China vira novo eldorado para FIVB e vai sediar competições
Habituado à Nipodependência das últimas décadas, o vôlei feminino mundial vai mudar um pouco de ares pelos próximos anos. Na quarta-feira (21), a Federação Internacional de Vôlei anunciou que Nanjing vai sediar as finais da Liga das Nações feminina de 2018 até 2020. Já que no ano passado, quando a competição ainda era o Grand Prix, foi a cidade chinesa que hospedou o evento, dá para dizer que ela será a primeira a receber a decisão do torneio anual da FIVB por quatro anos consecutivos.
Além da Liga das Nações, a China já havia recebido também o direito de sediar os Mundiais femininos de Clubes de 2018 e 2019 – o anúncio foi feito pela FIVB em dezembro.
(A supremacia chinesa na sede dos torneios femininos só não será completa porque o Japão vai sediar o Mundial de seleções deste ano, a Copa do Mundo do ano que vem e, é claro, as Olimpíadas de 2020. Ou seja, o torcedor brasileiro terá de continuar madrugando para acompanhar as principais competições da modalidade neste ciclo olímpico.)
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É certo que o mercado do vôlei feminino tem se expandido na China, a ponto de Fernanda Garay, dona de uma medalha de ouro olímpica, jogar ano passado numa equipe da segunda divisão local, e de a craque sul-coreana Kim Yeon Koung trocar, nesta temporada, o Fenerbahçe, da Turquia, pelo Shangai.
Também é verdade que o vôlei, desde os tempos em que Lang Ping era o "Martelo de Ferro", na década de 1980, é um esporte que tem certa popularidade no país, e que a geração atual, comandada por Ting Zhu e campeã na Rio 2016, faz jus à tradição chinesa na modalidade.
Divulgados os grupos da Liga das Nações
E também é certo dizer que não é só a FIVB que tem ido atrás da China: o futebol descobriu há alguns anos que um país de mais de 1,3 bilhão de habitantes é um mercado dos mais atrativos – vide os jogadores e treinadores renomados que têm deixado Europa e América do Sul para aventurarem na por lá, note o esforço dos espanhóis, que têm contemplado o público oriental com o horário de algumas partidas de La Liga, e observe a recente ação de marketing do PSG, que identificou seus jogadores na partida do último fim de semana, pelo campeonato francês, com caracteres do alfabeto mandarim.
Porém, concedendo aos chineses as finais da Liga das Nações feminina e o Mundial feminino de Clubes pelos próximos anos, o vôlei perde a chance cativar novos públicos e mostra que não planeja a longo prazo: ganhar yuans parece mais importante e urgente do que expandir a modalidade por outros mercados, para além do continente asiático.
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