Inteligente na tática e forte mentalmente, Cruzeiro é tri da Copa Brasil
Para quem se acostumou a ver o Sada Cruzeiro nadar de braçadas no voleibol brasileiro nos últimos anos, a atual temporada ofereceu a perspectiva de que tamanho domínio finalmente pudesse ter um fim. Dominado no Mundial de clubes e com mais dificuldades que o normal na Superliga, o time de Belo Horizonte precisava provar a si mesmo que ainda está um passo à frente dos adversários.
A confirmação veio na noite deste sábado (27): diante de um Sesi tão valente quanto sedento por títulos, o Sada foi muito bem taticamente para ficar com o título da Copa Brasil pela terceira vez em sua história (as outras conquistas ocorreram em 2014 e 2016). Nos momentos em que apenas a técnica não foi suficiente, pesou a parte mental e o espírito vencedor construído pelo técnico Marcelo Mendez e sua comissão técnica. Ao final, o placar apontou 3 sets a 2, parciais de 25-23, 20-25, 25-17, 29-31 e 15-09.
Tome como exemplo o tie-break: quando a bola subiu no quinto e decisivo set, o Sada vinha de uma virada sofrida na etapa anterior, quando chegou a ter 23 a 21 no placar. Sofreu com o saque viagem do central Leandro Aracaju, que entrou muito bem no lugar de Gustavão, e com os ataques de Alan. Desperdiçou match points. A torcida, majoritariamente a favor da equipe paulista no apertado ginásio da Vila Leopoldina, estava eufórica e fazia muita pressão.
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Mas quem disse que os cruzeirenses se abalaram? O meio-de-rede Simón e o levantador Nicolas Uriarte de cara tiveram uma excelente passagem pelo saque, colocando o Sesi contra a parede e anulando as ações ofensivas rivais. Chamado à quadra apenas para sacar, Gabriel Vaccari foi o único capaz de produzir algum estrago na defesa rival durante o set, mas já era tarde demais. Bastou um pedido de tempo para desconcentrá-lo e, com um saque errado, encerrar o confronto.
"O jogo não foi fácil, foi digno de um 3 a 2. Perdemos um pouco na qualificação de passe, mas conseguimos nos ajustar ao longo da parte. O Sesi qualificou esse resultado, pois poderíamos ter feito 3 a 1 e erramos. Esse título aqui, o terceiro nosso na Copa Brasil, é para poucos", comentou o ponteiro Filipe, principal alvo dos saques sesistas ao longo do duelo, em entrevista ao canal "SporTv".
Contra a equipe mais consistente do voleibol brasileiro, o Sesi provou que fez a lição de casa e forçou bastante seu serviço. Faltou, porém, manter o mesmo nível de eficiência no ataque e bolas bobas desperdiçadas acabaram por comprometer o resultado da equipe comandada por Rubinho – a exceção ficou por conta do oposto Alan, jovem de futuro brilhante. O Sada, por sua vez, apostou em uma tática de variação entre saques viagens e curtos, o que incomodou demais a linha de passe paulista. Para ajudar, Simón ainda estava em uma noite inspirada e foi o melhor atleta em quadra.
Diante deste cenário, coube ao Sesi exaltar o próprio esforço e restabelecer a confiança de que pode sim figurar de novo no ponto mais alto do pódio das principais competições nacionais. "No quinto set faltou um pouco de tranquilidade para a gente jogar de igual pra igual com uma equipe acostumada a estes momentos. Estamos no caminho certo e vamos chegar lá, não tenho dúvidas disso", garantiu o levantador William Arjona, ele mesmo uma importante peça na história cruzeirense, agora respirando outros ares.
Resta saber se o Sada está disposto a ceder um pouco que seja de seu espaço no topo. "O que passou, as medalhas, os troféus, a gente deixa guardado em casa e mira o próximo campeonato. Somos uma máquina de ganhar títulos", resumiu o líbero Serginho.
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