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Saída de Rede

CEO do vôlei explica contrato com a Globo e promete transmissões online

Carolina Canossa

09/02/2017 14h03

Baka ressaltou que as transmissões online não podem ser feitas sem seguir um padrão (Foto: Divulgação/CBV)

Baka ressaltou que as transmissões online não podem ser feitas sem seguir um padrão (Foto: Divulgação/CBV)

Preocupação com o produto. É desta forma que a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) explica as restrições às transmissões de jogos das Superligas de vôlei pela internet. Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, Ricardo Trade, o Baka, CEO da entidade, falou sobre a polêmica que voltou a ganhar força na noite desta quarta-feira (8), quando Murilo Endres reclamou publicamente no Twitter de que seu clube, o Sesi, foi impedido de passar no YouTube a partida contra Montes Claros.

"Pelo contrato com a Globo, é possível fazer transmissões pela internet, desde que sejam nas mídias sociais ou plataforma da própria CBV e atendidos certos requisitos, como qualidade de transmissão, links que não fiquem caindo toda hora, cuidado com os patrocinadores da própria Superliga… O produto não pode ser colocado no ar de qualquer forma, é preciso ter padrões de qualidade. Não é como se fosse uma transmissão que qualquer um faz na esquina", comentou o dirigente.

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Baka, inclusive, ressaltou que a entidade que comanda o vôlei brasileiro pretende retomar na próxima temporada as transmissões web de partidas que não sejam transmitidas pela TV – na edição de 2012/2013, a iniciativa chegou a ser colocada em prática, mas não foi duradoura.

"Para a próxima temporada, estamos trabalhando para que, independente de qualquer clube, isso seja feito de uma forma que a gente se responsabilize. São transmissões com mecanismos para garantir a qualidade e que nos faça ter um melhor equilíbrio (de exposição), pois às vezes as TVs escolhem as partidas por conta de haver campeões olímpicos em um time ou um técnico, etc. Estamos sim preocupados em expor o voleibol e vamos fazer isso", destacou.

Trade ainda ressaltou que o número de partidas da Superliga transmitidas na TV aberta ou a cabo vem aumentando – questionado pelo SdR sobre o assunto, o SporTV alegou o mesmo. "A todo momento estamos trabalhando para ter a maior quantidade de transmissões possível. No ano passado, extrapolamos o que estava previsto em contrato. Estamos dando uma visibilidade que nunca antes o vôlei teve", afirmou.

Site de vôlei, que teve transmissão barrada, iniciou campanha para que mais jogos sejam disponibilizados online

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Seguranças no ginásio

Em janeiro deste ano, o site independente Melhor do Vôlei anunciou a transmissão ao vivo em seu Facebook de trechos do duelo entre Pinheiros e Vôlei Nestlé. O repórter Daniel Rodrigues estava no ginásio se preparando para fazer o trabalho usando seu celular quando foi avisado pela assessoria do clube paulistano sobre a proibição da CBV, que poderia fazer até com que ele fosse expulso do local.

"Aí eu parei naquele momento, mas os seguranças ficaram todos ouriçados, doidos atrás de quem estava filmando. Parecia que estavam atrás de um bandido", comentou o jornalista. Na manhã desta quinta (9), o site lembrou o ocorrido e iniciou a campanha #LiberaCBV, que busca justamente a liberação de transmissões de partidas que não seja televisionadas.

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A CBV também divulgou nota oficial sobre o assunto:

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), em nome do voleibol brasileiro, é a maior interessada na promoção e popularização de nosso esporte, e vem trabalhando incansavelmente para isso.
 
As emissoras de televisão que transmitem os jogos da Superliga (Feminina e Masculina) levaram ao ar, ao vivo, até o momento, um total de 78 transmissões nesta temporada 2016/2017, sendo que o SESI-SP e o SADA Cruzeiro são os clubes com mais jogos exibidos (12). O SporTV, canal por assinatura, já transmitiu 50 partidas ao vivo, um número maior que o estabelecido em contrato. A RedeTV!, canal aberto, dobrou o número de jogos exibidos nesta temporada, passando dois jogos por semana, ambos em horário nobre.
 
Na temporada 2015-2016, foram 114 transmissões ao vivo, sendo que as duas finais (Feminina e Masculina) foram exibidas pela TV Globo. O SporTV passou 93 jogos e a  RedeTV! transmitiu 19 partidas. Foram exibidas 250 reprises de jogos pela SporTV, totalizando 364 jogos exibidos na televisão.
 
A CBV não proíbe as transmissões por internet, apenas, por motivos contratuais, somente pode autorizar transmissões pelos clubes em nossa página do Facebook ou em nosso site. Estas transmissões por internet devem obedecer a um padrão de qualidade compatível com o produto voleibol brasileiro. O atendimento a este padrão de qualidade é fundamental para a valorização do produto, o respeito a nossos patrocinadores e ao próprio público, e evitar que transmissões tenham nível técnico insuficiente.
 
Por força de contrato com os detentores de direito de transmissão por televisão, os jogos pela internet devem ser exibidos nos canais de comunicação da CBV, que já franqueou aos clubes esta possibilidade, desde que naturalmente atendidos os requerimentos técnicos de transmissão.
 
Paralelamente, a CBV estuda a possibilidade de a própria entidade produzir as transmissões já na próxima temporada, com a busca por parceiros comerciais que possam viabilizar financeiramente o empreendimento.
 
A CBV conseguiu ainda a liberação para transmissão em emissoras de TV regionais de forma que os clubes possam ampliar a quantidade de exibição de seus jogos.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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