Dois brasileiros sobem, Cuba se mete numa enrascada e Austrália despenca
Você aí, leitor, já sabe, na contagem regressiva para a Rio 2016, o Saída de Rede traz o "sobe e desce" semanal a cada segunda-feira, de olho na Liga Mundial e no Grand Prix. Sem a competição feminina na semana passada, vamos de Liga Mundial a 32 dias do início da Olimpíada.
SOBE
Maurício Souza
Tinha que subir, claro. Quando Bernardinho anunciou a convocação, em abril, houve quem pensasse, apesar da excelente Superliga feita pelo central do Brasil Kirin, que Maurício Souza era a quinta opção entre cinco meios de rede. Ledo engano. Na bola, Souza conquistou seu espaço e hoje é impossível imaginá-lo fora não apenas do grupo dos 12 que estarão em agosto no Maracanãzinho, mas mesmo ausente do time titular. Eficiente no ataque e no bloqueio, ele ainda tem um saque flutuante que é um tormento para as linhas de passe. Entre os grandes momentos da semana, uma pipe supersônica contra a Bélgica e os cinco tocos em cima do marrento ponta francês Earvin N'gapeth, em um jogo em que ele marcou nove vezes no fundamento. Dá-lhe, Maurício Souza!
Douglas Souza
Pouco a pouco, esse garoto de apenas 20 anos vai aparecendo no meio de veteranos. Douglas havia chamado a atenção do torcedor em geral durante os Jogos Pan-Americanos 2015, na equipe B que foi a Toronto. Este ano, depois de uma boa Superliga pelo Sesi, foi chamado por Bernardinho para a seleção principal. Após alguns vacilos durante a Liga Mundial, principalmente no passe, Douglas vai se firmando e deve ser motivo para uma boa dor de cabeça do treinador, que conta com cinco ponteiros e deve levar quatro ao Rio. Outro destaque, já citado aqui, é um deles: Maurício Borges, mais um que parecia fadado a fazer figuração no grupo e que mostrou a que veio.
Eslovênia
Subiu mesmo. Vai da terceira para a segunda divisão da Liga Mundial. A seleção masculina desse pequeno país do leste europeu, que integrava a antiga Iugoslávia, brilhou no ano passado ao ser vice-campeã da Europa, caindo diante da favorita França na final, mas superando potências como Polônia e Itália. Este ano, pela primeira vez, os eslovenos disputaram a Liga Mundial e tiveram que começar por baixo, na terceira divisão. Chegaram à final e neste sábado (2) derrotaram por 3-1 a Alemanha, que veio com parte do time que foi bronze no Mundial 2014. Nem mesmo a torcida adversária – a decisão foi realizada em Frankfurt – intimidou os eslovenos, que seguem sob o comando do ex-craque italiano Andrea Giani. Olho neles!
DESCE
Rússia
Tudo bem que a Rússia não dá muita bola para a Liga Mundial e este ano deveria ter disputado a segunda divisão, não fosse uma manobra de bastidores da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) para mantê-los na elite, após segurar a lanterna em 2015. Há quatro anos, por exemplo, terminaram o torneio em décimo lugar, antes de conquistar o ouro em Londres. Mas ali disputavam as partidas da Liga com um time B e muitas vezes sem a presença do técnico Vladimir Alekno. Este ano, os russos até fizeram um rodízio, como as demais seleções, mas o sexto lugar na fase de classificação foi pouco para quem tem tantos atletas de alto nível, entre eles o central Dmitriy Muserskiy e o ponta Sergey Tetyukhin. Será que decolam durante a Olimpíada?
Cuba
Oito jogadores da seleção masculina de Cuba foram presos em Tampere, Finlândia, acusados de estupro, segundo a polícia local. Três dos jogadores foram detidos no sábado (2) e os outros cinco no domingo, após a vitória por 3-2 sobre Portugal. A equipe disputou a segunda divisão da Liga Mundial e viajou para a Finlândia com um grupo de 12 atletas, além da comissão técnica. O time terminou em nono lugar na competição entre 12 participantes.
Austrália
Após duas temporadas na elite da Liga Mundial, o time despencou e vai voltar para a segunda divisão. Foram nove derrotas em nove jogos, sete delas em sets diretos, apenas três parciais vencidas – e olha que três partidas foram disputadas em casa. Somente neste domingo (3), em Dallas, nos EUA, quando decidia com a também claudicante Bulgária quem permaneceria na primeira divisão, o time conseguiu ir a um quinto set. O principal atacante do time, o oposto Thomas Edgar, não participou da competição, mas o eficiente canhoto Paul Carroll estava na saída de rede. De nada adiantou. A seleção australiana foi um arremedo de time, mais parecia um amontoado de jogadores. Desce! Vale mencionar o Japão, que disputou a segunda divisão e caiu para a terceira, com uma campanha de sete derrotas e apenas duas vitórias.
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