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Instável, Brasil vence Holanda no tie-break e joga a vida contra o Japão

Carolina Canossa

10/10/2018 04h07

Apesar das dificuldades, seleção feminina mostrou força mental para evitar nova derrota no Campeonato Mundial (Fotos: Divulgação/FIVB)

O sofrimento já está virando rotina: depois de sofrer uma virada incrível contra a Alemanha e quase se complicar diante do semiamador México, a seleção brasileira feminina de vôlei por pouco não se complicou contra a Holanda na madrugada desta quarta-feira (10). O time, porém, soube crescer no momento decisivo e saiu de quadra com uma vitória por 3 sets a 2, parciais de 21-25, 25-18, 25-27, 25-19 e 15-07, em partida válida pela segunda fase do Campeonato Mundial.

A virada foi fundamental para a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães seguir viva na competição, somando agora seis vitórias e 18 pontos no grupo E. Por outro lado, as brasileiras seguem sob imenso risco de uma eliminação precoce, uma vez que o Japão bateu o time misto da já classificada e líder Sérvia por 3 a 1 (15-25, 25-23, 25-23 e 25-23) no encerramento da rodada. Assim, as asiáticas chegaram às sete vitórias e 21 pontos, mesmos números da própria Sérvia e da Holanda, agora terceira colocada pelos critérios de desempate (apenas os três melhores se classificam).

Ou seja: para ter alguma chance, o Brasil precisa vencer as donas da casa por 3 a 0, igualando os números delas, inclusive no set average (divisão de sets vencidos pelos perdidos) – a classificação então viria pelo critério de point average (divisão de pontos vencidos pelos pontos tomados), onde as bicampeãs olímpicas possuem vantagem: 1,260 contra 1,238. A Holanda também corre riscos se tomar um 3 a 0 da Sérvia, já que ficaria com o mesmo set average das rivais, deixando a decisão para os pontos.  O jogo entre Brasil e Japão será realizado às 7h20 desta quinta (horário de Brasília).

Apesar da vitória nesta quarta (10), a seleção feminina voltou a protagonizar um enorme "apagão" no terceiro set: depois de um início arrasador, permitiu que um 8 a 1 se convertesse em um 25 a 27 através dos erros de saque e dificuldades das atacantes na virada de bola – neste meio tempo, o time ainda teve um 23 a 20, mas não aproveitou a oportunidade de fechar a parcial.

Recepção continua a ser um problema para o Brasil na competição

As brasileiras, porém, conseguiram a recuperação e consequentemente a vitória graças ao bloqueio, melhor fundamento da equipe com 15 pontos. Individualmente, Tandara também brilhou nas duas últimas parciais,  chegando a 28 pontos no total, três a mais que Lonneke Sloetjes, grande responsável pelo ataque holandês.

Ressalte-se ainda o fôlego que Fernanda Garay trouxe à equipe ao entrar no lugar de Drussyla no início do segundo set, tornando a recepção do Brasil um pouco menos problemática e a defesa mais eficiente. Trata-se de pontos ainda a serem trabalhados pela comissão técnica. Resta saber se haverá oportunidade para isso.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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