Após polêmica com Bolsonaro, seleção proíbe expressões políticas coletivas
A tranquilidade trazida pela vitória no tie-break sobre a forte França pela segunda rodada do Mundial masculino de vôlei durou pouco: nesta sexta-feira (14), uma polêmica a respeito de uma suposta manifestação de apoio de dois jogadores do time, Wallace e Maurício Souza, ao candidato a presidência Jair Bolsonaro (PSL) estourou nas redes sociais entre os fãs de vôlei.
São duas imagens, ambas publicadas no Instagram oficial da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e no site da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) respectivamente após as vitórias sobre o Egito, na estreia do torneio na quarta (12) e os franceses na quinta (13). Nelas, Souza faz um sinal de 1 com as mãos, enquanto Wallace faz o 7, formando o número do candidato.
Questionada pelo Saída de Rede se, de fato, tratava-se de uma manifestação de cunho político e se a CBV dava algum tipo de orientação aos integrantes da seleção a respeito deste tema, a entidade limitou-se a dizer que, apesar de "não se permitir controlar redes sociias de atletas", "não compactua com manifestações políticas" e que a "gestão da seleção irá tomar providências para não permitir que aconteçam manifestações coletivas".
Confira a nota na íntegra:
"A CBV repudia qualquer tipo de manifestação discriminatória, seja em qualquer esfera, e também não compactua com manifestação política. Porém, a entidade acredita na liberdade de expressão e, por isso, não se permite controlar as redes sociais pessoais dos atletas, componentes das comissões técnicas e funcionários da casa. Neste momento, a gestão da seleção irá tomar providências para não permitir que aconteçam manifestações coletivas"
Ambas as fotos já foram deletadas da rede social da CBV, mas permanecem à disposição no site da FIVB no momento da publicação deste texto. Na internet, torcedores da seleção dividem-se entre aqueles que acham que os dois possuem o direito de se manifestar politicamente e os que acreditam que a equipe nacional não é o melhor lugar para isso.
Em geral, entidades esportivas proíbem qualquer exposição relacionada ao assunto entre os atletas que participam de seus torneios – o Comitê Olímpico Internacional (COI), por exemplo, desautoriza expressamente manifestações políticas nas Olimpíadas, assim como a Fifa no futebol, sob risco de multas e exclusões.
No site da FIVB, o único documento que trata do assunto se refere a proibições entre uniformes de atletas de vôlei de praia. Procurada pelo SdR sobre o caso do Brasil no Mundial de vôlei, a entidade ainda não se manifestou.
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