, Denis Nascimento, realizado o treinamento funcional duas vezes por semana com José Elias na Dois Andares e feito fisioterapia com o profissional Fernando Fernandes, que também trabalha na seleção feminina.
Com tamanha dedicação, já é possível ver uma grande melhora na recuperação da Thaísa após quatro meses de cirurgia. "Estou andando normal, subindo e descendo escada normal. Descer era impossível, eu não conseguia. Consigo sentar e levantar. Fazer coisas normais do dia a dia que estavam muito difíceis, que eu não conseguia fazer. Eu estava totalmente limitada", ressaltou. "Ela veio sem sustentar a perna em equilíbrio, e ela passou a sustentar a perna em equilíbrio", exemplificou Zé Elias.
Sobre a importância do resgate das habilidades funcionais, ele explica que esse treino tem relação com a forma como cada um se relaciona com o mundo, e, no caso da Thaísa, com o mundo do voleibol. "Para reaprender a equilibrar em uma perna só, você tem que acionar musculatura para que fique em pé, se não você cai. Se ela está com a perna direita respondendo bem e com a perna esquerda, não tão bem, a gente tem que ir dando exercícios para igualar", afirmou o preparador físico. "A escolha dela em vir aqui é principalmente pela estrutura que a gente tem, pelos equipamentos e pela proposta. Por essa variedade de movimento", complementou.
O histórico de lesões da Thaísa começou em 2015, quando ela passou por intervenções nos tendões dos dois joelhos. A recuperação foi rápida e logo ela voltou às quadras. Em janeiro de 2017 ela recebeu o diagnóstico de uma lesão na cartilagem e no menisco do joelho esquerdo, mas ela continuou jogando em Istambul. Para compensar a dor, acabou forçando o lado direito, o que resultou em uma torção com luxação no tornozelo direito durante um jogo pelo Eczacibasi.
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"Na cirurgia, quando abriu o joelho que deu para ver que estava muito ruim. O menisco estava praticamente um pedaço para cada lado, desprendeu do osso, estava aquela coisa toda destruída, retalhada. E a cartilagem estava com mais de dois centímetros de buraco", detalhou Thaísa.
Ela explicou que foi necessário fazer um transplante de cartilagem e sutura no menisco. "Não é comum esse tipo de cirurgia, porque na situação do meu menisco provavelmente eles teriam tirado fora, mas para mim se tirar acabou, não tem como jogar. Então se tentou ao máximo preservar, mas foi bem complicado", finalizou a atleta.
Idealizado por Ana Moser, lenda viva do vôlei brasileiro, em conjunto com José Elias de Proença, o Centro de Formação Dois Andares tem como objetivo levar o movimento para todos, com ensinamentos nas áreas da Ciência do Movimento, Educação Física, Esporte, Bem-estar e Qualidade de vida.
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