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Bloqueio faz a diferença e Praia Clube bate Sesc-RJ em jogo eletrizante

Janaína Faustino

11/01/2019 23h46

Em partida emocionante, Praia Clube venceu o Sesc RJ por 3 sets a 1 (Foto: Divulgação/Dentil Praia Clube)

O primeiro turno da Superliga feminina de vôlei se encerrou com um dos jogos mais esperados da última rodada: Sesc RJ x Dentil Praia Clube, as equipes que decidiram o campeonato na temporada 2017/2018. O time carioca, então quarto colocado na tabela, recebeu o líder da competição na Jeunesse Arena, no Rio, pretendendo confirmar a boa fase com mais uma vitória. Já o Praia, atual campeão que ocupa a ponta, almejava somar mais três pontos para se distanciar ainda mais do Minas Tênis Clube, única equipe invicta do torneio e segundo colocado. E, em um jogo emocionante, o time mineiro derrotou o Sesc por 3 sets a 1 (25-20, 16-25, 23-25 e 24-26), chegando aos 30 pontos na classificação geral.

Com isso, a equipe manteve a liderança temporária, já que o time de Belo Horizonte, que alcançou 28 com a vitória sobre o Curitiba, enfrentará ainda o Hinode Barueri na próxima terça-feira em confronto atrasado da sexta rodada, e poderá ultrapassar o rival na tabela se vencer. Já o Sesc, com o revés, terminou o primeiro turno em quinto lugar, mantendo os 19 pontos.

O time anfitrião utilizou Roberta/Carol Leite no levantamento, Kosheleva e Peña/Kasiely na entrada, Bia e Juciely/Mayhara pelo meio, Monique na saída e Gabiru de líbero. Já a equipe de Uberlândia escalou a armadora Lloyd/Ananda, as ponteiras Fernanda Garay e Rosamaria/Michelle, as centrais Carol e Gabi/Fabiana, a oposta Fawcett e a líbero Suellen.

Em ascensão, central Mayany deseja crescer no Minas e sonha com a seleção

As duas equipes utilizaram o saque como arma no início da partida. E, como sempre, ambas as linhas de passe falharam em diversos momentos do jogo. Pelo lado visitante, a armadora Lloyd cometeu erros de precisão tanto nas raras bolas rápidas pelo meio quanto nos levantamentos mais acelerados pelas extremidades. Algumas destas falhas, vale ressaltar, aconteceram em função da instabilidade da recepção mineira com Rosamaria e Suellen. Outras, contudo, foram falhas técnicas da própria levantadora norte-americana. As comandadas de Bernardinho também se perturbaram com o serviço flutuante adversário, mas conseguiram compensar os problemas com um rendimento bastante satisfatório no ataque, o que favoreceu o triunfo da equipe anfitriã na primeira parcial (o Sesc venceu por 14 a 9 neste set).

Equipe praiana fez um jogo emocionante contra o Sesc e demonstrou força ao buscar o placar no quarto set (Foto: Gisa Alves)

Na segunda parcial, no entanto, as donas da casa viram o atual campeão da Superliga crescer tanto side out quanto no bloqueio (foram 20 pontos a 10 no total somente neste fundamento para o time de Uberlândia). As mineiras dominaram o set e não foram ameaçadas em nenhum momento pela equipe anfitriã. Mais eficientes também no sistema defensivo, as visitantes salvaram bolas importantes que geraram contra-ataques bem aproveitados pelo time do Triângulo Mineiro. Assim, lideradas pela norte-americana Fawcett, chegaram a abrir 18 a 10 no set. Sem conseguir parar as cortadas do rival, o Sesc desperdiçou ataques e cometeu erros bobos que facilitaram o trabalho do Praia Clube.

O saque fez novamente a diferença no terceiro set. Apesar de ter iniciado bem mais concentrado e eficiente na parcial, o Sesc se perdeu a partir da impressionante passagem de Rosamaria pelo serviço (de 7 a 5, a partida virou para 14 a 7 no placar para as mineiras). A linha de passe carioca foi liquidada, o que impossibilitou a construção das jogadas de ataque da levantadora Roberta – que acabou sendo substituída por Carol Leite – até a metade da parcial. As comandadas de Bernardinho ainda tiveram personalidade para emparelhar o jogo no final, sobretudo com as ações ofensivas da russa Tatiana Kosheleva, que cresceu bastante no decorrer do duelo, e com o bloqueio que até então não estava sendo tão eficiente. Entretanto, as falhas no sistema de recepção e no ataque inviabilizaram uma reação que pudesse se converter em vitória na parcial.

Em um confronto eletrizante com muito volume e ralis que animaram a torcida carioca, as donas da casa se mostraram mais aguerridas na quarta parcial e abriram uma vantagem confortável no placar. Pressionando Fernanda Garay – que também cometeu erros importantes de recepção – no saque, o Sesc deu a impressão de que conseguiria levar o jogo para o quinto set. Entretanto, com as alterações feitas pelo técnico Paulo Coco – principalmente a ponteira Michelle e a central Fabiana, que se destacaram marcando pontos decisivos -, o Praia Clube reverteu a vantagem de 24 a 22 no marcador, chegando ao empate. Oscilante, o time de Bernardinho voltou a cometer erros de recepção que prejudicaram a evolução da equipe na reta final. E foi justamente o bloqueio que voltou a fustigar a equipe carioca: a central Fabiana fez a leitura perfeita do ataque da ponteira Kasiely, marcando o ponto que deu a vitória ao conjunto praiano.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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