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Dentil/Praia x Sesc-RJ: 4 pontos cruciais na decisão da Superliga feminina

Carolina Canossa

14/04/2018 20h00

Praia x Sesc: uma vitória para cada lado nos confrontos diretos (Foto: Divulgação/Praia Clube)

O time que mais investiu contra o maior campeão. A melhor equipe da fase classificatória face a face diante do clube que mais chamou a atenção nos playoffs. São com essas credenciais que Dentil/Praia Clube e Sesc-RJ começam a definir deste domingo (15) o título da Superliga feminina de vôlei. O primeiro dos dois jogos que vai definir o vencedor da temporada brasileira será disputado a partir das 10 horas na Arena Carioca I.

Se no papel o time de Uberlândia tem o melhor elenco do campeonato, em quadra o plantel sediado no Rio de Janeiro já mostrou que possui um conjunto bem trabalhado, capaz de seguir no topo mesmo após meses tumultuados por lesões, como as que afetaram as duas Gabis, Juciely e Monique.

Nos confrontos diretos, uma vitória para cada lado. Jogando fora de casa, o time mineiro conseguiu um contundente 3 a 0 no primeiro turno, mas tomou o troco algumas semanas depois, quando o Sesc se aproveitou da lesão da central Walewska e da má condição física da ponteira Fernanda Garay para devolver a derrota no tie-break. A vitória parece ter dado um gás no Sesc, que continuou a curva ascendente no mata-mata com ponto alto nas semifinais, quando surpreendentemente atropelou o Camponesa/Minas. Do outro lado da chave, o Praia teve que recorrer ao quinto jogo para eliminar o Vôlei Nestlé.

Diante de tanta paridade, quais serão os pontos que podem fazer diferença na disputa da taça? O Saída de Rede aponta quatro deles:

FATOR EMOCIONAL

A despeito das diversas tentativas feitas ao longo dos últimos meses, que não incluíram economia na hora de pagar as contas, o Praia Clube parece conviver com uma espécie de "maldição" na hora de jogar finais. Não importa o quão experientes sejam suas jogadoras, partidas decisivas são marcadas por atuações abaixo do normal, com muito nervosismo, erros e decepções.

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Não por acaso, até hoje o clube ainda sonha com um título nacional de primeira linha – um dos vices, inclusive, foi em uma final de Superliga, a 15/16, contra o próprio Sesc (à época Rexona-Ades). Lidar com as próprias emoções será fundamental  para a equipe comandada por Paulo Coco quebrar esta incômoda escrita.

PASSE

Refletindo um problema crônico do voleibol mundial, as duas equipes possuem o passe como ponto fraco. Falhas na recepção significam maior dificuldade para as levantadoras, que passam a ter menos opções para acionar. Com mais alternativas de ataque, Claudinha terá um arsenal e tanto à disposição caso consiga ter uma mínima condição de trabalho no Praia: Fernanda Garay e Nicole Fawcett nas extremidades e Walewska e Fabiana pelo meio, além das bolas de meio-fundo. Roberta, armadora do Sesc-RJ, possui possibilidades mais limitadas, tendo Gabi e Monique como principais desafogos. Isso nos leva ao próximo item…

SAQUE

Depender apenas de um mau dia das rivais é arriscado demais para quem quer ganhar a Superliga. Por isso, sacar bem para quebrar o passe rival é de suma importância. Neste aspecto, o time de Bernardinho tem uma leve vantagem, com duas jogadoras, Monique e Vivian, entre as principais sacadoras do torneio. O Praia responde com Nicole Fawcett, dona de um poderoso e raro viagem no vôlei feminino. O problema é que a americana é instável, alternando atuações apagadas com ótimas exibições. Qual das Fawcetts veremos nos próximos domingos?

OLHO NELA

Mayhara não tem a mesma badalação de outras atletas em quadra, mas discretamente tem causado estragos nesta Superliga. A central de 29 anos é a quarta melhor bloqueadora e quarta atacante mais eficiente da competição, podendo ser uma válvula de escape importante na decisão, da mesma forma que ocorreu com Juciely na última final.

A final da Superliga feminina acontecerá em dois jogos, sendo o primeiro neste domingo (15) no Rio e o segundo no dia 22, às 9h10, no ginásio Sabiazinho, em Uberlândia (MG). Em caso de uma vitória para cada equipe será disputado um set extra (golden set) logo depois do segundo duelo para definir o campeão.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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