Com força coletiva, Sesi e Taubaté iniciam disputa por título da Superliga
Janaína Faustino
23/04/2019 06h00
Sesi-SP fez a melhor campanha na Superliga e busca o segundo título na competição (Foto: Everton Amaro/Fiesp)
Após o começo emocionante da disputa entre Dentil Praia Clube e Itambé Minas pelo troféu da Superliga 2018/2019, chegou a vez dos homens iniciarem a batalha pelo título. E, assim como no naipe feminino, a final masculina também será inédita. A partir desta terça-feira (23), às 21h30, o Sesi-SP receberá o EMS Taubaté Funvic na Vila Leopoldina, em São Paulo (SP), para o primeiro confronto da série melhor de cinco.
Enquanto os donos da casa estão na final pela quinta vez e buscam o segundo título nacional – o Sesi foi campeão em 2010/2011 –, os representantes do interior paulista disputarão sua segunda decisão e sonham com o primeiro troféu do torneio.
Em quatro confrontos na temporada, duas vitórias para cada um. Taubaté ganhou o Campeonato Paulista e o jogo do primeiro turno da Superliga. O Sesi, por outro lado, venceu a partida do returno e a disputa pelo terceiro lugar na Copa Libertadores de vôlei.
Fazendo uma avaliação da campanha dos finalistas, é possível afirmar que, embora cheguem à decisão do campeonato em pé de igualdade na disputa, as equipes viveram fases distintas ao longo da temporada.
O Sesi-SP teve uma performance bem regular e sem grandes turbulências nesta Superliga. Apesar da perda do Paulista, da queda nas quartas de final da Copa Brasil e do revés na semifinal da Libertadores, o atual vice-campeão brasileiro demonstrou enorme consistência na principal competição do calendário nacional, chegando a acumular 13 vitórias seguidas.
Tanto que terminou a fase de classificação na primeira posição, somando 20 vitórias e apenas 2 revezes. Além disso, despachou o Vôlei Um Itapetininga nas quartas e impôs um doloroso 3 a 0 na série melhor de cinco ao Sesc-RJ, até então um dos candidatos ao título, na fase semifinal.
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Com um conjunto bastante técnico e azeitado, que tem uma eficiente linha de passe formada pelo líbero Murilo e os ponteiros Lipe e Lucas Loh, o treinador Rubinho ainda aposta no talento do experiente levantador William e na força do oposto Alan, que vem fazendo a diferença na saída de rede. O atacante é o segundo maior pontuador do campeonato, com 404 acertos.
Já o time do Vale do Paraíba, ao contrário, passou por um período para lá de conturbado. Mesmo com um plantel repleto de estrelas capazes de decidir partidas, caso dos ponteiros Lucarelli (terceiro maior pontuador da Superliga, com 359 acertos), Facundo Conte – em grande ascensão, que também pode atuar na saída – e Douglas Souza, a equipe patinou durante boa parte da temporada.
Sob o comando do argentino Daniel Castellani, sofreu algumas derrotas importantes na fase classificatória da Superliga (ao total, foram 17 vitórias e 5 revezes), apresentando desempenho abaixo do esperado, caiu na semifinal da Copa Brasil e ainda ficou fora do pódio na Libertadores ao perder, em casa, a disputa do terceiro lugar exatamente para o Sesi depois de abrir 2 a 0 no placar.
Assim, demitido por não conseguir fazer o conjunto funcionar, Castellani foi substituído por Ricardo Navajas, que dirigiu a equipe interinamente em apenas alguns jogos, sendo logo sucedido por Renan Dal Zotto, treinador da seleção brasileira.
Mais coletivo, Taubaté de Renan demonstrou grande evolução na reta final do torneio (Foto: Rafinha Oliveira/ EMS Taubaté Funvic)
E foi Renan quem colocou Taubaté em outro patamar nesta disputa. Além de ter definido uma base titular, o técnico deu um padrão de jogo mais coletivo e taticamente disciplinado à equipe, fazendo mudanças pontuais que acabaram sendo decisivas para o triunfo por inquestionáveis 3 a 0 na série melhor de cinco da semi contra o hexacampeão Sada Cruzeiro. Vale lembrar que o time já havia passado pelo Vôlei Renata nas quartas.
Além da estabilidade na recepção nas últimas partidas, outro trunfo de Taubaté tem sido o sistema defensivo bem ajustado, além do poderio de ataque e do saque potente (sobretudo com Lucarelli, que aparece nas estatísticas como o quinto melhor sacador do torneio, com 34 aces). Neste sentido, a linha de passe do Sesi, que andou oscilando um pouco nos jogos da semi contra o Sesc, precisará voltar a mostrar a consistência habitual.
Podemos concluir, portanto, que a equipe do interior paulista está conseguindo atingir nos playoffs um nível de coletividade e entrosamento que o rival regional já vinha demonstrando ao longo da temporada. Talvez Renan tenha em mãos mais valores individuais capazes de desequilibrar o confronto a favor de Taubaté, mas a série está aberta.
Demais confrontos:
Sábado (27) – EMS Taubaté Funvic (SP) x Sesi-SP, às 21h30, no ginásio do Abaeté, em Taubaté (SP)
Terça-feira (30) – Sesi-SP x EMS Taubaté Funvic (SP), às 21h30, na Arena Suzano, em Suzano (SP)
Se for necessário, sábado (4/5) – EMS Taubaté Funvic (SP) x Sesi-SP, às 21h30, na Arena Suzano, em Suzano (SP)
Se for necessário, sábado (11/5) – Sesi-SP x EMS Taubaté Funvic (SP), às 21h30, na Arena Suzano, em Suzano (SP)
*Todos os jogos terão transmissão do SporTV2
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.