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Tandara explica opção por jogar no emergente voleibol chinês

Carolina Canossa

19/05/2018 06h00

Tandara é a melhor atacante brasileira em atividade hoje (Foto: Gaspar Nóbrega/CBV)

As ótimas atuações acumuladas nos últimos dois anos fizeram com que Tandara se tornasse uma das jogadoras mais desejadas do voleibol mundial. De fato, na última janela de mercado, boas propostas não faltaram para a atacante, que acabou fechando com o Guangzhou Evergrande, da China – o anúncio oficial deve ser feito nos próximos dias.

A decisão não deixa de ser surpreendente, já que a liga chinesa é mais curta e não tem o mesmo nível de competitividade de Turquia, Rússia, Itália ou do próprio Brasil. Mas, em entrevista ao Saída de Rede, Tandara explicou que esta foi a forma que encontrou para fazer uma adaptação gradual à vida no exterior.

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"Para a primeira vez, (é melhor) um período mais curto, de quatro ou cinco meses, no máximo", comentou a atleta de 29 anos, que sempre atuou por clubes brasileiros. "Como é o primeiro desafio com a Maria Clara (filha de 2 anos e oito meses da atleta), pesou o tempo mais curto para começar uma vida internacional, o que já passou da hora", admitiu.

Dizendo-se ansiosa para chegar novembro e conhecer a nova cidade e o novo clube, Tandara ainda revelou que pretende permanecer no exterior em temporadas futuras: "Quero sim jogar uma Champions League, uma Copa CEV (os dois principais torneios europeus de clubes). Seria muito importante jogar contra as melhores atletas do mundo em um só campeonato. Esse é o meu pensamento: ir para a China jogar um jogo mais rápido, com atletas muito grandes e habilidosas que estão surgindo e, num próximo passo, estar em um campeonato europeu".

Jogadora defendeu o Vôlei Nestlé, de Osasco, nas duas últimas temporadas (Foto: João Pires/Fotojump)

O técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, disse que ainda não conversou com Tandara sobre o assunto a fim de dar orientações para que o nível técnico da jogadora não caia, mas lembrou que já treinou atletas que passaram pelo voleibol chinês, caso da ítalo-argentina Carolina Costragrande e de Fernanda Garay.

Para ele, a grande preocupação da oposta deve ser cuidar da parte física. "O grande problema da Tandara é que, independente de onde ela jogue, será sempre a jogadora que receberá mais bolas. Então, se ela não se cuidar fisicamente e tiver atenção com as articulações, pode sofrer no futuro. O conselho que darei a ela é ter este cuidado", afirmou.

Depois de realizar três jogos em Barueri pela Liga das Nações nesta semana, Tandara e José Roberto Guimarães embarcam para a Turquia, onde disputarão a segunda semana de competições do novo torneio do calendário internacional de seleções, substituto do Grand Prix, entre os dias 22 e 24 de maio.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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