Brasil tem caminho livre rumo à 3ª fase do Mundial, mas bloqueio preocupa
Foram necessários apenas quatro dias para a perspectivas da seleção brasileira masculina de vôlei no Campeonato Mundial 2018 mudarem completamente: se, no sábado (15), o clima era de pessimismo após a inesperada derrota contra a Holanda, a ponto de o atacante Lipe ter declarado que o time "jogou no lixo" as possibilidades de uma boa classificação, a competência de somar seis pontos contra Canadá e China aliada a uma combinação de resultados abriram um novo e otimista horizonte para os comandados do técnico Renan Dal Zotto: líder do grupo B, o Brasil pegou uma chave considerada tranquila na próxima etapa do torneio e tem uma possibilidade enorme de avançar à terceira fase, onde ficarão apenas os seis melhores times.
Austrália, Eslovênia e Bélgica, os três próximos adversários da seleção masculina, são equipes que volta e meia aprontam para cima dos favoritos, mas jamais entraram para o grupo de elite do voleibol masculino mundial. Teoricamente, são confrontos muito mais tranquilos que o das outras chaves, que terão jogos entre potências como Itália x Rússia, Polônia x França e Estados Unidos x Bulgária. Para melhorar, a campanha positiva feita até agora é carregada para fins de classificação na segunda fase, tornando bastante possível que os brasileiros se coloquem em primeiro ou entre os dois melhores segundos colocados.
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Os altos e baixos vividos até agora, porém, recomendam cautela. "Nossos adversários chegaram aqui por méritos e estão no seu melhor momento dentro da competição após uma primeira fase muito boa. É preciso ter todo cuidado com as três equipes. É um grupo equilibrado", afirma o técnico Renan. O capitão Bruno ressaltou o rápido poder de reação mostrado pelo time: "Eslovênia e Bélgica estão jogando muito bem. O importante era sair com a "cartela cheia", com o máximo de pontos possíveis, pois eles são carregados. Soubemos sair de um momento complicado e esses seis pontos (conquistados contra Canadá e China) nos deixam na briga".
Um ponto, em especial, merece atenção: o bloqueio. Dos 37 pontos no fundamento feitos pela seleção até agora, quase metade (18) foram feitos em um só jogo, a vitória por 3 a 2 diante da França. Considerada a média obtida nas quatro partidas restantes, chega-se a apenas 4,75 pontos por jogo, um número baixo para quem sonha em subir ao pódio. Para efeito de comparação, os australianos pontuaram cerca de 6,8 vezes em bloqueios por partida até agora, os eslovenos 8 e os belgas 10,4. Atual campeã e ainda invicta no Mundial de 2018, a Polônia chega a 11.
Melhor brasileiro nas estatísticas individuais do fundamento, em 29º lugar, o central Maurício Souza vê o baixo número de bloqueios do Brasil mais como um mérito dos adversários que demérito da equipe que defende. "Os caras do outro lado sabem o que estão fazendo, não vão enfrentar bloqueio com passe quebrado e, com passe na mão, fica difícil pra gente. Eles estão sabendo jogar o jogo", afirmou o meio-de-rede. Ainda assim, ele admite que a performance pode subir. "Realmente dá para melhorar", reconhece.
O primeiro jogo do Brasil na segunda fase do Mundial será nesta sexta (21) ao meio-dia (horário de Brasília). No sábado (22), às 15h30, é a vez de enfrentar a Eslovênia. No mesmo horário, mas no domingo (23), o adversário será a Bélgica. Todos os jogos serão transmitidos pelo SporTV 2, que ainda passará os seguintes jogos: Polônia x Argentina (sexta, às 14h40), Holanda x Finlândia (sábado, ao meio-dia) e Estados Unidos x Irã (domingo, às 11 horas).
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