Paula Pequeno, após virada histórica sobre Barueri: "agora é coração puro"
A segunda rodada das quartas de final da Superliga feminina reservou para os amantes do vôlei uma partida de tirar o fôlego que, sem dúvida, já entrou para a história da competição. O que se viu no Ginásio José Liberatti, em Osasco (SP), na noite desta sexta-feira (22), foi uma virada épica das donas da casa diante do rival local Hinode Barueri.
Após perder o primeiro set por inacreditáveis 20 pontos de diferença, o tradicional Osasco Audax, capitaneado pela força da sua combativa torcida, virou o jogo e derrotou Barueri por 3 sets a 2, com parciais de 5-25, 17-25, 25-22, 25-20 e 15-11.
Mesmo antes do início, o confronto já significava tudo ou nada para as comandadas de Luizomar de Moura. A equipe precisava da vitória para forçar a terceira partida das quartas de final, uma vez que Barueri detinha a vantagem por ter derrotado o rival na última terça-feira na primeira batalha da série de três. Assim, o massacre da primeira parcial e a queda no set seguinte acabaram dando contornos ainda mais dramáticos ao jogo, deixando o pentacampeão Osasco à beira da eliminação.
Para a bicampeã olímpica Paula Pequeno, uma das protagonistas da equipe na virada, a força mental e a capacidade de superação foram determinantes para o triunfo.
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"A gente começou a noite de uma maneira muito atípica, né? O primeiro set realmente aconteceu de uma maneira que a gente não esperava, mas eu dizia para as minhas companheiras que a gente precisava esquecer. Mas aí perdemos o segundo novamente. Só que enquanto não acaba o resultado não está definido. O que eu mais pedia era que a gente se conectasse e acreditasse. Nós passamos por isso no Paulista. Então eu falava para que a gente trouxesse isso à memória para sair daquela situação", comentou a ponteira, que substituiu a peruana Angela Leyva, dando mais estabilidade e segurança à linha de passe osasquense.
Segundo a atacante, nesta fase da competição, mais relevante do que qualquer planejamento tático ou técnico será este espírito de luta que a equipe precisará ter para alcançar a classificação para as semifinais.
"Eu acredito que daqui para frente é sangue circulando muito quente na veia. É um momento de tensão. Porém, é o melhor momento do campeonato. É a hora da decisão onde o estômago embrulha e a adrenalina vai lá em cima. É um momento em que o espírito vai ajudar muito. A parte técnica e tática já foi se aperfeiçoando ao longo da competição. Agora é coração puro, controle emocional para os momentos difíceis, muita energia, raça e entrega", destacou a jogadora.
Para a oposta norte-americana Destinee Hooker, maior pontuadora do confronto, com 25 acertos, o nervosismo foi o grande adversário de Osasco no começo da partida, mas a entrada de Paula Pequeno deu novo ânimo ao time.
"Eu acho que no começo a equipe estava muito nervosa com a possibilidade de ser eliminada em casa, uma situação que a gente não tinha vivido antes. Mas a Paula, quando entrou, mudou completamente o ritmo do jogo. A energia dela contagiou todo o time e fez com que a gente revertesse a situação", mencionou a oposta, que entregou o seu troféu Viva Vôlei para a companheira, acrescentando que a ponteira fez toda a diferença para o êxito do grupo.
Osasco já havia superado duas vezes o time de José Roberto Guimarães na fase classificatória. Nos playoffs, o desempate acontecerá na próxima terça-feira (26), no Ginásio José Correa, em Barueri. O vencedor enfrentará o já semifinalista Itambé Minas.
Segundo Luizomar de Moura, o confronto desta sexta-feira não poderia ter tido outro desfecho. "A gente não podia sair do Liberatti fazendo a última partida da temporada. Esse time só existe por causa dessa sinergia. Isso aqui é um exemplo para o esporte brasileiro. Uma cidade que tem o voleibol como a sua grande ferramenta de diversão. E a gente não poderia deixar um ginásio lotado como esse tão triste", finalizou.
*Colaborou Janaina Faustino
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