Lavarini, técnico do Minas: “Temos que devolver o presente ao Sesc”
A derrota para o Sesc-RJ na primeira partida da série melhor de cinco da semifinal da Superliga 2017/2018 está atravessada na garganta do italiano Stefano Lavarini, técnico do Camponesa/Minas. Jogando em casa, a equipe de Belo Horizonte abriu 2-0, teve 18-13 no terceiro set e 24-20 no quarto, mas levou a virada. Logo mais, às 21h30 (com SporTV), no Rio, o segundo confronto. "Agora temos que devolver o presente ao Sesc. Não podemos ficar abalados, é preciso manter a confiança e buscar a vitória fora de casa", disse Lavarini ao Saída de Rede.
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O treinador evitou comentar as mudanças que fez ao longo da partida de sexta-feira (23) ou mesmo sobre a condição física da central Carol Gattaz, que tem sido uma das melhores jogadoras desta edição da Superliga, mas luta contra uma tendinite patelar no joelho esquerdo – lesão sobre a qual ela falou numa entrevista recente ao SdR. (O blog conversou com a meio de rede no fim de semana e ela nos disse que vai fazer o possível para estar em quadra nesta segunda-feira.)
Lamento
Lavarini fez uma avaliação do desempenho do time na abertura da série semifinal. "A volta da Gabi no terceiro set deu mais equilíbrio ao Sesc. Foi uma pena porque estávamos bem à frente, com folga, e não conseguimos fechar. No tie break, o Rio jogou com muito mais confiança, mais determinação desde o começo". Sobre o que pode mudar para a partida desta noite na Jeunesse Arena, ele mantém segredo, embora não haja tanto espaço para alterações – Rosamaria ou Pri Daroit fazendo par com a americana Sonja Newcombe na ponta, além da possível confirmação da central Mayany no time titular em substituição a Carol Gattaz.
Com seu trabalho reconhecido na Itália, onde foi técnico do Bergamo por cinco temporadas, após uma como assistente, Stefano Lavarini foi uma agradável surpresa para o torcedor brasileiro. Especialmente, claro, para o do Minas Tênis Clube. De cara, ganhou um torneio amistoso no Peru, depois o Campeonato Mineiro e, mais recentemente, o Sul-Americano, classificando a equipe para o Mundial de Clubes 2018.
Desafio
"Eu estava vendo as finais da Champions League ano passado com meu agente e alguns amigos, falávamos sobre a possibilidade de eu sair do Bergamo depois de tanto tempo, de buscar algo diferente. Ali estava o Nivaldo Sanglard, marido da Ana Flávia (ex-capitã da seleção brasileira), os dois trabalham juntos, são agentes. Ele me falou do Minas. Eu pensei que seria uma boa oportunidade. Aceitei nem tanto pela questão financeira, mas pelo desafio, por essa experiência completamente diferente da minha trajetória até então, deixando minha zona de conforto", afirmou Lavarini, fluente em português. Aliás, bastou ser sondado pelo Camponesa/Minas, no final de abril de 2017, para começar a estudar o idioma.
E aí, já pensa em renovação? "O contrato acaba agora, mas só vamos discutir quando a Superliga terminar. Há a possibilidade de continuar aqui, sim".
Caminho diferente
A história de Lavarini no voleibol é, no mínimo, curiosa. Nunca jogou. Seu interesse pelo esporte começou na escola, assistindo aos treinos. Depois começou a frequentar um clube na sua cidade natal, a pequena Omegna, no norte da Itália.
"O técnico da equipe feminina, Paolo Cerutti, precisava de alguém que o ajudasse e, vendo que eu estava sempre ali, me chamou. Primeiro, pegando bolas, lançando uma aqui, outra ali. Eu sempre estava presente, não perdia um treino. Algum tempo depois, já me conhecendo, o Cerutti me pediu que fosse o assistente dele. Eu tinha apenas 16 anos. Sou um apaixonado pelo vôlei, principalmente pela função de técnico. Eu queria ser como o Cerutti, então começou ali a minha carreira. Eu nunca joguei, nunca fiz um treino como atleta, mas amo esse esporte. Era um time muito novo, o Pallavolo Omegna. Então, junto com as meninas, eu ia aprendendo sobre técnica, tática, sempre atento ao treinador. Eu fui assimilando o que precisava para aprender a dar treino", contou o técnico do Camponesa/Minas.
Assistente de Lang Ping, amigo de Lo Bianco
Aos 39 anos, Stefano Lavarini tem ainda no currículo trabalhos como assistente de nomes do porte do conterrâneo Massimo Barbolini e da chinesa Lang Ping. Uma curiosidade: ainda em Omegna, durante a adolescência, foi colega de classe da levantadora Eleonora Lo Bianco, de quem é amigo.
"Não sou o técnico que trabalha mais, não sou o que trabalha melhor. Certamente não sou aquele que ensina a técnica de forma mais apurada ou que desenvolve a melhor tática. Mas sempre tento fazer com que o tempo que o time treina seja um investimento, daqueles em que todo mundo precisa dar o máximo o tempo todo, em que há progresso continuamente, em que a equipe cria uma identidade", comentou.
Déjà vu
A situação do Camponesa/Minas diante do Sesc nesta semifinal lembra o que ocorreu na Superliga passada, quando o time era treinado por Paulo Coco. As duas equipes também se enfrentaram nessa fase. Jogando em casa, como agora, o time de BH perdeu a primeira partida e faria as duas seguintes no Rio. Venceu ambas. O então Rexona Sesc acabou ganhando as duas últimas e avançou à final – conquistaria seu 12º título na competição.
Antes da derrota no sábado passado, o Minas vinha de duas vitórias sobre o rival: 3-0 no returno da Superliga e 3-2 na final do Sul-Americano.
Além da partida desta noite, a terceira será também na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro, sábado (31), às 15h. Confira aqui a tabela das semifinais da Superliga feminina 2017/2018.
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