Com foco no futuro, Ana Moser e Serginho ganham apoio para projetos sociais
Foi pensando em promover cidadania, educação e a prática de esportes, sobretudo do vôlei, que o líbero Serginho, considerado por muitos o melhor de toda a história da modalidade, e a medalhista olímpica Ana Moser, uma das maiores referências do vôlei brasileiro, tomaram a iniciativa de criar projetos sociais. Para a ex-atleta, o desejo de desenvolver algo na área social surgiu há 17 anos, quando fundou o seu Instituto Esporte & Educação. Já para Serginho, a vontade nasceu mais recentemente. E foi esse interesse que fez com que ele buscasse recursos e encontrasse no Banco Votorantim o incentivo necessário para implementar suas atividades. Assim, em evento realizado nesta terça-feira (13), em São Paulo, foi lançada a plataforma BV Esportes (marca de varejo do banco) – tendo Ana Moser como mentora com a sua organização –, com o objetivo de destinar cerca de R$10 milhões às entidades de Serginho e de outros atletas, entre eles, Marcelinho Machado, Mauro Menezes e Bob Burnquist.
Presentes no evento de lançamento, as duas estrelas do vôlei nacional falaram bastante sobre os rumos da modalidade através das categorias de base, abordando aspectos distintos para diagnosticar a origem da crise. Para Serginho, a fonte do problema é a formação técnica dos jovens atletas. "O vôlei vem passando por um momento muito complicado quando se fala nas categorias de base. Hoje os campeonatos são tecnicamente muito fracos. O voleibol caiu muito tecnicamente. Se você observar as seleções de base, você vai ver que a gente não está conseguindo ganhar da Argentina. (…) Há alguns anos eu já tinha falado que nós deveríamos ficar atentos porque viria uma geração tecnicamente muito fraca", destacou.
Além disso, para ele, falta comprometimento com a formação e com o esporte: "Mas acho que agora a gente precisa massificar, trabalhar com seriedade. Porque tem muita gente lidando com isso que não leva o voleibol a sério. E isso acaba se refletindo dentro da quadra, nos resultados. Então nós precisamos atrair a molecada e trabalhar", ressaltou.
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De acordo com a ex-jogadora, por outro lado, a crise na base está fundada na ausência de um programa de disseminação do vôlei. Segundo ela, é fundamental que mais crianças e jovens pratiquem a modalidade. "O que acontece desde a minha época – e evoluiu pouco nesse sentido – é que o vôlei tem resultados na elite, mas não é praticado em larga escala. O problema da base no Brasil é de escala. É preciso ter muita gente praticando esporte, jogando vôlei, com as federações fortalecidas para ter mais clubes e campeonatos. Porque senão a gente vai ficar só numa peneira dos melhores, com meninos e meninas altas que despontam em algum clube privado ou projeto. Tem que ampliar esse número de projetos e de oportunidades para ter mais gente jogando vôlei, praticando esporte. Essa é a solução. Isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Se você tem pouca oferta, uma hora vai faltar. E é o que está acontecendo", salientou.
Em relação ao apoio da plataforma para a criação do seu Instituto Serginho 10, o líbero falou sobre a importância do apoio e explicou que pretende desenvolver um projeto abrangente. "Foi a BV quem deu o pontapé inicial porque eu estava tentando realizar com recursos próprios. A gente estava tentando fazer lá em Pirituba, mas não conseguiu. Agora temos esse galpão em Guarulhos, que é gigantesco, onde a gente vai fazer as quadras. (…) Lá vai estar aberto de domingo a domingo, não vai fechar. Vamos oferecer voleibol para todo mundo", afirmou, entusiasmado.
Comandando o Instituto Esporte & Educação há 17 anos, Ana Moser mencionou que a plataforma prestará um serviço de consultoria à sua entidade: "O apoio da BV ao meu projeto é mais voltado para a consultoria financeira e estratégica para programas novos que estamos desenvolvendo no instituto por meios próprios. São projetos que vão gerar recursos para a instituição. Estamos com uma proposta de venda de serviços de atividade física e esportiva para pessoas comuns para gerar sustentabilidade. Então a BV está ajudando com essa consultoria de negócios e estratégia de marketing".
Além do Instituto Serginho 10, o Burnkit, do skatista Bob Burnquist, o Instituto Próxima Geração, do ex-tenista Mauro Menezes, e o M4NasEscolas, do recém-aposentado jogador de basquete Marcelinho Machado, serão contemplados com recursos para criação. Já o Instituto Reação, do ex-judoca Flávio Canto, servirá, assim como o de Ana Moser, como referência na capacitação destas novas organizações e de seus respectivos gestores.
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