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Condenado por estupro, ex-capitão da seleção de Cuba já está em liberdade

Carolina Canossa

01/03/2018 11h25

Cepeda foi bem recebido por antigos colegas, segundo jornalista cubana (Foto: Reprodução Cibercuba.com)

A detenção e posterior condenação de cinco jogadores da seleção cubana de vôlei masculino por terem estuprado uma mulher na Finlândia ganhou um novo capitulo: Rolando Cepeda, ex-capitão da equipe e sentenciado a dois anos e seis meses de prisão, já se encontra em liberdade e de volta à sua terra-natal.

A descoberta foi feita pela publicação "Playoff Magazine", que no último dia 24 de fevereiro flagrou o jogador acompanhando o Campeonato Nacional de Cuba na cidade de Sancti Spíritus, onde ele nasceu. Segundo a jornalista Mayli Estévez, Cepeda foi tratado como um visitante VIP e recebido "com abraços e júblico" pelo público e ex-colegas.

Sorridente, o oposto ficou boa parte do tempo conversando com o líbero Keibel Gutiérrez, que também já defendeu a seleção do país. Alguns dos atletas em quadra o cumprimentaram e brincaram com ele após fazer pontos, como se estivessem dizendo "jogo mais que você".

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De acordo com Estévez, Cepeda aparenta estar um pouco acima do peso e, por conta do escândalo em que se envolveu, dificilmente será convocado novamente – em 2016, a Federação de Vôlei Cubana se pronunciou sobre o caso dizendo que o crime ocorrido na Finlândia estava "totalmente alheio à disciplina, honra e respeito que regem nosso esporte e a sociedade". Posteriormente, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) excluiu o país tanto da Liga Mundial quanto do Grand Prix.

Cepeda e outros cinco jogadores cubanos foram presos em 2 de julho de 2016 acusados de estuprar uma mulher finlandesa de 35 anos no hotel onde estavam hospedados  na cidade de Tampere – naquela noite, eles iriam enfrentar a Finlândia em partida válida pela Liga Mundial.

Cepeda era o grande nome da geração cubana que tentava voltar à elite do vôlei (Foto: Divulgação/FIVB)

Detidos, eles não puderam participar da Olimpíada do Rio, onde Cuba acabou eliminada ainda na primeira fase com cinco derrotas nos cinco jogos que disputou – tradicional força do esporte, o país voltava a participar da competição após uma ausência de 16 anos. Os acusados foram julgados em setembro de 2016 com Cepeda, Abrahan Alfonso, Ricardo Calvo e Osmany Uriarte sendo condenados a cinco anos de prisão. Já Luis Sosa recebeu uma pena de três anos e meio e Dariel Albo foi inocentado.

Eles entraram com recursos e, em junho de 2017, Cepeda conseguiu reduzir sua pena quase pela metade. Alfonso, por sua vez, foi posto em liberdade, assim como Sosa, que posteriormente recebeu uma indenização de 181 mil euros (cerca de R$ 718 mil na cotação de hoje) do governo finlandês por ter sido condenado injustamente.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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