Copa dos Campeões mostra necessidade do vôlei em se valorizar
Você, fã de vôlei, provavelmente já precisou em algum momento explicar para alguém a diferença entre Liga Mundial, Campeonato Mundial, Grand Prix, Copa do Mundo… Com tantos torneios de nomes parecidos disputados ao longo de um ciclo olímpico, é natural que o público em geral se confunda e ignore a importância de cada uma destas competições.
A Copa dos Campeões, recém-encerrada, é a cereja do bolo desta bizarra situação. Sem sequer contar pontos para o ranking mundial, o torneio também não faz parte do pacote de transmissões vendido pela própria FIVB para as Organizações Globo. Resultado: quem estava no Brasil, só pôde acompanhar os jogos pelo YouTube.
Preferências à parte (a transmissão online é realmente de alta qualidade), tal fato significa que a FIVB perdeu uma grande oportunidade de atingir pessoas que ainda não acompanham a modalidade. Afinal, é mais fácil conquistar um novo fã estando na TV que forçando-o a acessar um link. Mas, aparentemente, quem manda no vôlei não está atento ou não se importa com isso. Enquanto os japoneses estiverem pagando para sediar torneios, independente de sua relevância, tudo estará bem. Vale lembrar que a Copa do Mundo cairá no mesmo limbo em breve, já que deixará de ser classificatória para a Olimpíada, conforme o Saída de Rede revelou com exclusividade no ano passado.
O excesso de competições faz com que muitos países simplesmente coloquem equipes B ou C em quadra – foi o caso da Coreia do Sul na Copa dos Campeões feminina, que priorizou as eliminatórias para o Mundial e virou o saco de pancadas de uma disputa para a qual foi convidada. Uma coisa é renovar, apostar em jovens talentos. Outra, bem diferente e bastante prejudicial ao vôlei, é só participar por participar, baixando o nível técnico.
Em certa ocasião, o ex-levantador americano Lloy Ball, campeão olímpico em Pequim 2008, definiu o voleibol como "um cidadão de segunda classe no mundo dos esportes". Isso dito por alguém que fez parte da elite da modalidade precisa ser seriamente ouvido, ainda que soe como um exagero. Hoje, nem mesmo com a reformulação da Liga Mundial e do Grand Prix em 2018 parece haver uma luz de esperança, já que o novo regulamento prevê um grupo de intocáveis que tende a fechar ainda mais as seleções de elite em seu próprio clubinho, abrindo pouco espaço para novidades. Melhorar o calendário, repensando o excesso de competições, valorizar o produto e torná-lo acessível às pessoas é o mínimo que precisa ser feito se o vôlei quiser ampliar sua relevância no cenário internacional.
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