Jogadora e estilista, Fê Isis vive jornada dupla entre vôlei e ateliê
Vestidos, calças estilosas, saias sofisticadas, macacões… não, o Saída de Rede não mudou abruptamente de área e se tornou um blog de moda. É que, aparentemente distantes, o mundo do vôlei e da alta costura se encontram em uma jogadora que atualmente disputa a Superliga: Fernanda Isis, meio de rede do Hinode/Barueri e dona de uma marca própria de roupas. Sim, é isso mesmo: entre bloqueios e chinas, a jogadora de 32 anos também se dedica à criação de coleções, modelagem e até à costura de peças.
Com passagens pelos principais clubes do país, Fernanda descobriu a nova área de trabalho sem querer, quando defendia a equipe do Minas, entre 2011 e 2013. "Eu tinha um casamento para ir e cismei que queria uma saia laço abaixo do joelho, mas só encontrava acima nas lojas. Aí eu mesma desenhei uma e procurei uma costureira que também dava cursos. E ela me disse: 'Ao invés de eu te fazer essa peça, quero que você mesma faça'. Achei fantástica essa situação de pegar um pano e criar uma peça", conta.
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Detalhe: até então, ela jamais tinha manipulado uma linha de costura. "Não sabia nem pregar um botão!", confessa a atleta. À época, pegou tanto o jeito da coisa que também desenhou peças para outras jogadoras, como a levantadora Claudinha e a líbero Tássia. Empolgada, passou a buscar qualificação na área de moda. "Primeiro fiz o curso de costureira e comecei a ver que consegui colocar minha personalidade nas roupas. Então surgiu a vontade de desenhar e aprendi também. Depois, vendo que eu não conseguia confeccionar as peças sem a ajuda da minha professora, fiz um curso de modelagem. Fui me apaixonando cada vez mais e, em cada cidade que eu ia, me inscrevia em um curso diferente, o que me capacitou para chegar onde cheguei", relembra a profissional.
A nova profissão tinha tudo pra engrenar de vez ao término da última temporada, onde mal conseguiu cumprir seu contrato com o Vôlei Bauru devido a intensas dores no joelho. A aposentadoria já estava decidida até que Fê Isis recebeu um telefonema de José Roberto Guimarães convidando-a para fazer parte do então recém-criado projeto de Barueri. Mesmo sem receber salário até a chegada do patrocinador, a atleta topou a proposta. "Sentia muita falta da adrenalina das quadras e achei que seria tranquilo jogar a Superliga B ao mesmo tempo que mantinha o ateliê. Só que aí o Fernandinho (Fernando Fernandes, fisioterapeuta da equipe e da seleção) mostrou que minha lesão era mais simples do que eu imaginava e, sem dores, vi que poderia voltar de vez ao esporte", explica.
Ciente da dupla jornada da atleta, Zé Roberto propôs uma renovação de contrato este ano, com a condição que o vôlei realmente fosse prioridade. E assim tem sido desde então, conta Fernanda, que aproveitou as férias para desenhar a atual coleção verão e escolher tecidos, dividindo o restante do trabalho que faria em uma equipe de sete funcionários. "Praticamente trabalho lá por WhatsApp e nos meus dias de folga. É uma loucura saudável", garante a atleta. Devido aos compromissos com a equipe, ela atualmente se dedica somente à função de modelista, que é a responsável por transformar a roupa desenhada em uma roupa de tamanho real, dando todas as orientações às costureiras.
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Os contatos no vôlei também ajudam no impulso da marca Fê Isis – apesar de atender a todos os públicos, a jogadora dá uma atenção especial a mulheres altas, a quem considera com poucas opções no mercado tradicional da moda. "Sempre que viajo com o time, levo uma mala a mais com as minhas peças. Aí, a meninas vão no hotel um dia antes do jogo, escolhem e depois me pagam", revela. A inspiração é a marca da britânica Victoria Beckham, que se caracteriza por modelos minimalistas, com poucas estampas e cores como preto, branco e tons pastéis.
Até mesmo a futura rival na disputa pela titularidade no Hinode, Thaisa, ajuda Fernanda Isis na divulgação do negócio iniciado há pouco mais de um ano. "Ela tem vários vestidos meus", conta a atleta. Ambas, inclusive, são amigas. "Ela sempre foi um espelho, é a melhor central do Brasil. As pessoas têm me perguntado muito sobre essa questão de jogar ou não quando ela estrear, mas eu só quero que meu time ganhe. Pra quem estava parada, já estou no lucro", afirma.
E o que será mais difícil: desenhar um modelo novo ou bloquear um ataque potente, como o de Tandara? "No momento é mais difícil bloquear uma atacante como a Tandara, pois de 30 bolas, elas viram 25. Já o desenho só depende de mim: se ficar feio, posso dizer que é arte (risos). Agora, se eu não bloqueio, é sinal de que falhei", brinca.
Quem se interessar por conhecer o trabalho de Fê Isis com mais detalhes, pode conhecer a loja virtual dela clicando AQUI.
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