Discreto, “cubano-russo” é o segundo maior pontuador da Superliga de vôlei
Leal, León, Simon, Juantorena… entre tantos craques cubanos brilhando atualmente em todo o planeta, o discreto Michael Bozhulev Sanchez passa quase despercebido. Uma olhada, porém, nas estatísticas dele ao longo da carreira escancara o tamanho do talento do oposto de 2,06m.
Filho de mãe russa e pai cubano, Sanchez foi o principal reforço do Vôlei Um Itapetininga nesta temporada. O investimento deu certo: com 352 pontos, o atacante foi o segundo maior pontuador da fase classificatória da Superliga, atrás apenas de Wallace, do Sesc-RJ. Com passagens por equipes da Rússia, Catar, Coreia do Sul, Argentina e Turquia, ele também é o detentor do recorde mundial de pontos em um só set: 31, em uma partida do Korean Air Jumbo onde uma das parciais terminou em incríveis 56 a 54.
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"Sempre soube que o Brasil é um campeonato forte, com grandes jogadores, campeões olímpicos, preparação forte e bons times. É preciso jogar muito forte, no máximo. E, graças a Deus, o que está saindo até agora é bom, pois o vôlei daqui é muito parecido com o que eu gosto de jogar", comentou Sanchez ao Saída de Rede, referindo-se ao "jogo rápido, onde defende-se e passa-se muito, com bons centrais".
As boas atuações de Sanchez foram decisivas para que, logo em sua primeira temporada na elite do vôlei brasileiro, o Vôlei Um Itapetininga alcançasse os playoffs. O cubano de 32 anos, porém, faz questão de dividir os méritos com os companheiros de equipe. "Somos um bom grupo, com muitos moleques, uma galera jovem que tenta aprender a cada dia com a gente, os mais velhos. Também nos falamos muito, estamos jogando bem coletivamente", destacou.
No mata-mata, o desafio será contra o primeiro colocado Sesi, com primeira partida neste sábado (23). Uma missão bastante complicada, mas Sanchez deixa claro que Itapetininga pode complicar a vida dos rivais: "Sempre falo que os playoffs são uma coisa distinta da temporada regular. Nosso time vai entrar solto e a pressão é deles, não nossa".
LESÃO GRAVE PÔS CARREIRA EM RISCO
Até assinar com Itapetininga, o maior contato profissional de Sanchez com o Brasil havia sido os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, quando a seleção de Cuba ficou em terceiro lugar. Além da medalha, o torneio ficou marcado pelo agravamento de uma fratura por stress na coluna vertebral que quase o afastou em definitivo do vôlei.
"No fim dos Jogos, comecei a sentir mais e mais dor. Voltei para Cuba, fiz exames e ficou constatada a fratura nas costas. Fiquei uns três meses de cama com um gesso tentando curar, mas não deu certo. Precisei fazer cirurgia, onde, segundo o médico, era pra melhorar a minha vida diária e não como atleta", relembrou o atacante. Para o profissional, era o fim da carreira dele, mas Sanchez insistiu. "Eu pensava: 'Não estou incapacitado, deve haver alguma coisa a fazer'. Aí a cirurgia deu certo e em 2009 eu já pude jogar de novo", complementou.
A decisão de deixar a seleção de Cuba se deu por conta da estrita política esportiva do país, que impede jogadores que atuam no exterior de defender o time nacional. Nascido em uma cidade da antiga União Soviética que hoje pertence à Ucrânia, ele chegou a cogitar a possibilidade de se naturalizar russo para defender o país nos torneios internacionais, mas as propostas que vieram de diversos cantos do mundo o fizeram abandonar o projeto.
Sobre as origens divididas, ele não tem dúvidas: "Fiquei quase toda a minha vida morando em Cuba, então é muito fácil, cresci como um cubano. Só que minha mãe é russa", ressaltou.
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