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Edinara vai das brincadeiras com bexiga a homenagem de jogadora da seleção

Carolina Canossa

16/02/2017 06h00

Top 10 entre as atacantes da Superliga, Edinara diz gostar tanto de jogar como oposta quanto de ponteira (Foto: CBV)

Ao receber o Troféu VivaVôlei, dado à melhor jogadora da partida, após a vitória do Rexona-Sesc sobre o São Cristóvão Saúde/São Caetano, a ponteira Gabi Guimarães não teve dúvidas: chamou Edinara Brancher, oposta do time adversário e entregou o prêmio a ela. O simpático gesto, um reconhecimento da jogadora da seleção aos 28 pontos feitos pela rival, colocou os holofotes em cima da jovem de 21 anos que vem se destacando nesta Superliga pelo braço rápido e alcance do ataque.

A boa atuação contra as atuais campeãs da disputa não foi um fato isolado para Edinara: na derrota Dentil/Praia Clube, a catarinense chegou aos 30 pontos. Os números passam a impressão que ela não se intimida diante de clubes e atletas mais badalados, mas a própria atacante admite que não é bem assim. "Na hora, me dá um frio na barriga", comentou Edinara, em entrevista exclusiva para o Saída de Rede. Qual o segredo então para jogar bem? "É entrar sem responsabilidade. Como eu sou nova, não tenho responsabilidade dentro de quadra e isso me tranquiliza bastante, faz com que eu consiga soltar meu jogo", complementou.

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Preparada desde os 17 anos pelo São Caetano, clube que tem tradição de revelar boas jogadoras, Edinara tem sido tratada com cuidado especial pelo experiente técnico Hairton Cabral. Além de colocar a jovem diariamente para treinar passe, visando deixá-la uma atleta mais completa, ele está tentando blindá-la do excesso de "palpites" alheios.

Atleta foi presença constante nas seleções de base do Brasil (Foto: Reprodução/Facebook)

"As pessoas não fazem nem por maldade, mas de repente todo mundo começa a querer ajudar de uma forma ou de outra, vira muita informação e ela ainda não consegue assimilar tudo. Não pode se empolgar, senão acaba estragando. É como no malabarismo: você começa com uma bola, duas, três, cinco, aí passa pro facão… mas até chegar lá, é preciso ir acrescentando aos poucos", explica.

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Na visão dele, se Edinara conseguir se manter "com os pés no chão", tem tudo para se tornar um nome de destaque nos próximos anos. "Ela está surpreendendo a cada dia, superando expectativas. Estou muito esperançoso com ela, não só pensando no São Caetano, mas no voleibol brasileiro", admitiu.

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Vôlei com bexiga

Descoberta aos 12 anos enquanto brincava de vôlei na escola em Anchieta (SC), Edinara conta que sua paixão pelo esporte vem de anos antes: "Quando eu era mais nova, meus pais compravam bexigas e ficavam brincando comigo".

A relação com os familiares é tão boa que, por pouco, não prejudicou a carreira da jovem quando ela teve que mudar para o ABC Paulista. "No começo foi super difícil, ficava sempre doente, ligava pra minha mãe… Acho que era saudade, pois nunca tinha estado longe de casa. A cada poucos dias tinha que ir pra minha casa, mas aí fui me acostumando e agora está de boa", contou.

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Cursando faculdade de nutrição em paralelo à tentativa de explodir no vôlei, Edinara confessou ter ficado sem graça quando Gabi decidiu lhe entregar o Viva Vôlei. "Fiquei sem reação na hora em que ela disse: 'Toma, você merece'. Respondi: 'Sério?'. Não sabia se pegava, se não pegava…", divertiu-se.

Fã da própria Gabi, além de Jaqueline e Sheilla, Edinara mostra, ao falar sobre os próximos passos na carreira, que está ouvindo os conselhos de Hairton Cabral. "Tenho que ter humildade e pés no chão em primeiro lugar. Se eu ficar de nariz empinado, com o tempo isso acaba terminando", resumiu.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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