Na eterna briga com a TV, vôlei precisa focar a internet
Em abril de 2015, ao decidir transmitir partidas das Superligas de vôlei, a "RedeTV!" provocou muita comemoração por parte de quem está envolvido com o esporte. Afinal, era não só a oportunidade de mais partidas serem exibidas (e, consequentemente, mais patrocinadores serem expostos) como também uma rara chance de quem não tem TV a cabo acompanhar o que rola no maior campeonato de clubes do país.
Só coisa boa, né? Nem tanto. Desde então, esta relação teve pontos altos e baixos. Infelizmente, um dos momentos mais tristes aconteceu no último sábado (11): quem estava acompanhando o duelo entre Sesc e Fluminense, válido pela sexta rodada da competição, foi surpreendido pela interrupção na transmissão. Na metade do terceiro set, as imagens da Jeunesse Arena foram substituídas pelas do gramado do estádio Beira-Rio, onde o Internacional-RS enfrentou o Vila Nova-GO pela Série B do Campeonato Brasileiro de futebol. Nas redes sociais, a frustração dos fãs de vôlei foi evidente.
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É inútil aqui "culpar" o futebol pelo ocorrido. Por mais que a cultura boleira no Brasil seja irritante, tempo na televisão significa dinheiro. Provavelmente, para a "RedeTV!" seja mais interessante exibir um duelo de segunda divisão que um jogo de vôlei. O grande problema está em quem reservou apenas 1h30 para a partida no Rio de Janeiro. Basta acompanhar vôlei por uma semana para saber que esse tempo costuma ser insuficiente mesmo para duelos de apenas três sets. Com dois anos e meio de experiência, a emissora paulista deveria estar mais do que ciente disto. Aliás, não sejamos humildes demais: se já aposta há tanto tempo no vôlei, algo de bom a modalidade certamente traz para o canal. Caridade certamente não há ali.
Da parte da CBV, os fãs cobram alguma atitude firme em relação à escorregada. De fato, os dirigentes devem sim buscar explicações, mas bater de frente com um dos poucos espaços que exibem vôlei no Brasil não me parece ser a atitude mais inteligente. Em pleno 2017, com internet banda larga acessível a boa parte da população através de apenas um celular, é preciso pensar em novas formas de exibição do conteúdo. Exemplos não faltam: nos Estados Unidos, a NBA e a NFL contam com assinaturas para quem quiser ver todos os jogos da temporada, inclusive depois que eles foram encerrados. No próprio vôlei, a transmissão da Copa dos Campeões deste ano apenas pelo canal da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) no YouTube foi muito bem recebida.
Ao invés de pensar em mudanças de regras bizarras para se adequar a um veículo antigo como a TV, o vôlei deveria se atualizar e usar a internet como uma aliada. Transmissões web já estão sendo pouco a pouco feitas com sucesso, mas ainda não decolaram pra valer no vôlei. Aos fãs, cabe focar no que realmente importa: ao invés de xingar profissionais que apenas estão na linha de frente dando seu melhor, caso do narrador Marcelo do Ó, deve-se apoiar toda iniciativa que vise a expansão das transmissões de vôlei. Muitas vezes não vai ser de graça, afinal transmissões possuem um custo, mas este é o caminho que o vôlei precisa seguir. Só assim episódios como o de sábado serão lembrados como meras infelicidades do passado.
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