“Sempre estarei à disposição”, diz Jaqueline sobre seleção brasileira
Ela voltou. Ainda longe da forma ideal, como fez questão de ressaltar, mas o suficiente para ser titular no ascendente Camponesa/Minas e disposta a continuar a servir à seleção. "Sempre estarei à disposição. Se eu não for convocada, OK. Se eu for, vamos lá", disse ao Saída de Rede a ponteira bicampeã olímpica Jaqueline Carvalho Endres. Nem cogite a possibilidade de ela se afastar voluntariamente da seleção. "Vocês querem me aposentar, né?", brincou com o SdR. Imagina, Jaqueline, a gente sabe que você ainda tem o que oferecer. Que o diga o Minas. Após um primeiro turno opaco na Superliga 2016/2017, está invicto no returno, com a presença da ponta veterana no sexteto principal nas três últimas partidas, além da oposta americana Destinee Hooker disparando mísseis.
Siga @saidaderede no Twitter
Curta a página do Saída de Rede no Facebook
"Faz só um mês que eu estou treinando, é pouco tempo. As meninas estão aí há quatro meses num ritmo bom. O que importa é ajudar a equipe, estou ganhando ritmo aos poucos. Todo mundo me ajudando sempre, eu só tenho a agradecer às meninas. Minha função aqui nem é pontuar, é dar volume de jogo porque o time tem grandes atacantes pra botar a bola no chão. Então tenho plena noção do que vim fazer aqui. Aos pouquinhos a gente vai incomodar, estamos em quarto lugar, estamos evoluindo", analisou Jaqueline.
Passe na mão
De fato, embora tenha contribuído pouco no ataque nas três partidas em que foi titular, a ponta de 33 anos foi decisiva no passe. Ao lado da líbero Léia, ela tem coberto a outra ponteira, Rosamaria Montibeller, na linha de recepção. Sobra pouco espaço para Rosamaria, que até bem pouco era oposta, passar – ela migrou da saída para a entrada depois da chegada de Hooker na metade do primeiro turno. Com o duo Jaqueline e Léia, a levantadora Naiane tem conseguido trabalhar com o passe na mão a maior parte do tempo. Assim, acionar as centrais Carol Gattaz e Mara ou ainda as atacantes de extremidade como Rosamaria e Hooker tem sido mais simples.
Conheça Edinara, jovem talento do vôlei brasileiro
Não que Hooker, por exemplo, não seja capaz de se desvencilhar de um paredão triplo, mas é sempre melhor enfrentar um bloqueio quebrado. Eis uma das grandes contribuições de Jaqueline, que se destaca também na defesa, além do bom desempenho no saque e no bloqueio.
Título possível
Jaqueline está confiante na equipe, diz que o título é possível. Atualmente, após 18 rodadas de um total de 22, o Minas está em quarto lugar com 36 pontos, seis a menos do que o Vôlei Nestlé, terceiro colocado. Há duas temporadas ela também se juntou ao Minas com a competição em andamento, porém mais cedo, e ajudou o time a chegar às semifinais. "Acredito muito na minha equipe e a gente vai em busca do título. Vamos melhorando, crescendo. A gente vai beliscando adversários contra quem no primeiro turno a gente não foi muito bem".
Qual time leva mais público aos ginásios da Superliga? Descubra
A última vítima foi justamente o Vôlei Nestlé, time de maior orçamento da Superliga feminina. Jogando em Belo Horizonte, diante de 3,2 mil torcedores, o Camponesa/Minas chamou a equipe de Osasco para um rolê e lhe aplicou um 3-0.
Saiba como a Argentina usa a internet em prol dos clubes
Este ano, em dez partidas, a única derrota da tradicional equipe mineira foi na final da Copa Brasil para o Rexona-Sesc, onze vezes campeão da Superliga e líder desta edição. O time de Bernardinho, que neste sábado (18) conquistou pela quarta vez o Sul-Americano de Clubes, é o favorito para vencer o principal torneio nacional mais uma vez.
Ponto fora da curva
Foi o próprio treinador multicampeão quem destacou a importância de Jaqueline, numa entrevista concedida ao SdR em 2016: "No cenário internacional, a Jaqueline é um ponto fora da curva, ela é a principal passadora do voleibol mundial". Palavras de Bernardo Rezende.
O ano passado não foi dos mais fáceis para a veterana ponteira. Logo após a conquista do 11º título do Grand Prix, menos de um mês antes da Rio 2016, o técnico José Roberto Guimarães informou que Jaqueline não estava totalmente recuperada fisicamente – foi reserva na Olimpíada. Na temporada de clubes 2015/2016 ela havia apresentado alguns problemas físicos e no início da preparação da seleção sofreu uma entorse no joelho esquerdo. Tudo isso, ela garantiu, ficou para trás. "Estou me sentindo muito bem".
Deixa a vida me levar…
Em relação à seleção, Jaqueline enfatizou que está relaxada. "Eu estou deixando a vida me levar, não pensei em me aposentar da seleção. Quero deixar as coisas acontecerem naturalmente, sem ninguém me incomodar".
Ela acompanhou ainda a manifestação do marido, Murilo Endres (ponta do Sesi), sobre as restrições para a exibição dos jogos da Superliga em outros meios além da TV. "Acho certo o que o Murilo colocou no Twitter, seria bacana para os patrocinadores essa maior visibilidade. Muitos fãs não podem pagar pela TV fechada, querem acompanhar os jogos e não têm condições. Acho super importante o que ele fez, a forma como se manifestou. A CBV não gostou, mas há outras equipes aderindo a isso. O mais importante é a gente fazer um espetáculo para os fãs assistirem e os patrocinadores terem mais visibilidade", arrematou Jaqueline.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.