Macris: movida a desafios
Após uma breve passagem pela seleção em 2015, primeiro como reserva na semana inicial do Grand Prix e depois como titular da equipe B nos Jogos Pan-Americanos, a levantadora Macris Carneiro tem agora a oportunidade de integrar o grupo desde o início do ciclo olímpico. Essa paulista de Santo André, 28 anos, 1,78m, não se assusta com a responsabilidade de substituir a geração mais vitoriosa do vôlei feminino brasileiro. "Suceder um grupo que foi bicampeão olímpico é um desafio e tanto, mas isso me motiva, desafios sempre me estimulam. Houve e haverá uma pressão por estar na seleção representando o país, o que é bom", disse ao Saída de Rede a armadora, que está em Nanjing, na China, disputando as finais do Grand Prix 2017.
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Macris foi premiada como a melhor da posição nas quatro últimas edições da Superliga. Mas não são as estatísticas, essas que lhe conduziram aos prêmios, que a tornam destacada, mas sim a sua ousadia, a ponto de há várias temporadas arrancar elogios do técnico da seleção, José Roberto Guimarães, e também de outros treinadores – entre eles Bernardinho, admirador da inteligência tática da levantadora. Ela se empenha para evoluir nos demais fundamentos. Boa defensora, tem no bloqueio sua maior deficiência.
Estatísticas
O leitor talvez se pergunte se a estatística, tão fiel no caso de outros fundamentos, reflete de fato o nível de um armador. Não, pois há limitações, inclusive um grande levantamento pode ser desconsiderado se o atacante não vira a bola, por exemplo. A estatística, da forma como é aplicada, também não observa a distribuição. Claro que Macris chama a atenção independentemente de prêmios. "Eu gosto de jogar com velocidade e uma certa ousadia. Saber aplicar isso nos momentos certos é algo que busco aperfeiçoar sempre", comentou com o SdR.
Questionada se não a incomoda a condição de reserva na seleção, sem muita chance de mostrar seu jogo em situações além dos treinos, Macris foi comedida: "Estou muito feliz com a oportunidade de fazer parte do grupo neste momento, farei sempre o meu melhor para somar à equipe. Todas pensam na titularidade, é um excelente estímulo". A atleta só foi relacionada para as partidas a partir da terceira semana do GP.
Concorrência forte
O fato de ter sido chamada pela primeira vez para a seleção somente aos 26 anos é encarado com resignação. "Atribuo isso ao fato de existirem ótimas jogadoras na posição no Brasil, o que dá mais opções ao técnico". Ela afirmou que está focada no presente, na competição que disputa atualmente. "Fico naquela expectativa de fazer bem o meu trabalho, evoluir a cada dia e contribuir", completou.
Em 2015, sem jamais haver sido convocada nas categorias de base, ela teve sua primeira chance na seleção adulta. Quase não jogou no GP daquele ano, mas pôde mostrar serviço na condição de titular do time B que foi aos Jogos Pan-Americanos, em Toronto, Canadá. Parecia ter agradado à comissão técnica. No entanto, no ano seguinte, o da Rio 2016, sequer foi lembrada para treinar com a seleção. Meses depois, ela enfatizou que compreendia e respeitava as escolhas do treinador.
Titular do Brasília Vôlei nas duas últimas temporadas, Macris fará parte da equipe do Camponesa/Minas na próxima, como o Saída de Rede informou em primeira mão em maio. Antes da equipe do Planalto Central, ela havia passado por São Bernardo, São Caetano e Pinheiros. A levantadora tinha propostas de quatro times este ano, mas optou pelo clube de Belo Horizonte. "Escolhi o Minas pela perspectiva de crescimento profissional, por ser uma boa e tradicional equipe, que vem evoluindo e fazendo excelentes campanhas. Espero que essa crescente se mantenha e façamos uma ótima Superliga", disse Macris.
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