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Como foi o ano da seleção brasileira feminina de vôlei?

Janaína Faustino

29/12/2019 06h00

Seleção feminina fecha o ano com mais dúvidas do que certezas (Foto: Divulgação/FIVB)

Faltando menos de sete meses para o começo da Olimpíada de Tóquio, a conclusão que se tira sobre a seleção brasileira feminina de vôlei é que ainda há muito trabalho pela frente a ser realizado. Isto porque a equipe liderada pelo técnico José Roberto Guimarães, que já anunciou a saída do cargo após os Jogos, fecha o ano da mesma maneira que iniciou: com muitos pontos de interrogação.

Depois de um 2018 muito ruim em que a seleção, pela primeira vez, desde 2003, quando Zé Roberto assumiu o comando, não subiu ao pódio em nenhum dos campeonatos de que participou, a temporada 2019 também chegou ao fim sem grandes avanços. Marcado por lesões, pedidos de dispensa e retorno de atletas veteranas, o ano começou com a Liga das Nações, torneio que o Brasil disputou com um conjunto mesclado.

Sem muitos predicados, o time teve uma performance insegura durante praticamente toda a fase classificatória da competição, mostrando, inclusive, dificuldades diante de adversários que ainda compõem o segundo escalão do vôlei internacional, como Polônia, República Dominicana e Alemanha. Apesar disso, se superou e cresceu na fase final, garantindo a medalha de prata.

Com o resultado surpreendente no antigo Grand Prix, criou-se a expectativa de que a seleção fosse evoluir ainda mais tática e tecnicamente no Pré-Olímpico, torneio que distribuiu vagas de forma antecipada para a Olimpíada do Japão. O que vimos, entretanto, foi um grupo com jogadoras longe da forma física ideal – casos de Natália, que se contundiu na final da Liga das Nações, e Tandara – e que expôs as mesmas falhas do começo da temporada.

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O flerte com a possibilidade de eliminação no classificatório olímpico – e o consequente vexame internacional – em pleno ginásio do Sabiazinho, em Minas Gerais, ficou evidente pelo sofrimento diante do Azerbaijão e da República Dominicana.

A quarta colocação nos Jogos Pan-americanos, em que o Brasil jogou sem suas principais atletas, e o 21º troféu sul-americano antecederam a participação na Copa do Mundo, última competição de 2019, que acabou esvaziada por não classificar mais para a Olimpíada. Com uma campanha de muitos altos e baixos, o time de Zé Roberto ficou novamente em quarto lugar – China, Estados Unidos e Rússia compuseram o pódio. A Itália não jogou o torneio e a Sérvia, atual campeã mundial e bi europeia, poupou a maioria de suas titulares.

As adversidades vividas pelo time neste ano (e em todo o ciclo olímpico, vale sublinhar) indicam que será repleto de desafios o caminho rumo ao tri ou, pelo menos, a um lugar no pódio em Tóquio. Em um campeonato de tiro curto, por outro lado, tudo pode acontecer especialmente com uma equipe que tem tradição e camisa pesada. Contudo, neste momento, no mínimo três seleções estão em patamar bem mais avançado. Vejamos o que 2020 reserva à seleção feminina.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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