Por mais visibilidade, vôlei anuncia parceria com dona do UFC
Sem alarde, apesar da parceria com um gigante do marketing esportivo e do entretenimento, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) anunciou nesta quinta-feira (12), em Paris, a Volleyball Nations League (Liga de Vôlei das Nações, numa tradução livre), competição anual que substituirá a Liga Mundial e o Grand Prix. Assim como o Saída de Rede havia informado em primeira mão em julho, serão 16 seleções em cada naipe. A FIVB não deu mais detalhes sobre o formato, antecipado pelo SdR há três meses. A novidade é a parceria com a Endeavor, novo nome da antiga WME-IMG, que agencia estrelas hollywoodianas, modelos (Gisele Bündchen é uma delas) e detém os direitos de imagem de diversas competições em várias modalidades, como futebol, tênis, golfe, basquete e rúgbi, além de ser a proprietária do UFC. A parceria entre FIVB e Endeavor será exclusiva para a Volleyball Nations League.
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Curiosamente, no texto de divulgação da nova liga em sua página, publicado hoje, a FIVB chama a Endeavor pelo antigo nome – a mudança foi anunciada esta semana – numa derrapada perdoável diante da possibilidade do voleibol dar um salto em termos de imagem no mundo dos esportes. Ao divulgar o torneio, a FIVB afirmou: "A liga vai revolucionar as competições de vôlei, tornando-se um dos eventos mais importantes da história do esporte". Claro que o inchaço do calendário da modalidade não é um tema tratado pela Federação Internacional.
Desafiantes
A FIVB anunciou ainda, sem dar detalhes, a criação de uma Challenger League para o acesso e descenso das seleções ao torneio principal. Sobre os desafiantes, veja o primeiro link acima, com a matéria do SdR em julho. Das 16 seleções em cada naipe, quatro são desafiantes, ou seja, podem cair dependendo do resultado, enquanto os demais participantes são fixos. A entidade não esclareceu quantos irão cair, para que o mesmo número suba na edição seguinte. Questionada recentemente pelo blog sobre a ausência da Eslovênia, campeã da segunda divisão da Liga Mundial 2017, do torneio em 2018, a FIVB respondeu que a nova liga se trata de uma competição diferente e que a escolha dos participantes se baseou em "critérios objetivos, como mérito esportivo e apelo comercial".
O novo torneio, aliás, teve três nomes. Inicialmente, iria manter o nome Liga Mundial, valendo também para a competição feminina, em substituição ao Grand Prix. Mais tarde, ao recebermos a resposta para a matéria sobre a não inclusão da Eslovênia no torneio masculino, a Federação Internacional chamou a competição de New Volleyball League (Nova Liga da Vôlei), assim mesmo com as iniciais em maiúsculas, como se fosse sua denominação, ainda que em alguns anos perdesse o sentido. Agora, no lançamento em Paris, cidade onde a FIVB foi criada há 70 anos – daí a escolha como local para a divulgação, segundo a assessoria de imprensa da entidade – o nome definitivo de Volleyball Nations League.
Premiação igual para homens e mulheres?
A FIVB declarou ainda que o lançamento de um torneio masculino e feminino sob o mesmo nome e formato promove igualdade no voleibol. Nos últimos anos, se tornaram mais evidentes os protestos de atletas e torcedores contra a diferença na premiação da Liga Mundial e do Grand Prix – este ano, a campeã da Liga, a França, levou US$ 1 milhão, enquanto o vencedor do GP, o Brasil, ficou com US$ 600 mil.
O SdR procurou a FIVB esta tarde e questionou se a nova liga significaria o fim da diferença na premiação, seguindo o que estava escrito no texto de divulgação, mas a entidade, por meio da sua assessoria de imprensa, disse que as informações disponíveis eram apenas aquelas contidas no press release. A assessoria também não sabia quando serão divulgadas a tabela da Volleyball Nations League nem tinha mais informações sobre a Challenger League.
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