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Apesar da derrota na estreia, Jaqueline avisa: “Podemos surpreender”

Carolina Canossa

18/10/2017 00h00

A ponteira acredita em título: "Podemos levar essa equipe muito além" (fotos: Gaspar Nóbrega/Hinode/Inovafoto)

A estreia não foi exatamente como Jaqueline Carvalho Endres queria, mas a Superliga 2017/2018 está apenas começando. Confirmada na segunda-feira (16) como reforço do Hinode Barueri, a veterana ponta de 33 anos, 1,86m, estreou na noite desta terça-feira, na primeira rodada do torneio, em casa, na derrota por 3-1 (25-17, 23-25, 25-20, 25-17) para o Vôlei Nestlé. Apesar do tropeço inicial, ela acredita na possibilidade de título. "Podemos levar essa equipe muito além, podemos surpreender", disse logo após a partida.

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Com apenas quatro treinos, após seis meses parada, desde a semifinal da Superliga passada, quando jogou pelo Camponesa/Minas, Jaqueline começou entre as reservas, mas foi acionada em três das quatro parciais. "Estou me sentindo bem, não perdi a forma física. Ritmo de jogo é que eu ainda não tenho e o Zé Roberto tem entendido isso. O mais importante foi poder ajudar, mesmo ficando a maior parte do tempo no banco, mas foi bom poder contribuir, seja entrando para sacar ou passar. Eu estou muito feliz só em poder ajudar", comentou, enfatizando o apoio que tem recebido do técnico tricampeão olímpico.

Jaqueline treinou apenas quatro vezes, após seis meses parada

Sonho
Ainda sobre as chances do time, estreante na divisão principal, depois de ganhar a Superliga B este ano, a ponteira bicampeã olímpica aposta no crescimento com a chegada da oposta polonesa Kasia Skowronska e a eventual entrada da central Thaisa no time. "A gente tem sempre que sonhar. Quando fui para o Minas na última vez, a gente estava em sétimo lugar, mas conseguimos reverter toda aquela situação ruim em coisas boas. A gente acabou acreditando que podia chegar e até ir além. Ganhamos dois jogos do Rio de Janeiro que ninguém acreditava que fôssemos capazes".

Sobre o acerto com o Hinode Barueri, Jaqueline contou que dialogava com Zé Roberto desde o final da Superliga 2016/2017.  "A gente vinha conversando desde que acabou a Superliga, mas as condições financeiras antes não eram legais. O Zé tinha essa vontade de me trazer para a equipe. Acabou que tudo deu certo".

Sheilla e Mari foram citadas por Jaqueline ao reclamar do mercado (Reprodução/Internet)

Desabafo
A atleta fez um desabafo sobre o mercado e a dificuldade que ela e outras jogadoras consagradas têm enfrentado. "Infelizmente, esta é a terceira vez que eu entro com a temporada em andamento. Está sendo difícil, não só para mim, mas para outras jogadoras, como a Sheilla e a Mari, que são atletas que podem contribuir muito e estão sem clube. A gente vê tanta gente falando 'ah, você não aceitou ir pra um canto, não aceitou ir pro outro', mas falta mesmo opção. Eu prefiro esperar alguma coisa acontecer, achar um patrocinador que abra uma possibilidade. Espero que as outras jogadoras que estão sem clube também possam encontrar espaço. A gente não é valorizada. Quando estamos na seleção, somos ótimas jogadoras, somos craques. Mas quando ficamos sem clube, já começam a nos rotular de coisas nem sempre positivas. Infelizmente, aqui no Brasil a gente é tratada dessa maneira".

Colaborou Sidrônio Henrique

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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